Imagem de satélite mostra uma ampliação da ligação das lagoas Mirim e dos Patos; segundo pesquisador, ainda é prematuro falar em alterações definitivas.
As fortes chuvas que caíram sobre o Rio Grande do Sul desde o fim de abril provocaram uma mudança no mapa da região sul do Rio Grande do Sul.
O Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (Lods), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), reuniu imagens captadas pelo satélite Sentinel-3 que mostram o aumento na ligação entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. As imagens são dos dias 18 de abril –antes da enchente– e 15 de maio, quando a região já havia sido afetada pela inundação.
O professor Fabricio Sanguinetti, coordenador do laboratório, explica que, mesmo antes da enchente, já existia uma ligação entre as lagoas, o chamado Canal de São Gonçalo. Na primeira imagem, porém, não é possível ver esse curso d’água com clareza. Segundo Sanguinetti, isso se dá simplesmente por uma questão de resolução do equipamento.
“Uma vez que teve essa enchente, essa ultrapassagem da cota de inundação, a gente teve visualmente o alargamento das margens do canal. Ou seja, os limites naturais foram expandidos para as laterais. Mas Isso corresponde basicamente à área inundada no entorno do próprio canal do traçado natural do canal, uma ampliação de uma área inundada”, detalha. Com CNN.
Apesar de, na imagem desta semana, parecer que as lagoas dos Patos e Mirim se juntaram em um único corpo hídrico, o professor explica que, por enquanto, não é possível fazer essa afirmação.
Bolsonaristas produziram um mapa para a logística dos transportes e se prepararam para confronto violento.
Os crimes e a tentativa de golpe no último domingo (08) foram detalhadamente planejados pelos bolsonaristas, que produziram um mapa dos transportes de todo o Brasil, previram confronto com as polícias, recomendaram a não participação de crianças e idosos e o uso de proteção e convocaram os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).
Parte desse planejamento detalhado foi revelado em reportagem do Uol, desta quarta (11), que obteve acesso a um mapa online criado pelos bolsonaristas e as mensagens de Telegram com a organização.
Como havia adiantado A Pública, o ato criminoso foi tratado internamente como “festa da Selma” e outras nomenclaturas foram usadas por eles para escapar de investigações. O grupo de bolsonaristas da região Sudeste se chamava “Caça e Pesca”, com 18 mil intregrantes. Nele, foram combinados detalhes de como chegar a Brasília, como agir, onde invadir e o que levar no dia 8.
No mapa digital compartilhado entre eles, denominado “Viagem para Praia”, estavam marcados pontos em 43 cidades do Brasil onde se podia pegar ônibus para a invasão, com o contato dos organizadores dos transportes.
“O código é festa da Selma, vai acontecer uma festa de aniversário enorme e existe uma organização muito grande para juntar e preparar os convidados”, traz a descrição do mapa.
Em outro trecho do texto do mapa, com jogo de palavras, eles informam que será empregada violência e que haverá confronto com a polícia:
“[A festa da Selma] não convidou crianças e nem idosos, quer somente adultos dispostos para participarem de todas as brincadeiras, entre elas: tiro ao alvo, polícia e ladrão, dança da cadeira, dança dos índios, pega pega, e outras.”
E pedem que os bolsonaristas levem equipamentos de proteção, soro e máscara contra gás de pimenta: “É importante que cada um leve suas coisas pessoais de higienização e proteção, inclusive: máscara para não ficar ardendo com a torta de pimenta na cara e soro fisiológico para se limpar caso espirrem algo que faça vocês chorarem e lacrimejarem, mas não de alegria, durante a festa.”
No grupo do Telegram, eles também recomendavam levar capa de chuva para evitar contato da pele com gás de pimenta. Todos esses itens de proteção foram usados pelos criminosos no dia 8.
O administrador do grupo ainda compartilhou uma foto com o local da Praça dos Três Poderes, incluindo o jardim da Esplanada dos Ministérios e uma seta para o Congresso Nacional, com a mensagem: “Pessoal, o povo em massa tem que preencher todo esse espaço principalmente dentro e fora do congresso. Aí sim derruba o governo.”
“Patriotas, agora é guerra. Não é manifestação pacífica (…) Cercar os 3 poderes. Brasília”, trazia outra mensagem dos organizadores.
O grupo “Caça e Pesca” também dizia que os CACs foram “convocados para darem suporte aos que estão nas refinarias, distribuidoras e em frente aos 3 poderes”. No mapa “Viagem para Praia”, estavam pontuadas as refinarias e distribuidoras de combustível, também alvos do terrorismo no dia 8.
Ao todo, o mapa traz 21 organizadores, com seus respectivos contatos, dos transportes das diferentes regiões do Brasil.
*Com GGN
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