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Política

Presídios terão plano do Ministério da Saúde para eliminar transmissão de doenças e combater enfermidades

O Ministério da Saúde vai criar um comitê para combater 11 enfermidades e eliminar a transmissão vertical (de mãe para filhos) de sífilis, hepatite B e de HIV nos presídios do país.

O banco de dados do sistema penitenciário brasileiro estima que há cerca de 30 mil casos de Aids, tuberculose, sífilis e hepatite nos presídios estaduais femininos e masculinos, que passarão a ser focados pelo Ministério da Saúde em nova iniciativa com outras frentes do governo a fim de eliminar o que a pasta chama de “doenças socialmente determinadas”.

O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS) vai trabalhar em propostas e iniciativas até janeiro de 2030.

De junho a dezembro de 2022, o HIV foi a principal doença transmissível em prisões estaduais do país entre homens, com 9.046 casos (32,3%). Entre as detentas, a maior transmissão foi de sífilis, com 1.413 casos (56,2%).

Há registro de 9.395 casos de sífilis nos presídios masculinos. Além disso, o sistema penitenciário contabilizou 7.304 casos de tuberculose, 1.944 de hepatite e 523 de hanseníase nas prisões femininas e masculinas durante o período.

— São doenças que tendem a se espalhar com maior facilidade em ambientes de aglomeração e com higienização precária. Hoje, temos equipes de saúde dentro dos presídios, mas eles têm capacidade de lidar apenas com o básico devido à falta de estrutura — observa a médica sanitarista e professora da UFRJ, Lígia Bahia.

No ranking de população carcerária, o Brasil fica atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Justiça, há mais de 837 mil presos no país, distribuídos em 1.458 unidades prisionais.

O total de detentos ultrapassa em mais de 240 mil a quantidade de vagas dos presídios (596.442), fazendo da superlotação um dos principais problemas do sistema carcerário brasileiro. Conforme levantamento na base de dados do governo, os presídios com maior superlotação estão no Rio, em São Paulo e no Distrito Federal.

O Instituto Penal Vicente Piragibe (RJ), por exemplo, é o presídio mais superlotado do país, com 3.145 presos excedendo a capacidade. Em seguida, está a penitenciária Professor Ataliba Nogueira, em Campinas (SP), com 2.445 detentos excedentes. A Penitenciária I do Distrito Federal aparece em terceiro lugar, com 1.892 presos a mais.

— As celas superlotadas são acompanhadas de violência, insalubridade, maus-tratos, doenças e degradação. É uma bomba-relógio, um ambiente precário, propício para epidemias — complementa Lígia Bahia.

Para atendimento dos presos doentes, há 4.337 técnicos em enfermagem e enfermeiros e 1.023 clínicos gerais e de outras especialidades nas unidades prisionais. É como se cada médico fosse responsável pelo atendimento de 818 pessoas.

Segundo a especialista, há três desafios que o ministério deverá contornar para reduzir as doenças transmissíveis nas prisões: espaço físico inadequado e incompatível com as atividades médicas; distribuição inadequada de enfermeiros e técnicos; e falta de equipamento técnico, materiais e medicamentos.

Além de detentos, o governo vai priorizar pessoas em situação de rua, pacientes portadores de HIV, imigrantes e comunidades indígenas. Junto às transmissões citadas, o comitê tem o objetivo de excluir como problema de saúde pública as doenças de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncocercose e geo-helmintíases.

Para tuberculose e o HIV, a meta é alcançar menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035, e reduzir o número de mortes em 95%. E para a hanseníase, o grupo de trabalho focará em planos para interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminá-la em 75% das cidades e reduzir em 30% o número de novos casos.

A pasta estima que, atualmente, um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil, sendo que, destas, 900 mil conhecem seu diagnóstico. Já a tuberculose aumentou 4,9% no país em 2022 em comparação ao ano anterior, com cerca de 78 mil casos.

— Não é possível pensar o Ministério da Saúde sem abrir essa grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades, mas também com tantas potências, como é o Brasil. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos — disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no lançamento do comitê.

Em média, 14 brasileiros morrem por dia de tuberculose, que registrou recorde de óbitos em 2021: 5 mil. Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no país.

A doença voltou a aumentar após dois anos de relativa queda: de 79 mil registros em 2019, para 70,5 mil, em 2020, e 74,3 mil, em 2021. Nos dez anos anteriores, o índice registrava estabilidade. A maioria dos casos é encontrada em Manaus, Belém, Rio Branco, Recife e Rio.

Em março, ao lançar a campanha nacional de combate à doença, a ministra afirmou que não é “admissível que as pessoas percam a vida por uma doença que tem prevenção, tratamento e cura”.

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Opinião

Quem disse a Lula que era uma “armação” o ataque a Moro planejado pelo PCC?

“Para mim, coincidências não existem. Não há coincidência intranscendente, e repito: qualquer coincidência tem o dedo de Deus ou do diabo”. (Nelson Rodrigues)

Em futebolês, “jogar contra o patrimônio” é marcar gol contra. É o que Lula mais tem feito nos últimos dias, o último deles ao afirmar: “Eu acho que é mais uma armação de Moro”, comentando a volta do ex-juiz à ribalta, depois de ver o nome dele envolvido nas investigações sobre um plano de vingança do PCC para sequestrar e matar várias autoridades.

Com direito a teleprompter e fundo todo branco no Jornal Nacional, Sergio Moro aproveitou a oportunidade da sua reentrada em cena para se fazer de vítima de uma conspiração do governo e acusar Lula de colocar em risco a sua vida e a da sua família. Até aquele dia, ele estava esquecido, vivendo o ostracismo numa solitária cadeira no Senado.

Que Lula anda falando demais, sem freios e sem provas, estamos todos de acordo, mas fiquei com várias pulgas atrás da orelha com essa história.

“Fiquei sabendo que a juíza não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele. Não vou ficar atacando ninguém sem ter provas e, se for mais uma armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda”, disse Lula, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, numa solenidade na Marinha, em meio a um dia carregado de compromissos.

A juíza a que o presidente se refere é Gabriela Hardt, da hoje famosa 13ª Vara Federal de Curitiba, a mesma que ajudou Moro a mandar Lula para a prisão, em 2018, tirando-o da campanha presidencial, quando era franco favorito, e abrindo caminho para a chegada da extrema-direita ao poder, numa grande operação que envolveu políticos de oposição ao PT e militares, como o general Villas Bôas. Depois, como sabemos, Moro viraria ministro da Justiça de Bolsonaro. Tudo coincidência?

Quem, afinal, disse para Lula “ficar sabendo” que a inclusão do nome do ex-juiz nas investigações da Polícia Federal era uma “armação” do próprio Moro? Seria uma “inside information” dos órgãos de segurança para o presidente? Neste caso, Lula deveria dizer a fonte e mostrar as provas. Do jeito que falou, apenas desmereceu o republicano trabalho da Polícia Federal e do seu ministro da Justiça, o competente Flávio Dino, que salvaram a vida de um inimigo juramentado do presidente e do seu governo.

Ou foi apenas uma ilação de Lula diante dos antecedentes da dupla de magistrados de Curitiba? Só o próprio presidente poderá responder a essas dúvidas. Em outra coincidência, no mesmo dia, Hardt tirou o sigilo das investigações sobre o PCC, o que municiou Moro no seu contra-ataque a Lula.

Assim como a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para julgar os processos de Lula na Lava Jato, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, agora também é questionada a entrada de Gabriela Hardt no caso do PCC.

A dúvida foi levantada pelo Conjur, o mais conceituado site de consultoria jurídica do país, que ouviu juristas para chegar à conclusão de que “a Justiça Federal do Paraná não é competente para conduzir a investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil/PR). Como os delitos em averiguação não seriam praticados devido ao fato de ele ser parlamentar, nem em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, o processo caberia à Justiça estadual”.

E, nesse caso, como as investigações sobre o PCC foram abertas em São Paulo, o processo deveria ficar com a Justiça paulista, afirma o Conjur, que ouviu, entre outros, Afrânio da Silva Jardim, professor aposentado de Direito Processual Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Ruy Lopes Junior, professor de Direito Processual Penal da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

O novo imbróglio entre Lula e Moro, que só interessa ao ex-juiz, começou com uma entrevista do presidente à TV 247, na véspera da operação da PF, em que o presidente falou que se vingaria do seu algoz provando sua inocência, e o chamou de “merda”. Foi o que bastou para misturar tudo no no mesmo balaio e transformar Lula de vítima em algoz de Moro nas redes bolsonaristas. A lição que fica de tudo isso para o governo é que o presidente Lula deveria parar de falar em fatos e personagens do passado para centrar seus discursos e entrevistas em projetos e programas de seu terceiro governo, que está prestes a completar 100 dias, e ainda está atolado em disputas internas na base aliada sobre os rumos da economia e nas relações com o Congresso.

Na volta da viagem à China, Lula precisa arrumar a cozinha palaciana e botar ordem na articulação política e na comunicação social do governo, não podendo ser ele o único porta-voz, até para não perder a voz, como aconteceu esta semana.

*Kotscho/Uol

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Justiça

Justiça Federal do Paraná é incompetente para investigar plano contra Sergio Moro

Conjur – A Justiça Federal do Paraná não é competente para conduzir a investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Como os delitos em averiguação não seriam praticados devido ao fato de ele ser parlamentar, nem em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, o processo cabe à Justiça estadual.

E sequer cabe à Justiça paranaense, mas à paulista. Afinal, foi ela que iniciou a apuração. E os primeiros atos preparatórios para colocar o eventual projeto em prática foram praticados por integrantes do Primeiro Comando da Capital em cidades de São Paulo.

O processo que apura o suposto plano para sequestrar Moro está correndo na 9ª Vara Federal de Curitiba. A assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná afirmou à revista eletrônica Consultor Jurídico que a competência é federal, e não estadual, porque a vítima é senador. O órgão citou a Súmula 147 do Superior Tribunal de Justiça. A norma estabelece que “compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função”.

O processo que apura o suposto plano para sequestrar Moro está correndo na 9ª Vara Federal de Curitiba. A assessoria de imprensa da Justiça Federal do Paraná afirmou à revista eletrônica Consultor Jurídico que a competência é federal, e não estadual, porque a vítima é senador. O órgão citou a Súmula 147 do Superior Tribunal de Justiça. A norma estabelece que “compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função”.

Além disso, a assessoria de imprensa sustentou que a investigação tramita em Curitiba por ser o local onde Moro reside e onde o suposto sequestro seria colocado em prática. Os primeiros atos de execução do tal plano ocorreram em dezembro de 2022, quando ele já tinha sido eleito, mas não empossado.

Porém, o fato de Moro ser senador ou ter sido ministro da Justiça — cargo no qual tomou medidas que desagradaram ao PCC, segundo a juíza Gabriela Hardt — não atrai a competência da Justiça Federal, afirma Afrânio Silva Jardim, professor aposentado de Direito Processual Penal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Ele afirma que o fato de a vítima de crime contra a pessoa — como sequestro ou eventual homicídio, delitos que supostamente poderiam ser praticados contra Moro — ser funcionário público não é hipótese de atribuição do caso a juízes federais, conforme a Constituição.

O artigo 109, IV, da Carta Magna estabelece que compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.

Jardim destaca que, no caso de sequestro, tentativa de sequestro ou homicídio, não houve início da execução. E levantar aspectos do cotidiano da eventual vítima não caracteriza começo da consumação do delito. De qualquer forma, seriam crimes praticados contra Sergio Moro pessoa física, não em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Portanto, a competência é da Justiça estadual, não da federal, opina o professor.

Se há um delito que já estava sendo praticado, destaca ele, é o de pertencimento a organização criminosa — que é de mera conduta e não tem vítima. Portanto, o fato de Moro ser senador e ter sido ministro da Justiça novamente não torna a Justiça Federal competente para conduzir a investigação.

Nessa mesma linha, Aury Lopes Jr., professor de Direito Processual Penal da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, afirma que não é o caso de aplicação da Súmula 147 do STJ.

“A competência da Justiça Federal seria atraída se o crime fosse praticado contra servidor público no exercício das funções. Tem de ter atualidade do exercício. Ele (Moro) é senador hoje, mas os crimes não têm qualquer relação com isso. Não vejo justificativa para incidência da súmula, tampouco para competência federal. Inclusive, todas as restrições que o STF estabeleceu — na Questão de Ordem na Ação Penal 937 — precisam ser consideradas nessa discussão. Se um crime praticado pelo servidor, após a cessação da prerrogativa, não atrai a atuação do tribunal (ou seja, não tem prerrogativa alguma), isso também se aplica no sentido inverso”, avalia Lopes Jr, que é colunista da ConJur.

No caso citado pelo professor, julgado em 2018, o Plenário do STF restringiu o alcance do foro por prerrogativa de função. Para os ministros, parlamentares só têm foro especial se os fatos imputados a eles ocorrerem durante o mandato, em função do cargo. No caso de delitos praticados anteriormente a isso, o parlamentar deve ser processado pela primeira instância da Justiça, como qualquer cidadão. Com o fim do mandato, também acaba o foro privilegiado, fixou a corte.

Paraná ou São Paulo?
A investigação começou na Justiça estadual de São Paulo, estado onde os atos preparatórios para o suposto plano do PCC se iniciaram. Posteriormente, a parte que envolvia Sergio Moro foi cindida e enviada para a Justiça Federal do Paraná.

Se os atos preparatórios para o suposto plano se iniciaram em São Paulo, e a maioria das prisões e buscas e apreensões foi feita nesse estado, o caso deveria correr na Justiça estadual paulista.

Afrânio Silva Jardim menciona que, se a organização criminosa — o PCC — é sediada em São Paulo e começou a planejar o suposto sequestro em cidades paulistas, a competência é da Justiça estadual.

Com relação ao lugar, a competência é definida em função do crime mais grave, cita Aury Lopes Jr.. O suposto plano do PCC envolveria não apenas ataques a Moro, mas também ao promotor do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya. Ou seja, crimes de igual gravidade. Aí vale a regra da prevenção, segundo o professor. Assim, o processo deveria permanecer onde foi iniciado — na Justiça estadual de São Paulo, onde continua tramitando a apuração envolvendo o promotor.

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Opinião

Jornalista questiona suposto plano do PCC para assassinar Moro e aponta total falta de sentido

O jornalista e escritor João Paulo Charleaux, autor do livro “Ser Estrangeiro” e colaborador de publicações como Globo, Folha, Estadão, Nexo e Piauí, não vê sentido algum na história que vem sendo contada até sobre o suposto plano do PCC para assassinar o ex-juiz suspeito e hoje senador Sergio Moro. Confira:

Segundo um dos advogados dos presos, Moro nunca foi alvo. “Não vi em nenhum momento o nome de Sergio Moro”, afirmou o advogado Juan Felipe Souza sobre a operação da PF que prendeu suspeitos de planejar o assassinato de autoridades.

*Com 247

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Política

Vídeo: Lula sobre plano para matar senador: “Mais uma armação do Moro”

Polícia Federal deflagrou na quarta-feira (22/3) operação contra o PCC por suposto plano para matar o senador Sergio Moro.

Após visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou que o suposto plano para tirar a vida do senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil) é “mais uma armação”.

Na manhã de quarta-feira (22/3), a Polícia Federal deflagrou a Operação Sequaz, para desarticular o plano feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) de sequestrar e matar servidores públicos e autoridades, incluindo o ex-juiz e senador Sergio Moro e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).

Questionado se estava acompanhando os desdobramentos da operação, Lula disparou: “Eu não vou falar, porque acho que é mais uma armação do Moro. Eu quero ser cauteloso. Eu vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro, mas eu vou pesquisar e descobrir o porquê da sentença”, disse.

*Com Metrópoles

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Bolsonarismo

Mapa e mensagens mostram plano detalhado de bolsonaristas a golpe no dia 8

Bolsonaristas produziram um mapa para a logística dos transportes e se prepararam para confronto violento.

Os crimes e a tentativa de golpe no último domingo (08) foram detalhadamente planejados pelos bolsonaristas, que produziram um mapa dos transportes de todo o Brasil, previram confronto com as polícias, recomendaram a não participação de crianças e idosos e o uso de proteção e convocaram os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).

Parte desse planejamento detalhado foi revelado em reportagem do Uol, desta quarta (11), que obteve acesso a um mapa online criado pelos bolsonaristas e as mensagens de Telegram com a organização.

Como havia adiantado A Pública, o ato criminoso foi tratado internamente como “festa da Selma” e outras nomenclaturas foram usadas por eles para escapar de investigações. O grupo de bolsonaristas da região Sudeste se chamava “Caça e Pesca”, com 18 mil intregrantes. Nele, foram combinados detalhes de como chegar a Brasília, como agir, onde invadir e o que levar no dia 8.

No mapa digital compartilhado entre eles, denominado “Viagem para Praia”, estavam marcados pontos em 43 cidades do Brasil onde se podia pegar ônibus para a invasão, com o contato dos organizadores dos transportes.

“O código é festa da Selma, vai acontecer uma festa de aniversário enorme e existe uma organização muito grande para juntar e preparar os convidados”, traz a descrição do mapa.

Em outro trecho do texto do mapa, com jogo de palavras, eles informam que será empregada violência e que haverá confronto com a polícia:

“[A festa da Selma] não convidou crianças e nem idosos, quer somente adultos dispostos para participarem de todas as brincadeiras, entre elas: tiro ao alvo, polícia e ladrão, dança da cadeira, dança dos índios, pega pega, e outras.”

E pedem que os bolsonaristas levem equipamentos de proteção, soro e máscara contra gás de pimenta: “É importante que cada um leve suas coisas pessoais de higienização e proteção, inclusive: máscara para não ficar ardendo com a torta de pimenta na cara e soro fisiológico para se limpar caso espirrem algo que faça vocês chorarem e lacrimejarem, mas não de alegria, durante a festa.”

No grupo do Telegram, eles também recomendavam levar capa de chuva para evitar contato da pele com gás de pimenta. Todos esses itens de proteção foram usados pelos criminosos no dia 8.

O administrador do grupo ainda compartilhou uma foto com o local da Praça dos Três Poderes, incluindo o jardim da Esplanada dos Ministérios e uma seta para o Congresso Nacional, com a mensagem: “Pessoal, o povo em massa tem que preencher todo esse espaço principalmente dentro e fora do congresso. Aí sim derruba o governo.”

“Patriotas, agora é guerra. Não é manifestação pacífica (…) Cercar os 3 poderes. Brasília”, trazia outra mensagem dos organizadores.

O grupo “Caça e Pesca” também dizia que os CACs foram “convocados para darem suporte aos que estão nas refinarias, distribuidoras e em frente aos 3 poderes”. No mapa “Viagem para Praia”, estavam pontuadas as refinarias e distribuidoras de combustível, também alvos do terrorismo no dia 8.

Ao todo, o mapa traz 21 organizadores, com seus respectivos contatos, dos transportes das diferentes regiões do Brasil.

*Com GGN

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Bomba era plano com manifestantes do QG para estado de sítio, diz preso em Brasília

Bolsonarista diz que queria dar início ao caos e que explosivos seriam colocados também em postes próximos a uma subestação de energia.

De acordo com a Folha, o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa afirmou em depoimento à Polícia Civil que ele planejou com manifestantes do QG (Quartel General) no Exército a instalação de explosivos em pelo menos dois locais da capital federal para “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”, o que poderia “provocar a intervenção das Forças Armadas”.

Na versão dada por ele aos policiais, ao qual a Folha teve acesso, o investigado mencionou o artefato localizado neste sábado (24) nas imediações do aeroporto de Brasília e também planos da instalação de explosivos em postes próximos a uma subestação de energia em Taguatinga, cidade do Distrito Federal.

“Uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”, disse Sousa, que é do Pará e tem 54 anos.

Ele afirmou que trabalha como gerente de um posto de gasolina em Xinguá (PA) e que, desde outubro do ano passado, quando obteve licença como CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador), já teria gastado cerca de R$ 160 mil na compra de pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições.

Preso sob a acusação de tentar explodir um caminhão de combustível em uma via próxima ao aeroporto de Brasília neste sábado, Sousa também foi alvo de uma busca e apreensão.

Os investigadores recolheram ao menos cinco explosivos semelhantes ao que ele utilizou no caminhão, armas diversas e um fuzil.

Como a Folha antecipou neste sábado (24), Sousa declarou ser bolsonarista e participar do acampamento criado em frente ao quartel-general do Exército na capital federal.

O delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, afirmou que o suspeito será autuado por posse e porte ilegais de arma de fogo, munições e de artefatos explosivos, além de crime contra o Estado Democrático de Direito

O apoiador de Jair Bolsonaro (PL) afirmou à polícia que, no dia 12, data da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, teria conversado com PMs e bombeiros acionados por conter os manifestantes e que, naquele momento, avaliou que os agentes da segurança pública estavam ao lado do presidente e que em breve seria decretada a intervenção das Forças Armadas.

“Porém, ultrapassado quase um mês, nada aconteceu e então eu resolvei elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das forças armadas e a decretação de estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil”, disse.

“Eu disse aos manifestantes que tinha a dinamite, mas precisava da espoleta e do detonar para fabricar a bomba.”

Sousa narrou que na sexta (23), por volta das 11h30, um manifestante desconhecido que estava acampado no QG entregou a ele um controle remoto e quatro acionadores e que, de posse desse material, fabricou o artefato que poderia ser acionado a uma distância entre 50 e 60 metros.

Afirmou que entregou a bomba a uma pessoa a quem se referiu como Alan e teria insistido para que fosse instalada em um poste para a interrupção do fornecimento de eletricidade. Ele alegou que não teria concordado com a ideia de explodi-la no estacionamento do aeroporto.

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Política

Bolsonaro traçou um plano detalhado de destruição do Brasil

Ainda nos primeiros meses de seu governo, Jair Bolsonaro se levantou em um jantar oferecido em Washington e fez um discurso de improviso. Mas apenas a fala era intempestiva. O plano havia sido cuidadosamente planejado. O presidente, numa explosão de sinceridade, avisaria aos presentes: vamos ter de destruir o que existe.

E assim foi feito, em praticamente todas as áreas da administração pública. O desmonte ocorreu na Funai, no Ibama, nos conselhos sociais, nos canais de participação da sociedade, nos programas de combate à fome, na diplomacia, na educação, na economia, na cultura, na ciência, pesquisas e tantos outros setores.

Não foi incompetência, como alguns mais apressados poderiam anunciar. Foi um plano, com metodologia, estratégia e objetivos. O problema: enquanto a destruição foi realizada com a meta de colocar no lugar uma nova ideologia, sob o controle de um determinado grupo, quem pagou caro foi a sociedade.

O Brasil mostrou ao mundo que nenhum avanço social, democrático ou econômico tem um percurso inevitável. Em quase três anos, a “eficiência” na destruição fez a fome voltar, a pobreza explodir, os ganhos sociais serem desfeitos e a economia desabar. A mentira matou e a credibilidade do país no exterior foi sepultada. Mas os ricos ficaram mais ricos.

Num encontro informal nesta sexta-feira com banqueiros em Genebra e investidores internacionais, até mesmo aqueles que fizeram apostas em Bolsonaro – sob o guarda-chuva de uma promessa de um ultraliberalismo cego – falavam abertamente: ninguém arrisca mais dizer o que ocorrerá com o Brasil.

Caminhando para o fim de um terceiro ano de uma administração que entrará para a história como a mais perversa da era democrática do país, chegou o momento de o óbvio ser dito com todas as palavras: o projeto de destruição prometido ocorre a olhos nus, com um êxito espantoso. O resultado: uma sociedade desgovernada e exausta.

Sim, existe um plano de poder, organizado para manter privilégios de alguns poucos, com os aplausos de donos de contas em paraísos fiscais e dos jogadores do cassino chamado Brasil.

Para quem não está nesse grupo, porém, cabe a luta por um horizonte cada vez mais turvo, mais distante e mais traiçoeiro.

Enquanto isso, na base de um país cujas elites nunca aceitaram o conceito de comunidade de destino, um exército de famintos disputa sua dignidade com ratos sem escrúpulos. Inclusive na Esplanada.

*Jamil Chade/Uol

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