Categorias
Investigação

Para entender o mistério do dinheiro da Lava Jato

Luis Nassif*

Executivos da Odebrecht abriram as senhas e foram agraciados pela Lava Jato com imunidade total, civil, administrativa, tributária e penal.

As informações abaixo foram fornecidas por quem conhecia a Odebrecht por dentro.

1- Havia um servidor no prédio da Odebrecht, administrado pelo irmão do Luizinho (executivo Luiz Eduardo Soares ), com uma proteção e encriptação muito semelhante àquela do Daniel Dantas que nunca foi aberta, nem no Brasil nem nos Estados Unidos.

Havia um outro servidor em espelho permanente na Suíça. E dizia-se internamente na Odebrecht, até 2013, que havia um terceiro servidor na Suécia, do qual ninguém mais ouviu falar, na Suécia e também sincronizado ao espelho aos outros dois.

2- Quem abriu, selecionou as provas que serviriam a sua “cooperação” e à sua ” “leniência” copiados nas instalações da Odebrecht, sem a presença do Ministério Público ou Polícia Federal única e exclusivamente a … Odebrecht.

Desse material selecionado uma empresa fez ” cópia autenticada”, sem que se saiba, realmente, o que foi copiado.

3- Quando a PF quebra uma senha e tem acesso ao material encriptado, esse material desencriptado é objeto de expresso registro para poder ser prova ad perpetuam. Onde está o registro forense da desencriptação feita do servidor capturado na sede da Odebrecht?

4- Quando houve quebra da cadeia de custódia no Brasi? Entre o momento em que a PF e o MPF capturaram o servidor e sua desencriptação? Ou entre a desencriptação, que estaria obrigatoriamente na mão da PF e MPF, e a assinatura dos termos de cooperação e da leniência? Onde então houve a conspurcação das provas? Ou teriam elas sido única e exclusivamente “produzidas”, com plena ciência da Força Tarefa de Curitiba pela própria Odebrecht, pois o servidor nunca foi violado por ninguém.

5- E se é verdade que os suíços conseguiram quebrar a proteção do servidor espelho que lá estava, por que então o MPF, lançando mão do documento recém encontrado em meados de 2017, não forneceu uma cópia virgem, não conspurcada, salvando a tutela da prova?

São perguntas, mas até agora sem respostas, na confraria montada pelos Moro boys.

Hipótese mais forte
Executivos da Odebrecht abriram as senhas. Todos foram agraciados pela Lava Jato com imunidade total, civil, administrativa, tributária e penal. Quebraram a empresa e pouparam os diretores.

Depois montaram com a Petrobras a jogada com o Departamento de Justiça. A Petrobras pagou multas bilionárias, o Departamento de Justiça repassou R$ 2,5 bilhões para a tal Fundação da Lava Jato. E foi reservada uma parcela para ações de minoritários – cujo escritório mais envolvido era o de Modesto Carvalhosa, parceiro da Lava Jato, conforme se conferiu na Operação Spoofing.

Agora, tem-se o mesmo mistério com o acordo de leniência da Camargo Corrêa, com a mesma metodologia, inclusive com destinação de recursos para a Lava Jato e supervisão da Transparência Internacional.

O juiz Eduardo Appio havia quebrado o sigilo do acordo. O novo juiz, Murilo Scremin Czezacki, imposto pelo Tribunal Regional Federal da 4a Região, impôs novamente o sigilo.

Agora, levanta-se a questão central: o que está por trás da insistência do TRF4 em manter o sigilo? O que teria a esconder? É muita petulância para ser explicada apenas pela defesa política de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol

A constituição de uma Força Tarefa da Polícia Federal para rastrear o dinheiro poderá esclarecer aquele que, talvez, seja o maior mistério da Lava Jato e do TRF4.

*GGN

Categorias
Justiça

Dino faz tuíte misterioso: “em breve chegará o momento da colheita…”

Ministro não citou nomes, mas parece se referir mesmo a algum dos vários processos que envolvem Bolsonaro.

O ministro da Justiça Flávio Dino, aprovado em primeiro lugar como juiz no mesmo concurso de Sérgio Moro, fez um comentário neste domingo (27), em sua conta do Twitter, aparentemente técnico, mas, ao mesmo tempo, um tanto misterioso.

“Sempre me perguntam quando esta ou aquela investigação chegará ao final. Isso depende do sistema de justiça, com o trinômio: delegado, MP e juiz”, afirmou o ministro, ao apontar como se desenrola um processo.

Mais adiante, no entanto, Dino parece se referir mesmo a algum dos vários processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): “Com base no retrospecto, avalio que está havendo o adensamento do conjunto probatório e, em breve, chegará o momento da colheita”, encerrou.

https://twitter.com/FlavioDino/status/1695787392018338283?s=20

*Com Forum

Categorias
Política

O mistério das três malas com presentes e novas joias para Bolsonaro

Ex-presidente tomou posse com um relógio de camelô no pulso e saiu do governo com um Rolex cravejado de diamantes.

Recibo das malas despachadas

Se não cancelar a volta em cima da hora, se ao chegar amanhã não for preso por ordem de um juiz de fim de semana em busca de 10 minutos de fama, Bolsonaro irá diretamente para sua nova casa, em um condomínio perto do Jardim Botânico de Brasília, alugada pelo PL, partido que o abriga, paga salário e se aproveita de Michelle como garota-propaganda. Ou melhor: senhora-propaganda.

Dependendo dele, Bolsonaro seria recebido por uma multidão barulhenta ou histérica no aeroporto e, dali, em carro aberto, atravessaria parte da cidade. Foi o que pediu a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, mas não será assim. Ele deixará o aeroporto por uma porta lateral, e em carro fechado irá para casa. Salvo se um juiz de fim de semana, sabe como é…

Como conta Bela Megale, repórter de O Globo, a prisão de Bolsonaro chegou, ontem à tarde, a ser tratada na reunião entre a Polícia Federal, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal e outras autoridades. Se fosse preso, para onde ele seria levado? Como ex-presidente da República, teria direito a uma cela especial, sem grades, e a um atendimento também especial.

Foi assim com Lula quando o então juiz Sergio Moro, depois declarado “parcial” pelo Supremo Tribunal Federal, o prendeu. Foi assim com o ex-presidente Michel Temer (MDB) preso no meio da rua em São Paulo e transferido para o Rio por ordem de Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato. O Conselho Nacional de Justiça investiga Bretas por supostas irregularidades na condução de processos.

A reunião para decidir onde Bolsonaro ficaria preso terminou sem definir o local. Poucos acreditam na prisão, e, se ela ocorrer, decide-se na hora para onde levá-lo. Sem a imunidade que o cargo lhe conferia, ele responde a processos na Justiça comum. Seu destino está nas mãos de uma dezena de juízes, embora responda também a processos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.

Em breve, terá que encarar mais um. Sabia-se que o casal presidencial fora presenteado pela ditadura da Arábia Saudita com dois estojos de joias no valor de 176 milhões de reais. O estojo de Michelle acabou apreendido pela Receita Federal; o de Bolsonaro entrou no país ilegalmente, como se fosse contrabando, e foi entregue a ele, que o escondeu, sendo obrigado a devolvê-lo.

Mas não foi só isso. Por meio da Lei de Acesso à Informação, a agência Sportlight de jornalismo obteve um documento que mostra que foram três malas com presentes que a ditadura enviou a Bolsonaro. No documento, o tenente da Marinha Marcos André Soeiro diz que pagou o equivalente a pouco mais de 4 mil reais à companhia aérea Qatar Airways para despachar as malas:

[O custo foi referente à] necessidade de despachar três malas extras, contendo itens ofertados pelo Reino Saudita ao Estado Brasileiro, cujos comprovantes encontram-se em anexo”.

Três malas com “itens ofertados pelo Reino Saudita ao Estado Brasileiro”? O que mais havia nessas malas? Talvez um terceiro estojo. O jornal O Estado de S. Paulo descobriu que Bolsonaro recebeu dos sauditas um terceiro conjunto de joias de ouro branco e diamantes avaliado em mais de R$ 500 mil. Só um relógio Rolex cravejado de pedras vale mais de R$ 360 mil.

Bem-vindo, Bolsonaro!

Noblat/Metrópoles

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição