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STF valida mais 48 acordos de réus dos atos criminosos do 8 de janeiro

No total, 172 réus por crimes considerados como de menor gravidade se beneficiaram dessa medida até o momento.

Mais 48 réus pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 tiveram acordos com a Procuradoria-Geral da República (PGR) validados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No total, segundo a Suprema Corte, 172 réus por crimes considerados como de menor gravidade se beneficiaram dessa medida até o momento.

O acordo celebrado entre o Ministério Público e o investigado, chamado de acordo de não persecução penal, só é negociado com aqueles que respondem a ações penais exclusivamente pelos delitos de incitação ao crime e associação criminosa.

Só foram celebrados acordos com pessoas que estavam em frente aos quartéis e contra as quais não há provas de participação nas invasões aos prédios públicos.

Como não respondem por tentativa de golpe de Estado, obstrução dos Poderes da República ou dano ao patrimônio público, esses réus têm o direito ao acordo que, após validado por um juiz, pode decretar o fim da possibilidade de punição.

Condições
Além de confessar os crimes, os réus se comprometeram a prestar serviços à comunidade ou a entidades públicas, a não cometer delitos semelhantes nem serem processados por outros crimes ou contravenções penais, além do pagamento de multa.

Eles também estão proibidos de participar de redes sociais abertas até o cumprimento total das condições estabelecidas no acordo. Além disso, terão que participar de um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

Com a validação dos termos, foram revogadas as medidas cautelares impostas anteriormente pelo ministro Alexandre de Moraes. A fiscalização do cumprimento das condições caberá ao Juízo das Execuções Criminais do domicílio dos réus.

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Datafolha: 63% dos brasileiros são contra a concessão de anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro

De acordo com a pesquisa, 31% dos entrevistados são favoráveis ao perdão para os réus e condenados relacionados ao caso. Outros 2% se mostraram indiferentes.

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Datafolha revela que 63% dos cidadãos brasileiros são contrários à concessão de anistia para os responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. Naquela data, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, como resposta à derrota do então candidato à reeleição para seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

De acordo com a pesquisa, 31% dos entrevistados são favoráveis ao perdão para os réus e condenados relacionados ao caso. Outros 2% se mostraram indiferentes, enquanto 4% não expressaram opinião.

Mais de mil pessoas foram detidas em decorrência dos acontecimentos do dia 8 de janeiro e até o momento 145 foram sentenciados a penas variando entre 3 e 17 anos de prisão.

Diante da reação institucional, defensores de Bolsonaro passaram a advogar pela isenção de punição aos envolvidos. O próprio ex-presidente defendeu a anistia durante um ato na Avenida Paulista, em fevereiro.

Jair Bolsonaro é um dos investigados no inquérito do STF que apura supostos instigadores e autores intelectuais dos eventos do dia 8 de janeiro. Ele foi incluído na investigação após compartilhar, dois dias depois dos acontecimentos, um vídeo contendo acusações infundadas contra o STF e o TSE. Em depoimento à PF, Bolsonaro afirmou que a publicação foi feita por engano.

Os dados levantados pelo Datafolha indicam que 40% dos eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno são a favor da anistia, em comparação com 25% dos que optaram por Lula. Conforme o instituto, 75% dos eleitores petistas e 53% dos bolsonaristas rejeitaram a ideia de perdão.

Na avaliação de 59% dos evangélicos, que em sua maioria se alinharam ao bolsonarismo nas eleições de 2022, a anistia não deve ser concedida. Enquanto isso, outros 33% dos membros dessa religião defendem a concessão do perdão.

O Datafolha entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 19 e 20 de março para obter os dados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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Política

É preciso processar e prender os peixes graúdos da tentativa de golpe do 8 de janeiro

Por Gilberto Maringoni, em perfil de rede social, via professor Manuel Domingos Neto

É MUITO BOM QUE O GOVERNO FEDERAL promova na próxima segunda o ato solene em defesa da “Democracia inabalada”.

Ele acontecerá no Senado para marcar o primeiro aniversário da tentativa de golpe do 8 de janeiro e contará com a presença dos presidentes dos três Poderes, governadores, prefeitos, parlamentares e outras autoridades.

Mas, pelo andar da carruagem, periga ser um acontecimento estridente na forma e pasteurizado no conteúdo. De outra parte, a extrema-direita faz barulho para fazer valer sua visão dos fatos.

Comecemos pelo ato. A expectativa é que nos salões do Legislativo sejam tecidas loas a uma democracia abstrata e que sejam disparadas acusações aos responsáveis mais evidentes pela ação golpista.

São eles o lumpesinato que botou pra quebrar – e que ameaçou explodir um caminhão na entrada do aeroporto de Brasília – e tenebrosas figuras de médio escalão, como o governador do DF, Ibaneis Rocha, seu ex-secretário de Segurança, Anderson Torres, e o comandante da PM local.

Jair Bolsonaro, claro, estará na ponta da língua de alguns dos oradores, entre os quais se destacarão o próprio Lula, os representantes da Câmara, do Senado e do STF.

É POSSÍVEL QUE A LINHA adotada seja a de que a tentativa de golpe teria sido obra de médios empresários do agro e donos de postos de gasolina, juntamente com a malta acampada nas portas dos quartéis desde o final de 2022. Seriam esses o que pretendiam enforcar o ministro Alexandre de Moraes, fechar o STF, derrubar o governo recém-eleito e instaurar uma ditadura, aos gritos de “Mito!”.

Se olharmos para as experiências de troca violenta de poder no Brasil e na vizinhança, logo salta aos olhos que golpe de verdade não se improvisa. É jogo de cachorro grande e não de baderneiros.

No Brasil de 1964, no Chile de 1973, na Argentina de 1976 e na Venezuela de 2002, grupos sociais muito semelhantes, com variações locais, se articularam para emparedar sociedades, tomar o poder, mudar regimes e reprimir descontentes. Esses setores eram sempre as forças armadas, a embaixada dos EUA, o grande capital, a cúpula da Igreja católica e a mídia corporativa.

DIFUNDIR A IDEIA de que pés de chinelo movidos a picanha e cerveja de graça, mesmo que liderados por um genocida, dessem cabo de uma empreitada dessas significa fazer pouco caso da inteligência alheia.

Parece haver uma operação cortina de fumaça para livrar a cara de gente mais qualificada.

Supor, por exemplo, que os militares evitaram um golpe em 8 de janeiro de 2023 por sua arraigada fé democrática, como várias autoridades repetem, implica viajar de primeira classe na maionese.

Curioso é que esse tem sido o traço unificador do discurso de personagens distintos entre si, como o ministro Alexandre de Moraes e o titular da Defesa, José Múcio Monteiro.

Parecem não lembrar que o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira se somou ao então presidente Bolsonaro, pouco antes das eleições presidenciais, ao levantar a lebre de que haveria “risco relevante” nas urnas eletrônicas, sugerindo uma “investigação técnica” nos equipamentos.

Ou que o acobertamento dos vândalos nas portas dos quartéis esteve a cargo de diversos comandantes militares.

Vamos combinar: o que inviabilizou o golpe bolsonarista foi a falta de apoio externo – o governo Biden deixou clara sua contrariedade – e a divisão do grande capital, cuja maior fração embarcara na candidatura Lula pouco antes das eleições de outubro.

É BEM VERDADE que Moraes destacou, em entrevista recente, não ser “possível ter clemência com uma tentativa de golpe”.

Prossegue ele: “Não é possível esquecer quem tentou subverter a democracia no Brasil. (…) Todas as pessoas civis ou militares, da reserva ou da ativa, políticos ou não, todos serão responsabilizados”.

Espera-se que o ministro não recue.

Sempre vale puxar pela memória e verificar que a turma da farda não tem tradição na defesa da legalidade constitucional entre nós.

Em todos – todos! – os ataques à democracia empreendidos desde o golpe republicano de1889, o tropel dos coturnos foi ouvido.

Conspirando, colocando tropa na rua, montando ditaduras, aparatos repressivos e subordinando-se sempre à potência dominante, integrantes desse setor têm forte responsabilidade na construção de nossa sociedade desigual e injusta.

DIFICILMENTE LULA em seu discurso do próximo dia 8 apontará o dedo contra membros de uma instituição de Estado que colheu imenso desgaste durante os anos Bolsonaro, seja por denúncias de corrupção, pela direção irresponsável que imprimiu ao Ministério da Saúde, ou pela incessante busca de boquinhas governamentais.

Além disso, é pouco provável que mencione os partidos políticos ligados ao genocida, agora aboletados em seus ministérios (PP, Republicanos, PSD e União Brasil).

O líder petista construiu a administração com essa gente, por vários motivos, e não pode investir contra ela a quente. “Somos um só povo”, assinala um slogan preparado pela área de comunicação oficial.

APESAR DA NÍTIDA MUDANÇA DE ARES no país, neste primeiro ano, o governo protagonizou recuos sem conta.

Diz o lugar-comum: “não existe vácuo em política”. Aproveitando a deixa, a oposição de extrema-direita mais uma vez mete o pé na porta.

Na sexta (5), trinta senadores, entre eles Rogério Marinho (PL), Ciro Nogueira (PP), Flávio Bolsonaro (PL), Tereza Cristina (PP), Damares Alves (Republicanos), Esperidião Amin (PP), Hamilton Mourão (Republicanos) e Sérgio Moro (União) lançaram a “Manifestação pública referente ao ato Democracia Inabalada, convocado pelos chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário”.

Em duras palavras, denunciam “falhas por parte do governo federal” na contenção da depredação de um ano atrás.

O ataque é direto ao STF, que teria cometido “práticas abusivas” no inquérito das fake news e nas prisões da arraia miúda dos golpistas.

Denunciam “omissões flagrantes de autoridades do governo do Presidente Lula” durante a arruaça de janeiro passado. E seguem: “Ao contrário do afirmado pelo Presidente Lula, a democracia, para nós, não é relativa”. Finalizam altissonantes: “Apelamos (…) aos chefes dos Poderes da República a voltarem a atuar dentro dos ditames constitucionais com a consequente volta à normalidade democrática”.

A AUSÊNCIA DELIBERADA dos governadores de oposição no evento do Senado – com destaque para os do Sul-Sudeste e do DF – completará a risca de giz com que a extrema-direita pretende delimitar os campos no Brasil.

Ou seja, se Lula, como é de seu feitio, faz de tudo para conciliar opostos e evitar bolas divididas, o conservadorismo coloca a política no posto de comando e chama o governo para briga.

Seguramente assim age por se sentir fortalecido diante dos já citados recuos oficiais, como os realizados frente à Faria Lima (com a adoção do novo arcabouço fiscal), ao centrão, aos militares, às igrejas neopentecostais, às ações da política externa em relação a Israel etc. Preocupante.

PARA TERMINAR, UMA HISTORINHA.

Entre 2002-13, durante os governos de Hugo Chávez, estive cerca de 15 vezes na Venezuela. Escrevi dois livros e inúmeros artigos e reportagens sobre o país. Chávez sofreu uma tentativa de golpe entre 11 e 13 de abril de 2002, como me referi no início. Forte resistência popular e um racha nas forças armadas desbarataram a mazorca.

A partir daí, em toda oportunidade, em especial nos aniversários da intentona, ele fazia questão de denunciar o ataque à democracia e alardear alto e bom som quem eram os responsáveis. Agia assim em eventos solenes, em formidáveis manifestações de massa e em viagens internacionais.

Tornou a memória do combate ao golpe algo vivo, fazendo dele uma fonte de legitimidade de sua gestão. Houve outras ameaças. Mas a demarcação politizada de campos em disputa tornou-se uma espécie de vacina contra aventuras rupturistas.

VÁRIOS ANALISTAS RECLAMAM da intensa polarização existente no Brasil. O governo Lula faz de tudo para evitar bater de frente com o ultraconservadorismo. Entre os motivos há o fato de bolsonaristas ocuparem importantes cargos federais, assim como vários projetos neoliberais integrarem o atual leque de políticas públicas, como a austeridade fiscal.

A polarização faz parte da democracia. Não há como fugir dela. Seu oposto é o pensamento único.

Mesmo que o governo Lula tente a todo custo evitar enfrentamentos, como provavelmente fará na segunda-feira, eles são inerentes à vida social.

A extrema-direita, ao contrário, faz da polarização seu elã vital. Ela trabalha para que suas orientações fiquem nítidas aos olhos da população. Com isso, politizam o enfrentamento.

APESAR DE DISCORDAR frontalmente do mérito de suas propostas, é necessário reconhecer que no método de ação a extrema-direita pode consolidar ainda mais sua base social, visando acentuar a defensiva do governo.

No caso dos militares, Lula fez um grande acordo para apaziguar suas relações com eles, nomeando um político da elite ultraconservadora de Pernambuco, formado na ditadura, para chefiar a Defesa, oferecendo-lhes mais autonomia política – suas ações muitas vezes são dissonantes à política externa, por exemplo – e voltando a aumentar o naco do orçamento público a eles destinado.

A tais vantagens, soma-se a perspectiva de impunidade. Ao que tudo indica, o ato de 8 de janeiro visa sacramentar mais uma vez esse pacto pelo alto, passando o pano para a atuação dos comandantes nos últimos anos.

Despolitizar a ação governamental e ceder sempre aos corpos armados são iniciativas que historicamente não tiveram desfechos positivos para a democracia. Que nunca é abstrata, diga-se de passagem.

*Gilberto Maringoni é jornalista, cartunista e professor Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC.

 

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Editorial do Estadão exigindo a liberdade dos terroristas do 8 de Janeiro, diz tudo sobre o jornalão.

Até nas terras de Camões, no século XIX, já se sabia que, aqui no Brasil, o periódico da província paulista era o principal cão de guarda da oligarquia das terras cabrálias.

Sua história sempre foi a de azeitar os interesses dos donos do dinheiro grosso e azedar a dos trabalhadores e das camadas mais pobres da população.

Ou seja, o Estadão sempre teve lado, sempre prediletos, e estes sempre ricos.

Por isso, em 218, ele apoiou Bolsonaro, que teria Paulo Guedes, que achava um absurdo empregada doméstica ir à Disney e que governava para os ricos, pois eles é que mandam no país.

O homem do dinheiro do governo Bolsonaro sempre foi um bibelô para a Faria Lima, que soube como ninguém fazer os lucros dos rentistas crescerem muito na pandemia, enquanto Bolsonaro seguia firme no seu intuito de negar vacina para o povo e, por consequência, a morte de mais de 700 mil brasileiros.

Pois bem, o mundo inteiro que o mesmo sujeito que, de dentro do Palácio do Planalto, coordenou o dia do fogo na Amazônia, é o mesmo que comandou os atos terroristas do dia 8 de janeiro de 2023.

Então, de forma crua, o Estadão está pedindo que o mesmo capitão, expulso das Forças Armadas, por planejar atos terroristas de extrema violência dentro e fora dos quartéis, assim como comandou todos os atos terroristas a que assistimos contra as sedes dos três poderes da República.

Quando, mais uma vez, o Estadão defende Bolsonaro, porque é isso que ele faz em seu editorial, escancara que, do ponto e vista da ética e da democracia, que um sujeito que tentou dar um golpe no país, que sempre defendeu a ditadura,  recebesse uma espécie de indulto pelo simples fato de governar para os interesses daqueles para quem o Estadão sempre trabalhou, como panfleto dos granfinos.

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Opinião

Malafaia, a mando de Bolsonaro, convoca manifestação “pacifica” em favor do terrorismo

Sim, ao fim e ao cabo essa é a tônica de uma manifestação sem pauta, sem reinvindicação, sem nada.

Os terroristas foram convocados para se manifestarem na Paulista pelo terrorismo de 8 de Janeiro.

De quebra, Bolsonaro, além de medalhonar os terroristas do dia 8 de Janeiro na Paulista, quer espantar os próprios urubus aliados que já o comem vivo porque sabem que ele está, politicamente, um morto vivo, uma carcaça de ferro velho, que trabalha para cancelar qualquer outra hiena.
Para o bem do Brasil, Bolsonaro tem que ser preso pelos inúmeros crimes que cometeu e ainda não pagou por nenhum.
Hoje, com a certeza de que nada de fato acontece com ele e os seus, convoca manifestação em defesa dos terroristas que tocaram fogo em Brasília em 8 de janeiro, sob seu comando.
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Justiça

No julgamento do 8 de Janeiro, Moraes rebate defesa de réu e diz que atos não foram ‘domingo no parque’

No julgamento do 8 de Janeiro, Moraes rebate defesa de réu e diz que atos não foram ‘domingo no parque’

No julgamento dos primeiros réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro, nesta quarta-feira (13), o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que a Corte já decidiu ser responsável por julgar os processos contra os réus acusados de depredar as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro. Moraes reagiu às declarações da defesa de um dos réus, que pediu que o julgamento fosse suspenso e que a Corte reconhecesse que os casos deveriam ser analisados na primeira instância. Moraes também criticou o “terraplanismo” e o “negacionismo” dos que tentam minimizar os ataques às instituições, segundo O Globo.

— Às vezes o terraplanismo e o negacionismo de algumas pessoas faz parecer que no dia 8 de janeiro tivemos um domingo no parque. Então as pessoas vieram, pegaram uma tíquete, entraram uma fila, assim como fazem no Hopi Hari, na Disney. “Agora vamos invadir o Supremo, agora o Palácio do Planalto. Agora vamos orar na cadeira do presidente do Senado” — ironizou o ministro.

Ele frisou, em seguida, que houve “mais de mil acórdãos que reconhecem a competência” do STF para julgar os réus acusados de participar do 8 de janeiro, mesmo que não tenham foro privilegiado. O ministro se referiu às decisões colegiadas que receberam as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os envolvidos nos atos golpistas.

No início do julgamento nesta manhã, Moraes mencionou que o prejuízo estimado pelos estragos causados no dia 8 de janeiro foi superior a R$ 15 milhões. Ao ler o relatório sobre a primeira ação penal analisada, o magistrado elencou os valores calculados após a invasão dos prédios.

— O prejuízo inicialmente estimado, e sem contar os danos incalculáveis a bens da União, foi de R$ 3,5 milhões no Senado Federal e R$ 3,039 milhões na Câmara dos Deputados. No Palácio do Planalto, os danos ultrapassam o valor de R$ 9 milhões apenas com obras de arte. No Supremo Tribunal Federal, ainda não há prejuízo estimado. Todos os valores serão aferidos — disse ele.

Moraes relembrou a destruição causada pelos radicais, que, segundo ele, estavam “possuídos de ódio irracional, quase patológico” e, “imbuídos de ousadia, ignorância, destroçaram bens públicos sujeitos a proteção especial, tombados pelo patrimônio histórico, como mobiliário, tapetes e obras de arte”.

— Mas advirto: não destruíram o espírito da democracia. Não foram nem jamais serão capazes de subvertê-lo, porque o sentimento de respeito pela ordem democrática continua, e continuará a iluminar as mentes e corações desta Corte Suprema, que farão prevalecer sempre os fundamentos éticos e políticos que informam e dão sustentação ao Estado Democrático de Direito — completou o ministro.

 

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Opinião

O Sul de Minas nas batalhas gloriosas de 8 de janeiro

Luis Nassif*

O Sul de Minas ainda está em polvorosa com os expedicionários que participaram da gloriosa expedição de 8 de janeiro para Brasília.

A volta não foi das mais gloriosas. Gordinho, de óculos, Miguel da Laranja, de Areado, foi visto pisoteando o Supremo Tribunal Federal. Voltou para Areado com tornozeleira eletrônica e ainda recebeu uma bronca pública da senhora Miguel das Laranjas:

“Seu abestado, você não tem dinheiro para me levar em Alterosa e vai aprontar em Brasília. E ainda volta com esse troço na canela”.

Outro personagem épico, uma espécie de Anita Garibaldi da Mantiqueira, foi uma senhora de Poços de Caldas, de 83 anos. Ela encrespou na saída, quando descobriu que o motorista do ônibus era petista. Tiveram que convencê-la de que ele era apenas um trabalhador.

Mas o petista salvou pelo menos 19 passageiros.

Na verdade, chegaram um pouco atrasados para a grande batalha épica. Resolveram sair duas da manhã para não atrapalhar o movimento das suas lojas. Quando chegaram, a bagunça já estava armada

O motorista petista, então, deu ideia de uma fuga estratégica. Levou o ônibus para Luziânia, de lá para Uberlândia, depois para Uberaba até voltar para o sul de Minas.

Só ficou em Brasília a Anita Garibaldi idosa, que acabou voltando para Poços de tornozeleira.

Agora, o pânico grassa na região. Sabendo disso, um advogado espertalhão chegou na região e convenceu alguns viajantes que estavam fichados. Dispôs-se a acompanhá-los até a delegacia da Polícia Federal de Pouso Alegre mediante honorários módicos de R$ 15 mil.

Os incautos foram convencidos a tempo que, posto que nem desceram dos ônibus, não estavam sendo procurados.

Um deles, um pouco mais assustado, foi se refugiar na casa de um tio, na zona rural. Ficou escondido, sem avisar sequer a família.

Mas quase se entregou quando chegou outro tio, acompanhado de um fotógrafo de O Alfenense. O tio tinha trazido um bolo de chocolate meio grande e pediu para o fotógrafo ajudar a carregar. Só isso. Mas provocou uma fuga do sobrinho pela janela dos fundos, escondendo-se no mapa até os visitantes iram embora.

Só ficou em Brasília a Anita Garibaldi idosa, que acabou voltando para Poços de tornozeleira.

Agora, o pânico grassa na região. Sabendo disso, um advogado espertalhão chegou na região e convenceu alguns viajantes que estavam fichados. Dispôs-se a acompanhá-los até a delegacia da Polícia Federal de Pouso Alegre mediante honorários módicos de R$ 15 mil.

Os incautos foram convencidos a tempo que, posto que nem desceram dos ônibus, não estavam sendo procurados.

Um deles, um pouco mais assustado, foi se refugiar na casa de um tio, na zona rural. Ficou escondido, sem avisar sequer a família.

Mas quase se entregou quando chegou outro tio, acompanhado de um fotógrafo de O Alfenense. O tio tinha trazido um bolo de chocolate meio grande e pediu para o fotógrafo ajudar a carregar. Só isso. Mas provocou uma fuga do sobrinho pela janela dos fundos, escondendo-se no mapa até os visitantes irem embora.

*GGN

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Justiça

Moraes determina quebra de sigilo e entrega de todas as imagens do Planalto do dia 8 de janeiro

GSI alegou que não divulgou imagens devido à investigação interna sobre atuação de agentes.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira a quebra de sigilo de todas as imagens do circuito interno do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro, quando ocorreram atos golpistas na sede dos Três Poderes.

A decisão de Moraes atende a consulta feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre a divulgação ou não das imagens, para atender a requerimentos feitos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). O GSI alegou que não tem liberado o conteúdo porque a conduta de agentes que aparecem na imagem está sendo investigada em uma sindicância.

O ministro, no entanto, afirmou que “inexiste sigilo das imagens” e que a situação atual não configura uma exceção aos princípios de publicidade e transparência.

Desde janeiro, o GSI vem rejeitando diversos pedidos para a obtenção das imagens do 8 de janeiro por meio da LAI. Além disso, o ministério também se recusou a entregar o material à CPI dos atos golpistas da Câmara Distrital do DF e à deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP).

Entretanto, na quarta-feira a CNN Brasil exibiu parte das imagens, que mostravam o então ministro do GSI, Gonçalves Dias, no Planalto no dia. Dias pediu demissão após a divulgação dos vídeos. Nesta sexta, ele prestou depoimento à Polícia Federal (PF).

Envio de imagens

Na decisão desta sexta, Moraes ainda ordenou que “todo material existente” do circuito de câmeras do Planalto no dia dos atos seja enviado ao STF em até 48 horas.

No dia 8 de janeiro, Moraes havia determinado que a PF obtivesse “todas imagens das câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial” dos envolvidos no atos.

Depois, em decisão assinada na quarta-feira, mesmo dia em que Dias pediu demissão, o ministro determinou que a corporação deveria informar se cumpriu “integralmente” a ordem, inclusive em relação às imagens exibidas pela CNN Brasil. A PF também deve dizer se realizou laudos periciais “e quais as providências tomadas”.

Depoimento de servidores

Na mesma decisão desta sexta-feira, Moraes determinou que a PF tome o depoimento em até 48 horas de todos os servidores do GSI que foram identificados nas imagens, “para aferição das condutas individuais”.

Além disso, no mesmo prazo o ministério deve enviar a cópia integral da sindicância instaurada contra os agentes.

*Com O Globo

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