O reverendo Amilton Gomes, que presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (3) por ter negociado vacinas com o Ministério da Saúde, chorou após ser provocado pelo senador governista Marcos Rogério, que questionou se ele não estava arrependido de ter se envolvido com golpistas em esquema de vacinas.
“Peço desculpa ao Brasil porque o que eu cometi não agradou aos olhos de Deus, mas estou aqui para voltar e dizer que eu… quem me conhece sabe, na minha igreja eu tiro os meus sapatos para pessoas carentes que chegam lá”, disse o reverendo, chorando. “Esse erro que eu cometi foi um erro que, se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Peço perdão a todos os senadores e deputados”, completou.
O reverendo se disse ativista em causa humanitária, responsável por uma ONG criada por ele, a Senah – Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários. Foi em nome dela que o líder religioso contatou o governo federal, mas sem explicar com quem tem acesso para ter apresentado representantes de empresas privadas que ofereciam vacinas que sequer existiam, como Luiz Paulo Dominghetti e Cristiano Carvalho, da Davati.
“O senhor chorou e se arrependeu do quê?”, indagou o presidente da CPI, Omar Aziz, após o choro. “Era tudo fanta laranja”, continuou, em referência aos representantes da Davati e ao próprio reverendo. “É tudo Fanta, você toma e não tem gosto de laranja, mas é Fanta”, explicou. “Essa história não dá para entender. Como é que o senhor foi recebido sem ter credencial alguma para isso? As suas credenciais não eram boas”.
Comissão parlamentar abre frente contra Forças Armadas ao investigar o envolvimento de militares nas negociações suspeitas de vacinas. Senadores devem reconvocar o coronel Elcio Franco, secretário-executivo de Eduardo Pazuello e atualmente na Casa Civil.
Na semana tensa que marcou Brasília, o embate entre os integrantes da CPI da Covid e o governo federal subiu um degrau. Desde a instalação da comissão parlamentar de inquérito, em abril, os senadores acumulam confrontos com integrantes do Ministério da Saúde e, com frequência quase diária, com a Presidência da República. Mas um novo front estourou na última quarta-feira, quando o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), comentou sobre o envolvimento de militares nas denúncias de corrupção no processo de compra de vacinas contra a covid-19. Foi o suficiente para a caserna reagir, de forma dura, por meio de uma nota de protesto e advertência assinada pelo ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas. O choque entre a CPI e os militares, com reflexos no Planalto e no Congresso, obrigou o presidente do Senado a agir para conter os ânimos.
A crise entre a CPI e a caserna teve origem nas declarações de Omar Aziz. Durante o depoimento de Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, o presidente da CPI disse que “os bons” militares devem estar envergonhados dos “membros do lado podre das Forças Armadas” que “estão envolvidos com falcatrua dentro do governo”. Apesar do tom forte das declarações, Aziz tomou a precaução de não generalizar, ressaltando, por exemplo, o trabalho das Forças Armadas em seu estado natal. Mas o cuidado foi insuficiente. Em resposta, aos ataques, o Ministério da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica emitiram uma dura nota, na qual advertiram que “não aceitarão qualquer ataque leviano”. “Não me intimidem”, respondeu Aziz ao aviso dos fardados.
O ponto nevrálgico do embate entre a CPI e os militares é a disposição dos senadores de investigar a participação de integrantes naquelas instituições, da ativa ou da reserva, nas supostas irregularidades na aquisição de vacinas pelo governo Bolsonaro. Senadores avaliam que os comandos militares buscam, com a reação considerada desproporcional, preservar a credibilidade das Forças, no momento em que as investigações indicam graves suspeitas sobre a conduta do general Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde, do coronel Elcio Franco, ex-secretário executivo, e de outros integrantes com patente envolvidos nas negociações sobre as vacinas contra a covid. Nos bastidores, os senadores receberam como uma ameaça a toda a comissão, que em meio às apurações de possíveis irregularidades nas negociações de vacina contra a covid-19, tem se aproximado cada vez mais de nomes de militares.
Grupos em disputa
Na avaliação de integrantes da CPI, a mensagem revela o receio de que as apurações cheguem a mais militares, inclusive de alta patente. Estão na mira fardados que já atuaram no Ministério da Saúde, chefiado durante a maior parte da pandemia por Pazuello, e na Casa Civil, como o próprio signatário da nota, o ministro da Defesa, general Braga Netto, que foi ministro palaciano entre fevereiro do ano passado e março deste ano.
Há senador na CPI afirmando que a comissão já tem motivo para convocar ele. Afinal, boa parte do que está sendo apurado pela comissão ocorreu durante o período em que Braga Netto era ministro da Casa Civil e coordenador do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 — um “gabinete de crise” criado pelo governo para articular e monitorar as ações interministeriais de enfrentamento à pandemia. Entretanto, a maioria dos parlamentares da comissão prefere deixar a convocação de Braga Netto mais para frente, se for o caso, para evitar mais desgastes. Um dos fatores são os rumores, na comissão, de que o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, que depôs à CPI na última quarta-feira e foi preso por ordem do presidente Omar Aziz, teria um dossiê que comprometeria pessoas da Casa Civil, inclusive Braga Netto.
No depoimento à CPI, Roberto Dias disse, por exemplo, que toda negociação de vacina contra a covid-19 ficava concentrada na secretaria-executiva, apesar de todas as outras compras serem de responsabilidade do departamento que era dirigido por ele. Em determinado momento da inquirição, o senador Aziz perguntou ao ex-diretor se alguma vez o ex-ministro Pazuello deu uma ordem ao coronel Elcio Franco e ela não foi cumprida. Diante da resposta de Dias que ele não tinha nenhuma memória sobre ordem descumprida, Aziz soltou:
“O senhor sabe que o senhor fez um dossiê para se proteger. Eu estou afirmando, eu não estou achando. Nós sabemos onde está esse dossiê e com quem está. Não vou citar nomes para que a gente não possa atrapalhar as investigações. O senhor recebeu várias ordens da Casa Civil por e-mail, lhe pedindo para atender… Era ‘gente nossa’, ‘essa pessoa é nossa’. Não foi agora, não. Isso foi durante o tempo todo em que vossa excelência estava nesse cargo. Estou tentando ajudá-lo porque, do nada, criaram uma situação pra você”. O presidente da CPI fala da Casa Civil no período em que ela foi chefiada pelo general Braga Netto, que atuou no ministério de fevereiro do ano passado a março deste ano, quando foi nomeado ministro da Defesa.
A posição de Roberto Dias também interessa aos senadores porque mostra o conflito que estabeleceu entre militares e propostos do Centrão no Ministério da Saúde. Os parlamentares querem saber, por exemplo, o que levou o ex-ministro Pazuello a tentar demitir, sem sucesso, Roberto Dias em outubro do ano passado. Os senadores acreditam que esse pedido de demissão partiu do coronel Elcio Franco. A demissão de Roberto Dias, indicado ao ministério pelos caciques do DEM, foi revertida. Mas dois subordinados do ex-diretor foram exonerados. À CPI, Dias alegou que as demissões foram injustas, mas não soube dizer o motivo.
Os senadores estão cada vez mais convencidos de que a investigação sobre propinas na compra de vacinas passa pela completa varredura das ações protagonizadas por indicados políticos, militares e até reverendo. “Espero, sinceramente, que não fiquemos apenas com dois núcleos criados nesse ‘propinoduto’ para levar vantagem, porque já temos um do Ministério da Saúde, um que parece que agora é o núcleo militar, só falta agora a religião entrar nesse processo. Queira Deus que nós não tenhamos aqui que dar esse desgosto para a população brasileira”, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Na mira da CPI
Quem são os oficiais citados nos depoimentos e nas investigações da Comissão que investiga a atuação do governo no enfrentamento da pandemia.
General Braga Netto – Atual ministro da Defesa, é um dos signatários da nota dirigida ao presidente da CPI, Omar Aziz. Braga Netto. Está na mira da CPI porque, como ministro da Casa Civil de fevereiro de 2020 a março de 2021, coordenou o Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19.
General Eduardo Pazuello – Ex-ministro da Saúde. Até aqui, não foi citado em suspeita de corrupção na compra de vacina. É amplamente citado, entretanto, em outras falhas no enfrentamento à pandemia: demora na compra de imunizantes, incentivo ao uso de medicamentos ineficazes contra a covid-19, inação na crise de oxigênio em Manaus.
Coronel Elcio Franco – Secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello. Atualmente é assessor especial da Casa Civil, chefiada pelo general Luiz Eduardo Ramos. Segundo depoimentos colhidos pela CPI, as negociações de vacina contra covid-19 ficavam concentradas na secretaria-executiva, e que Elcio Franco conduziu as negociações da Covaxin. O coronel já foi citado em mais de um depoimento, e tem sido um dos focos nas perguntas dos senadores. Os parlamentares pretendem ouvi-lo novamente.
Coronel Marcelo Pires – Ex-diretor de Programa do Ministério da Saúde. O servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, ouvido pela CPI junto com o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), relatou “pressões atípicas” para agilizar a importação da vacina indiana Covaxin. Luis Ricardo mencionou nominalmente Pires como uma das pessoas que ele diz tê-lo pressionado.
Tenente-coronel Alex Lial Marinho – Ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde. Luis Ricardo Mianda afirmou à CPI que também foi pressionado por Alex Lial para agilizar a importação da Covaxin.
Tenente-coronel Marcelo Blanco – Ex-assessor do Departamento de Logística. Teria apresentado o cabo da PM Luiz Paulo Dominghetti ao ex-diretor do Departamento de Logística Roberto Dias. Segundo Dominghetti, Blanco estava presente no jantar em um shopping de Brasília em que Dias pediu propina de US$ 1 por dose na compra de 400 milhões de unidades da AstraZeneca. Três dias antes do jantar, Blanco abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos.
Tom de militares surpreende até governistas
A nota dos militares critica diretamente o senador Omar Aziz, afirmando se tratar de uma acusação “grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”. No dia em que fez a declaração que causou alvoroço, Aziz se retratou em seguida, depois de ser alertado por colegas. Ainda na sessão, disse que não estava generalizando, e elogiou os militares. Diante disso, a nota dos militares foi vista até pelos governistas como um “excesso” e evitável.
O tom duro da missiva não é consenso na ala militar. Divulgada a reação em nome das Três Forças, senadores receberam ligações de integrantes da ativa que tentaram apaziguar os ânimos e evitar um desgaste institucional. O próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ter conversado com Braga Netto na manhã seguinte e encerrado o conflito “fruto de um mal-entendido”.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), “Bolsonaro tem procurado instrumentalizar as instituições de Estado”. “O tempo inteiro fala como se as Forças Armadas estivessem a serviço dele. Ele tem levado a uma politização inadequada”, disse, ressaltando não haver crise entre o Senado e as Forças.
Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) esclareceu que a CPI não mira a instituição militar. Mas não deixou de ressaltar que seus membros podem ser responsabilizados, caso estejam envolvidos em esquemas de corrupção. “Vamos, sim, investigar o que aconteceu nos porões do Ministério da Saúde. E, na medida em que esses fatos forem sendo conhecidos e essas provas apresentadas, nós vamos cobrar a punição dos seus responsáveis, sejam eles civis, sejam eles militares”, afirmou.
Intermediários
As suspeitas de irregularidades da comissão giram em torno de vacinas que tiveram intermediários: a Covaxin, da Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos (alvo da CPI); a AstraZeneca negociada pela Davati Medical Supply; e a chinesa Convidecia, produzida pelo laboratório CanSino, que era representada pela empresa Belcher Farmacêutica. As duas primeiras são o principal foco da comissão no momento.
Presidente disse ainda que não vai responder a carta de “três bandidos”, ao se referir ao ofício dos senadores Omaz Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues sobre as suspeitas no contrato da Covaxin.
O Globo – O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã deste sábado, que não pode tomar providências sobre tudo que chega para ele ao comentar o encontro com o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) para tratar das irregularidades encontradas no contrato de compra da vacina Covaxin. Em entrevista à rádio Gaúcha, durante viagem ao Rio Grande do Sul, Bolsonaro disse ainda que o governo não gastou “um real” com a vacina e que os fatos narrados na CPI da Covid sobre o superfaturamento do contrato são uma “história fantasiosa”. Atacou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a quem chamou de “bandidos”.
— Eu não me reuni… Ele pediu uma audiência pra conversar comigo sobre várias ações. Eu tenho reunião com mais de 100 pessoas por mês, dos mais variados assuntos. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência — afirmou Bolsonaro ao comentar a reunião relatada por Luis Miranda.
Miranda e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, prestaram depoimento na CPI na semana passada. Eles disseram que houve pressão na pasta para liberar a importação da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, e que tiveram um encontro com Bolsonaro relatando o caso.
— A compra seria 400 milhões de doses. A compra seria mil por cento sobre o faturamento. Não é a imprensa, é o que a CPI andou falando. Superfaturamento: mil por cento. Dose 15 dólares, passou para 150 dólares. Você multiplica 400 milhões de doses, vezes 150 dólares, vezes 5 reais. Isso dá 300 bilhões de reais. Isso é um coisa absurda, pelo amor de Deus. Eu assinei uma MP de 20 bilhões para comprar vacina para todo mundo. É uma história fantasiosa. Só serve a Renan Calheiros, só serve a Omar Aziz ou aquele deputado Randolfe lá do Estado dele, não é nada isso aí! — disse Bolsonaro.
Durante a sessão de quinta-feira, (8) da CPI da Covid, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) tomou a fala e fez duras acusações ao presidente Jair Bolsonaro sobre a condução da pandemia. “[Há] doze dias o presidente […] fala à nação de forma a assacar contra todo mundo. Não é o senhor que vai parar essa CPI”, disse. “Lhe acuso de ser contra a ciência, de não querer fazer propaganda para a vacinação do povo brasileiro, de tentar desqualificar as vacinas que estão salvando vidas”. Aziz também se referiu a nota emitida ontem pelo Ministério da Defesa que mencionava falas do senador sobre o Exército. “Não misturei as Forças Armadas com alguns que estão a serviço deste governo”, disse.
O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), não errou ao afirmar que “membros do lado podre das Forças Armadas estão envolvidos com falcatrua dentro do governo” e que os honestos devem estar muito envergonhados.
Toda categoria profissional, todo grupo social, tem pessoas honestas e desonestas. Negar isso é encarar a si mesmo como detentor de uma natureza divina.
Ao invés de tentar intimidar o Senado Federal com uma nota indignada que ameaça o Poder Legislativo, o ministro da Defesa e a cúpula das Forças Armadas gastariam melhor o seu tempo depurando suas próprias fileiras. Pois há militares que, com sua ação e inação, foram cúmplices tanto da montanha de 527 mil mortes por covid, como o general Eduardo Pazuello, quanto da corrupção na compra de vacinas.
Aziz não fez uma generalização, como está sendo acusado, apenas deixou claro o que todo mundo está vendo com os escândalos que estão sendo revelados pela CPI. Isso sem contar o envolvimento de militares em outros problemas, como grupos de milicianos no Rio de Janeiro.
“Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”, diz a nota. Mostra, dessa forma, o quanto ela está afastada dos fatos, pois a CPI está nadando em terabytes de dados e provas.
O texto termina dizendo que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.
Melhor fariam se, ao invés disso, afirmassem que não vão aceitar que militares sejam cúmplices na promoção de necropolíticas negacionistas ou se envolvam em negociatas de vacinas.
Troca de comando e a Pazuellada
A nota é exatamente aquilo que Bolsonaro esperava do ministro da Defesa, general Braga Netto, ao coloca-lo no lugar do general Fernando Azevedo e Silva em março. E ao provocar a substituição dos três comandantes das Forcas Armadas. Desejava alguém que saísse em sua defesa e em oposição a quem o fiscaliza e o investiga.
Enquanto isso, o Exército, a maior das forças, que também assumiu um papel de enfrentamento diante do Senado Federal, abaixou a cabeça para a Presidência da República ao absolver o general Eduardo Pazuello. O ex-ministro da Saúde ignorou as regras da corporação ao participar de uma micareta eleitoral com o presidente no Rio de Janeiro. Ficou por isso mesmo.
Uma das justificativas que circularam é que ajoelhar-se a Bolsonaro foi a saída encontrada para evitar um mal-estar que levaria à substituição do comandante do Exército por outro general que, por sua vez, se ajoelharia à Bolsonaro.
Na prática, Bolsonaro jantou o Exército de olho na sobremesa: o alinhamento de grandes contingentes das forças policiais às suas necessidades e uma possível insubordinação deles em relação aos governos estaduais. Devorador de instituições, o presidente vai dobrando-as em nome de seu projeto de poder. Tudo pensando nas eleições de 2022.
Lentamente, as instituições que não podem ser domesticadas pelo bolsonarismo vão sendo consideradas inimigas, tornando-se alvo de pedidos de fechamento por parte de seguidores fanáticos do presidente, como é o caso do Supremo Tribunal Federal.
O Congresso Nacional era apontado constantemente como um desses inimigos. Em abril do ano passado, um ato golpista, realizado em frente ao quartel-general do Exército, com a participação do presidente da República, pedia um novo AI-5 contra os parlamentares.
A pancadaria contra o Congresso foi bastante reduzida após o acordo de aluguel de Bolsonaro com o centrão ser firmado com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Câmara dos Deputados. Mas a CPI da Covid é um espaço em que o bolsonarismo é minoria. E isso enfurece Jair.
Ao divulgar a nota, o comando das Forças Armadas acaba não protegendo os seus, muito menos a imagem positiva que elas têm junto à maioria da população, mas os interesses de Bolsonaro.
Poderiam atuar para evitar que os militares se tornem engrenagens na máquina bolsonarista de moer gente e caráter. Poderiam.
Absurda, golpista e mentirosa a nota do Ministério da Defesa, assinada também pelos três comandantes militares, em reação à fala do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid.
Em primeiro lugar, Aziz não atacou as Forças Armadas, mas as defendeu.
Em segundo lugar, quem dispõe de armas não pode fazer ameaças. Ainda mais em nome da democracia. Se algum fundamento da Carta é violado, deve recorrer à Justiça, não aos canhões.
Em terceiro lugar, mas não menos importante, indago: de que trecho da fala do senador os militares discordam?
Vamos recuperar o que ele disse quando Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística da Saúde, afirmou ter sido sargento da Aeronáutica:
“Olha, eu vou dizer uma coisa: as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas, devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia. Porque fazia muito tempo, fazia muitos anos, que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo. Fazia muitos anos”.
E acrescentou: “Aliás, eu não tenho nem notícia disso na época da exceção que houve no Brasil, porque o [João Baptista] Figueiredo morreu pobre; porque o [Ernesto] Geisel morreu pobre; porque a gente conhecia… E eu estava, naquele momento, do outro lado, contra eles. Uma coisa de que a gente não os acusava era de corrupção. Mas, agora, Força Aérea Brasileira, coronel [Gláucio Octaviano] Guerra, coronel Élcio [Franco], general [Eduardo] Pazuello… E haja envolvimento de militares”.
Como se pode perceber claramente, o senador distingue as instituições de eventuais maus militares. É tão generoso que poupa até próceres da ditadura de acusações de malfeitos. A nota de Braga — e não é a primeira vez que o vemos flertar com respostas heterodoxas —, com o endosso dos três comandantes, acaba, na prática, por misturar os maus e os bons porque todos unidos pelo uniforme.
E olhem que Aziz poderia ter citado outros tantos. Vamos à resposta, que traz embutida a ameaça de uma intervenção, também chamada de golpe:
O Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veementemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção.
Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável.
A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições pertencentes ao povo brasileiro e que gozam de elevada credibilidade junto à nossa sociedade conquistada ao longo dos séculos.
Por fim, as Forças Armadas do Brasil, ciosas de se constituírem fator essencial da estabilidade do País, pautam-se pela fiel observância da Lei e, acima de tudo, pelo equilíbrio, ponderação e comprometidas, desde o início da pandemia Covid-19, em preservar e salvar vidas.
As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro.
Walter Souza Braga Netto – Ministro de Estado da Defesa Almir Garnier Santos – Comandante da Marinha Gen Ex Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – Comandante do Exército Ten. Brig. Ar Carlos de Almeida Baptista Junior – Comandante da Aeronáutica.
RETOMO A nota é mentirosa porque tudo o que Aziz não faz é generalizar. Ao contrário. Quando diz que os bons das Forças Armadas têm motivos para se envergonhar, evoca aqueles que, então, seriam os princípios dos chamados setores castrenses.
A propósito: há ou não um excesso de militares envolvidos com o governo? Essa foi uma escolha. Quem se dedica à “fiel observância da lei” não faz ameaças só porque, afinal, dispõe de armas, não é mesmo? Jornalistas, caminhoneiros e açougueiros devem se zangar quando se aponta a existência de maus jornalistas, maus caminhoneiros e maus açougueiros?
Onde está o “ataque leviano” na fala de Aziz? Em apontar que há um excesso de militares comprometidos com um mau governo?
Se Braga Netto e os três comandantes já se esqueceram, eu lembro. Quando Pazuello assumiu a Saúde, a 16 de maio de 2020, os mortos por Covid-19 no país eram 14.962. Quando deixou a pasta, no dia 15 de março deste ano, a montanha de cadáveres somava 295.425 pessoas. Esse é o balanço dos 10 meses de um general da ativa à frente da Saúde. E ele continua no governo. Não foi para a reserva.
As lambanças que estão em apuração — a demora para fazer o acordo com a Pfizer, ações vergonhosas para a compra da Covaxin, esquema mirabolante que poderia ter resultado numa fraude bilionária no caso da Davati, negacionismo lunático — se deram sob as barbas de um general da ativa, que tinha como braço direito um coronel da reserva, ex-membro das forças especiais.
BÔNUS SEM ÔNUS
O que quer dizer “as Forças Armadas não aceitarão”? Significa que recorrerão à Justiça ou que botarão os tanques nas ruas, os aviões no céu e os barcos ao mar para dizer quem manda? Significa que tentarão se desvencilhar dos maus em nome dos bons princípios ou que a eles vão se grudar numa reação de caráter corporativo, que ignora os fatos? Significa que vão se pautar, então, pela lei que dizem defender ou que, em nome da ordem legal, darão um golpe?
O que, exatamente, esses caras imaginavam? Que poderiam atuar como governo sem prestar contas? Que poderiam fazer o que bem entendessem, estivessem ou não os atos de acordo com a lei? Que poderiam ignorar padrões elementares de governança, e ninguém se atreveria dizer que são o que são? E, afinal, eles são… militares!
Aliás, seguem militares mesmo quando na reserva, como eles mesmo gostam de lembrar, razão por que têm o mais caro sistema de inatividade, bancado pelos cofres públicos — pelo conjunto dos brasileiros. Também por aqueles que morreram sufocados por falta de oxigênio em Manaus; e no Brasil inteiro, por falta de bom senso e decência.
Dizer o quê, senhores? É fácil ameaçar com um golpe. Nem é tão difícil dar um golpe. Impossível seria manter o golpe. Em nome de quais princípios? Quais heróis se alevantariam para dar a cara ao regime? Nessa prefiguração, que tamanho teria a montanha de cadáveres?
Militares brasileiros serviram no Haiti, como sabemos.
Antes de fazer a nota conjunta com o comando das Forças Armadas, Braga Neto deveria observar que, sob o comando de Pazuello na Saúde, o general da ativa, morreram quase 300 mil brasileiros por covid. Isso, sem falar que Pazuello participou de um ato político de Bolsonaro e não sofreu qualquer punição como reza o próprio estatuto militar.
Soma-se a isso o fato de que foi o próprio Bolsonaro que disse que nem na ditadura teve mais militares que seu governo, governo este que, a começar pelo próprio presidente e seus filhos, está empencado de acusações de grossa corrupção.
Por isso, bastou sair nota conjunta do Ministério da Defesa e as Forças Armadas rebatendo o presidente da CPI Omar Aziz, que recebeu o imediato repúdio da sociedade, da imprensa e de políticos como segue abaixo, mostrando que a nota saiu pela culatra.
2. O senador Omar Aziz não desrespeitou os militares. Quem desrespeita as Forças Armadas é o presidente Bolsonaro e Eduardo Pazuello, general da ativa que comandou o Ministério da Saúde e é cúmplice pelas quase 530 mil mortes. São esses crimes que as FFAA deveriam repudiar.
Intimidatória a nota do ministério da defesa e das forças armadas contra o Senador Omar Aziz. Os militares envolvidos em escândalos de corrupção é que deveriam ser repudiados pelos integrantes das forças armadas.
Quando as Forças Armadas se envolvem com um governo, como não deveriam, passam a ter que responder por isso. Depois, não adianta reclamar das críticas. Muito menos tentar controlar a fala de congressistas. Esse, definitivamente, não é papel das Forças Armadas.
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) July 8, 2021
Sou só eu ou mais alguém acha absurdo as Forças Armadas criticarem abertamente o Congresso Nacional?
A nota do Ministério da Defesa repudiando as declarações do presidente da CPI Omar Aziz – consideradas desrespeitosas – confirma o preço que se paga por termos hoje 6 mil militares no governo. O presidente transformou as Forças Armadas em vidraça. Estão expostas. Lamentavelmente
Com integrantes envolvidos em corrupção, Forças Armadas lançam nota. Contra a corrupção? Contra integrantes corruptos? NÃO. Leia: https://t.co/l5hT0FzK1b
Foi lamber bota de militares e tomou nota golpista, na qual Forças Armadas vêm com lorota de fiadoras da democracia. Militares apoiaram aventura e agora chafurdam na lama do genocida e corrupto. https://t.co/pYT5stsjtn
Tem coisa estranha no ar. É o que demonstra o relator Renan Calheiros e o presidente da CPI, Omar Aziz.
Com um bate-boca entre senadores, o depoente teve o celular apreendido pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
Cabo da Polícia Militar de Minas Gerais, o representante comercial da empresa Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti afirmou à CPI da Covid que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) estaria negociando a venda de vacinas. Ele apresentou um áudio em que o parlamentar pelo Distrito Federal estaria envolvido nas tratativas para a importação de imunizantes.
“Eu tenho a informação de que um parlamentar ou outro estaria negociando. A informação que eu sei que é um. Inclusive tenho o áudio dele tentando negociar. É o Luis Miranda. Ele procurou a Davati”, disse.
O depoente afirmou, no entanto, que não sabe do que Miranda tratava no áudio, pois não tem o contexto. “Quem pode responder é o Cristiano (representante da Davati no Brasil)”, continuou.
“O que acontece é que muita gente me ligava, eu posso isso, eu posso aquilo. Mas eu nunca quis avançar nessa seara porque já ouvi: ‘eu posso isso, eu posso aquilo, eu conheço fulano’. Já tinha um processo todo doloroso dentro do Ministério da Saúde. Agora que eu tenho a informação que um parlamentar tentou negociar a busca por vacina diretamente com a Davati, eu tenho essa informação. A informação que eu sei é um. Inclusive com o áudio dele tentando negociar vacina a princípio para o ministério. Foi aquele que fez acusações contra o presidente da República”, acrescentou.
O deputado Luis Miranda vem denunciando publicamente um esquema de corrupção na importação da vacina Covaxin. As negociações tinham um intermediário e sem vínculo com a indústria de vacina, a empresa Precisa. O valor da compra foi 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante.
Confira a íntegra do áudio:
“O grande problema é: vou falar direto com o cara. O cara vai pedir toda a documentação do comprador. Meu comprador já está de saco cheio disso. Ele vai pedir prova de vida antes e então faremos negócio. Nem perde tempo. Você sabe que tenho comprador com potencial de pagamento instantâneo.
Ele compra o tempo todo lá, em quantidades menores, obviamente. Se seu produto estiver no chão, o cara fizer um vídeo, falar o meu nome — ‘Luis Miranda tem aqui o produto’ —, meu comprador entende que é fato e encaminha toda a documentação necessária, amarra, faz as travas, os contratos todos e bola pra frente.
Não vou mais perder tempo com esse comprador porque desgastou muito nos últimos 60 dias. É muita conversa fiada no mercado. Não me sinto nem confortável [em falar] ‘encontrei uma carga, vamos dar prosseguimento, vamos mandar toda a documentação novamente logo vamos chegar na SGS e vamos ver que a carga existe’.
O cara faz uma live comigo, um facetime, ou grava um vídeo, o que ele quiser…mostra o produto pra mim, mando pro cara. Na hora o cara fecha negócio. Ele tem cliente fixo, tem recorrência. Fechou alguns contratos com restaurantes…hospitais.”
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), definiu uma data para o depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, suposto representante da Davati Medical Supply, que denunciou ter recebido proposta de pagar propina de US$ 1 dólar por dose de vacina de um diretor do Ministério da Saúde. Segundo o senador, a oitiva ocorrerá nesta sexta-feira (2/7).
“Denúncia forte. Vamos convocar o senhor Luiz Paulo Dominguetti Pereira para depor na CPI da Covid na próxima sexta-feira, dia 02/07″, publicou o senador.
Denúncia forte. Vamos convocar o senhor Luiz Paulo Dominguetti Pereira para depor na #CPIdaPandemia na próxima sexta-feira, dia 02/07. https://t.co/iGPGDV2aD6
A tendência, portanto, é de que o requerimento de convocação de Pereira seja votado já nesta quarta (30/6) – dia que o colegiado destinou para a apreciação de requerimentos de quebras de sigilos e convocações. Entre os pedidos pautados está a convocação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-SC), pivô das denúncias de irregularidades nas compras de vacina pelo governo federal.
O requerimento de convocação já foi apresentado, conforme informado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). “Brasileiros morrendo de Covid e bandidos atrás de vantagens ilícitas. Precisamos apurar tudo. A CPI segue avançando”, enfatizou.
Senadores governistas tentam utilizar depoimento de deputado estadual do Amazonas para fustigar o presidente da CPI, Omar Aziz. Mas escândalo da vacina produzida na Índia voltou a aparecer.
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta terça-feira (29) que o envolvimento do presidente Jair Bolsonaro no escândalo da vacina Covaxin é “muito mais grave” do que apenas a suspeita de prevaricação. “Ele não só teve conhecimento. Ele participou em todos os momentos”, afirmou Renan. O parlamentar então sugeriu que Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, receitasse um “memoriol” ao titular do Palácio do Planalto.
Renan lembrou que, em 8 de janeiro, Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo celeridade na liberação de 20 milhões de doses da Covaxin. Ao mesmo tempo, destacou que o Ministério da Saúde havia “recusado” a aquisição de 170 milhões de doses dos imunizantes da Pfizer, do Butantan (a Coronavac) e do consórcio Covax Falicity, da OMS.
“No dia 25 de fevereiro, o acordo foi fechado”, destacou Renan. Depois disso, em 10 de março, o presidente sancionou a medida provisória que autorizava a importação excepcional de vacinas contra a covid-19.
Foi nesta MP que o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), incluiu uma emenda facilitando a importação do imunizante. Na última sexta-feira (25), o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) disse que Bolsonaro se referiu a Barros como o suposto responsável pela negociata.
“Quando Miranda foi falar com ele, foi 10 dias depois, em 20 de março. Disse que o presidente sabia da negociação em detalhes, com todos os pormenores”, ressaltou o relator da CPI.
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) havia acusado a CPI de antecipar conclusões do relatório. Isso porque três parlamentares levaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime com indícios de prevaricação cometida por Bolsonaro. Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão, disse se tratar de uma iniciativa individual dele e dos senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Pode-GO).
Disputa no Amazonas
O embate entre Renan e Bezerra Coelho ocorreu durante o depoimento do deputado estadual do Amazonas Fausto Junior (PRTB). Ele foi relator da CPI da Saúde em seu estado, que investigou a atuação da pasta entre 2011 e 2020. Convocado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), a expectativa é que o parlamentar pudesse contribuir com informações sobre a crise de desabastecimento de oxigênio em Manaus, no início deste ano. Contudo, Fausto Junior afirmou que o tema não entrou no seu relatório, concluído ainda em setembro do ano passado.
Também se esquivou quando perguntado por que não houve o pedido de indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). Fausto afirmou que Lima já respondia a processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por suspeita de corrupção na compra de respiradores. Segundo ele, os desvios, realizados por meio de uma loja de vinhos, foram identificados através de uma investigação da Polícia Federal (PF), e não da Comissão.
No entanto, ele apresentou uma lista com valores pagos em “processos indenizatórios” na Saúde amazonense. Foi quando ele disparou um ataque ao senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid. “Todos os governadores investigados pela CPI mereciam ser indiciados. Eu propus isso, e não foi aceito. O certo era ter indiciado inclusive o ex-governador Omar Aziz.”
Aziz afirmou, então, que Fausto havia feito um “gol contra” com tal acusação. Isso porque sua mãe, Yara Lins, é conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), e votou a favor das contas do então governador. Quando perguntado sobre o tema por Otto Alencar, o deputado afirmou se tratar “de uma falta de respeito”. Armadilha
Aziz ainda destacou que são os secretários, e não o governador, os responsáveis pela organização das despesas orçamentárias. E que seu subordinado nem sequer havia sido indiciado. Marcos Rogério comparou então ao caso Covaxin, tentando livrar Bolsonaro de envolvimento nas negociações suspeitas. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra”, disse Aziz, que acusou Rogério de estar agindo de “má fé”, ao utilizar o depoimento de Fausto Junior para atacá-lo. Disse que o deputado amazonense ainda teria “prevaricado”, se sabia de algum ilícito cometido sem ter denunciado.