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Opinião

Lula derrota o catastrofismo também

Emir Sader*

O Brasil se recupera. Nunca esteve tão bem. O otimismo se dissemina. A economia volta a crescer, geram-se empregos, o apoio ao governo aumenta. O país parece entrar em um novo ciclo de expansão, que projeta o Brasil com um projeto de esquerda para os próximos anos.

Claro que a direita não se resigna a isso. Seria confessar sua derrota estrepitosa, renunciar a seus valores, que mal disfarçam seus interesses. Teriam que confessar que fracassaram, depois de levar o país e os brasileiros a viverem os piores momentos de suas vidas.

Reduzem-se a futricar com observações menores, falsas, sobre o Lula e seu desempenho de sucesso, no Brasil e no mundo. Se valem da mídia para isso.

Mas o Lula vitorioso incomoda não somente a direita, aquela que acreditava que tinha liquidado o Lula com a prisão sem provas. Incomoda também a velha esquerda, aquela derrotada com o fim da URSS, aquela que se irrita com sua superação pela nova esquerda. Aquelas vozes que, derrotadas historicamente, com o fracasso e a desaparição da URSS, teimam em manter uma visão catastrofista. O sucesso do Lula e do PT representam que uma nova página foi virada na história do Brasil.

Lula derrota o catastrofismo, mostrando que o Brasil pode voltar a crescer, a gerar empregos, a distribuir renda. Mesmo com a herança pesada de uma taxa de juros altíssima e um Congresso conservador.

O otimismo do Lula incomoda a direita e a velha esquerda também. Ao invés de compartilhar da felicidade que vive o Brasil, da melhoria das condições de vida da massa da população, da derrota da direita e da extrema direita, se incomoda com o sucesso do Lula e do país.

O sucesso do Lula derrota o catastrofismo, aquela visão que, derrotada, gostaria que essa derrota se alastrasse às outras forças também. Dizem que seria preciso tomar cuidado com o sucesso do Lula, porque esse sucesso derrotaria o catastrofismo.

Lula é, por sua própria trajetória de vida, uma pessoa otimista. Ter superado todos os problemas que alguém com sua trajetória de vida, só poderia fazer dele um otimista. Ele faz chegar às pessoas seu otimismo. E deixa a direita e os pessimistas em uma situação muito difícil. Porque o país que voltou a governar, é um país que economicamente cresce, gera empregos, se projeta no mundo como um país com prestígio.

Lula é a cara desse Brasil.

*247

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Emir Sader: Lula vai ganhar e resgatar o Brasil

O lançamento da sua pré-candidatura voltou a difundir pelo país um clima de esperança e otimismo, quebrando um quase consenso de haveria um golpe no Brasil.

Lula surgiu para a vida política brasileira nas greves do ABC, que quebraram a política de arrocho salarial, eixo fundamental da Ditadura Militar. A partir dali, Lula foi se convencendo que não bastava a luta sindical. Era necessária dar a luta política e participou da fundação do PT, o primeiro partido dos trabalhados na história brasileira.

Foi candidato ao governo do Estado de São Paulo, como sua primeira participação eleitoral. Anos mais tarde foi deputado constituinte. Depois, foi, pela primeira vez, em 1989, candidato à Presidência do Brasil, chegando ao segundo turno e sendo vítima, de forma escancarada, da edição do debate do segundo turno, para que a direita pudesse eleger o Fernando Collor.

Lula voltou a ser candidato a Presidente do Brasil em 1994 e 1998, sendo derrotado. Em 2002, finalmente, o Lula conseguiu se eleger presidente pela primeira vez. Foi o primeiro trabalhador e líder sindical a chegar a ser presidente do país.

Fez os governos mais importantes da nossa história, tendo sido reeleito para um segundo mandato em 2006.

Privilegiando as políticas sociais, conseguiu diminuir as desigualdades sociais e regionais, criar mais de 22 milhões de empregos formais, elevar o salário mínimo 70% acima da inflação, além de ser o presidente que mais criou universidades públicas e escolas técnicas. A maioria das universidades no Nordeste, que passou a ter mais estudantes universitários que o sul do pais.

Lula saiu da Presidência do Brasil em 2010 com 87% de apoio, apesar de sofrer 80% de referencias negativas na mídia, que sempre exerceu dura oposição a seu governo. Lula elegeu sua sucessora, em 2010, e a ajudou a se reeleger, em 2014.

O novo golpe, de 2016, impediu que o Lula fosse candidato e fosse eleito de novo presidente do Brasil em 2018, quando, mesmo estando preso, era favorito para ser eleito no primeiro turno. O Brasil teria se livrado dos enormes sofrimentos que ainda vive, pela ação criminosa da mídia e do Judiciário, que prendeu e condenou o Lula sem nenhum fundamento, como tiveram que reconhecer mais tarde.

Libertado e tendo recuperado plenamente seus direitos políticos, Lula voltou a ser favorito para ser eleito de novo presidente do Brasil. Retomando as experiências de sucesso do seu governo, denunciando o descalabro que o governo atual representa para o Brasil e animando os brasileiros de que é possível resgatar o pais, Lula é favorito para se eleger presidente do Brasil, talvez até mesmo no primeiro turno.

Consciente de que as pesquisas reiteradamente dão vantagem a Lula, o atual presidente volta a ameaçar com algum tipo de golpe, para o qual contaria, segundo ele, com o apoio dos militares. Contando com o apoio do grande empresariado e de parte dos evangélicos, ele ainda consegue capitalizar o que sobrevive do antipetismo, insuficiente para triunfar, mas suficiente para dar-lhe o apoio de em torno de 30% das preferências nas pesquisas.

Quanto mais passa o tempo e cada vez mais setores amplos da população, assim como os formadores de opinião publica vão se definindo a seu favor, Lula está pronto para ganhar e resgatar o Brasil da pior crise da sua história.

Lula conta com sua experiência de governo, com enorme prestigio internacional, com apoio majoritário das mulheres, dos jovens, da população pobre do país, da grande maioria dos nordestinos, com o apoio de todos os amplos setores antibolsonaristas, para poder evitar qualquer aventura golpista, triunfar, tomar posse e voltar a presidir o Brasil.

O lançamento da sua pré-candidatura voltou a difundir pelo país um clima de esperança e otimismo, quebrando um quase consenso de haveria um golpe no Brasil.

O início da campanha eleitoral deve se transformar em um verdadeiro tsunami de apoios e de mobilizações populares, ao longo de todo o Brasil, conforme Lula retoma suas caravanas por todo o país. Lula deve ganhar as eleições e voltar a transformar o Brasil em um país menos desigual, menos injusto, em um país melhor para todos.

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Em editorial, Folha diz que Bolsonaro veste fantasia de imperador

Fantasia de imperador

Bolsonaro é incapaz de compreender a impessoalidade da administração republicana.

Jair Bolsonaro não entende nem nunca entenderá os limites que a República impõe ao exercício da Presidência. Trata-se de uma personalidade que combina leviandade e autoritarismo.

Será preciso então que as regras do Estado democrático de Direito lhe sejam impingidas de fora para dentro, como os limites que se dão a uma criança. Porque ele não se contém, terá de ser contido —pelas instituições da República, pelo sistema de freios e contrapesos que, até agora, tem funcionado na jovem democracia brasileira.

O Palácio do Planalto não é uma extensão da casa na Barra da Tijuca que o presidente mantém no Rio de Janeiro. Nem os seus vizinhos na praça dos Três Poderes são os daquele condomínio.

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A sua caneta não pode tudo. Ela não impede que seus filhos sejam investigados por deslavada confusão entre o que é público e o que é privado. Não transforma o filho, arauto da ditadura, em embaixador nos Estados Unidos.

Sua caneta não tem o dom de transmitir aos cidadãos os caprichos da sua vontade e de seus desejos primitivos. O império dos sentidos não preside a vida republicana.

Quando a Constituição afirma que a legalidade, a impessoalidade e a moralidade governam a administração pública, não se trata de palavras lançadas ao vento numa “live” de rede social.

A Carta equivale a uma ordem do general à sua tropa. Quem não cumpre deve ser punido.
Descumpri-la é, por exemplo, afastar o fiscal que lhe aplicou uma multa. Retaliar a imprensa crítica por meio de medidas provisórias.

Ou consignar em ato de ofício da Presidência a discriminação a um meio de comunicação, como na licitação que tirou a Folha das compras de serviços do governo federal publicada na última quinta (28).

Igualmente, incitar um boicote contra anunciantes deste jornal, como sugeriu Bolsonaro nesta sexta-feira (29), escancara abuso de poder político.

A questão não é pecuniária, mas de princípios. O governo planeja cancelar dezenas de assinaturas de uma publicação com 327.959 delas, segundo os últimos dados auditados. Anunciam na Folha cerca de 5.000 empresas, e o jornal terá terminado o ano de 2019 com quase todos os setores da economia representados em suas plataformas.

Prestes a completar cem anos, este jornal tem de lidar, mais uma vez, com um presidente fantasiado de imperador. Encara a tarefa com um misto de lamento e otimismo.

Lamento pelo amesquinhamento dos valores da República que esse ocupante circunstancial da Presidência patrocina. Otimismo pela convicção de que o futuro do Brasil é maior do que a figura que neste momento o governa.

 

*Da Folha de São Paulo