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Ministro dos Direitos Humanos viverá abolicionista Luiz Gama em desfile da Portela

Além dele, o ator Lázaro Ramos também vai dar vida ao personagem, que foi um dos principais líderes do movimento pela libertação dos escravos no Brasil.

O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania, confirmou sua participação no desfile da Portela no Carnaval 2024. Ele vai interpretar o advogado abolicionista Luiz Gama, tema do enredo “Um defeito de cor”, baseado no romance de Ana Maria Gonçalves.

Além dele, o ator Lázaro Ramos também vai dar vida ao personagem, que foi um dos principais líderes do movimento pela libertação dos escravos no Brasil. O enredo vai mostrar a trajetória de Gama, desde sua infância na Bahia até sua atuação como jurista em São Paulo, destacando a influência de sua mãe, Luiza Mahim.

Silvio Almeida é advogado, professor e doutor em Direito, e foi o primeiro presidente do Instituto Luiz Gama, uma entidade que defende os direitos humanos, especialmente dos negros e das minorias. Ele visitou o barracão da Portela no dia 13 de janeiro e aceitou o convite da escritora Ana Maria Gonçalves, que é a autora do livro que inspirou o enredo.

Outra integrante do governo Lula que vai desfilar no Carnaval é a ministra Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas. Ela vai representar o povo Yanomami no desfile do Salgueiro, que tem como enredo “A floresta que se move”.

 

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“Nossa aldeia é sem partido ou facção, não tem bispo, nem se curva a capitão”. Portela

No momento em que o Globo revela que metade dos povos indígenas isolados do Brasil é alvo de religiosos e que a milícia do Ceará soma quase 150 assassinatos desde início da paralisação de PMs, o carnaval é marcado pelas críticas contra a beligerância do bolsonarismo, as escolas de samba do Rio de Janeiro, no primeiro dia de desfile, produziram uma mistura de emoção, resistência e luta contra os tratados entre o governo Bolsonaro, milícia e pastores evangélicos, que têm como principal foco a mutilação da cidadania, a segregação, o racismo e a discriminação de negros, índios, mulheres e gays, resumindo a capacidade de fazer o mal que esse governo tem exercido.

Lógico que uma parte significativa da população carioca, principalmente das camadas mais pobres, viu-se espelhada nos enredos dos desfiles das escolas até aqui. Vários temas com várias versões desaguaram numa crítica contundente a esse estado de coisas que o Brasil vive e que assombra não só o país, mas a comunidade internacional.

Bolsonaro é um monstro tipo exportação e todo o cenário de ódio que o rodeia, pois tudo o que tem a marca do bolsonarismo, tem crime, sangue, violência, crueldade, injustiça, segregação e exaltação ao terror, marcas de uma mesma sociedade, que tem em uma parcela de fanáticos a garantia de que a individualidade é o melhor caminho para se nutrir o preconceito. Individualidade que tem como comissão de frente o mercado que, por ser um conceito abstrato, estimula todo o tipo de egoísmo, cobiça, indigência intelectual, social e política em nome do lucro e do enriquecimento a todo custo.

É nessa lógica do privado contra o comum que as escolas de samba souberam muito bem explorar e expor os mercadores da fé, as milícias, os magnatas, banqueiros garimpeiros, madeireiros e grileiros que não medem esforços para saciar a ambição que carregam consigo, potencializada com a chegada de um clã disposto a fazer acordos, parcerias com o que existe de mais nefasto numa civilização.

Nada disso impediu que as escolas de samba saíssem deslumbrantes com sambas encantadores, cada um mais belo que o outro, trazendo o tom da emoção ao limite do humano, principalmente os temas que carregam a defesa das religiões de matrizes africanas. mas o coro somado das escolas produziu um só enredo no primeiro dia de desfile no Rio, o de repúdio a Bolsonaro e a tudo o que representa o bolsonarismo como ideologia de guerra em nome do ódio ao outro.

Como diz e estrofe do lindo samba da Grande Rio:

“Salve o candomblé, Eparrei Oyá
Grande Rio é Tata Londirá
Pelo amor de Deus, pelo amor que há na fé
Eu respeito seu amém
Você respeita o meu axé”

 

*Carlos Henrique Machado Freitas