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Enel e a privatização dos serviços públicos, por Luís Nassif

Apagão da Enel, transformadores explodindo, exigem uma resposta severa contra os executivos, e com Código Penal.

Já não é segredo para ninguém: o negócio da privatização baseia-se no modelo Jack Welch de gestão, e tem sido adotado também por Organizações Sociais que terceirizam serviços de saúde de prefeituras, tendo por trás de si organizações criminosas.

Trata-se de um modelo simples.

Em vez de investir em novas empresas, adquire-se uma empresa pública de serviços – em saneamento, energia, em suma, em qualquer setor onde exista monopólio natural.

Depois, saca-se permanentemente contra o futuro da empresa, visando esvaziá-la o máximo possível, através da maximização dos lucros e da distribuição de dividendos.

Manutenção – corte de serviços de manutenção.

Investimentos – redução dos investimentos em todos os níveis.

Funcionários – junto com os cortes em manutenção, redução do quadro de funcionários.

Vendas de ativos – imóveis, subsidiárias, tudo é vendido para que o dinheiro seja distribuído aos acionistas.

A Enel atuou de acordo com o figurino. Ela adquiriu a ex-Eletropaulo em junho de 2018, depois de uma disputa com a espanhola Iberdrola.

De início, acenou com várias melhorias:

  • troca da frota da empresa
  • modernização das subestações
  • modernização da loja e canais de atendimento.
  • Anunciou também investimentos em São Paulo de R$ 3,1 bilhões entre 2019 e 2021 e de 4 bilhões de euros (R$ 17,2 bilhões em todo país).

Na prática, procedeu a cortes brutais em manutenção e no quadro de funcionários. A maneira de contornar o problema foi esperta e sobreviveu até a primeira grande tempestade.

O grande problema da fiação aérea é a possibilidade dos fios se tocarem gerando curto circuito. Empresas modernas usam isoladores de porcelana ou vidro que isolam a estrutura metálica dos postes. No caso paulista, os isoladores são de madeira.

Em vez de dar manutenção, a empresa esperava o curto circuito. Aí desligava os geradores do local e mandava a manutenção trocar especificamente os isoladores que deram pau.

Quando veio a primeira tempestade, a esperteza engoliu o esperto. A Enel se comprometeu com Lula em fazer investimentos de R$ 20 bilhões para acabar com os apagões, além de recomposição de seu quadro de funcionários.

O corpo técnico do Tribunal de Contas do Município fez um balanço minucioso das providências que não foram tomadas após o primeiro desastre. Identificou 7 problemas graves:

  • Déficit de 32% dos investimentos entre 2018 e 2022 em relação ao previsto (R$1,5 bi).
  • Tempo de atendimento a emergências (aumento de 72% entre 2021 e 2024, atingindo a marca de cerca de 15 horas).
  • Desempenho 20% abaixo da meta regulatória estabelecida pela ANEEL para o Indicador de Nível de Serviço em 2023.
  • Nível crítico do Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (IASC) no ano de 2023, atingindo apenas 52 pontos em uma escala de 0 a 100, estando entre as dez piores concessionárias de energia elétrica do país.
  • ]Multas acumuladas aplicadas pela ANEEL, PROCON-SP e SENACON, totalizando mais de R$ 355 milhões.
  • Redução do quadro de funcionários em 51,55% nos últimos cinco anos, o que corresponde a uma diminuição de aproximadamente 4 mil postos de trabalho.
  • Redução de quase 50% nos custos operacionais entre 2018 e 2023, apesar do aumento de 19% na demanda por energia.
  • O episódio terá consequências que vão além da Enel. A primeira foi a decisão da AGU (Advocacia Geral da União) e da CGU (Controladoria Geral da União) de uma fiscalização severa sobre a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), uma das muitas agências reguladoras capturadas pelo setor regulado. Lula ordenou estudos para resolver a questão do aparelhamento das agências.
  • Deverá ocorrer, também, sanções contra administradores relapsos.

Mas falta a questão maior. O apagão da Enel, a sucessão de explosões em transformadores, de fios de alta tensão espalhados pelas calçadas, exigem uma resposta severa contra os executivos, e não apenas pela lei de improbidade, mas o Código Penal. Há que se punir exemplarmente executivos que atuam irresponsavelmente. Eles são o início da cadeia de comando.

*GGN

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Folha mente para defender privatização da Petrobrás, Caixa e BB em editorial de capa

Jornal da família Frias, que vem se alinhando a Bolsonaro e municiando novos atos golpistas, repete a ladainha neoliberal e mente descaradamente sobre a própria pesquisa Datafolha para pregar entrega do “trio de gigantes”

Escancarando seu alinhamento ao neofascismo ultraliberal, que no Brasil tem como representante Jair Bolsonaro e sua horda extremista, a Folha mentiu descaradamente sobre a própria pesquisa Datafolha para defender a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF) em editorial publicado na capa da edição deste domingo (25) do jornal.

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Segundo a Forum, ao defender que o “trio de gigantes deve ser o próximo tabu a ser derrubado no bem-sucedido programa brasileiro de desestatização”, o jornal da família Frias diz que “o Datafolha mostrou, no ano passado, que as opiniões favoráveis a privatizações já realizadas ou em curso —da telefonia ao saneamento, de rodovias e aeroportos à energia— superam as contrárias”.

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“Processo suspeito do começo ao fim”: Oposição questiona compra da Sabesp pela Equatorial

Vencedora do leilão teve como gestora uma conselheira que atuou também na Sabesp, o que abre margem para ações.

A oposição ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo levanta suspeitas sobre a oferta da Equatorial para comprar 15% das ações da Sabesp por R$ 6,9 bilhões para tornar-se acionista de referência.

Nesta semana, a Folha de S. Paulo divulgou que o conselho de administração da Sabesp foi presidido por uma gestora que tem passagem pela empresa que venceu o leilão.

A Equatorial, aliás, foi a única empresa que permaneceu até o fim da disputa, com proposta de compra dos 15% das ações da Sabesp por um preço abaixo do valor de mercado, segundo levantamento divulgado pelos parlamentares do Psol.

“Todas as empresas que demonstraram interesse em ser acionistas de referência da Sabesp, como Votorantim, Cosan, J&F, e IG4 Capital, por exemplo, desistiram ao longo do processo pelas imposições contratuais [feitas pela gestão Tarcísio]. Com isso, a Equatorial ofereceu R$ 67 por ação e arrematou 15% da Sabesp, e vai pagar cerca de R$ 10 a menos por ação do que o atual valor de mercado. Para executivos da empresa esse foi o ‘melhor negócio da história’”, comentou no X o deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).

A Equatorial é uma holding que atua no setor de energia, água e gás, com 20 anos de história e atuação sobretudo em Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí, e Rio Grande do Sul, sendo o terceiro maior grupo de distribuição do país em número de clientes, com 13 milhões de pessoas nas regiões atendidas.

Boulos salientou que “a presidente do conselho de administração da Sabesp era, até 7 meses atrás, integrante do conselho… da Equatorial.”

Karla Bertocco ocupava um cargo no conselho administrativo da Equatorial até dezembro de 2023, faturando cerca de R$ 1,02 milhão ao ano. Ela chegou, segundo a Folha de S. Paulo, a acumular o cargo de conselheira da Sabesp, onde recebe em torno de R$ 160 mil por ano. “Mas o que é interessante é que ela só renunciou ao cargo na Equatorial em 29 de dezembro, 23 dias após a privatização ter sido aprovada na ALESP.”

Para a deputada Sâmia Bomfim, a renúncia pode ter ocorrido para “esconder” eventual conflito de interesses. Folha publicou que não há ilegalidade no fato de Karla Bertocco ter sido conselheira da Sabesp e da Equatorial, mas sua presença em ambos os conselhos “é inadequada e abre margem para que o processo seja questionado.”

“Nós viemos denunciando todos os absurdos da privatização desde o início. Um processo tão suspeito do começo ao fim não tem nenhuma condição de ser benéfico para a população de São Paulo”, avaliou Boulos. Sâmia Bomfim chamou o leilão de “mutreta” patrocinada pelo governo Tarcísio em São Paulo. Ela destacou que houve opressão aos opositores da privatização da Sabesp e também que há muitas críticas em relação aos serviços prestados pelas empresas de saneamento que têm a Equatorial entre seus acionistas.

À Folha de S. Paulo, a Sabesp disse que a passagem de Karla Bertocco pelo conselho administrativo é “anterior ao início da modelagem da privatização” e que sua indicação para o conselho da Sabesp não teve impedimento legal.

*GGN

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Privatização da Sabesp em Guarulhos é suspensa pela Justiça; SP amanhece com faixas do MTST

Por falta de audiências e apresentação de laudos, segunda maior cidade de SP tem votação da privatização interrompida.

Nesta quinta-feira (16), menos de 24 horas depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo suspender a votação do projeto de lei que privatiza a Sabesp na Câmara Municipal de Guarulhos (PL 85/2024), cinco viadutos da capital paulista amanheceram com faixas contra a venda da estatal à iniciativa privada.

As intervenções em todas as regiões da cidade e também em Santo André (SP) – com faixas como “Não deixe a Sabesp se tornar a Enel da água” – foram feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Na quarta-feira (15), a Justiça decidiu que os vereadores de Guarulhos não podem votar o tema, pois não foram feitas audiências públicas, nem apresentados os laudos de impacto orçamentário e ambiental obrigatórios.

A nova barreira à privatização da companhia, que é encampada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) desde a sua campanha, acontece agora no segundo maior município do estado paulista.

*Brasil de Fato

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PGR aponta ilegalidade em decreto de privatização da Sabesp por Tarcísio

Parecer da PGR destaca que trechos do decreto são inconstitucionais ao infringir a autonomia dos municípios que compõem as Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciou sobre um decreto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), emitiu um parecer que considera parte do decreto que facilitou o processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) inconstitucional.

Segundo a Folha de S. Paulo, a procuradora-geral interina, Elizeta Maria de Paiva Ramos, emitiu o parecer em resposta a uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PSOL e PT. A ação questiona diversas atribuições das Unidades Regionais de Abastecimento de Água e Esgotamento (Uraes), que agrupam municípios em um conselho deliberativo. As Uraes são consideradas cruciais para o governo de Tarcísio, pois possibilitam a renegociação e prorrogação coletiva de contratos com a Sabesp, agilizando o processo de privatização.

O parecer da PGR acata parcialmente a ação, destacando que trechos do decreto são inconstitucionais ao infringir a autonomia dos municípios que compõem as Uraes. Um ponto de destaque é a forma de cálculo que atribui mais votos ao estado e para a capital, concentrando o poder decisório nas mãos de poucos entes federativos.

“Com efeito, concentrar poder decisório ao alvedrio de apenas um ou dois entes federativos no âmbito das unidades regionais de saneamento básico resulta tanto em afronta abstrata à autonomia dos outros municípios dela integrantes, quanto pode ensejar que sejam proferidos atos concretos dentro da mesma unidade amplamente favoráveis aos entes com maior poder de decisão”, destaca um trecho do parecer da PGR, segundo a reportagem.

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Privatização é um projeto de ladrão

O neoliberalismo, por si só, já é a institucionalização do roubo, daqueles que se armam até os dentes, via instituições, e se não der, vai na bala e na bomba mesmo.

O importante é que a riqueza, produzida por milhões, seja centrifugada por meia-dúzia, através do rentismo, da agiotagem, dos acionistas, enfim, do sistema do capital financeiro.

Nisso, não há qualquer propósito de modernização, desenvolvimento que abarque uma nação. O cidadão comum não só não é beneficiado por nada, como é extorquido como se vê em qualquer privatização de uma empresa criada pelo povo, que lhe é roubada por um discurso tecnocrata, fazendário, plantado dentro do debate público para atender os grandes tubarões da escumalha privada.

Assim, o que se assiste é a uma empresa pública que, dando ou não lucro, que, geralmente é entregue de mãos beijada a algum esperto do setor privado, ela, de imediato, vai gerar desemprego, porque cada funcionário demitido, é aumento de caixa do patrão, pois ele não tem qualquer compromisso com o que importa a um país, que é a sobrevivência do povo através do seu trabalho.

Ou seja, isso é como uma doença, é como um corpo estranho que se instala no organismo e, instalado, vai sugando e degradando aquele corpo, não permitindo que ele reaja até que o leve à falência múltipla dos órgãos.

Uma empresa de energia como a Light, que está na bacia das almas, concordatária e pedido á justiça uma redução de 50% de sua dívida, apresenta uma conta de luz que nem a palavra absurda dá contra da expropriação que recai sobre o consumidor da energia, sem falar na queda brutal de qualidade dos serviços e na precarização do trabalhador que, na maioria dos casos, é terceirizado.

Vejam só quantos intermediários vão sugando a empresa que repassa essa chaga para a sociedade para que ela assuma a responsabilidade de segurar o repuxo do tal Estado mínimo, sendo ela a principal acionista do Estado, através dos impostos que paga, o que, no final, faz com que a tarifa que o consumidor paga, dobra de valor, quando não triplica por um serviço de péssima qualidade, o que, colocado na balança, em termos reais, concretos, sai imensamente mais caro do que o que é classificado como gigantismo do Estado.

Tudo não passa de um jogo de ilusão, de uma ficção daqueles que vegetam enquanto uma nação inteira trabalha para que ele se mantenha de pé e mantenha seus ganhos a peso de ouro, enquanto o brasileiro paga cada passo na vida como quem paga um precioso grão. Essa é a nossa calamidade, fruto de uma fraude econômica que compra deputados, senadores e até presidentes, como governadores e prefeitos em troca de apoio as suas campanhas, com generosas quantias para que eles passem a tratar o pobre como lixo humano, pobre que é quem mais paga impostos nesse país.

Em regra, essa é a pilantragem neoliberal da chamada privatização, terceirização ou as duas juntas.

Está aí Paulo Guedes e também Tarcísio que o tem como guru, que não nos deixa mentir.

Se alguém mencionar privatização, pode gritar, pega ladrão!

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Privatização rima com apagão, demissão e exploração

Os grandes mestres do neoliberalismo acertam em uma coisa quando se põem a roubar a nação. Praticam uma espécie de colonialismo institucional para saquear empresas do povo, e repetem isso simultaneamente, falando asneiras para anunciar a boa nova da suposta modernidade econômica.

Claro, eles pintam uma paisagem romanceada dessa tragédia para poetizar os  sentimentos do povo, porque sempre busca as melhores atitudes em prol da coletividade.

No caso das privatizações, o que se pratica é roubo em estado puro, um saque vergonhoso de um ativo que serve à sociedade, mas os neoliberais conseguem criar pelo em ovo quando os tecnocratas, que comem tutu com torresmo e arrotam, na alta roda empresarial, a última moda estrangeira sem menor receio de parecer o que são, ridículos.

A desgraça dessa desonra nativa é o prelo que todos pagam, não só como o que vimos agora no apagão da Enel de São Paulo, mas também nas linhas do metrô privatizado.

Coisa semelhante aconteceu em Brumadinho com a Vale privatizada. Na verdade, nada melhora com privatização, apesar das promessas de paraíso, ditas de boca própria de governantes pamonhas que compram o estorvo. Lógico, quem compra, na maioria das vezes, busca o lucro e somente lucro, como é o caso Companhia Siderúrgica de Volta Redonda, vilipendiada pela ganância, pela mesquinhez, pelo egoísmo mequetrefe de um empresário que zarpou para a cidade para comprar, a preço da antiga banana e pagar com moeda podre, uma siderúrgica mil vezes maior, literalmente, do que o patrimônio que a família do sujeito juntou por várias gerações.

Por trás disso, além de ganhar metade do município e deixá-lo apodrecer para usá-lo apenas para sua acumulação, a CSN, hoje, é a própria imagem de um Frankenstein. Tudo foi jogado ao chão e boa parte do patrimônio da empresa se transformou em fantasma, num espetáculo desagradável de decadência em toda a região no entorno da cidade de Volta Redonda.

Mas aqui não se pretende concentrar esforços apenas na ambição, mas congregá-lo na realidade concreta com péssimas gestões privadas que deságua em quebradeiras, beiços, calotes e devos, como é o caso da Light, que produziu sua falência e, agora, quer à força cavar um calote revestido de recuperação judicial.

Ou seja, privatização significa apagão, terra arrasada, estreitamento econômico e construção do caos econômico, social, cultural e intelectual.

O resto, é o velho 171.

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Ambição criminosa

A Globo conseguiu fazer uma ótima matéria sobre a poluição venenosa da CSN, porém, sem citar o nome do responsável, Benjamin Steinbruch.

A impressão que nós moradores de Volta Redonda temos é a de que moramos dentro de uma mina de carvão.

Mas a coisa é ainda pior, porque o que a CSN exala diariamente às toneladas, é um pó preto de ferro.

Dá para imaginar o que esse veneno que exalamos faz com os nossos pulmões.

O estilo da direção da CSN, todos aqui sabem, é de frieza de quem não tem a menor empatia com a cidade e menos ainda com os moradores, sobretudo com as crianças e idosos, principais vítimas de uma ambição doentia por lucros sobre lucros.

Sim, porque é disso que se trata a essência desse descalabro. Possivelmente, hoje, a cidade de Volta Redonda é a mais poluída do planeta, em prol da ganância desmedida. Trata-se da relação poluição e ambição, ou seja, custo benefício, que produz essa tragédia humana que se faz urgente ter um fim.

Se depender dos gananciosos, nada mudará. Pior, seguindo nessa pegada por lucros cada vez maiores, a CSN tende a duplicar ou até triplicar a poluição, até porque o responsável por essa desgraça mora bem longe dela.

Trinta anos de privatização da CSN, deixam claro que o que menos importa é a vida dos moradores de Volta Redonda, idosos ou crianças lação em geral e a população como um todo que adoecem pela poluição, para a empresa, isso é apenas o preço que a sociedade tem que pagar para garantir uma acumulação doentia dos que lucram com essa hecatombe ambiental.

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A poluição criminosa da CSN em Volta Redonda

Para quem se assustou com a poluição criminosa de Volta Redonda em matéria no JN, pode apostar, a coisa é muito pior.

O Jornal Nacional registrou alguns detalhes graves, gravíssimos nesse 13 de julho de 2023. A CSN foi privatizada há exatos 30 anos, na verdade, entregue de graça junto com boa parte do território da cidade para um gafanhoto chamado Benjamin Steinbruch, que jamais teve qualquer empatia com a cidade da qual ele arranca seus lucros bilionários.

Detalhe, antes de possuir a maior siderúrgica da América Latina e a maior fabricante de folha de flanders do mundo, a CSN foi adquirida com dinheiro do BNDES e paga com moeda podre na privatização feita por FHC.

O atual presidente da CSN, Steinbruch, mantinha com a família uma fabriqueta de tecido plano, chamada Vicunha, dando um salto mágico para uma fortuna incalculável na base do estalão. Isso sim, é o famoso milagre econômico de receita até hoje oculta.

O fato é que a propaganda que se fazia no próprio Jornal Nacional, há 30 anos, em prol da privatização, é a de que a CSN era deficitária, uma gigantesca mentira, adornada numa mentira ainda maior, que prometia, com a privatização, a modernização da empresa, a valorização da pesquisa, redução drástica da poluição, desenvolvimento para toda a região do médio Paraíba, além de uma abundante geração de empregos qualificados.

Pois bem, todas essas promessas foram trituradas pela realidade e deu-se exatamente o oposto, ponto a ponto, do que citamos aqui.

E é bom lembrar que Benjamin Steinbruch, que chega aqui em Volta Redonda de helicóptero, fazendo parecer a música “Geni e o Zepelin!, da Ópera do Malandro, de Chico Buarque, com aquela arrogância de quem olha para a cidade que explora com o máximo desprezo que, apesar de enriquecê-lo, e muito, jamais o dono da empresa devolveu centavo furado de investimento na própria usina.

Esse foi o procedimento padrão da CSN desde a privatização há 30 anos.

Todos viram, no Jornal Nacional, uma empresa absolutamente sucateada, em nome da ambição que opera cirurgicamente para extrair o máximo de lucro, sem sequer buscar, através de pesquisa, qualquer tipo de melhoria para a empresa, que fará para a cidade.

Quem não se lembra desse personagem, Benjamin Steinbruch, que até pouco era vice-presidente da Fiesp, numa entrevista no Uol, em que ele propõe uma exploração inacreditável da mão de obra, dizendo que o trabalhador não deveria ter hora de almoço, mas sim trabalhar, segurando numa das mãos um sanduíche, enquanto a outra mão opera a máquina.

Portanto, a história do sujeito e a sujeira venenosa que ele espalha pela cidade são absolutamente coerentes.

Essa tragédia é fruto de um pensamento trágico. Como não existe meio desumano, a atual presidência da CSN deixa claro o quanto foi criminosa a privatização da usina e quais foram os resultados concretos dessa tragédia 30 anos depois.

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Após privatização, Eletrobras registra prejuízo e anuncia demissões

Gigante do setor elétrico divulgou primeiro balanço após ser privatizada e números mostram não só lucro menor no ano da venda, como prejuízo no último trimestre de 2022.

Segundo a Forum, a Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, registrou prejuízo logo após ser privatizada pelo governo Bolsonaro. Antes estatal, pelo fato de que o Estado brasileiro era o acionista majoritário, a companhia foi vendida ao capital privado em junho em 2022 por R$ 33,7 bilhões – à época era avaliada em R$ 67 bilhões – e agora o governo possui apenas um representante na direção da empresa, com 40% das ações.

Em balanço encaminhado aos investidores nesta terça-feira (14) – o primeiro após a privatização -, a Eletrobras informa que registrou lucro líquido de R$ 3,638 bilhões em 2022, índice que é 36% menor que os R$ 5,714 registrados em 2021. No último trimestre de 2022, isto é, logo após ser vendida, a empresa registrou prejuízo de R$ 479 milhões, enquanto no mesmo período em 2021, quando a companhia ainda era estatal, houve R$ 610 milhões de lucro líquido.

Segundo o informe, o lucro menor em 2022 e o prejuízo no último trimestre se deram por conta do Plano de Demissão Voluntária, encampado em dezembro de 2022 (6 meses após a privatização), pela provisão de R$ 2,5 bilhões para a Amazonas Energia e também “pela deflação ocorrida no período, que resultou em uma redução de R$ 1.675 milhões nas receitas de transmissão”.

O atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, anunciou após a divulgação do balanço, em teleconferência com analistas, que até abril deverá ser encampado um novo Plano de Demissão Voluntária que atingirá 20% dos 14 mil funcionários da empresa.

Lula quer rever contrato

Durante encontro com jornalistas da mídia independente em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o contrato de privatização da Eletrobras e anunciou que colocaria a Advocacia-Geral da União (AGU) para atuar com relação ao tema. Segundo o mandatário, a venda da empresa pelo governo Bolsonaro foi “quase que uma bandidagem”.

“Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União, [ele] vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, declarou.

O presidente disse ainda que o fato do governo possuir, atualmente, possuir 40% das ações da Eletrobras e só ter uma pessoa participando da direção da empresa é algo “irracional” e “maquiavélico”. “Nós não podemos aceitar. […] Se amanhã tiver interesse de comprar as ações, as ações para o governo valem 3 vezes mais do que o valor normal para outro candidato”, declarou, sinalizando que, “se a economia crescer”, seu governo pode vir a comprar ações para voltar a ser o acionista majoritário da gigante do setor elétrico.

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