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Informalidade cresce 20% em um ano e segura taxa de desemprego, mas queda na renda é brusca

País tem 12 milhões de desempregados, 38 milhões de informais e renda 10% menor.

A taxa de desemprego no país foi a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, menos do que em outubro (12,1%) e do que há um ano (14,5%). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (18), o número de desempregados é estimado em 12,048 milhões, queda de 6,6% no trimestre e de 18,3% em um ano. Mas, em boa medida, isso se deve ao crescimento das ocupações informais e, em consequência, à queda expressiva da renda: o trabalhador perde quase 10% em um ano.

De acordo com a pesquisa, o total de ocupados agora chega a 95,428 milhões. O crescimento é de 1,6% no trimestre e de 9,4% em 12 meses, com 8,2 milhões de pessoas a mais no mercado. O nível de ocupação (pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar) subiu para 55,3%.

As diferenças se notam pelo tipo de ocupação. Estimado em 34,556 milhões, o número de empregados com carteira no setor privado sobe 2% no trimestre e 9,3% em um ano (acréscimo de 2,9 milhões). Mas o total de empregados sem carteira assinada (12,383 milhões) cresce duas vezes mais: 3,6% e 19,8% (mais 2 milhões), respectivamente. Isso acontece também os trabalhadores por conta própria (25,576 milhões): estabilidade no trimestre e alta de 10,3% (2,4 milhões) em 12 meses. Também em um ano, o número de trabalhadores domésticos (estimado em 5,621 milhões), setor com mais informalidade e menos renda, sobe 19,9%.

Com isso, a taxa de informalidade segue elevada – e corresponde a 40,4% dos ocupados, ou 38,5 milhões. Perto do registrado no trimestre anterior (40,7%) e bem acima de igual período de um ano atrás (39,2%).

Renda cai para todos

Os chamados subutilizados, pessoas que gostariam de trabalhar mais, são 27,758 milhões, com queda de 15,5% em um ano. A taxa de subutilização caiu para 23,9%. Já os desalentados somam agora 4,754 milhões, -18,7% na comparação anual.

Estimado em R$ 2.489, o rendimento médio caiu 1,1% no trimestre e 9,7% em um ano. Ainda no acumulado em 12 meses, queda tanto para o com carteira (-7,1%) como para o sem (-9,1%). Assim como ocupações de menor renda, como trabalhador doméstico (-3,1%) e por conta própria (-2,7%). Mas cai fortemente também no setor industrial (-14,5%) e no comércio (-6%), um dos principais responsáveis pela recuperação de empregos. A massa de rendimentos (R$ 232,594 bilhões) ficou estável.

*Com Rede Brasil Atual

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O papel nefasto da Globo na reforma da Previdência, censurando o contraditório

Depois de anunciar a morte da política, obstruindo o debate público, substituindo por pesquisas, a Globo e sua democracia de mercado foi o principal condimento para que a aposentadoria dos pobres sofresse a maior violência. Mas, para que isso acontecesse, a Globo tratou de tirar qualquer obstáculo do “debate” sobre a reforma da Previdência. Ou seja, ela simplesmente impediu o contraditório e não levou sequer um especialista aos seus microfones e holofotes contrário a essa reforma nefasta.

A Globo trabalhou como um panfleto do sistema financeiro de uma forma inacreditavelmente violenta, pois ela sabe, que aumentará a pobreza, a miséria e estimulará a violência no país.

O que interessou à Globo era vender essa reforma, assassinando o contraditório e, consequentemente, o debate.

O que reinou nesse tempo todo foi o apoio a Bolsonaro em que se assistiu a todo o império Globo mergulhado de cabeça em entregar a previdência do povo para os banqueiros.

Imagina a enorme quantia de dinheiro que ela ganhou para cumprir esse papel. É uma multiplicação de disparates que propõe a escassez de recursos para quem passou a vida contribuindo e não conseguirá sobreviver de sua mísera aposentadoria.

Essa é uma das moralidades da Globo, ter como ponto central o neoliberalismo do PSDB imposto a Temer e a Bolsonaro para que os bancos explorassem ao máximo o suor do povo brasileiro, sem que ninguém pudesse aparecer na emissora para colocar ao menos uma dúvida no ar sobre as maravilhas que ela propagandeou em discursos falsos, mentiras, manipulações em que seu “jornalismo” estava abolido de qualquer princípio ético, principalmente quando tratava de temas referentes à reforma da Previdência.

O chamado discurso do contra foi rigorosamente censurado e a Globo passou a ser “a central do conhecimento” sobre a dinâmica da reforma, colocando a sociedade no confinamento midiático que beira à ditadura.

Os discursos são bobos, adequados a uma determinada ação sem que se discuta os seus desdobramentos e, claro, tendo êxito como teve, com explicações ornamentais, os mesmos implacáveis comentaristas que apoiaram a reforma, desaparecerão com os assuntos como emprego, renda, desenvolvimento prometidos pela reforma, assim como foi prometido na reforma trabalhista e na PEC do fim do mundo, assuntos estes que sequer são ventilados pela Globo.

Esse sim é o verdadeiro projeto neoliberal, impor aos aposentados o gueto, contanto que os banqueiros façam como vêm fazendo, depois do golpe, barba, cabelo e bigode, batendo recordes de lucro, com o aplauso do judiciário e das Forças Armadas, para o delírio dos caciques do PSDB, enquanto o povo sofre com uma crise permanente.

Com as redes sociais em ebulição contra a reforma, a Globo usou a técnica de dobrar a aposta na massificação, no terrorismo econômico e no fatalismo, mentindo descaradamente a cada cinco minutos para impor sua versão dos fatos.

Quanto mais as redes sociais se tornarem indispensáveis como dados multiplicadores do debate nacional, a Globo somará todas as suas forças de massificação para limitar ou tentar neutralizar esse debate como uma evolução normal da sociedade, para empurrar os brasileiros ao cadafalso, alinhada com o grande capital nacional e internacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas