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Política

Vídeo: Durante show em Caruaru, Diogo Nogueira agradece povo nordestino por votar em Lula: “tiraram aquela besta do poder”

Ao se apresentar neste sábado (24) no São João de Caruaru, município localizado no Agreste pernambucano, Diogo Nogueira fez um desabafo em tom de agradecimento ao saudar o público nordestino pela derrota de Jair Bolsonaro nas eleições, diz Agenda do Poder.

Com 66,9% dos votos válidos em Pernambuco, Lula só perdeu para Bolsonaro em uma cidade no segundo turno.

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Cultura

Vídeo: Dilma é aplaudida de pé no show de Chico Buarque em Porto Alegre

Show do cantor Chico Buarque em Porto Alegre, no último sábado (5). (Foto: Reprodução)

Durante show da turnê “Que tal um samba?” do cantor Chico Buarque, em Porto Alegre, no sábado (5), a ex-presidente Dilma Rousseff que estava na plateia, foi aplaudida de pé pelo público quando o cantor anunciou sua presença.

Apesar do nome, no show Chico traz blues, baião, bossa nova, valsa, romantismo, nostalgia e bom humor. Acompanhado da cantora Mônica Salmaso, o espetáculo celebra todas as décadas de Chico, com mais de 30 composições.

Com apresentações desde a última quinta-feira (3) na capital do Rio Grande do Sul, no Auditório Araújo Vianna, a apresentação no sábado encerrou a turnê no estado gaúcho.

Na apresentação de sexta-feira (4), o cantor fez uma referência as eleições ao dizer que “não posso fazer feio, especialmente em um dia como hoje, que estamos todos muito emocionados. É quase uma reestreia, nosso primeiro show”.

Chico então passou a dedilhar no violão a melodia de Lula Lá, e foi acompanhado pela plateia, que entoou os versos.

“Este show foi concebido, desde o primeiro ensaio, com a perspectiva da vitória. Se por acaso viesse o resultado adverso, acho que não estaria aqui hoje, acho que esse show não faria mais sentido”, disse o cantor, que ergueu com Mônica uma bandeira do PT entregue por uma pessoa da plateia.

Confira

*Com DCM

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Lula presidente

Claudia Leitte é vaiada em show na Bahia e público grita ‘Lula’

Após homenagem ao presidente eleito, cantora interrompeu performance e tentou conversar com os foliões: ‘Vivemos em uma democracia’.

A cantora Claudia Leitte foi vaiada em sua apresentação na Micareta Salvador, na última sexta-feira. A cantora, que nunca declarou apoio abertamente a Jair Bolsonaro (PL), foi interrompida com gritos de apoio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leitte cantava a música “Chame Gente” quando os gritos começaram. Ela interrompeu o show e tentou conversar com os foliões, que responderam com vaias. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a manifestação do público e a cantora reagindo com serenidade.

– Vocês estão na Micareta Salvador 2022, estamos na Bahia e vivemos em uma democracia”, respondeu Leitte ao público. – Eu estou aqui para servi-los com todo amor. Que Deus guie nosso trio do início ao fim, com tudo que vocês merecem.

Ao longo de toda a campanha eleitoral, Claudia Leitte não declarou voto. Mas ela passou a ser associada ao bolsonarismo por causa de diversos posts polêmicos, como a imagem de uma Bíblia ao lado de uma escultura de arma. Ela mais tarde se defendeu dizendo que a peça não tinha nenhuma referência política.

Confira

*Com O Globo

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Política

Presidenciável, André Janones coloca R$ 2 milhões em show com Gusttavo Lima na véspera da campanha

Pré-candidato a presidente destinou R$ 7 milhões para sua cidade Natal, em Minas Gerais, e parte do dinheiro bancará feira agropecuária com shows sertanejos a uma semana da eleição.

O deputado André Janones (Avante-MG), pré-candidato à Presidência, destinou R$ 1,9 milhão em recursos de uma emenda parlamentar para bancar uma festa com o cantor Gusttavo Lima e outras estrelas da música sertaneja em Ituiutaba (MG), sua cidade natal, uma semana antes da eleição presidencial em outubro.

O presidenciável quer usar o recurso para patrocinar uma feira agropecuária entre os dias 15 e 25 de setembro na cidade. O município é governado pela prefeita Leandra Guedes (Avante), ex-assessora de Janones na Câmara e investigada junto com o deputado por uma suspeita de rachadinha no gabinete. A verba foi empenhada pelo governo federal no último dia 17 e deverá cair nos cofres do município até julho.

O evento também terá shows das duplas Zezé di Camargo e Luciano, João Neto e Frederico, João Bosco e Vinícius e da cantora gospel Fernanda Brum, além de outros artistas. A emenda total é de R$ 7 milhões. De acordo com a assessoria do pré-candidato, R$ 1,9 milhão será usado para bancar a feira – o restante ficaria livre para o município investir em saúde e educação, onde a prefeita Leandra faz questão de publicar nas redes sociais a relação de amizade com o deputado.

O pré-candidato do Avante aparece com 2% das intenções de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais, conforme pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, 26, o mesmo porcentual da presidenciável do MDB, Simone Tebet. O deputado é um dos pré-candidatos que tiveram o maior crescimento nas redes sociais, impulsionado por lives em defesa do Auxílio Emergencial durante a pandemia de covid-19.

Ministério Público Federal (MPF) investiga André Janones pela prática de rachadinha em seu gabinete, com a participação de Leandra Guedes, após denúncia feita por um ex-assessor de Janones na Câmara, como revelou o portal Metrópoles em janeiro deste ano. O caso é tratado em sigilo pelo MPF e ainda não rendeu nenhum julgamento do deputado, que pretende concorrer ao cargo de presidente da República em outubro.

Em resposta à reportagem, Janones defendeu o uso da emenda parlamentar para bancar o show com Gusttavo Lima em Minas Gerais. “Sempre destinei e continuarei destinando emendas para promover festas pro povão, seja de Ituiutaba, do Triângulo mineiro, de toda Minas Gerais e, se eleito presidente, de todo Brasil”, disse o deputado em nota. “Apesar de ser de portões abertos, a festa não será ‘de graça’, pois o dinheiro que banca tudo sai do bolso do povo e não do meu nem de prefeito nenhum.”

*Com Estadão

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Cotidiano

Autofagia bolsonarista: Vídeo mostra briga generalizada em show de Gusttavo Lima

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga generalizada durante o show do cantor Gusttavo Lima, no sábado (21/5), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Não há informações sobre quem estava envolvido na briga. Nas imagens, é possível ver uma mulher caída no chão sendo agredida. A briga envolve várias pessoas.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma briga generalizada durante o show do cantor Gusttavo Lima, no sábado (21/5), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Não há informações sobre quem estava envolvido na briga. Nas imagens, é possível ver uma mulher caída no chão sendo agredida. A briga envolve várias pessoas.

Em nota, a produção do evento disse que repudia qualquer ato de violência e que, durante o show, os seguranças intervieram para encerrar a confusão.
Veja a nota

“A produção do Buteco Bhoemia, que aconteceu em Brasília no último sábado (21), informa que repudia qualquer ato de violência.

A equipe afirma ainda que no evento havia um grande grupo de seguranças e brigadistas que foram preparados para atender as ocorrências, de acordo com cada necessidade.

Nos registros de brigas durante o show, a equipe interveio para evitar demais gravidades.”

*Com Correio Braziliense

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Vídeo: Show de Bethânia no Rio se transforma em Lulaço

Ao som do coro “olê, olá, Lulá” plateia empolgou a apresentação da cantora, assim como a internet. O vídeo da manifestação viralizou nas redes sociais.

O show da cantora Maria Bethânia foi embalado por mais um lulaço, neste domingo (10) no Vivo Rio. Ao som do coro “olê, olá, Lulá” a plateia empolgou a apresentação da cantora, assim como a internet. O vídeo viralizou nas redes sociais.

Confira:

Maria Bethânia subiu ao palco no Vivo Rio para fazer um show especial em celebração ao documentário Fevereiros. O filme, dirigido por Marcio Debellian, transita entre as festas da terra natal da cantora, Santo Amaro da Purificação (BA), e o carnaval carioca, e registrou de perto a vitória da Mangueira no carnaval 2016, quando Bethânia foi homenageada.

*Com Forum

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A população brasileira deu um show na vacinação, diz Sue Ann Costa Clemens

Professora da Universidade de Oxford destaca que a ciência, o SUS e o apoio da sociedade mostram ao mundo como é possível virar o jogo contra o negacionismo.

A história de como o corpo humano é infectado por micróbios e as doenças aparecem já estava nas brincadeiras de criança da pesquisadora, médica infectologista e pediatra Sue Ann Costa Clemens. Não é de espantar, portanto, que hoje ela esteja entre os grandes cientistas que ajudam o mundo a combater o coronavírus que causa a Covid-19. Entre outras atribuições, Sue é professora da Universidade de Oxford, a centenária instituição inglesa reconhecida como uma das melhores do planeta, e foi a responsável pela coordenação dos estudos clínicos com a vacina Oxford-­AstraZeneca feitos no Brasil. O êxito foi tão grande que a universidade decidiu abrir no país sua primeira unidade fora do Reino Unido, com atuação inicialmente focada na área de vacinas. Acompanhou de perto a transferência de tecnologia da produção do imunizante para a Fundação Oswaldo Cruz, algo que fará o país subir alguns degraus na expertise de fabricação de vacinas. Nesta entrevista a VEJA, a cientista conta como é fazer ciência correndo contra o tempo, contra o negacionismo, e o que vamos aprender com a pandemia.

A senhora coordenou no Brasil o braço da pesquisa clínica da vacina Oxford-AstraZeneca com o maior número de participantes do mundo. Como foi a mobilização para que tudo desse certo? No dia 28 de abril de 2020, o professor Andrew Pollard, chefe do Oxford Vaccine Group, me procurou para falarmos sobre a expansão da pesquisa que ele fazia com uma vacina contra a Covid-19. Eu estava no Brasil e por aqui os casos explodiam. Uma semana depois, tivemos nossa primeira reunião. Andrew estava à frente do estudo mais adiantado de um imunizante contra a doença. Ele havia sido aplicado em 1 000 participantes no Reino Unido, mas era preciso ter um volume maior de participantes. Andrew tinha pensado em registrar 1 000 voluntários brasileiros. Enquanto ele falava, a única coisa que eu pensava era: “Quando você quer que eu comece?”.

E quando começou? Assim que terminamos a reunião. Nunca pensei que testemunharia uma epidemia se tornar uma pandemia e estava vendo a doença devastar as pessoas. Sabia que, se corrêssemos, salvaríamos mais vidas. O Brasil sempre teve ótimos centros de realização de estudos clínicos e isso ajudou. Seis serviços foram escolhidos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Natal, Porto Alegre e Santa Maria. No começo, eram 1 000 voluntários. Depois, foi passando para 2 000, 3 000, até que em quatro meses chegamos a quase 11 000 voluntários.

A senhora havia participado de algo parecido? Não. Foi um trabalho colossal. Os profissionais se dedicaram dia e noite. Era preciso ligar para mais de 10 000 voluntários uma vez por semana, seguir os indivíduos sintomáticos e analisar o que poderia ser considerado eficácia em uma doença desconhecida naquele momento. Tínhamos reunião à meia-noite para saber se algum voluntário teve reação. Ao mesmo tempo, eu precisava monitorar toda a qualidade, fazer a limpeza de dados. Agora, temos um imunizante inspecionado por cinco agências regulatórias de peso e quase 3 bilhões de pessoas vacinadas. Foi bastante emocionante ver nosso trabalho aqui no Brasil se concretizando quando a vacina foi aprovada.

A experiência foi decisiva para a Universidade de Oxford abrir no Brasil sua primeira unidade fora da Inglaterra? Sim. É um reconhecimento da instituição ao talento científico do profissional brasileiro. Houve profissionalismo, qualidade científica e garra para entregar resultados.

Como vai funcionar? Os alunos aprenderão todo o processo de desenvolvimento de vacinas, desde a descoberta até o registro do produto. Começaremos com cursos de atualização e outros mais básicos. Mestrado e doutorado serão oferecidos a menos pessoas, voltados a profissionais que são pesquisadores.

Serão acessíveis? Os cursos de atualização terão pagamento simbólico. No mestrado e doutorado, teremos taxa de inscrição, mas vamos procurar instituições que queiram financiar bolsas.

A senhora participa de uma epopeia científica sem precedente. A essa altura, como é deparar com o negacionismo que ainda persiste? Há negacionismo, é verdade. Mas a população brasileira deu um show. Começamos a vacinação de forma lenta, porém hoje somos um país com uma das maiores taxas de população totalmente vacinada. Apresentar 70% da população protegida é algo que temos de aplaudir. É preciso bater palmas para o SUS porque não adianta ter vacina e não a fazer chegar à população. Além disso, os brasileiros participaram de importantes ensaios clínicos cujos dados permitiram a aprovação de vacinas.

O Ministério da Saúde é acusado de adotar medidas para atrasar a vacinação infantil contra a Covid-19 e de se posicionar a favor de terapias sem base científica. A senhora mantém uma boa relação com o ministério? Passei por mais de um ministro. Falei com Nelson Teich, participei de reuniões com Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga. Sempre fui tratada com respeito e minha relação com o ministério é da mais alta qualidade. Minha relação com eles se restringe a conversas estritamente científicas. Nada mais.

O que achou da polêmica envolvendo a imunização das crianças? Sou pediatra e totalmente a favor da vacinação das crianças. Se você me perguntar como pesquisadora, digo que precisamos ter avaliação crítica, como as agências regulatórias internacionais estão fazendo, e bem, com todos os imunizantes criados contra a doença. A vacina de RNA mensageiro (caso da vacina da Pfizer) é nova e é natural que surjam perguntas. Mas o que a população deve ter em mente é que todos os imunizantes liberados para uso são eficientes e seguros. Os riscos de quadros graves de Covid-19 são infinitamente maiores do que os apresentados por qualquer vacina. Por isso, é crucial proteger as crianças também.

Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso da CoronaVac em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. O que acha da decisão? Toda vacina é bem-vinda. A CoronaVac é feita com uma plataforma que conhecemos (vírus inativado), sobre a qual temos experiência. Embora ela tenha um escape imunológico grande contra a ômicron, é primordial para a população brasileira, incluindo as crianças.

As crianças precisarão receber doses de reforço? Ainda não foram publicados dados sobre o assunto. Acredito que a Pfizer, pioneira no uso da tecnologia do RNA mensageiro para criação de vacinas, esteja buscando informações. Contudo, se formos fazer uma analogia com o que ocorre nos adultos, será preciso esperar de quatro a seis meses para medirmos as respostas imunológicas das pessoas nessa faixa etária.

A pandemia acaba em 2022? Ela vai passar para uma situação endêmica (o agente infeccioso continua presente, porém não provoca mais emergência sanitária). Agora, se isso acontecerá neste ano, vai depender muito do aumento e da celeridade da vacinação em grandes bolsões que permanecem sem cobertura adequada. No Malawi, 4% da população está totalmente imunizada e há outros países na África infelizmente na mesma situação. A Ásia também é um bloco com problemas semelhantes.

A que se deve essa situação? Não podemos só prover as nações com vacinas, é preciso fazer com que a distribuição tenha capilaridade. Isso seria um trabalho para instituições supranacionais, como a Organização Mundial da Saúde, que deveriam ter uma atuação mais forte nesse sentido. Ao mesmo tempo, vimos até hoje milhões de pessoas que não querem se vacinar em todo o mundo. Nos Estados Unidos, em países do Leste Europeu, como Romênia, Rússia ou Ucrânia, os índices de resistência à vacina são altíssimos.

Quais estratégias devem ser adotadas para aprendermos a conviver com a Covid-19? Vigilância, testagem e sequenciamento. Se a vacina protege menos com o tempo, o maior investimento deve ser em terapêutica, porque não há como fazer uma vacina para cada cepa que surgir. O futuro não é adaptar vacina toda hora, mas investir em prevenção e tratamentos e conseguir remédios em abundância e acessíveis para a população.

O que ficará de legado para o Brasil quando a pandemia terminar? Já podemos comemorar algumas boas heranças. Uma delas é termos criado e capacitado tantos centros de pesquisa. O desafio agora é montarmos sistemas que permitam a manutenção e a evolução desses serviços. Além disso, obtivemos a transferência de tecnologia de uma plataforma nova para a produção de vacina da Oxford para a Fundação Oswaldo Cruz. Isso tem um valor inenarrável para o Brasil. Os pesquisadores podem identificar novos patógenos e começar a testar uma vacina, além de o país se tornar autossustentável em relação aos imunizantes contra a Covid-19. Tudo isso pode resultar em pioneirismo em relação a outras vacinas.

De onde vem seu interesse por micróbios? Desde criança eu era curiosa em relação à ciência e meu brinquedo era um microscópio. E sempre adorei parasitas, bactérias, vírus. Eles me fascinavam. Lembro-me de quando fui para a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e não queria entrar na água por causa da esquistossomose (doença parasitária causada por verme presente em água doce contaminada). Tinha uns 8 ou 9 anos. Todo mundo nadando, se divertindo, e eu tentando imaginar o parasita e em como ele iria entrar nas pessoas.

A pandemia é uma boa vitrine para o trabalho da mulher cientista? Sem dúvida. O que fazemos mostrou a capacidade e a garra femininas na ciência. Veja o exemplo do estudo clínico da vacina Oxford-AstraZeneca no Brasil. Dos seis centros de pesquisa que participaram, quatro são chefiados por mulheres. Temos uma dedicação à pesquisa clínica muito maior do que os homens. É como ser mãe. Não termina o interesse. Também não é por acaso que muitos países que estão indo bem contra a pandemia sejam liderados por mulheres, como a Nova Zelândia, que tem Jacinda Ardern como primeira-ministra, ou a Alemanha, que até poucas semanas atrás estava sob o comando de Angela Merkel.

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