Quando Mourão diz que o torturador, Ustra, era um homem de honra, dá pra imaginar que honra rege nosso generalato

O general vice-presidente Hamilton Mourão defendeu em entrevista o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, herói de Jair Bolsonaro. Para Mourão, ele ”era um homem de honra” e ambos tinham “uma amizade muito próxima”

Em entrevista ao programa de TV Conflict Zone, da DW, publicada nesta quarta-feira (7), o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar condenado pela Justiça Brasileira pela prática de tortura durante a ditadura, “foi um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados”.

“O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade”, afirmou o vice.

Mourão disse ainda que não está “alinhado com a tortura, e, claro, muitas pessoas ainda estão vivas daquela época, e todas querem colocar as coisas da maneira que viram. É por isso que eu disse antes que temos que esperar que todos esses atores desapareçam para que a história faça sua parte. E, claro, o que realmente aconteceu durante esse período … esse período passou”.

 

*Com informações da Forum

*Foto destaque: Blog Otávio Sá Leitão

 

Flamengo diz que não convidará Bolsonaro para a final: seria um insulto ao povo do Chile

Pessoas do Flamengo asseguraram que o clube não convidou Jair Bolsonaro para acompanhar a final da Copa Libertadores, dia 23 de novembro, a priori em Santiago.

E, asseguram, não planejam fazê-lo, diz Mauro Cezar em seu Blog.

Nos bastidores, crescem rumores de que a decisão possa mudar de local, em virtude do clima de tensão no Chile.

Mais cedo, o jornal O Globo publicou que o Presidente da República recebera convite do clube para comparecer ao estádio no cortejo diante do River Plate.

O que seria um absurdo completo, além de uma falta de respeito com o povo chileno,, que em maioria repele admiradores do ex-ditador Augusto Pinochet.

Bolsonaro já o elogiou publicamente, como a outros personagens semelhantes da história, caso do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos grandes representantes da repressão que marcou a ditadura militar no Brasil. Ele vai além, chega a se referir ao torturador condenado como “herói nacional”.

O Estádio Nacional de Santiago, palco da decisão, preserva velha arquibancada dos tempos em que a ditadura de Pinochet o utilizava como prisão. Lá, por cerca de dois meses, 20 mil pessoas ficaram aprisionadas.

No local, o regime torturava e matava opositores. E naquele setor, de madeira, se lê a frase “Um povo sem memória é um povo sem futuro”. É uma forma de evitar que esse trecho macabro da história seja esquecido.

Bolsonaro é admirador de personagens como sanguinário militar que atuou como ditador no Chile de 1973 a 1990.

Tê-lo como convidado seria muita falta de noção, e de respeito, ao povo chileno. Soaria como uma afronta, um deboche, puro escárnio. Uma patética provocação depois que o brasileiro insultou o pai da ex-presidente chilena e comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, torturado e morto pela ditadura militar.

Em meio aos protestos cercados por violência no país, convidar Bolsonaro para comparecer a Santiago seria como se o Flamengo dissesse ao povo do Chile algo forte o bastante para despertar antipatia e ódio pelo clube. Era só o que faltava, depois de tanto bajular o Presidente da República e políticos de seu partido, cartolas do clube cometerem tamanha tolice, insultando o Chile, sua gente e sua história. Ainda mais em momento tão tenso.

 

 

*Com informações do Blog do Mauro Cezar

Teoria de um verme canastrão ou a raposa no galinheiro, parte 2

O Intercept, nesta quinta-feira (29) definitivamente, estalou o verniz do pior caráter entre os procuradores da Lava Jato.

Carlos Fernando dos Santos Lima sempre aspirou dar moldes elegantes e requintados a sua imagem, certamente inspirado na Teoria do Medalhão, de Machado de Assis. Nas coletivas, falava pouco, às vezes somente o essencial, mas a sua frase, combinada com a mídia, quando perguntado se estaria investigando Lula, e ele mentia descaradamente em seu ramerrão que “a Lava Jato não investigava pessoas, mas sim fatos e os fatos levavam às pessoas” denunciava um péssimo ator com esse esperanto arquitetônico.

Ali, via-se na expressão de Carlos Fernando o ódio a Lula que circulava em seu sangue. O procurador é um característico cafajeste, é a própria falsificação institucional. Mentir, com certeza, está na sua alma e, como todo cafajeste de salão, Carlos Fernando exala perfumes, sussurra poesias e se encasaca como um francês de mãos nos bolsos, mas quando arregalava os olhos para falar de Lula em coletiva, perdia o prumo, remexia na cadeira e denunciava a mentira viva que ele pregava.

Essa caricatura de Maquiavel rococó é, certamente, a figura mais repugnante dos seres que compõem a Lava Jato, além de operar como principal tutor da gleba de cafajestes de Curitiba. E assim fez seu cultivo artificial para degradar a imagem pública de Lula.

Carlos Fernando, o verme, é uma salada completa de mau-caratismo e suas falsificações vêm de longe. Quem leu, na Istoé, em setembro 2003, uma matéria sobre o escândalo do Banestado, intitulada, “A Raposa no Galinheiro“, que denuncia o seu comportamento mafioso, sabe que o que foi hoje revelado pelo Intercept, em seu jogo manipulador, imundo com a mídia contra quem eles queriam arrancar confissões a fórceps, mesmo que inventadas pelos delatores,  entende perfeitamente que isso não é novidade, pois é o que sempre guiou a carreira desse sujeito de meia cultura que adora posar de novo rico requintado de piano blues.

Isso não significa que ele não seja capaz de, nos porões da Lava Jato, cumprir o mesmo papel de um torturador, usando fórmulas psíquicas para chegar aos seus objetivos.

E qual era o principal objetivo de Carlos Fernando? Prender Lula, não importando como e nem porquê. Condenar Lula sempre esteve nos planos desse capataz do capital e, diante do terremoto provocado pelo Intercept, o ansioso Carlos Fernando, que era preponderantemente o verdadeiro chefe da Força-tarefa, teve que tirar o ar de missionário zen e partir para a baixaria, sobretudo contra Lula, porque sua igrejinha havia se desmoronado. Daí que, da arte dos anjos para a dos demônios, foi um pulo nas verborrágicas filosofias do rato branco da Lava Jato em seu facebook.

Ainda não ficou claro qual foi a sua intenção em participar do programa Painel na Globo News para denunciar os próprios colegas, dizendo que o ambiente da operação Lava Jato era totalmente bolsonarista, em decorrência do antipetismo natural do qual os procuradores são dotados. Mas isso não foi tiro a esmo, tem endereço certo.

Com certeza, Carlos Fernando é o pior personagem da Lava Jato. Seu comportamento bruto contra Lula, ameaçando entre seus colegas, de ir na jugular de Lula, usando a morte de Marisa Letícia para desestabilizá-lo quando do seu depoimento a Moro, como mostrou o Intercept, embasa a minha afirmativa.

Claro que a linguagem bárbara desse lixo humano só veio à tona pelo grandioso trabalho de Glenn e demais jornalistas do Intercept nessa histórica série de denúncias que derrubou a catedral gótica de Curitiba.

O fato é que ninguém se encaixa melhor do que Carlos Fernando no que bem disse Gilmar Mendes, referindo-se aos procuradores da Lava Jato “essa gente ordinária”. ” A República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. (…) Que gente ordinária, se achavam soberanos”.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas