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Se Nikolas não for cassado, processado e preso, o país que mais mata trans no mundo verá essa tragédia humana se multiplicar

A dimensão do crime de Nikolas, pode ser medida por sua própria régua. Ele comemora nas redes que teve aumento exponencial de seguidores depois de seu linchamento transfóbico na tribuna da câmara.

Se ele teve êxito na sua delinquência de se promover e ainda tirar do foco o Dia Internacional da Mulher, num ato covarde de misoginia, o criminoso fez discurso a favor da matança medieval, que dá ao Brasil a marca não só de país que mais assassina mulheres trans, mas que simplesmente passa do dobro de assassinatos em comparação ao 2ª colocado nessa estatística macabra.

A fala de Nikolas foi tão seriamente assassina que Waldemar da Costa Neto, vendo o sucesso nas redes do delinquente, correu para lhe servir de esteio, de olho nos resultados políticos para o PL quando exclamou direito à liberdade de expressão.

Eduardo Bolsonaro, certamente sacando que o deputado bandido quer ser o substituto do moribundo clã Bolsonaro, correu para apoiar sua fala criminosa e passar o recado de que a milícia do Vivendas da Barra sempre pensou e agiu assim, para meter um mata-burro no caminho do esperto.

Não cabe a funesta defesa de Nikolas utilizando como argumento a liberdade de expressão. Se assim for, Arthur Lira passará recibo de apoio ao fomento de qualquer tipo de crime nesse país.

Não há seletividade possível que contemple escolhas assassinas que limite o comportamento delinquente de determinado ato.

A tragédia criminosa sempre será uma tragédia completa quando é incentivada.

Por isso não cabe uma fala tão dúbia do presidente da Câmara, ele precisa olhar o país pelo espelho para entender concretamente qual foi a intenção da fala homicida de Nikolas e qual o resultado prático dessa fala, que foi nada mais, nada menos do que sentenciar à morte milhares de mulheres trans nesse país, porque foi isso que ficou claro em seu discurso monstruoso contra as trans, que ele e seu partido são simpatizantes do morticínio praticado no Brasil contra mulheres trans.

Na verdade, Nikolas, no Dia Internacional da Mulher, usou peruca para ridicularizar as mulheres, distribuiu flores aos assassinos de mulheres trans, mais que isso, deixou claro que o deputado federal e seus aliados têm simpatia especial pelos assassinos que praticaram o ato criminoso e aos que, porventura, agora incentivados, possam vir a praticar.

Enfim, está nas mãos de Arthur Lira não uma orientação estética classificada por ele como exibicionismo, o que está em jogo é a própria imagem da Câmara dos deputados federais e de seu presidente, para dizer se a casa legislativa, no Brasil, tem ou não vocação para abrigar criminosos que usam o plenário para fomentar assassinato de brasileiros nas mais diferentes e cruéis formas de execução.

Em última análise, o que Nikolas fez foi aplaudir os homicidas e a conduta de um ser humano matar um igual.

Ou seja, trata-se de um crime previsto no código penal brasileiro.

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Bolsonaro intervém em Universidade Federal e cancela vestibular para LGBTs

Assumidamente homofóbico, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (16), que a Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) cancelou o recém-lançado vestibular específico para pessoas LGBTi.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou na tarde desta terça-feira (16), através de sua conta no Twitter, que a Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) cancelou o recém-lançado vestibular específico para pessoas LGBTIs depois de uma intervenção de seu governo.

“A Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Federal) lançou vestibular para candidatos TRANSEXUAL (sic), TRAVESTIS, INTERSEXUAIS e pessoas NÃO BINÁRIOS. Com intervenção do MEC, a reitoria se posicionou pela suspensão imediata do edital e sua anulação a posteriori”, tuitoiu o capitão da reserva.

Lançado há apenas uma semana, o vestibular específico para pessoas trans, travestis, não binárias e intersexuais é inédito no país e foi criado com o objetivo de equilibrar o acesso ao ensino superior de uma população historicamente marginalizada, tal como negros e quilombolas.

As inscrições começara nesta segunda-feira (15) e, antes da suspensão imposta pelo governo, iriam até o dia 24. No edital, a universidade destaca que “poderão concorrer às vagas ofertadas neste edital estudantes transexuais, travestis, pessoas não binárias e intersexuais oriundos de qualquer percurso escolar, e que tenham concluído o ensino médio.”

 

*Com informações da Forum