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Colapso leva profissionais da saúde à exaustão: ‘A gente está na luta, e as pessoas não estão nem aí’

Somado à falta de remédios, oxigênio e leitos, o esgotamento de médicos, enfermeiros, técnicos e outras categorias é mais uma triste faceta da pandemia no Brasil.

Em fevereiro do ano passado, o infectologista Roberto Muniz Junior, de 41 anos, mudou-se com sua família de São Paulo para São Carlos, cidade com cerca de 254 mil habitantes a 239 quilômetros da capital, para ter uma vida mais tranquila. Com uma proposta de emprego na Santa Casa, acreditava que teria mais tempo para se dedicar ao filho, na época com seis meses. Ele não imaginava, porém, o que aconteceria nos meses seguintes.

a última semana, o hospital entrou em colapso. Sem anestésicos necessários para a intubação de pacientes, o gerente médico pediu a transferência de 60 pacientes. Diante da crise, 27 profissionais, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros, se demitiram. Passado um ano do começo da pandemia, profissionais de saúde que combatem a Covid-19 estão no limite.

Somado à falta de remédios, oxigênio e leitos, o esgotamento dos profissionais de saúde é mais uma triste faceta do cenário de colapso hospitalar que o país vive. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), cada médico intensivista costumava ficar responsável por 10 pacientes, em média, antes da pandemia. Agora, cada profissional cuida de 25 pessoas, todas com a saúde debilitada, segundo dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

A falta de profissionais qualificados e em número adequado é um dos motivos apontados por especialistas para justificar a alta taxa de mortalidade nas UTIs do país. Entre os pacientes intubados, 83,5% morrem, segundo dados do Ministério da Saúde compilados por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Fundação Oswaldo Cruz.

— Não tem como contratar mais médicos. Isso deixa os profissionais ainda mais sobrecarregados. Quando a gente fala em colapso, estamos falando da falta de recursos humanos, de equipamentos, de espaço, de insumo. É um colapso de tudo — diz Ederlon Rezende, intensivista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e membro do Conselho Consultivo da Amib.

Como não há profissionais em número suficiente, hospitais têm encontrado dificuldade para repor quem adoece, se afasta ou pede demissão, o que sobrecarrega quem está empregado. A carência de médicos e enfermeiros emperra também a abertura de novos leitos de UTI. No Rio, há 567 vagas de médicos abertas desde o último chamamento público para hospitais federais e faltam cerca de 1.220 enfermeiros, técnicos e auxiliares. O governo de São Paulo tenta compensar o déficit chamando voluntários, mesmo que de outras áreas da medicina. No início do mês, o Hospital Júlia Kubitschek, de Belo Horizonte, precisou bloquear dez leitos por falta de médicos.

— Você tem uma vaga e vai negar 199. Por trás daquelas fichas, tem pessoas com filhos, com pai, com mãe. E você sabe que muitas dessas pessoas vão efetivamente falecer em algumas horas — desabafa Muniz. — A gente se pega pensando nisso várias vezes ao dia, revendo as decisões. Vou ter de carregá-las para o resto da vida e tentar fazer as pazes com elas, pensando que fiz o melhor que pude — disse.

— Nunca tem nada positivo, só é morte. Todos os dias dou notícia de óbito e gravidade. Alguns familiares ficam com raiva, se desorganizam. Outros só choram. Uns já esperavam aquilo e só nos agradecem — disse.

*Com informações de O Globo

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Saúde

Colapso: cidades debatem critérios para escolher quais pacientes de Covid terão leitos e remédios escassos

Discussão envolve decidir quem receberia tratamento convencional ou atendimento paliativo em caso de colapso hospitalar.

No pior momento da pandemia de Covid-19, o conselho de secretarias municipais de Saúde debateu na sexta (26) um modelo de triagem para definir quais pacientes terão tratamento convencional e quais receberão atendimento paliativo em casos de colapso hospitalar.

A médica Lara Kretzer afirmou na reunião que o ideal seria não precisar fazer uma escolha que, ao extremo, pode significar decidir quem vive e quem morre, mas que é obrigação ética estar preparado para isso.

“Idealmente, a gente não gostaria de usar triagem. O que a gente gostaria é que tivesse dado conta de fazer o atendimento de cada brasileiro que precisa de um serviço de saúde”, disse a médica no encontro.

Na apresentação, ela afirmou que os hospitais devem criar comissões de triagem com três profissionais experientes e, de preferência, um representante da área da bioética e da comunidade local.

O conselho de secretarias elaborou um modelo do tipo no pico da pandemia em 2020, que recebeu críticas por incluir como critério a idade do paciente. A médica explicou que esse parâmetro foi excluído. A pontuação agora se dá, entre outros fatores, pela gravidade e pela existência de doenças crônicas.

O paciente que não passa na triagem para um recurso escasso, como um leito de UTI, deve receber “o melhor cuidado disponível para alívio dos seus sintomas e, na eventualidade da morte, que ele possa receber os cuidados de final de vida e sedação paliativa”, disse Lara.

Em São Paulo, desde o início da pandemia, o Hospital Municipal do M’Boi Mirim, na zona sul da capital, segue o protocolo criado pela equipe do Hospital Albert Einstein para o contexto de escassez de recursos durante a pandemia, que estabelece uma espécie de pontuação pelas vagas de UTI.

Como mostrou a Folha, o local virou referência para casos da doença na região. A UTI saiu de 20 para 220 vagas, e um novo setor foi erguido em menos de um mês com dinheiro da iniciativa privada.

O hospital tem uma ala para pacientes com cuidados paliativos. O estabelecimento adotou práticas de visitas de despedida para ajudar o processo de luto das famílias e para tentar trazer conforto aos pacientes em seus últimos momentos de vida.

*Painel/Folha

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Vídeo: Não era uma escolha difícil, era uma escolha óbvia

Miguel Nicolelis

Refugiados em suas casas, nas ruas, e em hospitais e cemitérios abarrotados, os brasileiros exigem que algum – qualquer um – poder da República cumpra o seu dever constitucional de proteger e amparar o povo brasileiro nesta guerra de extermínio, antes que seja tarde demais.

Covas abrindo infinitas covas para enterrar o produto trágico de toda a carência abjeta de ações decisivas no manejo da pandemia na cidade de SP.
Abrir covas é a única ação do prefeito da maior cidade do hemisfério sul.
Covas, o Abre Covas!

Façamos justiça: a César o que é de César

Nem abrir novos leitos de UTI , nem cavar novas covas, será suficiente para deter a explosão exponencial de casos e mortes por COVID19 no Brasil.
Todos que se omitirem, por covardia, opção ou incompetência, serão cúmplices deste crime hediondo.
#AcordoSalvaçãoNacional

Assista:

Do twitter de Miguel Nicolelis

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Saúde

Com hospitais lotados por Covid, mais pacientes jovens e graves ocupam UTIs

Há serviços com mais pessoas internadas nas unidades de terapia intensiva do que nas enfermarias.

Além disso, o Brasil registra novo recorde de média móvel de mortes por Covid-19: 1.208. É o terceiro recorde em uma semana, mostrando tendência consolidada de aumento dos óbitos.

No momento em que o aumento de casos de Covid-19 provocam lotação em hospitais públicos e privados do país, médicos relatam uma mudança no perfil desses pacientes nas UTIs. Em geral, estão chegando pessoas mais jovens, entre 30 e 50 anos, mais graves e que demandam mais tempo de terapia intensiva.

Ficam, em média, de dois a cinco dias a mais na UTI em relação aos pacientes com Covid internados nos primeiros meses da pandemia, o que prejudica o giro de leitos.

Alguns serviços já registram mais pacientes nas UTIs do que nas enfermarias, sugerindo maior gravidade dos casos.

A médica intensivista Suzana Lobo, presidente da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), relata que há até bem pouco tempo a relação era de dois pacientes nas enfermarias para um na UTI.

“Agora isso está invertendo em muitos locais. Sugere internações mais tardias, com pacientes mais graves. Talvez por confiança nesses ditos tratamentos precoces, que a gente sabe que não funcionam.”

No Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP), onde Lobo dirige o centro de terapia intensiva, na sexta (26) havia 121 pacientes de Covid na UTI e 88 na enfermaria. Há um mês, no dia 25 de janeiro, eram 113 na enfermaria e 96 na UTI.

Ainda não há dados gerais consolidados que expliquem essa mudança de perfil dos pacientes e da doença. Entre as hipóteses estão maior exposição ao vírus dos mais jovens, circulação de novas variantes do coronavírus, demora em ir para o hospital e mais uso de recursos terapêuticos de longa duração.

“Há uma clara percepção nas últimas semanas de que o perfil mudou. No nosso serviço, os pacientes mais jovens e mais graves têm sido uma constante na UTI”, diz o intensivista Ederlon Rezende, chefe da UTI de adultos do Hospital do Servidor Estadual, em São Paulo, e que faz parte do conselho consultivo da Amib.

O infectologista David Uip, do Hospital Sírio-Libanês, afirma que, na prática clínica, o tempo médio de internação dos seus pacientes com Covid-19 na UTI passou de 13 para 17 dias, e a média de idade caiu dez anos.

“Antes víamos muito mais pacientes agudizados de 60 para cima, agora estamos vendo de 50, mas também ainda mais jovens. Eu internei um estudante de medicina de 22 anos. Tivemos duas meninas de 36 anos na UTI. Todos saíram vivos”, diz ele.

*Com informações da Folha

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Morre Nicette Bruno, vítima da Covid-19

Atriz estava internada com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio.

A atriz Nicette Bruno morreu na manhã deste domingo (20), aos 87 anos. Ela estava internada com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio.

De acordo com o boletim médico divulgado neste sábado (20), o estado de saúde de Nicette “era considerado muito grave”. Ela estava sedada e dependente de ventilação mecânica.

A informação da morte foi confirmada pela hospital por volta das 13h20.

A filha de Nicette Bruno, a também atriz Beth Goulart, fez uma corrente de oração nas redes sociais para a recuperação da mãe. Na´última publicação, ela deixou um recado para seus seguidores e afirmou que “a fé nos fortalece.

“Vamos orar pela melhora dela, pela cura dela. E, neste momento, aproveite para orar para você também e sua família. Para que você encontre as soluções necessárias para qualquer obstáculo e situação difícil que está vivendo. A fé nos fortalece em qualquer situação”, diz Beth em vídeo.

*Do G1

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Covid-19: Saúde do Rio de Janeiro à beira de um colapso

Ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 atinge 94% na rede SUS e mais de 90% nos hospitais privados.

O Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro atingiu, na manhã desta sexta-feira (27), mais de 94% de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com pacientes infectados pela Covid-19. A rede engloba unidades municipais, estaduais e federais.

No setor privado, mais de 90% das vagas já estão ocupadas.

A fila por um leito de Covid-19 no estado do Rio de Janeiro tinha, até a manhã desta sexta-feira (27), 276 pessoas infectadas com o novo coronavírus ou com suspeita da doença. Entre elas, 123 apresentavam estado de saúde grave e precisavam de uma vaga na UTI.

De acordo com a secretaria Estadual de Saúde, desde o início da pandemia do novo coronavírus no estado, no começo do ano, a maior taxa de ocupação de leitos tinha sido no dia 4 de maio, quando chegou a 98%.

Nesta quinta-feira (26) foram registradas 138 mortes e 1.644 novos casos da Covid-19, o que representou um aumento de 88% de acordo com a média móvel (que é a média de casos ou mortes dos últimos 7 dias).

Mesmo com o aumento de casos e óbitos, parte dos leitos continuava desativada. Em maio, o estado tinha 2.564 leitos e, em novembro, o número é de 1.253.

Ao Bom Dia Rio, o presidente da Associação de Hospitais, Graccho Alvim, lembrou que cirurgias e exames eletivos em alguns hospitais foram suspensos para a abertura de vagas para pacientes com coronavírus.

“Alguns hospitais já suspenderam as cirurgias eletivas e os exames eletivos, porque são ocupações de leitos que a gente pode determinar e orientar para o atendimento de Covid. Esse crescimento se torna preocupante, principalmente porque a gente está com a capacidade quase que máxima, a gente não pode deixar de atender essas outras doenças. A gente está atendendo urgência, emergência e Covid”, disse o presidente.

Ele informou que há uma tentativa de negociação com cidades vizinhas que têm pressão menor nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).

“A gente está chegando num ponto de estresse grande e aí a rede começa a ficar bastante crítica, essas situações de atendimento. O que a gente tem hoje são medidas de prevenção, que é utilização de máscara, distanciamento social e evitar aglomeração”, afirmou o presidente.

 

*Com informações do G1

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Vídeo: Genocida, Bolsonaro convoca carreata com o sugestivo nome “saia de casa para morrer”

Esperando na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro esculpiu o grito das trevas, “saia de casa”, com sua ignorância enfeitada de merdas quando abre a boca para agradar à fauna de “empresários” muambeiros para que convoquem os pobres para voltar ao trabalho e morrer estraçalhados pelo coronavírus.

Bolsonaro faz isso, lógico, justificando sua propaganda em prol da carreata macabra quando diz que 70% dos brasileiros serão infectados pelo coronavírus e, portanto, não adianta ficar em casa, sapecou o seu Jair da casa 58, do Vivendas da Milícia.

Esse fato, a partir de agora, coloca Bolsonaro como principal responsável, melhor dizendo, culpado pelo caos que a saúde pública começa a enfrentar com o colapso nos hospitais Brasil afora, por falta de leitos de UTI e respiradores para salvar da morte milhares de brasileiros.

Mórbido, com instinto assassino que sempre marcou sua vida como tenente expulso do exército e político que nunca teve um único projeto aprovado em três décadas em que mamou gostosamente nas tetas do Estado, Bolsonaro cristaliza a estupidez desferindo ataques à vida de milhões de brasileiros.

A inteligência do ogro é tamanha que ele já sugere a sua queda, denunciando que está na beira do barranco, mas que não larga o osso para não ser preso junto com seus três filhos delinquentes, dizendo: “não vão me tirar daqui” e “não vamos nos acovardar”.

O que, na verdade, ele quis dizer é justamente o oposto. É o que todo moribundo político diz.

https://twitter.com/BrJmauro/status/1251597183381573632?s=20

https://twitter.com/PatriaAmada_Br/status/1251613743332671499?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Saúde

Projeção de casos no Brasil, com progressões geométricas, é assustadora

A rotina dos hospitais públicos e privados mudou drasticamente a partir do avanço do coronavírus. Ao chegar já com quadro respiratório comprometido, com febre e tosse intermitente, o paciente hoje, no sistema privado, no Rio e em São Paulo, é recebido por uma equipe especialmente escalada para o atendimento. Como definem as regras internacionais, são levados a uma ala específica de UTI, aberta para receber a avalanche de casos. Foi o caso de um paciente que sobreviveu, mas prefere não se identificar, atendido no Copa D’Or, no Rio. Os médicos, com equipamentos de segurança (as EPIs), contam com respiradores e aspiradores em cada leito. A estimativa da direção é colocar à disposição todos os leitos de UTI da unidade (108).

As perspectivas de crescimento do coronavírus no Brasil apontam progressões geométricas. Tanto na rede pública quanto na privada, a curva de crescimento de quadros de coronavírus até a última quinta chegava a 20% a 30% por dia. O cálculo é feito com dados de todo o Brasil, mas com base em resultados já confirmados pelos exames. O número de suspeitos cresce, mas só é computado depois do resultado concluído. O tempo de demora para o diagnóstico varia de 4 a 5 dias. A base de dados é da rede privada e do Ministério da Saúde. As projeções são feitas com o cálculo percentual em cima desses avanços e com estudos de especialistas em estatística. Por isso há profissionais de ciência de dados no grupo multidisciplinar, que presta assessoria às duas redes.

— Estamos fazendo projeções de curto prazo. Porque a médio e longo é difícil o resultado preciso. É um vírus ainda desconhecido. Que age em cada lugar de um jeito — diz o pesquisador Fernando Bozzo.

A projeção é feita para todo o país. Fernando Bozzo alerta para o grande perigo da subnotificação. Não há hospitais privados em 67% dos municípios. Os pacientes com problemas respiratórios são atendidos sem que se examine a possibilidade de contaminação por coronavírus. O que agrava o risco de uma contaminação silenciosa do vírus.

— A subnotificação é um problema grave, porque há inúmeras regiões em que o diagnóstico não consegue sequer ser feito nos pacientes — alerta Bozzo.

Hospital de referência no setor privado do Rio, que está tratando exclusivamente de pacientes com casos graves de coronavírus, o Ronaldo Gazzola aumentou em três dias o atendimento com esse quadro: de 12 para 30, de acordo com um dos médicos que atua lá. Até anteontem, o hospital estava se preparando para abrir 50 leitos. A expectativa é que até o começo da semana que vem cheguem 200 respiradores.

Com a proliferação do vírus, muitos pacientes com sintomas de gripe têm procurado o hospital, que, no entanto, não é de emergência. Atende através do sistema de seleção da secretaria de Saúde, uma central de regulação. Um paciente com sintomas como febre baixa e dificuldades respiratórias, por exemplo, na rede pública, deve procurar primeiro um posto de saúde, se for indicação, uma UPA, em seguida, depois de avaliação, segue para o Gazzola. O hospital Piedade, em Piedade, com 100 leitos, também está sendo preparado para receber pacientes.

 

 

*Com informações do Extra

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Mundo

Enfermeiro fotografa impacto do coronavírus nos hospitais da Itália: ‘Morrer sozinho é horrível’

Paolo Miranda trabalha em hospital no epicentro do surto de coronavírus na Itália; ele também é fotógrafo e suas imagens contam história dos profissionais de saúde que estão na linha de frente para salvar pessoas.

“Todo mundo está nos chamando de heróis, mas eu não me sinto como um.”

Paolo Miranda é enfermeiro da unidade terapia intensiva (UTI) no único hospital de Cremona.

Esta pequena cidade na região da Lombardia é o epicentro do surto do novo coronavírus na Itália – na cidade, 2.167 pessoas atualmente têm o vírus e 199 morreram.

Como muitos de seus colegas, Miranda está trabalhando em turnos de 12 horas no último mês. “Somos profissionais, mas estamos ficando exaustos. Hoje, sentimos que estamos nas trincheiras – e todos estão com medo.”

Miranda costuma fotografar e decidiu retratar a drástica situação dentro da UTI em que trabalha.

“Não quero esquecer nunca o que está acontecendo. Isso se tornará história, e, para mim, as imagens são mais poderosas que as palavras.”

Em suas fotos, ele deseja mostrar a força de seus colegas – e também sua fragilidade.

“Outro dia, do nada, uma das minhas colegas começou a gritar e pular no corredor.”

Paolo é enfermeiro em Cremona e também fotógrafo: ele está retratando a luta contra o coronavírus no hospital em que trabalha.

Há mais de 35 mil casos de infecções com o novo coronavírus na Itália.

Ela havia feito um teste e descobriu que não tinha o coronavírus.

“Ela é normalmente muito comedida, mas estava apavorada e não conseguiu conter o alívio. Ela é apenas humana.”

É um período muito difícil para Miranda e sua equipe. Mas eles se uniram, e isso ajuda.

“Às vezes, alguns de nós desmoronam: sentimos desespero e choramos porque nos sentimos impotentes quando nossos pacientes não estão melhorando”.

Quando isso acontece, o resto da equipe se aproxima e tenta fazer a pessoa em questão se sentir melhor. “Fazemos alguma piada, tentamos provocar um riso – caso contrário, perderíamos a cabeça.”

Paolo capturou um dos momentos em que a equipe se prepara para visitar os pacientes.

Mais de 3,4 mil pessoas morreram em cerca de quatro semanas na Itália.

Com mais de 41 mil casos confirmados, os médicos e enfermeiros do país – principalmente nas cidades mais atingidas do norte – estão lutando para conseguir lidar com a situação.

Trabalhando há nove anos como enfermeiro, Paolo já viu muitas pessoas morrerem.

Mas, na pandemia atual, dói ver tantas pessoas morrerem sozinhas.

“Normalmente, quando os pacientes morrem na UTI, estão cercados pela família. Há dignidade na morte. E nós estamos lá para apoiá-los, é parte do que fazemos.”

Mas, no mês passado, para evitar contágios, foi proibida a presença de parentes e amigos de pacientes internados nas UTIs. Na verdade, no cenário atual, visitantes próximos nem podem entrar no hospital.

“Estamos tratando pessoas com o coronavírus que estão basicamente abandonadas a si mesmas.”

“Morrer sozinho é algo muito feio. Não desejo a ninguém.”

O hospital de Cremona se transformou em um “hospital de coronavírus”. Só pacientes com a covid-19 são tratados ali, e todas as outras operações médicas foram suspensas.

Hoje, cerca de 600 pacientes estão sendo atendidos. Novos continuam chegando, mas não há mais leitos de UTI.

“Colocamos camas em todo lugar que pudermos, em todos os cantos dos hospitais. Está tudo muito superlotado.”

Do lado de fora da entrada, está sendo construído um hospital de campanha, que terá 60 leitos extras para tratamento intensivo. Já se sabe, porém, que este número não será suficiente.

O que vem em abundância, por outro lado, é o carinho recebido pela equipe, conta Paolo. Os profissionais do hospital em Cremona foram abarrotados de presentes.

“A cada dia que entramos no trabalho, achamos algo novo”, diz o enfermeiro.

“Pizzas, doces, bolos, bebidas… outro dia, recebemos milhares de cápsulas de café expresso. Digamos que mantemos nosso ânimo com carboidratos.”.

Os presentes dão a Paolo um pouco de conforto, mas ele nunca pode se desligar completamente do hospital.

“Quando volto para casa no final do meu turno, estou abalado. Mas quando vou dormir, acordo várias vezes durante a noite. A maioria dos meus colegas vive isso também.”

Mas essa situação está começando a ter seu preço, e Paolo se sente mais cansado todos os dias.

“Não vejo a luz no fim do túnel por enquanto. Não sei o que vai acontecer, só espero que isso acabe.”

 

 

*Sofia Bettiza/Da BBC News/Via Uol

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Mundo

Alerta coronavírus!: Funeral no País Basco deixou mais de 60 infectados

Um funeral realizado na capital basca, Vitoria, há cerca de duas semanas se tornou o maior episódio de propagação do coronavírus registrado na Espanha até o momento, como confirmaram fontes das comunidades autônomas de Euskadi (País Basco) e La Rioja. Mais de 60 pessoas que acompanhavam a cerimônia e contatos próximos foram contagiados, segundo os resultados dos exames realizados no Centro Nacional de Microbiologia (CNM). Trata-se de 38 pessoas residentes das localidades riojanas de Haro e Casalarreina, e pelo menos outras 25 que vivem na província de Álava.

As autoridades confirmaram que esse foco está na origem de vários contágios de agentes de saúde no hospital de Txagorritxu (Vitoria). Esse centro e o de Santiago, também na capital basca, tiveram ainda casos de outro surto, que afetou pelo menos cinco agentes de saúde. Os dois hospitais têm, ao todo, cerca de cem profissionais em quarentena.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a magnitude do surto colocou La Rioja como a comunidade da Espanha com maior incidência de Covid-19, com uma taxa de 12,5 casos por 100.000 habitantes. A taxa na Comunidade de Madri, a mais afetada em termos absolutos, com 137 casos, é de 2,05. Também impulsionado pelos contágios ocorridos no funeral, o País Basco é a terceira comunidade proporcionalmente mais afetada, com uma taxa de 2,04 casos por 100.000 habitantes.

No total, os casos relacionados com o evento são quase um quinto dos 376 registrados até agora na Espanha.

O diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências de Saúde, Fernando Simón, atribuiu em parte a esse surto ―a outra causa é o aumento dos casos em Madri― o significativo crescimento de diagnósticos registrado sexta-feira na Espanha: saltaram de 262 para 374. Simón, no entanto, não se mostrou especialmente preocupado com o episódio, assinalando que “os casos estão associados a um evento único identificado e a um grupo limitado que, em princípio, não deve ser motivo de risco para a população”.

Os Governos do País Basco e de La Rioja deram até o momento muito pouca informação sobre o surto. Dos 33 casos detectados na província de Álava, por exemplo, 13 deles estão hospitalizados, 2 deles na UTI. Mas as autoridades não esclareceram quantos têm relação com a propagação do vírus ocorrida no funeral.

Um dos motivos que explicam a falta de informação são os momentos de tensão vividos em municípios como Casalarreina, situado a apenas seis quilômetros de Haro, onde a Guarda Civil e a polícia local estão tendo de monitorar as residências de famílias isoladas, segundo o jornal regional La Rioja. Grande parte dos afetados pelo surto é composta por ciganos. A administração municipal de Casalarreina divulgou um comunicado pedindo calma, após uma reunião realizada quinta-feira entre a Delegação do Governo espanhol em La Rioja e os prefeitos dos dois municípios.

Depois da reunião, as autoridades destacaram que “não é necessário adotar medidas especiais na vida cotidiana. As populações de Haro e Casalarreina não precisam usar máscaras, nem luvas, nem nenhum tipo de proteção especial. Seus habitantes podem ir a seus lugares de trabalho, educação, entretenimento e outros com toda a normalidade”.

Uma das famílias em quarentena, por sua vez, explicou ao La Rioja: “Estamos bem, eles nos trazem comida, acho que ainda temos de permanecer mais ou menos uma semana e queremos ficar tranquilos, que isto passe e possamos voltar à nossa vida normal”.

As últimas epidemias causadas por coronavírus, tanto a atual como as do SARS e do MERS, tiveram episódios chamados de “superdisseminação”, que atingiram grande relevância na propagação do agente patogênico. Esses eventos costumam ser causados por “superdisseminadores”, doentes que, por várias razões −algumas delas desconhecidas−, têm uma grande capacidade de propagar o vírus.

Ainda não se sabe se o surto no funeral em Vitoria foi causado por uma só pessoa ou por mais, embora os primeiros dados apontem para um assistente do funeral que está internado desde domingo passado em um hospital de Miranda de Ebro.

 

*Com informações do El País