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Zona Norte é o novo epicentro de Covid-19 na Cidade do Rio

Do total de 142 bairros atingidos pelo coronavírus na capital fluminense, 83 estão na região.

A Zona Norte do Rio é o novo epicentro da Covid-19 na capital fluminense. Dos 142 bairros atingidos, 83 estão na região (o equivalente a 58%). Como se não bastasse, a região também é a que concentra o maior número de óbitos causados pela doença. Um levantamento feito por O DIA com base nos dados da prefeitura (até o dia 10 de abril), aponta que 40% das mortes aconteceram na região. No total da cidade, até ontem, tinham sido registradas 92 mortes. Anteriormente, esse posto no ranking era ocupado pela Zona Sul, que agora contabiliza 31% das mortes, mas mantém o bairro de Copacabana no topo do obituário, com sete vidas perdidas para o novo coronavírus.

Muitos casos ainda são investigados, o que pode tornar os números ainda mais elevados. O cenário na Zona Norte ainda é bastante dividido. Há quem respeite o isolamento social, mas ainda são muitos os que insistem em sair às ruas sem necessidade. No caso da Tijuca, bairro que lidera a lista da região com seis mortes, a taxa de letalidade – que é quando se divide o número de mortes pelo número de infectados naquela mesma localidade -, é de 10,2%.

Já em Bonsucesso, segundo colocado em número de mortos (2) na Zona Norte, existem 10 casos confirmados da doença. Ou seja, a taxa de letalidade, também considerada elevada, é de 20%. Contudo, esse índice é ainda pior em outros bairros, como Vila Valqueire (66,7%) e Vidigal (40%).

Segundo Raphael Rangel, biomédico virologista do Centro Universitário IBMR, a mudança no epicentro se justifica pelo próprio deslocamento das pessoas. “Muitos que trabalham na Barra (primeiro epicentro) e moram na Zona Sul. Por outro lado, muitos que trabalham Zona Sul moram na Zona Norte. Esse trânsito acaba disseminando o vírus entre as regiões. Por isso, o isolamento social é a melhor forma de combater a doença”, explica.

Ao todo, 57 bairros já têm registro de mortes pelo novo coronavírus. Desses, 27 estão situados na Zona Norte (47%). Todos carregam um fator em comum: os idosos são os que mais morrem, correspondendo a 73% dos óbitos na capital.

Casos dispararam

O número de vítimas fatais do novo coronavírus na cidade do Rio de Janeiro disparou. Bastaram apenas cinco dias para que o volume de mortes causadas pela Covid-19 mais que dobrasse. Até o último dia 5, a Secretaria Municipal de Saúde havia registrado 42 óbitos.

Agora, esse número já chega a 92 vítimas fatais da pandemia. Em média, a capital fluminense registra quatro mortes por Covid-19, diariamente. A maioria dessas mortes atinge os homens, com um total de 56,5%. Já as mulheres representam 38% (o total não dá 100% porque alguns pacientes, ao darem entrada no sistema de saúde, não se identificam por gênero). A média de idade entre os mortos é de 68,2 anos.

Estado contabiliza vinte e cinco novas mortes

De acordo com o boletim atualizado da Secretaria de Estado de Saúde, ontem, o município de São Gonçalo, na Região Metropolitana, registrou mais um óbito por covid-19. A vítima, uma idosa de 83 anos, moradora do bairro Amendoeira, faleceu esta semana em uma unidade hospitalar. Ao todo, São Gonçalo contabiliza 55 casos confirmados e 4 óbitos.

Tanguá e Maricá, na mesma região, também registram uma nova morte, cada. O mesmo aconteceu em Bom Jesus de Itabapoana, no Noroeste, e em Mangaratiba, no Litoral Sul. A SES também contabilizou outros dez óbitos na capital fluminense, sete em Duque de Caxias e um em Nova Iguaçu, ambos na Baixada Fluminense. A cidade de Volta Redonda, no Sul do estado, contabilizou duas novas mortes, com um total de 7 mortes.

Agora, o total de mortos em todo o estado é de 147 óbitos. Além desses, outras 101 mortes estão em investigação. Já o número de casos confirmados é de 2.464. Ainda de acordo com a SES, 54 municípios já registram pelo menos um caso da doença.

 

 

*Com informações de O Dia

 

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Casos de coronavírus na Zona Norte do Rio aumentam 1000% em dez dias

A quantidade de moradores diagnosticados com o novo coronavírus na Zona Norte do Rio aumentou 1000% nos últimos dez dias. O número saltou de 8 para 88 casos. De acordo com boletim da prefeitura divulgado nesta terça-feira, pela Secretaria estadual de Saúde, subiu para 586 o número casos confirmados no Rio. As zonas Sul e Oeste, embora tenham uma quantidade superior de diagnósticos confirmados, em números absolutos, acompanharam a taxa média de evolução de casos na cidade. A Zona Sul, que tinha 59 casos no dia 21, saltou para 301; um aumento de 410%. Já a Zona Oeste foi de 28 para 132 casos confirmados em dez dias, o que dá 371% a mais. Considerando todo o município, o aumento no período foi de 103 para 586 casos, o que representa uma alta de 469%.

Especialistas ouvidos pelo EXTRA alertam para o fato de que uma comparação entre as zonas da cidade devem levar em consideração aspectos como o tamanho populacional, a densidade demográfica e o IDH. Algumas dessas variáveis podem, inclusive, explicar o aumento expressivo de casos na Zona Norte, em relação às demais.

A Zona Norte é a mais populosa – concentra 42% da população do município – e também tem a maior densidade demográfica do município (10.185 hab/km2, quase cinco vezes maior do que a densidade da Zona Oeste, por exemplo). A região concentra grandes complexos de favelas, como as do Alemão, Maré e Lins, e por isso ostenta o menor Índice de Desenvolvimento Social (IDS, um indicador criado pela prefeitura com inspiração no IDH, usado pela ONU), apesar de ter ilhas de IDS elevado.

Os bairros que concentram populações com menor poder aquisitivo devem ser, na opinião de Edimilson Migowski, infectologista da UFRJ, alvos de maior atenção por parte das autoridades sanitárias. O boletim desta terça-feira apontou casos confirmados em comunidades como Parada de Lucas, Vigário Geral, Andaraí e o Complexo do Lins.

– Tivemos uma primeira onde forte de casos na Zona Sul e na Barra por conta das pessoas que trouxeram o vírus de fora do país. A partir do momento em que se toma medidas de restrição, as pessoas com melhores condições socioambientais tendem a ter mais facilidade de se confinar e reduzir o contato com outras pessoas. Já nos lugares com IDH mais baixo, onde famílias grandes dividem casas pequenas e muitos dependem do trabalho externo para tirar o sustento do dia-a-dia, o isolamento é uma barreira maior a ser vencida. A partir desse momento, a disseminação do coronavírus é favorecida nos locais onde as condições sociais e o ambiente familiar são piores – avalia.

Sensibilizar os moradores sobre a necessidade do confinamento tem sido o desafio do presidente da associação de moradores do Morro do Salgueiro, Walter Rodrigues. Desde o início do isolamento social decretado pelo governador Wilson Witzel, há duas semanas, o líder comunitário se desdobra em iniciativas para convencer as pessoas a permanecerem em casa.

– Os mais idosos estão preocupados e mais conscientes dos riscos, mas não vejo essa mesma responsabilidade entre os jovens, que podem acabar sendo vetores da doença para seus pais e avós. Conseguimos parar os bailes funk e as rodas de pagode, e também adiamos um campeonato de futebol que estava acontecendo na comunidade. Mas ainda tem muita gente na rua, principalmente nos finais de semana. A gente sempre tenta conversar com as pessoas e faz o que pode para ajudar quem mais precisa, pedindo doações de material de limpeza e cestas básicas. Mas convencer os jovens a ficar em casa tem sido muito difícil – conta.

Presidente da Sociedade de Infectologia do Rio, Tânia Vergara ressalta que, além de as medidas de isolamento terem menos aceitação nas comunidades, existe também uma dificuldade maior de acesso ao sistema público de saúde, agravaddo pelas medidas restritivas nos transportes públicos, o que pode levar a uma subnotificação de casos e a um aumento ainda mais expressivo dos casos.

– Na rotina das favelas, a imposição de medidas de isolamento se torna mais difícil. Além disso, as pessoas que moram em comunidades têm maior dificuldade de acessar o sistema de saúde, porque andam de condução, por exemplo, e isso se tornou mais difícil de fazer por causa do isolamento. No início, quando havia menos casos e eles estavam concentrados nos bairros mais ricos, as pessoas conseguiam fazer o diagnóstico mais rapidamente porque o sistema não estava sobrecarregado. Agora, com o acúmulo de procura por exames, o cenário piorou muito – avalia.

O bairro com o maior número de casos confirmados na Zona Norte é a Tijuca. Rodeado por morros – Borel, Formiga, Salgueiro e Turano -, o bairro concentra 19 registros, de acordo com o boletim divulgado pela prefeitura nesta terça-feira. Considerando a lista de bairros com maior quantidade de casos confirmados, em toda a cidade, a Tijuca ocupa a nona posição, atrás do Flamengo (22) e à frente do Jardim Botânico (16).

A lista dos bairros da Zona Norte com casos confirmados da Covid-19 traz ainda a Vila Isabel, com dez casos, e o Méier, com nove registros. Em seguida, vêm Grajaú, Inhaúma, Maracanã, Pavuna e Rio Comprido, todos com três casos cada. Andaraí, Cachambi, Coelho Neto, Entenho Novo, Lins de Vasconcelos, Manguinhos, Olaria, Penha, Piedade, Quintino e Riachuelo têm dois registros cada um. A lista traz ainda outros treze bairros, todos com um caso cada.

 

 

*Com informações do Extra

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Milícia financia candidatos a conselhos tutelares no Rio, terra do Clã Bolsonaro

De acordo com o MP, esses grupos querem os conselhos tutelares como preparação para futuros quadros para as próximas eleições.

O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga a atuação de milicianos e grupos religiosos que estariam de olho nos conselhos tutelares. De acordo com reclamações recebidas, um candidato apoiado por um vereador estaria oferecendo cestas básicas em troca de votos, na Zona Norte do Rio.

De acordo com o MP, esses grupos querem os conselhos tutelares como preparação para futuros quadros para as próximas eleições.

“Nós recebemos a denúncia, vamos ao local, ouvimos as testemunhas e se tiver indício de que há violação quanto ao equilíbrio do pleito, nós podemos pedir a impugnação do mandado”, disse Rosana Cipriano, promotora de Justiça da 1º Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e da Juventude do MP.

Esses grupos estão mirando os conselhos tutelares pois ali são tomadas decisões importantes, e acabam por servir de trampolim para outros cargos eletivos, como vereador.

“Não pode ser tolerado o ingresso de milicianos e de poder paralelo, o abuso de poder político e religioso. O estado é laico e temos que entender que deve se conferir igualdade de chances aos candidatos que estão na disputa”, disse a procuradora.

Conselheiros tutelares defendem os direitos da criança e do adolescente atuando sempre que houver uma ameaça ou em casos de violência física, psicológica ou abuso sexual. Eles também são responsáveis por pedir serviços de saúde, assistência social e educação. O trabalho não é voluntário, existe remuneração.

 

 

*Com informações do GGN