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Moro tomou um “ponha-se no seu lugar” da bancada do seu próprio partido

Bancada do Podemos disse a Sergio Moro aquilo que está na sabedoria popular:
“Inda nem não sabe ler, já quer ser mestre de escola”.

Isso tem um significado amargo para Moro, pois enfatiza que está falando grego dentro do seu próprio reduto, o que significa que há um cansaço, melhor dizendo, uma exaustão do próprio radar do Podemos, partido de Moro, com as parvalhices do ex-ministro.

A verdade é que Moro, que tinha a ambição de virar presidente da República utilizando a toga e o martelo, ou seja, a força do Estado contra o cidadão e com a clara noção do significado da prisão de Lula, perdeu completamente a sua capacidade de ação quando abandonou o magistrado para dar os primeiros passos concretos no mundo político quando, num combinado com Bolsonaro em troca da cabeça de Lula, aceitou ser seu ministro.

A partir de então, Moro passou a ser criticado pelas classes, jurídica e política, revelando que ele não teria vida fácil, como imaginou em seu projeto de poder.

A história do ex-juiz começou a piorar quando a farsa da Lava Jato foi exposta pelo Intercept, revelando o quanto ele era autoritário, pilantra, que tinha controle de todo aquele sistema nefasto que organizou o golpe parlamentar que arrancou Dilma do poder em 2016, condenou e prendeu Lula sem provas para deixá-lo morrer numa solitária.

Lógico que Moro, em sua limitação intelectual, não previa o que está acontecendo com ele agora, porque não tinha noção do tamanho dele e de Lula perante o mundo.

Agora, parlamentares do Podemos estão lhe dando o que no mundo da malandragem se chama sugestão, ou seja, um ultimato, mandando baixar a bola e, por enquanto, tentar a patente de senador até que, numa segunda chamada, possam ajustar melhor o seu tamanho e oferecer ao parvo a possibilidade de, no máximo, suando muito a camisa, ser um deputado estadual.

Moro talvez não tenha se tocado que, enquanto servia de maneira objetiva aos interesses da burguesia, passou a ser uma espécie de intocável, de vaca sagrada. Depois disso, tornou-se um ouro de tolo para a mesma burguesia que, de imediato, percebeu que não tinha a menor chance de enfrentar Lula sem a toga criminosa que usou como armadura do Estado para fazer um tipo de política que vai além do esgoto para eleger um fascista, assumindo sua credencial, sonhando em ser uma espécie de Bolsonaro 2 com patente de ex-juiz.

Parece que deu tudo errado.

Toda vez que o sujeito abre a boca, afunda ainda mais, enquanto vê Lula nadando de braçadas e cada vez mais distante do ex-juiz corrupto e medíocre.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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