Categorias
Política e Poder

Fantástico mostra que o tráfico de armas comia solto no Vivendas da Barra; Moro e Bolsonaro não sabiam de nada

Fantástico fez uma matéria exclusiva sobre como funcionava a quadrilha que traficava armas e forneceu equipamento para Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco.

Muita gente comentando que o gerenciamento do tráfico pesado de armas por uma senhora de 88 anos, mas pouco ou nada se comenta que Moro, a mando de Bolsonaro, foi ao condomínio dar uma pressão no porteiro para ele mudar a versão sobre quem deu permissão para a entrada do comparsa de Ronnie Lessa no Vivendas da Barra.

Aliás, nunca mais se ouviu falar desse porteiro.

O curioso dessa matéria do Fantástico, está aí. Ronnie Lessa já havia sido acusado pela Polícia Civil de ter um estoque de 117 fuzis, e Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, jamais tocou no assunto, muito menos Bolsonaro tocou nessa questão.

Aqui estamos falando de alguém como Ronnie Lessa que morava a poucos passos da casa de Bolsonaro. Uma piscadela e já se ligava uma casa à outra, na mesma rua.

Em qualquer lugar do planeta, uma história como essa deixaria a maior autoridade da Justiça e Segurança do país de cabelo em pé, no entanto, para Moro, tudo não passou de um nem te ligo, muito menos como candidato, o homem fala sobre o assunto, mesmo como desabafo.

Lembrando que falamos aqui do super, mega, hiper ex-juiz que, na Lava Jato, investigava, julgava, condenava e prendia suas vítimas, independente de provas contra elas.

Um sujeito com tanta força política na época que barganhou a cabeça de Lula com Bolsonaro em troca do super ministério, contava com o aplauso entusiasta da nossa mídia e sua moral seletiva.

A velhinha de 88 anos, que fazia parte do esquema de Ronnie Lessa, estava nessa a partir do seu filho. Já Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública,não saber de nada e não se  interessou pelo assunto, menos ainda Bolsonaro tocou nessa questão que envolve diretamente o assassino de Marielle, Ronnie Lessa, seu vizinho, é mais que demais até para a cabeça de um boboca.

Abaixo matéria do Fantástico:

O Fantástico obteve informações, áudios e imagens exclusivas da operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de armas, que mirou, entre outros alvos, o homem acusado de matar a vereadora Marielle Franco, Ronnie Lessa. Em um dos áudios, uma senhora de 88 anos reconhece o homem, em mensagem para o filho, dois dias após ele ter sido preso, em 2019. Veja todos os detalhes na reportagem completa, no vídeo acima.

O filho da senhora é João Marcelo de Lima Lopes, vulgo Careca. Ele e a mãe são acusados de integrar a quadrilha que fornecia equipamentos não só para Lessa, mas também para outros criminosos. Ele foi monitorado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público por mais de dois anos, em parceria com um departamento da polícia americana que apura crimes transnacionais.

Parte das armas, peças e munição do esquema de tráfico passava pelo bairro de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro: a casa da mãe de Careca, Ilma. Numa mensagem de 2019, obtida pelo Fantástico, ela avisa ao filho a chegada de equipamentos:

Careca: “Mãe, é pequeno ou grande? Tá pra chegar dois, acho que um pequeno e um grande.”

Ilma: “Esse é pequeno, é pequeno.”

A Polícia Federal diz que, sob a orientação do filho, Ilma guardava os pacotes e os repassava a comparsas e clientes da quadrilha. Um dos indícios são gravações, de novembro de 2020, onde imagens de câmeras de segurança mostram Ilma e um homem conversando do lado de fora do prédio. Uma hora e dez minutos depois, o homem deixa o local com quatro malas e uma pasta.

Ronnie Lessa também passou pela casa, conforme a própria Ilma contou em outra mensagem de áudio:

Marcelo, esse Ronnie Lessa foi o que esteve aqui em casa, que me pegou pelo pescoço e me botou na frente dele pra sair aqui de casa, não foi? Agora que eu to conhecendo ele.

Depois de ter ouvido o áudio, Careca confirmou a identidade do homem e pediu para a mãe apagar a mensagem. Ela, na verdade, respondeu com outra gravação, e eles seguiram a conversa:

Ilma: “Ah, meu filho, quando é que você vem aqui? Dá um jeito de vir…

Careca: “Não, agora quem não quer ir aí sou eu, mãe. Depois dessa bomba aí… Não vou agora, não. (…) O lugar que eu menos quero ir agora é aí.”

Em outras mensagens obtidas pela polícia, Careca mostrou ter uma relação próxima com Ronnie Lessa, para além dos negócios, pelos quais o assassino de Marielle Franco pagou ao menos R$ 200 mil.

A Polícia Federal afirma que o esquema de tráfico internacional de armas abasteceu traficantes, milicianos e matadores de aluguel no país, principalmente no Rio, por pelo menos 6 anos.

A reportagem conversou com a defesa de Ronnie Lessa, mas seu advogado disse que não tem como se manifestar, porque não teve “contato com qualquer elemento da investigação”.

O advogado de Ilma Lustoza negou qualquer envolvimento dela com o esquema de tráfico de armas. 

Siga-nos no Telegram

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica

Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

Comente