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Bonner aceitou censura de Bolsonaro no JN sobre peculato e formação de quadrilha, envolvendo Queiroz, Michelle, filhos e mansões

Não precisa nem dizer que Bolsonaro passou recibo de canela de vidro quando o assunto é clã, milícia, laranjas, Queiroz e Michelle.

Segundo Noblat, Bolsonaro deixou claro para Globo que só iria à entrevista no JN se o esquema do clã não entrasse na pauta.

Isso deixa mais do que claro aquilo que todos já sabem, Bolsonaro, e não é de agora, está totalmente transtornado com a possibilidade, cada dia mais concreta, de ser derrotado nas urnas e ir direto para a cadeia junto com o clã inteiro.

Na verdade, desde que assumiu o poder e, imediatamente, estourou o esquema de depósitos de Queiroz na conta de Michelle, apontados pelo Coaf, Bolsonaro não faz outra coisa que não seja tentar encobrir esse escancarado esquema criminoso, cerceando investigações de peculato, formação de quadrilha, carinhosamente chamado de rachadinha.

Ou seja, todos os assuntos abordados por Bonner e Renata, foram em comum acordo com Bolsonaro. Na verdade, o JN imitou o Flow e, mesmo assim, ele mentiu durante 40 minutos, enrolou-se todo para responder, ainda que não tenha sofrido qualquer pressão mais dura dos entrevistadores.

Noblat – A condição imposta por Bolsonaro para ser entrevistado pela Globo

Apesar de convencido por seus conselheiros de campanha eleitoral de que não poderia perder a oportunidade de falar ao país no horário de maior audiência da televisão brasileira, Bolsonaro impôs uma condição para ser entrevistado pelo Jornal Nacional.

Poderiam lhe perguntar tudo o que quisessem e ele responderia – mortos pela pandemia da Covid-19, desmatamento da Amazônia, corrupção no governo, urnas eletrônicas, fake news, ataques a ministro do Supremo Tribunal Federal, e até golpe.

Mas sobre um assunto ele não admitiria perguntas: envolvimento dos seus filhos e da sua mulher em supostos casos de corrupção. Nada de Fabrício Queiroz, rachadinha, mansão milionária de Flávio em Brasília, depósitos na conta de Michelle e coisas afins.

Condição imposta, condição aceita. De todo modo, Bolsonaro compareceu à sabatina com quatro tópicos escritos à palma de uma das mãos: “Nicarágua”, “Argentina”, “Colômbia” e “Dario Messer”. Os três primeiros tinham a ver com o PT.

Era para que se lembrasse de acusar Lula e o PT de estreitas ligações com os governos de esquerda daqueles países. Verdade: acabou ficando de fora “Venezuela”, do ditador Nicolás Maduro, tema que pontua os discursos de Bolsonaro. Mas faltou espaço.

Ou melhor: no espaço reservado à “Venezuela”, ele preferiu escrever “Dario Messer”, também conhecido como “O Rei dos Doleiros”, preso, condenado e depois solto. O nome dele serviria de advertência aos entrevistadores e à própria Globo.

Em sua delação premiada, sem apresentar provas, Messer disse que foi doleiro dos irmãos Marinho, donos das Organizações Globo. Ao mesmo tempo, reconheceu que nunca os encontrou. A Globo o desmentiu em nota oficial. O assunto foi esquecido.

 

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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