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Filha diz que Lessa tem medo dos Brazão: ‘São perigosos, tanto eles quanto Rivaldo’

Réu confesso por morte de Marielle e Anderson quis que família se mudasse do Rio de Janeiro.

Filha diz que Lessa tem medo dos Brazão: ‘São perigosos, tanto eles quanto Rivaldo’
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Mohana Lessa, filha mais velha do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, contou que, de modo recorrente, o policial repete sentir medo do deputado federal Chiquinho Brazão e do conselheiro do Tribunal de Contas, Domingos Brazão, e ainda de Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Os irmãos foram denunciados por Lessa, em uma colaboração premiada com a PF (Polícia Federal) como mandantes do crime e Barbosa apontado por ter ajudado a planejar a execução.

“Ele (Lessa) demonstra muito medo e diz que os Brazão são muito perigosos. Tanto eles quanto o Rivaldo. Ele tem medo da influência dos irmãos, mas acredita no trabalho da PF tanto em garantir o que foi acordado como na segurança dele”, revela Mohana, de 28 anos, em uma entrevista exclusiva, poucas horas antes do início do Júri Popular no qual Lessa será julgado junto com o ex-policial Élcio de Queiroz pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Mohana diz que o pai queria que a família deixasse o Rio de Janeiro, mas ela, a mãe e o irmão não quiseram. “Estamos tomando nossos próprios cuidados”, contou. A filha contou que Lessa está “ansioso”, mas, diz ela, demonstra um “alívio” por já ter admitido o crime na delação.

A filha de Lessa conta que viu o pai pela última vez na sexta-feira da semana passada e está visitando ele a cada 15 dias na Penitenciária “Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra, no complexo de Tremembé, em São Paulo.

Mohana conversou com a coluna pela primeira vez, em janeiro deste ano, surpreendida com a notícia de que o pai negociava uma delação premiada na qual iria admitir o crime. Até aquele momento, segundo Mohana, ele se dizia inocente para a família e, por isso, ela estava empenhada em provar o que acreditava ser a inocência do pai. Ao saber da delação, Mohana chegou a dizer que romperia com o pai.

“A primeira vez que eu consegui visitá-lo depois da delação ele me pediu perdão. Disse que tinha que mentir na minha cara”, relembra Mohana. “A revolta inicial era muito grande. Nunca vou entender ou aceitar (o crime), mas é uma questão de cuidar da minha saúde mental. Ele sempre vai ser meu pai. Não é a coisa mais confortável do mundo. Olhar os depoimentos dele sempre vai embrulhar o meu estômago, mas como humana, não consigo abandoná-lo. Só não quis mais saber do processo”, explica ela.

Mohana diz que não acompanhará o julgamento do tribunal já que o pai falará por videoconferência. Ela será a única pessoa da família a assistir o link da transmissão para relatar aos demais sobre o julgamento. “Ficaria muito exposta sozinha lá”, diz Mohana. Ela diz que nunca discutiu com o pai os detalhes da delação. “Eu não quis mais saber do processo. Vou ver o júri para completar o processo final”, conta.

A filha do ex-sargento também foi absolvida de um processo que respondia junto com Lessa por tráfico de armas. Ela é formada em Educação Física e vivia nos EUA quando as investigações sobre o crime chegaram ao pai. No início do processo, Mohana retornou ao Brasil para ajudar a família e a defesa de Lessa.

MP pedirá 84 anos de prisão para Lessa e Queiroz
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai requerer, ao Conselho de Sentença do IV Tribunal do Júri, a condenação máxima para Lessa e Queiroz. O crime ocorreu em março de 2018 e os réus serão julgados a partir desta quarta-feira (30) e podem pegar até 84 anos de prisão. O Júri inicia às 9h.

Os dois foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o Caso Marielle Franco e Anderson Gomes (Gaeco/FTMA) do por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018. Ronnie e Élcio foram presos em março de 2019.

O processo que levou à prisão de Lessa e Queiroz tem 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos. Ambos fizeram delação premiada com a Polícia Federal desde o ano passado para identificar os mandantes do crime. Para o Tribunal do Júri, foram selecionadas 21 pessoas comuns. Deste grupo, sete serão sorteadas na hora para compor, de fato, o júri.

Durante os dias de julgamento, os jurados ficam incomunicáveis e dormem em dependências restritas do Tribunal de Justiça do Rio. Para o julgamento, o MPRJ pretende ouvir sete testemunhas. A acusação contará com os depoimentos da única sobrevivente do atentado, a jornalista Fernanda Chaves, que estava no carro com a vereadora e o motorista, além de familiares das vítimas e dois policiais civ

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Áudios revelam esquema de venda de decisões no STJ e pressão por propinas

Conversas gravadas mostram influência de advogados e lobistas em decisões judiciais.

Uma nova reportagem publicada pela revista Veja expôs detalhes de um esquema de venda de decisões judiciais envolvendo o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação revela o avanço de um grupo de advogados, lobistas e servidores da Corte que, supostamente, negociavam sentenças em troca de propinas.

Embora até o momento não existam provas diretas de envolvimento dos ministros, o esquema foi aprofundado após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectar movimentações bancárias atípicas associadas ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que enviou valores a um intermediário ligado ao ministro Paulo Moura Ribeiro.

Segundo a Veja, a descoberta do Coaf levou a Polícia Federal (PF) a paralisar temporariamente as investigações e transferir o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude do foro privilegiado que protege os ministros do STJ. A apuração começou após o assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá, cuja morte trouxe à tona mais de 3.500 arquivos armazenados em seu telefone, revelando comunicações sobre pagamentos e supostas pressões para liberar as verbas associadas a decisões judiciais encomendadas.

Nos áudios obtidos pela PF, o lobista Andreson relata a pressão constante dos servidores do STJ para receber os valores combinados pelas sentenças. Em uma das conversas, Andreson reclama que Zampieri não estava conseguindo reunir o montante acordado. “Falô que eu tô furando”, escreveu Andreson, indicando que os funcionários do tribunal estavam insatisfeitos com os atrasos nos pagamentos.

Em outro momento, Andreson reforça a gravidade da situação e a necessidade de evitar desavenças com os servidores: “Não se pode brincar com esses funcionários, sob pena de colocar o esquema em risco”, afirmou em um dos áudios. O clima de urgência nas cobranças mostra o quão dependente o grupo era de um fluxo contínuo de propinas para garantir as decisões favoráveis.

Embora o caso ainda esteja em investigação e envolva questões delicadas de foro privilegiado, a série de áudios lançada pela Veja revela a complexidade e a profundidade do esquema.

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Indiciado por lavagem de dinheiro, Gusttavo Lima retorna aos EUA

O indiciamento ocorreu após a apreensão de R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções.

O cantor Gusttavo Lima deixou o Brasil neste domingo (29) e viajou para os Estados Unidos após uma breve passagem pelo país. O artista foi indiciado pela Polícia Civil de Pernambuco em uma investigação de lavagem de dinheiro, parte da Operação Integration. Durante sua estadia, Lima realizou dois shows no estado do Pará.

O indiciamento ocorreu após a apreensão de R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo Lima em Goiânia. Segundo informações do programa Fantástico, da TV Globo, o cantor também teve 18 notas fiscais fracionadas no mesmo dia para a empresa Pix 365 (Vai de Bet), da qual ele é sócio, investigada no mesmo caso. A operação apura movimentações financeiras relacionadas a mais de R$ 8 milhões referentes ao uso de imagem e voz do cantor.

A equipe de Gusttavo Lima confirmou ao portal Notícias da TV que ele já se encontra nos Estados Unidos com a família.

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Apostas matam: a história da mãe que tirou a própria vida e deixou dívida de R$ 500 mil

Ângela chegou a pedir ajuda a influenciadores que divulgam as bets – ninguém respondeu; e deixou recado no grupo de apostas Blaze avisando que ia se matar.

Por Heloisa Villela – ICL

Ângela Maria Camilo da Paz tinha 39 anos quando decidiu que não podia mais resolver as dívidas que acumulou nas bets. Apostas matam. Ela se suicidou no dia 12 de dezembro e deixou três filhos: um de 9, outro de 11 e um de 18. A criança de nove anos volta e meia pergunta por que a mãe não a levou também. O menino foi visto no cemitério do Cariri, no Ceará, com água e um pacote de bolacha, conversando com o túmulo da mãe, preocupado que ela não comia nem bebia água há muitos dias.

Irmã de Ângela, Jéssica Lobo não fazia ideia do que estava acontecendo. Ela mora em São Paulo, onde tem um salão de beleza, e diz que Ângela era a pessoa que cuidava das contas da família. Super responsável, super centrada, nunca deu sinais de que estava envolvida com apostas on-line. Mas, depois da morte da irmã, Jéssica foi descobrindo aos poucos o tamanho do problema. O terreno da família e a casa da mãe já estavam vendidos, sem falar nos vários cartões e dívidas que Ângela contraiu em nome da mãe, analfabeta.

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Dívida com apostas é de mais de R$ 500 mil
Ao todo, a dívida acumulada é de mais de R$ 500 mil e ela ainda não sabe quem é a pessoa que comprou a casa que a Ângela nem poderia vender, já que não era a proprietária. Dois dias depois do suicídio, um homem telefonou dizendo que tinha comprado o imóvel e não podia perder o dinheiro que investiu na transação. Jessica ainda não sabe como vai resolver esse problema, os empréstimos que a irmão pediu para nove pessoas diferentes e os cartões da mãe no vermelho.

Desde que perdeu a irmã e descobriu todos os problemas financeiros da família, Jessica expôs tudo nas mídias sociais. Depois das postagens, acabou entrando em contato com pessoas que estão passando por problemas graves por causa das apostas. Ela hoje administra nove grupos de whatsapp com um total de 3.832 pessoas.

Em cada grupo, um psicólogo voluntário dá apoio a elas. São brasileiros do Maranhão, do Ceará, de São Paulo e do sul do país. Ou seja, de todos os lugares. “A gente acha que está em uma situação difícil, que não pode ter nada pior, mas tem”, disse Jessica ao ICL. “Uma mãe de Roraima foi ameaçada por um agiota que tirou foto, na porta da escola, apontando uma arma para a cabeça da filha dela. Ela chegou em casa, pegou a filha e fugiu. Caiu no mundo”, contou.

Ângela reclamava dos jogos de apostas
Quando Jessica conseguiu acessar a conta que a irmã usava para os jogos, encontrou depósitos que datavam de dois anos atrás. Um deles no valor de R$ 100 mil. “Pronto, vendeu a casa”, pensou. Uma pessoa que emprestou dinheiro à Ângela contou que sabia do problema. “Então por que não contou pra gente enquanto era tempo?”, perguntou Jessica. Ela hoje vê que é preciso alertar as famílias para esse problema quase sempre invisível. A pessoa joga no celular, no computador, e ninguém em casa se dá conta.

Jessica recuperou as conversas da irmã no grupo batizado de “vip” na empresa de apostas Blaze. Os diálogos mostram como Ângela reclamava dos jogos, dizia que não ganhava nunca e pedia mudança no limite de depósitos para poder fazer saques. Em uma das trocas de mensagens, ela fala em sair, que não tinha mais condições de continuar e pergunta sobre ofertas de prêmios, um deles no valor de R$ 50 mil reais. São diferentes métodos para manter a pessoa envolvida com os jogos.

Ângela chegou a pedir ajuda a pessoas desconhecidas – influenciadores que divulgam as bets. Ninguém respondeu. “Para a gente, da família, ela nunca disse nada”. Ela também deixou recado gravado no grupo de apostas Blaze avisando que ia se matar. “A única resposta deles foi aconselhar minha irmã a dar uma parada nos jogos”, conta Ângela, indignada.

A resposta, por escrito, na chamada sala vip, recomenda que ela reveja os gastos com os jogos se estiver tendo dificuldades financeiras. “Então o traficante te vende droga por meses depois vem na sua casa e diz pra você parar um pouquinho de consumir?”, pergunta. Ela acha que o Brasil precisa adotar leis para enfrentar o problema.

 

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Seu Nivaldo entrega o jogo de Gusttavo Lima

Com pedido de prisão decretada, cantor se esconde em Miami; artista é acusado de ajudar na fuga de empresário da Vai de Bet.

Por aliança com os bolsonaristas, o cantor Gusttavo Lima acusa os artistas que produzem espetáculos com a Lei Rouanet pela “mamata”; enquanto isso Seu Nivaldo vai direto no cofre das prefeituras e recebe o cachê de mais um show do milhão — sem o trabalho sequer de captar recursos junto às empresas, como no funcionamento da lei sob ataque da extrema direita.

Gusttavo Lima sobe no palco; Seu Nivaldo recolhe a grana.

O cantor faz a propaganda da jogatina da Vai de Bet, Seu Nivaldo vira praticamente sócio da casa de apostas, segundo investigações da Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration.

O cantor faz o seu “tchê tcherere tchê tchê”, Seu Nivaldo — sempre segundo a apuração policial — é responsável por ocultar, usando a firma Balada Eventos e Produções, a grana dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos. A HSF é ligada a Esportes da Sorte (outra bet suspeita) e repassou à Balada, em 2023, pelo menos duas boladas de R$ 4,9 milhões e R$ 4,8 milhões.

Gusttavo Lima comanda o público; Seu Nivaldo fica só no privado, na moita, nos bastidores.

O artista influencia no cassino; Seu Nivaldo se movimenta para esconder a propriedade de um avião Cessna (modelo 560 XLS) ao repassá-lo para J. M. J. Participações, de José André da Rocha — o empresário dono da Vai de Bet, foragido da Justiça brasileira. É bom lembrar: a aeronave foi apreendida também na Operação Integration.

Gusttavo Lima faz a farra no “Buteco”, o projeto artístico da sua vida; Seu Nivaldo recebe, em nome da sua GSA Empreendimentos e Participações, mais R$ 5,75 milhões da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e a Pix 365 Soluções Tecnológicas. O que essas duas firmas têm em comum? Ah, repare na coincidência, também são investigadas na Integration.

O pop star sertanejo nega tudo, Seu Nivaldo paga o pato — é em seu nome que está toda a documentação do esquema.

Gusttavo Lima faz a festa de aniversário em um iate na ilha grega de Mykonos, com direito a um ministro do STF (Kássio Nunes Marques) e um governador de Estado (o goiano Ronaldo Caiado) soprando as velinhas; Seu Nivaldo banca a farra e se sente protegido pelas autoridades brasileiras.

O cantor posta toda aquela ostentação greco-goiana no Instagram; Seu Nivaldo ajuda na fuga do amigo e possível sócio André Rocha (dono da Vai de Bet). Segundo a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara da Justiça de Pernambuco, Seu Nivaldo teria levado o foragido no seu jatinho até as Ilhas Canárias (Espanha).

Gusttavo Lima faz, Seu Nivaldo arca com as consequências.

O cantor se diz inocente; Seu Nivaldo pega o jatinho e vai para Miami esconder o artista.

A culpa é sua, Gusttavo teria acusado o Seu Nivaldo Lima — nome de cartório do astro sertanejo.

Seu Nivaldo vai engolir essa bucha ou delata o artista?

Humor sobre dupla personalidade à parte, cabe à Justiça decidir o final dessa história. Quem terá sido mais lesado: o consumidor da jogatina das Bets ou o cidadão que vive em um município carente que desembolsa um milhão dos cofres públicos para o cantor sertanejo?

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Polícia decreta a prisão de Gusttavo Lima em caso sobre bets

A operação é a mesma em que a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa.

A Justiça de Pernambuco determinou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima no âmbito da Operação Integration. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.

A Justiça pernambucana também determinou o bloqueio de todos os imóveis registrados nos CPFs e CNPJs ligados ao cantor, além do bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras.

A decisão foi proferida pela juíza Andrea Calado da Cruz, do TJ-PE. A magistrada aceitou o pedido da Polícia Civil pernambucana, rejeitando os argumentos do Ministério Público, que solicitou a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares.

Segundo a juíza, uma aeronave que transportou Gusttavo Lima na volta de uma viagem para a Grécia pode ter deixado no exterior dois investigados no caso, José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas VaideBet e sua mulher, Aislla Rocha.

A juíza destacou que Nivaldo Batista Lima, nome verdadeiro de Gusttavo Lima, demonstra uma “alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”.

Segundo a juíza, não existe, “no momento, nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública”.

A defesa do cantor ainda não se manifestou.

A operação é a mesma em que a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa. Na ação, a Polícia Civil pernambucana investiga uma organização criminosa que praticava lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais.

No dia em que a operação foi deflagrada, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu um avião que pertencia à Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo Lima.

O advogado da empresa afirmou que a aeronave, com o prefixo PR-TEN, havia sido vendida para a empresa J.M.J. Participações, de José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, mas a ANAC informou que Gusttavo Lima ainda era o proprietário do avião.

“Demonstra-se aqui mais um ato de ocultação dos valores obtidos pela empresa dos jogos ilegais na lavagem de capitais, a adquirente paga milhões de reais pela aeronave, prova é que o casal viajou para os EUA nela, após sua aquisição, mas não a transferiu para seus nomes ou de empresas de sua propriedade”, diz o relatório assinado pelo delegado Paulo Gondim, da Polícia Civil de Pernambuco.

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Incêndios florestais se intensificam e já atingem áreas urbanas de cidades como Rio e Niterói

Morros do Tabajaras e Dona Marta e vegetação da área de acesso a praias no Recreio são focos.

Em meio a um período de temperaturas altas, em pleno inverno, e baixa umidade do ar, os incêndios se intensificam no Rio e, nos últimos dias, estão atingindo áreas urbanas tanto da capital quanto de cidades como Niterói. O estado teve, na última quinta-feira 460 focos, recorde de 2024, o que levou o Corpo de Bombeiros a instaurar um gabinete de crise. Desde o início do ano, foram mais de 16 mil ocorrências de incêndios em matas, um aumento de mais de 90% no território fluminense em relação ao mesmo período de 2023.

Nesta sexta-feira, até 17h30, os Bombeiros haviam sido chamados para combater 64 focos. A vegetação do Morro dos Tabajaras, por exemplo, pegou fogo nas faces voltadas para Copacabana e Botafogo. E chamas eram vistas na mata que dá para Laranjeiras do Morro Dona Marta, atrás da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Mesmo cenário da Pedra da Gávea, no Alto da Boa Vista.

Uma área de vegetação de acesso à Prainha e a Grumari, no Recreio dos Bandeirantes, também foi consumida. Na capital, foi preciso ainda combater o fogo em Vargem Grande, Irajá e Campo Grande, entre outros bairros.

Em Niterói, um incêndio no Morro das Andorinhas, em Itaipu, assusta os moradores da Região Oceânica desde a noite de quarta-feira. Nesta sexta-feira, os Bombeiros voltaram a ser chamados para combater focos em Itaipu. Na Baixada, houve registros em Nova Iguaçu, Caxias, Mesquita e Japeri.

— Mais de 95% desses incêndios florestais possuem causa humana, ou seja, acidental ou proposital. Por isso, é fundamental ficar atento a alguns cuidados que todos devem ter. Primeiro, muito cuidado ao descartar as guimbas de cigarro próximos de estradas e em áreas verdes também. Além disso, evitar realizar fogueiras, seja em acampamento ou até mesmo em locais próximos da sua residência. Jamais realizar queimadas, seja de lixo ou até mesmo para abrir algum outro tipo de cultivo na sua região. Lembrar também que é crime soltar balões e também não soltar os fogos de artifício — afirma o porta-voz do Corpo de Bombeiros RJ, major Fábio Contreiras.

Nem quilombo escapa
O interior do estado também arde em chamas. Parte da mata do Quilombo Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba, na Costa Verde, foi atingida. Moradores temem que as chamas cheguem ao bananal que é uma das bases da economia da comunidade.

Fogo atinge mata em quilombo de Mangaratiba; chamas são combatidas por quilombolas — Foto: Reprodução redes sociais
Fogo atinge mata em quilombo de Mangaratiba; chamas são combatidas por quilombolas — Foto: Reprodução redes sociais
É a segunda vez esta semana que as labaredas tomam a região do Quilombo. De acordo Edevaldo Felipe da Conceição, uma das lideranças locais, a primeira queimada havia começado na segunda-feira e só foi controlada no fim da quarta-feira, pelos próprios quilombolas. O município está em situação de emergência.

Fogo atinge mata em quilombo de Mangaratiba; chamas são combatidas por quilombolas — Foto: Reprodução redes sociais

Os focos controlados ficavam numa área de difícil acesso, na subida da Serra do Piloto, onde estão localizadas algumas das principais nascentes de Mangaratiba. Já o incêndio iniciado na manhã desta sexta-feira lambia a vegetação próxima à BR-101 (Rio-Santos), no caminho para Angra dos Reis e Paraty.

— Desta vez, o local do fogo é de mais fácil acesso para os bombeiros — disse Edevaldo.

Unidades de conservação são atingidas
Localizado a quase 60 km de distância do Parque Estadual Serra da Concórdia, o Monumento Natural Estadual da Serra da Beleza, em Valença, é mais um local atingido. O tamanho da área de proteção ambiental afetada ainda não foi mensurada. Mas moradores do distrito afirmam que o local está parecendo um “campo de devastação”.

Incêndio florestal de grande dimensão atinge a Serra da Beleza, em Valença — Foto: Thiago Moreira/Divulgação

Com o apoio de uma aeronave, equipes de guarda-parques do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) estão atuando para debelar focos em seis unidades de conservação: além da Serra da Concórdia, combatem as chamas na região de Secretário, em Petrópolis; no Parque do Desengano, em São Fidélis; na APA Macaé de Cima, em Nova Friburgo; no Parque estadual Cunhambebe, em Mangaratiba; e na APA Guandu

Na Serra da Concórdia, no município de Valença, guarda-parques identificaram focos de incêndio em locais distintos, realizando o combate direto e indireto às chamas, com o apoio de aeronave e do Corpo de Bombeiros. Também foram registrados focos de incêndio florestal na APA Guandu, no bairro Sá Freire, em Seropédica.

Ontem, 59 dos 92 municípios fluminenses estavam com risco muito alto de incêndio florestal, segundo o Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden RJ).

Com o aumento expressivo no número de ocorrência de incêndios florestais agravados pela estiagem, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente convocam a população a denunciar casos de fogo em vegetação para que os responsáveis sejam identificados e punidos.

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SP: Pior ar do mundo

Poluição é mais grave que em Pequim.

A qualidade do ar em áreas da cidade de São Paulo e da região metropolitana já começou a manhã desta segunda-feira (9) entre ruim e muito ruim em meio a mais um dia de calor, tempo seco e fumaça de incêndios. A situação fez de São Paulo a metrópole com a pior qualidade de ar no mundo por volta das 10h, de acordo com o site suíço IQAir.

Com registro de 160 no índice usado pelo site, a capital paulista não apenas superou as cidades de Ho Chi Minh, no Vietnã, e Lahore, no Paquistão –segunda e terceira colocadas, respectivamente–, mas também Jerusalém, em Israel, Doha, no Catar, e Pequim, na China, a quinta e a sexta com o ar mais poluído.

Dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) indicavam qualidade muito ruim, segundo pior da escala, nas estações de Carapicuíba, Itaim Paulista e Osasco. Na capital, o nível foi registrado na marginal Tietê (altura da ponte dos Remédios), no Parque Dom Pedro 2º (região central), em Perus e em Santana (ambos na zona norte).

Outras estações, como Ibirapuera, Interlagos e Santo Amaro, registravam o nível ruim. Apenas Itaquera e Mooca, ambas na capital, tinham qualidade boa na manhã desta segunda.

A categoria muito ruim pode agravar sintomas de quem tem doenças pulmonares e cardiovasculares, além de causar transtornos à população em geral.

Estações em outras áreas do estado, como Jundiaí e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, também apontavam qualidade do ar muito ruim.

Segundo a Defesa Civil estadual, 48 municípios paulistas seguem em alerta máximo para incêndio, e havia oito focos de fogo ativos nesta manhã, identificados, em General Salgado, Dois Córregos, Santo Antônio do Aracanguá, Pedregulho, Itirapuã, Mairiporã, São João da Boa Vista e Elias Fausto.

Quase todo o estado, com exceção do litoral, está em emergência para risco de incêndio, nível máximo de perigo apontado pela Defesa Civil, até o próximo sábado (14).

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Gusttavo Lima tem contrato há dois anos com bet alvo da polícia

Sede da Vai de Bet foi alvo da polícia em operação que apreendeu avião de empresa de Gusttavo Lima e prendeu influenciadora Deolane Bezerra.

O cantor Gusttavo Lima mantém há dois anos um contrato publicitário com a Vai de Bet, empresa de apostas esportivas alvo da Polícia Civil de São Paulo na quarta-feira (4/9). A sede da companhia foi vasculhada pelos policiais na operação que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra por um suposto esquema bilionário de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

Nas propagandas, Gusttavo Lima aparece ao lado do anúncio “Vai de Bet, o melhor site de apostas do Brasil” e diz: “Vai de Bet é a casa do embaixador. Você aposta a partir de R$ 1 e o pix cai na hora”.

A operação policial apreendeu um avião que pertence a uma empresa de Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções. Os policiais cumpriam mandados de busca e apreensão em São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Paraná e Goiás. Recentemente, o artista posou para fotos com o dono da Vai de Bet, José André da Rocha, em um mega iate de luxo na Grécia. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também está na viagem, de férias e licenciado do cargo, diz o Metrópoles.

Procurado, Gusttavo Lima confirmou que é contratado pela Vai de Bet: “O artista mantém contrato de uso de imagem com a Vai de Bet desde 2022. Seguiremos acompanhando os desdobramentos da operação [policial] e esperamos um breve deslinde”, afirmou o comunicado do artista.

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Avião de Gusttavo Lima é apreendido em operação que prendeu Deolane

A Operação Integration resultou na prisão da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, bem como de outras 18 pessoas.

A Polícia Civil de São Paulo, em uma ação conjunta com forças policiais de Pernambuco, Paraná, Paraíba e Goiás, apreendeu na manhã desta quarta-feira (4/9) um avião que pertence à empresa do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

O Cessna 560 XLS, com prefixo PR-TEN, foi recolhido durante uma manutenção no aeroporto de Jundiaí, em São Paulo. A apreensão faz parte da Operação Integration, que visa desmantelar uma complexa organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e jogos ilegais.

A investida da polícia resultou na prisão da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, bem como de outras 18 pessoas. As autoridades desarticularam uma rede criminosa que movimentou cerca de R$ 2,1 bilhões provenientes de atividades ilícitas, incluindo jogos de azar e lavagem de dinheiro em cinco estados brasileiros: Pernambuco, Paraíba, São Paulo, Paraná e Goiás, segundo o Metrópoles.

A aeronave apreendida (foto em destaque) está registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) com o nome empresa Balada Eventos e Produções LTDA, vinculada ao cantor Gusttavo Lima.

De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião foi registrado pela empresa do cantor em 30 de julho de 2022.