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Mais 605 estrangeiros são autorizados a deixar Gaza; brasileiros seguem fora da lista

A passagem de Rafah, que fica entre o Egito e a Faixa de Gaza, foi reaberta para estrangeiros na segunda-feira (6/11). Os brasileiros e seus familiares, contudo, seguem fora da nova lista de civis cuja saída da região é permitida, e que foi divulgada nesta terça-feira (7/11).

A lista inclui 605 pessoas, provenientes de oito países.

Os estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza através do Egito são provenientes de países como Reino Unido, França, Alemanha, Romênia, Canadá, Filipinas, Ucrânia e Moldávia.

Na segunda-feira (6/11), uma outra lista também circulou na região. Seriam 329 portadores de passaporte estrangeiro. Segundo informações da ABC News, confirmadas por um funcionário da fronteira, 29 palestinos estariam incluídos, com alguns gravemente feridos e outros pacientes com câncer.

Os governos estrangeiros dizem que há em Gaza cidadãos de 44 países, bem como trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7,5 mil pessoas em Gaza. O Egito estima que 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Os profissionais de saúde do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) chegaram à Faixa de Gaza na sexta-feira retrasada (27/10). São, ao todo, 10 especialistas e seis caminhões com provisões médicas e kits de purificação de água.

Na manhã desta sexta-feira (3/11), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA) se encontraram. A Casa Branca tentaria articular uma “pausa humanitária”, mas Netanyahu já afirmou que o cessar-fogo está fora de cogitação até que os reféns sejam liberados pelo grupo Hamas, diz O Globo.

O número de mortos na Faixa de Gaza está em pouco mais de 10 mil, e são mais de 32 mil feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde de Gaza (MOH), que é controlado pelo Hamas, da segunda-feira (6/11). Dos óbitos, dois terços são de mulheres e crianças. A estatística chega a 1,9 mil feridos e 111 mortos na Cisjordânia.

Somando os 1,4 mil mortos em Israel durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, o total chega a 11.422 vidas perdidas no Oriente Médio nesta guerra.

A repatriação realizada pelo governo federal é chamada de Operação Voltando Em Paz e já trouxe mais de 1,4 mil pessoas ao Brasil, todas provenientes de Israel e, mais recentemente, da Cisjordânia. Agora, o governo federal negocia, por meios diplomáticos, buscar os 34 brasileiros na Faixa de Gaza, que ainda não saíram da região, após quatro listas de estrangeiros cruzarem a fronteira.

Os brasileiros que estão em Gaza seguem fora das listas de estrangeiros permitidos a deixar a região pela da fronteira com o Egito, por meio da passagem de Rafah. Essa situação se estende desde a última quarta-feira (1º/11), e o Itamaraty enviou, ainda na sexta, questionamentos sobre os critérios de seleção das listas, conforme adiantou a coluna do jornalista Ricardo Noblat no portal Metrópoles.

 

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Milhares de israelenses protestam contra Netanyahu, que vê sua popularidade despencar em meio ao conflito em Gaza

Manifestantes criticam ações insuficientes do governo na libertação dos reféns do Hamas, responsabilizando o premier pelas falhas de segurança que levaram ao ataque.

Nos nove meses que precederam a guerra entre Israel e o Hamas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se viu diante de uma onda de protestos maciços contra seu controverso projeto de reforma do Judiciário, despertando uma inquietação popular jamais vista. Então veio o ataque do grupo terrorista ao território israelense em 7 de outubro, dando início ao conflito que já deixou mais de 10 mil mortos no total (sendo 1,4 mil em Israel), e o apoio a Netanyahu, sustentado pelo medo da população, parecia ter ganhado um fôlego momentâneo, segundo O Globo.

Após exatamente um mês desde a invasão, contudo, os 240 reféns sequestrados pelo Hamas continuam desaparecidos e os israelenses têm se sentido cada vez mais desprotegidos e insatisfeitos com seu governante, o qual muitos consideram culpado pela situação atual.

As evidências da grande perda de popularidade de Netanyahu — que sempre se declarou um defensor resoluto dos judeus — mostraram-se claras nos últimos dias. No sábado e no domingo, milhares de familiares e amigos dos raptados pelo Hamas tomaram as ruas de Tel Aviv para protestar contra ações do governo e os esforços insuficientes para garantir que seus entes queridos sejam libertados.

Os protestos se espalharam para cidades como Haifa, Beersheba e Eilat, chegando também a Jerusalém, onde centenas se manifestaram em frente à residência do premier, pedindo sua renúncia e o culpando diretamente pelo fracasso na segurança de Israel, permitindo que o ataque ocorresse.

— Queremos uma votação para nos livrar de Netanyahu. Espero que as manifestações continuem e cresçam — disse Netta Tzin, de 39 anos, à AFP.

Popularidade em queda
À frente do governo mais à direita na História de Israel, Netanyahu — que já enfrenta problemas jurídicos e políticos — terá uma tarefa difícil para se manter no poder ao final do conflito, apontam analistas.

Se sua popularidade já não era das melhores antes da guerra (mesmo entre eleitores do Likud, partido liderado por Netanyahu), agora 73% da população não o vê como a pessoa certa para governar Israel, mostrou a sondagem do Instituto de Pesquisa Lazar, publicada na sexta-feira.

Uma outra pesquisa, esta do Canal 13 de Israel, divulgada no sábado, revelou que 76% dos entrevistados acreditam que Netanyahu deveria renunciar, e 64% apoiam a realização de eleições imediatamente após a guerra.

— O apoio a Netanyahu e sua coalizão estava acabando mesmo antes de 7 de outubro e, desde o início da guerra, caiu ainda mais — disse o professor de Política, Toby Greene, da Universidade Bar-Ilan de Israel, à AFP. — Se uma eleição fosse celebrada agora, ele perderia feio.

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Israel bombardeia painéis solares na Faixa de Gaza, informa ONU

Painéis solares de edifícios na Faixa de Gaza, especialmente na cidade de Gaza, no Norte do enclave palestino, foram destruídos durante bombardeiros da força aérea israelense. A informação é do Escritório para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (Ocha). Com a eletricidade totalmente cortada desde o dia 7 de outubro, os painéis solares são uma das únicas fontes de energia, uma vez que a entrada de combustível em Gaza é proibida por Israel.

“Vários painéis solares nos telhados de edifícios, particularmente na cidade de Gaza, foram destruídos nos últimos dias durante os bombardeamentos israelenses. As instalações afetadas incluem os hospitais Shifa e Nasser, vários poços de água e padarias. Isto eliminou uma das fontes de energia restantes, que não depende de combustível”, alertou a Ocha.

A falta de combustível encerrou atividades de diversos poços de captação de água, uma usina de dessalinização de água do mar e de padarias na Faixa de Gaza. A Ocha diz que há indícios de que nenhuma padaria funciona mais na parte norte do enclave e que no sul o acesso ao pão é um desafio.

“O único moinho em funcionamento em Gaza continua incapaz de moer trigo devido à falta de eletricidade e combustível. Onze padarias foram atingidas e destruídas desde 7 de outubro. Apenas uma das padarias contratadas pelo Programa Mundial de Alimentos, juntamente com outras oito padarias nas zonas Sul e Centro, fornece intermitentemente pão aos abrigos, dependendo da disponibilidade de farinha e combustível. As pessoas fazem longas filas em padarias, onde ficam expostas a ataques aéreos”, destacou Ocha.

O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, contou nesta segunda-feira (6) que a farinha que eles têm deve durar mais dois dias. Ele está com a família em Khan Yunis, ao sul do enclave, aguardando autorização para deixar o local.

“O mais difícil para gente achar é farinha, farinha você não encontra. O saco de farinha, por exemplo, estava R$ 40 e hoje está R$ 150, R$ 200 e R$ 300 e você não acha. Muito complicado, muito sofrimento, cada dia pior que o outro”, lamentou.

Cessar-fogo
Nesse final de semana, os chefes de 18 agências da ONU apelaram para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza para permitir a ajuda humanitária na região. Os representantes da ONU também pediram a libertação imediata de todos os reféns mantidos pelo Hamas.

“Mais ajuda – alimentos, água, medicamentos e, claro, combustível – deve entrar em Gaza com segurança, rapidez e à escala necessária, e deve chegar às pessoas necessitadas, especialmente mulheres e crianças, onde quer que estejam”, diz o comunicado.

*Agência Brasil

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Hamas solicita à ONU vistoria em hospitais de Gaza para ‘comprovar a falsa narrativa’ de Israel

Movimento palestino afirma que governo de Netanyahu mente ao dizer que instalações médicas são usadas como bases militares pelo grupo e pede visita de observadores internacionais para comprovar sua versão.

Através de um comunicado difundido nesta segunda-feira (06/11) pela internet, o movimento palestino Hamas pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que envie um “comitê de observadores internacionais” para vistoriar os hospitais da Faixa de Gaza.

Segundo o movimento, a visita dos observadores deve ter como objetivo verificar se as instalações estão ou não sendo utilizadas como bases militares do próprio Hamas, justificativa usada pelo governo de Benjamin Netanyahu para explicar os muitos ataques contra esses locais realizados nas últimas duas semanas.

“Uma vistoria de representantes da ONU poderia comprovar que é falsa a narrativa de Israel”, afirma o comunicado do grupo palestino enviado ao secretário-geral do organismo internacional, o diplomata português António Guterres.

De acordo com a organização Meia Lua Vermelha (aliada da Cruz Vermelha Internacional que atua dentro dos territórios palestinos), 12 dos 35 hospitais de Gaza foram alvos de algum tipo de ataque nos últimos 30 dias.

Além dos bombardeios, essas instalações também vêm sofrendo com a falta de energia, de água e de insumos médicos, razão pela qual 14 hospitais e 51 instalações improvisadas de primeiros socorros pararam de funcionar.

Apesar de a organização liderada por Guterres não ter emitido uma resposta ao pedido do Hamas, a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) emitiu neste domingo (05/11) um boletim sobre a situação humanitária em Gaza, afirmando que os ataques israelenses continuam atingindo localidades próximas aos hospitais da cidade.

O informe indica que Al-Quds, que já havia sido alvo de um ataque semanas atrás, voltou a sofrer com uma bomba que caiu em um local muito próximo ao seu edifício, o que resultou na morte de dois pacientes, enquanto outros 12 ficaram feridos, sem contar os danos estruturais.

O caso mais polêmico ocorrido em outubro foi o que atingiu o hospital Al-Ahli, resultando na morte de mais de 500 pessoas.

A repercussão se deu não somente pelo altíssimo número de vítimas fatais mas também pelo fato de que pessoas ligadas ao governo de Israel chegaram a admitir inicialmente a autoria do ataque, mas depois, quando a notícia passou a gerar críticas ao país, retificaram essa declaração e acusaram o Hamas de ter realizado o bombardeio com o objetivo de culpar Tel Aviv pelas mortes.

*Opera Mundi

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Ativista palestina é detida na Cisjordânia sob acusação de incitar terrorismo

Mensagem de ódio que circulou nas redes sociais foi atribuída a Ahed Tamimi; mãe nega que ela seja autora da publicação.

JERUSALÉM | AFP – A palestina Ahed Tamimi, 22, conhecida ativista contra a ocupação israelense da Cisjordânia, foi detida em sua cidade natal de Nabi Saleh sob a acusação de incitar o terrorismo, anunciou o Exército de Israel nesta segunda-feira (6).

Questionada sobre o motivo da detenção, uma autoridade do serviço de segurança de Israel enviou à agência de notícias AFP uma publicação atribuída a Tamimi que circulou nas redes sociais. O texto, em árabe e em hebraico, pede o massacre de israelenses em “todas as cidades da Cisjordânia, Hebron e Jenin”. A mãe da ativista, Narimane Tamimi, nega, porém, que a filha tenha escrito ou divulgado a mensagem.

“Há dezenas de contas [nas redes sociais] com a foto de Ahed com as quais ela não tem vínculo. Quando Ahed tenta abrir uma conta, ela é bloqueada imediatamente”, disse à AFP Narimane. “Eles a acusam de ter publicado uma mensagem que incita a violência, mas Ahed não a escreveu.”

A AFP não conseguiu verificar se a conta usada para divulgar a mensagem de ódio pertence à Tamimi. Ela foi detida durante uma operação do Exército no norte da Cisjordânia que tinha como objetivo “capturar indivíduos suspeitos de participar em atividades terroristas e incitar o ódio”. As autoridades de segurança não informaram o paradeiro da ativista, limitando-se a dizer que ela seria interrogada.

Narimane afirmou ainda que seu marido, Bassem al Tamimi, foi detido em 20 de outubro, quando retornava de uma viagem. Desde então, a família não tem notícias dele.

Ahed Tamimi nasceu em 31 de janeiro de 2001. Ficou conhecida aos 14 anos após ser filmada mordendo um soldado israelense para impedir a detenção de seu irmão mais novo. Em dezembro de 2017, aos 16 anos, deu um tapa em um soldado de Israel no quintal de sua casa. Foi detida pelos militares e depois condenada a oito meses de prisão.

A ativista foi liberada em 29 de julho de 2018. Desde então, tornou-se um símbolo mundial da causa palestina e é considerada um exemplo de coragem diante da repressão israelense nos territórios ocupados. Um retrato dela foi pintado em um dos muros que separam os israelenses dos palestinos da Cisjordânia, situado perto de Belém.

 

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Bombardeios noturnos feitos por Israel matam 200 na Faixa de Gaza

Informações sobre mortos nos bombardeios noturnos feitos por Israel são do Ministério da Saúde palestino.

Mais de 200 pessoas morreram na Faixa de Gaza em bombardeios noturnos de Israel, de acordo com informações do Ministério da Saúde palestino, nesta segunda-feira (6/11). “Mais de 200 mártires no massacre noturno”, afirma o ministério.

“São massacres! Destruíram três casas sobre as cabeças dos seus habitantes, mulheres e crianças”, disse à AFP um morador, Mahmoud Mechmech, em Deir al-Balah, no centro de Gaza.

Os ataques aéreos ocorreram mesmo com os pedidos de cessar-fogo conjunto por parte das Agências da Organização das Nações Unidas (ONU), no último domingo (5/11). “Já se passaram 30 dias. Já é suficiente. Isto deve parar agora”, afirma a declaração.

A  declaração também revela que diversos trabalhadores que compõem as agências da ONU vieram a óbito e que, só da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (Unrwa), foram 88 profissionais mortos, segundo o Metrópoles.

“Toda uma população está sitiada e sob ataque, sem acesso aos bens essenciais para a sobrevivência, bombardeada nas suas casas, abrigos, hospitais e locais de culto. Isso é inaceitável. (…) Dezenas de trabalhadores humanitários foram mortos desde 7 de outubro, incluindo 88 colegas da Unrwa – o maior número de vítimas mortais das Nações Unidas alguma vez registado num único conflito”, completa a declaração das agências da ONU.

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”Genocídio de manual”

Israel bombardeia hospitais, repartições da ONU, campos de refugiados, escolas, prédios, igrejas, mesquitas e casas.

Em três semanas de ofensiva genocida a Faixa de Gaza já foi bombardeada com 18 mil toneladas de explosivos que atingiram mais de 12 mil alvos.

Bombas de fósforo branco, proibidas pela ONU, são jogadas sobre os 2,3 milhões de palestinos confinados no campo de concentração.

Israel assassina uma criança palestina a cada nove minutos. E deixa outras duas gravemente feridas, muitas delas na fila da morte imediata.

Grande número de crianças palestinas que por enquanto estão conseguindo sobreviver da chacina israelense ficaram órfãs de mães e, também, de pais.

Nove a cada dez palestinos assassinados em Gaza são mulheres, crianças, idosos e homens desarmados, indefesos e abandonados pelo mundo.

Famílias inteiras foram exterminadas. Com todos integrantes dizimados, muitos sobrenomes de famílias só existirão em registros memoriais.

Na Cisjordânia, onde o Hamas não atua, Israel já matou pelo menos 150 palestinos desde 7 de outubro – número próximo ao total de palestinos que assassinou naquele território em todo o ano de 2022.

Israel viola o direito internacional, comete inúmeros crimes de guerra e sua máquina mortífera elimina quem estiver pela frente: voluntários estrangeiros, funcionários da ONU, médicos, enfermeiros, socorristas, jornalistas …

Israel bombardeia ambulâncias e explode estações de água e universidades.

O cerco israelense decreta a sentença de morte de palestinos privados de água, energia elétrica, combustível, remédios, alimentos e ajuda humanitária.

Isso é guerra?

Decididamente, isso não é uma guerra.

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“É um genocídio de manual”, denunciou Craig Mokhiber na carta de demissão [27/10] do cargo de diretor do Escritório do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, onde atuou por mais de 30 anos.

Craig alerta que a limpeza étnica em Gaza entrou “na sua fase final”, e o regime de apartheid avança “em direção à destruição acelerada dos últimos vestígios de vida palestina autóctone na Palestina”.

O termo genocídio surgiu no direito internacional depois dos horrores do Holocausto nazista; não existia até então.

Segundo a Enciclopédia do Holocausto –que os sionistas deveriam ler, para se enxergarem no espelho–, em 1944 o advogado judeu polonês Raphael Lemkin definiu genocídio como “um plano coordenado, com ações de vários tipos, que objetiva à destruição dos alicerces fundamentais da vida de grupos nacionais com o objetivo de aniquilá-los”.

A Convenção da ONU para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, aprovada em 9 de dezembro de 1948 ainda sob os ecos do Holocausto, define como genocídio:
– “os atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como:
a) assassinato de membros do grupo;
b) causar danos à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) impor deliberadamente ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição física total ou parcial;
d) impor medidas que impeçam a reprodução física dos membros do grupo; e
e) transferir à força crianças de um grupo para outro”.

Voltando à Enciclopédia do Holocausto, encontramos que o Holocausto “foi a perseguição sistemática e o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazista alemão, seus aliados e colaboradores. O Holocausto também é às vezes referido como ‘a Shoah’, palavra hebraica que significa ‘catástrofe’”.

A radicalização da perseguição de judeus culminou no plano nazista da “solução final da questão judaica” – um plano organizado e sistemático para o assassinato em massa dos judeus, em escala industrial.

Os princípios do direito internacional mostram que o crime de genocídio é equivalente ao Holocausto, e que o sionismo é equivalente ao nazismo.

É preciso nomear o que está acontecendo nos territórios palestinos pelo nome verdadeiro. Não é guerra, é um genocídio clássico; é Holocausto!

O sionismo usa o grupo Hamas como pretexto justificador para executar a “solução final” e ocupar totalmente os territórios palestinos com um Estado étnico-teocrático fundamentalista e terrorista.

*Do blog do Jeferson Miola

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Zelensky e o complexo de Dom Quixote

Enquanto presidente da Ucrânia acredita em vitória, apoio ocidental se esvai e autoridades se mostram cada vez mais céticas.

A insistência do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em convencer os países ocidentais a enviarem mais recursos para o confronto contra a Rússia, mostra um cenário onde as crenças do político começam a ser vencidas pelo cansaço.

“Ninguém acredita na nossa vitória como eu. Ninguém”, disse Zelensky em entrevista concedida à revista TIME após viagem para os Estados Unidos, onde teve reuniões na Casa Branca, no Pentágono e no Arquivo Nacional, em Washington.

Segundo ele, incutir a crença de que a vitória é possível “requer todo o seu poder, sua energia (…) É preciso muito de tudo.”

Contudo, após quase 20 meses de guerra, cerca de um quinto do território ucraniano está ocupado pelo exército do governo de Vladimir Putin, e as viagens que Zelensky tem feito ao exterior mostram que tanto o interesse como o apoio internacional diminuíram.

Citando uma pesquisa elaborada pela Reuters, a publicação afirma que o percentual de norte-americanos que querem que o Congresso envie mais armas para Kiev caiu de 65% em junho para 41%.

E a eclosão da guerra em Israel também tem sido um desafio, por conta do desvio do foco de atenção do confronto na Europa para o Oriente Médio.

“Teimosia”
Ao voltar para a Ucrânia, membros do círculo próximo a Zelensky retrataram um presidente “irritado”, um sinal de que seu propalado senso de humor e otimismo não sobreviveram ao segundo ano de guerra.

Além disso, o presidente ucraniano tem sido pressionado a investigar os sinais de corrupção dentro de seu governo diante de um cenário em que a guerra não parece acabar tão cedo.

Para uma autoridade próxima a Zelensky, ele se sente traído pelo Ocidente, deixando-o sem meios para vencer a guerra, apenas com meios para garantir sua sobrevivência.

A crença de Zelensky em uma vitória contra os russos tem preocupado até mesmo alguns de seus conselheiros, ao ponto de ter prejudicado a apresentação de novas estratégias e mensagens.

Um ponto que é tido como tabu é a possibilidade de negociação de paz com os russos – uma alternativa que inclusive já tem sido trabalhada pelos norte-americanos, conforme reportagem publicada na NBC News.

Porém, Zelensky descarta tal possibilidade principalmente se ela resultar na perda de território, algo que os ucranianos ouvidos em pesquisas de opinião descartam. Para o presidente, isso significativa “deixar esta ferida aberta para as gerações futuras”.

Enquanto a Ucrânia aumenta a produção de drones e mísseis usados para atacar centros de comando e depósitos de munição russa, o exército de Putin segue bombardeando áreas civis e a infraestrutura que será necessária para a população passar o próximo inverno.

*GGN

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Mortes com nomes, endereços e reconhecimento facial

“Um pranto que devemos chorar junto, mas sem aceitar que mortos palestinos sejam reduzidos apenas a números”, escreve Hildegard Angel.

O Fórum Latino Palestino realizou um protesto comovente nas areias de Copacabana contra o massacre de crianças em Gaza, humanizando as vítimas palestinas, com nomes e idades, tendo, junto ao sudário de cada uma, fincada uma rosa. Sua humanização é o que não nos vem sendo apresentado, diferente do que ocorre com os 1.400 mortos pelo Hamas, cujas histórias, biografias e fotos são diariamente mostradas nos telejornais. Uma campanha muito bem realizada por Israel. Um pranto que devemos chorar junto, mas sem aceitar que mortos palestinos sejam reduzidos apenas a números por essa mesma mídia inconsequente.

A contagem dos mortos em Gaza – mais de dez mil – aumenta a cada minuto, a cada segundo. Bombardeios atacam compulsivamente, em contínuas tempestades de artefatos assassinos. Estima-se que um mesmo número de cadáveres se encontre sob os escombros de concreto. Alguns ainda vivos, em agonia, soterrados, contando tempo até se entregarem a Alá. Há os que morreram em chamas, atingidos pelas bombas incendiárias. Há os que padecem dos ferimentos de fósforo branco, que perfura pele e carne.

Se fosse um filme de Hollywood, assistiríamos das nossas poltronas, ao lado de um saco de pipocas. O filme de Gaza nos obriga a ter ao lado um saco de vômito. Há o registro de um rastro de pessoas mortas numa estrada, quando caminhavam, não sei se para o Norte ou para o Sul, obedecendo às determinações de Israel, que são tantas e de tal forma contraditórias, que não conseguimos acompanhar.Bombardeiam cortejo de ambulâncias e depois dizem que atingiram civis sem querer, pois visavam um militante do Hamas. Nossa saúde mental nos aconselha a acreditar, mas nem as mais medíocres inteligências conseguem.

Israel ataca seus “inimigos” com maestria e absoluta precisão, direto no alvo almejado. Através de drones, lança bombas pelas janelas de apartamentos, em andares determinados. As labaredas denunciam.

Com cada jornalista marcado para morrer vai a família inteira. Foi assim com o chefe da sucursal da Al Jazeera, Wael Al Dahdouh, eliminado em casa com cinco parentes. Assim foi com o jornalista da TV Palestina, Mohammed Abu Havan, assassinado com 11 familiares. Dessa forma, revidam os jornalistas “desobedientes”, que insistem em se manter ativos.

Retaliação com precisão, armamento monitorado e reconhecimento facial. Vingança contra a imprensa corajosa, que exibe as atrocidades, antes escondidas sob os tapetes de outras guerras, no Iraque, na Síria, no Afeganistão, na Líbia e em tantos morticínios distantes, contra povos “estranhos”, que falam línguas esquisitas e professam religiões, hábitos e culturas diferentes.

*Hildegard Angel/247

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Lista de autorização para deixar Gaza é suspensa pelo Egito e brasileiros continuam sem saída

Depois de conversar com os países envolvidos no processo de liberação de estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade na Faixa de Gaza, o Brasil foi novamente frustrado no quinto dia de autorizações para sair do território sob ataque de Israel rumo ao Egito. Não só os brasileiros, neste domingo (5). “Nenhuma lista hoje”, afirmou no início da manhã (madrugada no Brasil) Alessandro Candeas, embaixador junto à Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sobre a divulgação diária feito pelos egípcios.

Na véspera, ele já havia dito que o ritmo de saída no posto de fronteira de Rafah era lento, e que poucos dos nomes autorizados de fato conseguiam sair. Até então, cerca de 2.700 pessoas das talvez 7.500 elegíveis em Gaza haviam recebido permissão, diz a Folha.

Sem listas, supõe-se que a prioridade será retirar as pessoas já com o OK de saída, pouco mais de 500 por dia desde a quarta (1), mas isso não estava claro. O Brasil tem 34 pessoas inscritas na lista para repatriação em Gaza, 24 delas brasileiras, 7 palestinas em processo de imigração e 3 parentes próximos desses árabes. Do grupo, 18 estão no ponto de fronteira de Rafah e 16, na cidade Khan Yunis, a cerca de 10 km de lá.

Para a pessoa deixar Gaza, segundo o acordo vigente, seu nome precisa ser autorizado pelo Egito, que é quem receberá o refugiado, por Israel, que não quer saída de terroristas infiltrados, e pelos mediadores Estados Unidos e Qatar —esta uma monarquia do golfo Pérsico com interlocução com o Hamas.

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, já falou com todos os envolvidos em algum ponto da crise. No sábado (4), foi a vez de o assessor internacional do Planalto, o ex-chanceler Celso Amorim, de ligar para o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, para tratar do caso.

Na sexta (3), o chanceler de Israel, Eli Cohen, havia dito a Vieira a Vieira que todos os brasileiros deverão sair até a quarta (8). Não se sabe se ele se referia aos cidadãos natos ou também aos palestinos do grupo.

É uma corrida contra o tempo e as bombas de Israel, que segue atacando Khan Yunis e Rafah, apesar de focar sua ação terrestre no trecho de Gaza que vai da capital homônima para o norte.

Candeas já teve de tirar os brasileiros da escola da capital homônima da faixa usada como abrigo. Depois, levou o grupo para Rafah, enquanto parte dele já estava em Khan Yunis.

No sábado, o embaixador relatou as dificuldades adicionais do acordo de saída de estrangeiros, que até então tinha tirado quatro levas de pessoas. O portão em Rafah, controlado pelo Egito, abre de forma inconstante, e boa parte das pessoas listadas para sair não conseguiram fazê-lo.

A Cisjordânia é a área palestina reconhecida como um governo de fato pelas Nações Unidas. Gaza é outra história. Em 2007, o Hamas, grupo terrorista palestino que atacou Israel há quase um mês e disparou a crise atual, expulsou os rivais da Autoridade Nacional Palestina do território. Israel e Egito fizeram um cerco ao território, controlando entrada e saída de pessoas e bens. Já foram repatriadas 1.410 pessoas que estavam em Israel e 32, que moravam na Cisjordânia. É a maior ação do tipo em tempo de guerra da história brasileira.