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Vídeo: Israel massacrou comboio em fuga de palestinos lotado de crianças. Todos morrem

Ministério da saúde palestino culpa Israel pelas mortes. Autoridades de Israel dizem que investiga e que ‘inimigos estão tentando impedir que os civis deixem o norte’. Ataque ocorreu ainda dentro do prazo estipulado por Israel.

Um ataque atingiu comboio de civis que fugia do norte de Gaza em uma rota indicada por Israel nesta sexta-feira (13), deixando 70 mortos, entre eles, crianças e mulheres. O ministério da saúde palestino culpa Israel pelo ataque, que afirma estar investigando a ação e diz que seus “inimigos estão tentando impedir que os civis deixem o norte.”

A BBC News confirmou que o ataque aconteceu na via Salah-al-Din, uma das duas rotas de evacuação. Segundo a publicação, a estrada estava com tráfego intenso com a movimentação das pessoas de Gaza que atenderam as advertências de evacuação de Israel.

Registros feitos por um palestino na Faixa de Gaza mostram um comboio de civis que foi atingido por um míssil enquanto tentava deixar o norte da região em direção ao sul, seguindo a recomendação de Israel, que deu um prazo de 24 horas para que a migração fosse concluída, diz o g1.

Pelo vídeo, enviado a GloboNews pelo cidadão brasileiro Ahmed Alajrami, é possível visualizar pelo menos 18 corpos de palestinos, entre eles muitas crianças pequenas, caídos pela rua e em cima de caminhões.

As imagens foram gravadas na área de Deir El-Balah pelo primo de Ahmed, enquanto fazia a travessia para deixar o norte de Gaza. Ele conseguiu chegar ao centro do território e está abrigado em outra escola com sua família, onde devem sair pela manhã, em direção à cidade de Khan Younes, no sul.

O trajeto entre a região central e Khan Younes é de 25km e deveria demorar cerca de 30 minutos de carro. Porém, com os bombardeios israelenses, não era possível fazer o caminho em menos de duas horas.

Assim como os parentes de Ahmed, durante todo o dia, famílias inteiras se deslocaram para o sul em carros, caminhões e a pé.

Ahmed está abrigado em uma escola católica no norte de Gaza, junto a outros 19 cidadãos brasileiros, aguardando o resgate do governo brasileiro.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Brasil conseguiu chegar a um acordo com o Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza ao sul, para que o grupo de brasileiros pegue um avião na divisa entre o país e o território palestino ainda neste sábado (14).

A expectativa é que um ônibus busque o grupo na escola nesta madrugada, para deixa-los na região sul de Gaza.

O aviso de Israel
O exército israelense emitiu um aviso, nesta quinta-feira (12), mandando moradores de Gaza deixarem suas casas em direção ao sul da região em até 24 horas. A informação foi confirmada em um vídeo publicado em redes sociais das forças militares do país.

O porta-voz do exército afirmou que a “evacuação é para a própria segurança” dos habitantes da Faixa de Gaza e recomendou que as pessoas só voltem à Cidade de Gaza quando o governo israelense permitir.

Palestinos temem que a ordem seja um indicativo de que o exército israelense realize uma ofensiva por terra.

O comunicado foi enviado pouco antes da meia-noite no horário local. Assim, as 24 horas foram completadas às 18 horas desta sexta-feira (13), no horário de Brasília.

No entanto, após uma série de apelos de diversas organizações e autoridades internacionais, o prazo foi estendido (até à meia-noite, no Brasil) por mais seis horas para que o hospital Al Awada, da ONG Médicos sem Fronteiras, pudesse ser evacuado.

Apesar da orientação, o Hamas exigiu que a população ignore a ordem israelense e permaneça em suas casas. Além do braço armado e terrorista, o grupo também tem um braço político, que governa atualmente a Faixa de Gaza.

Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação do Hamas, disse à agência de notícias Reuters que o aviso é “propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna” e que orienta os cidadãos palestinos a “não se envolverem nestas tentativas”.

Após o pronunciamento nas redes sociais do exército israelense, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse, em comunicado, que os militares israelenses avisaram que todos os palestinos na região norte da Faixa de Gaza, cerca de 1,1 milhão de pessoas, deveriam migrar para o sul.

Mas, segundo as informações do exército, o alerta é apenas para a Cidade de Gaza, que tem 677 mil habitantes.

Israel também havia informado que, nos próximos dias, as operações na Cidade de Gaza serão “significativas” e que os moradores da região não devem se aproximar ou tentar ultrapassar a fronteira. (veja a íntegra do comunicado abaixo)

O porta-voz da ONU Stephane Dujarric chegou a pedir que qualquer ordem de ataque por Israel seja rescindida, “evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”.

De acordo com o porta-voz, “as Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”, já que não haveria tempo hábil para a movimentação de todo esse contingente de pessoas.

Em comunicado, Dujarric afirmou que a ordem de deixar a parte norte de Gaza foi dada, inclusive, aos funcionários da ONU e às pessoas abrigadas nas instalações humanitárias da organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também apelou às autoridades israelenses, dizendo que mover as pessoas que estão em estado grave nos hospitais de Gaza, incluindo aquelas com suporte de respiração, é uma “sentença de morte”.

Dezenas de tanques de guerra estão sendo colocados por Israel na fronteira de Gaza, antes de uma invasão terrestre planejada pelas forças militares do país para combater o Hamas.

O conflito entre Israel e Palestina teve início no último sábado (7), após terroristas do grupo Hamas iniciarem um ataque sem precedentes contra o território israelense. Israel declarou guerra ao grupo terrorista, e bombardeios entre os dois lados continuam desde então.

Até o momento, são mais de 3.099 mortos, sendo 1.799 palestinos e 1,3 mil israelenses.

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“Falta água para 2 milhões de pessoas em Gaza”, alerta ONU

Uma semana depois de Israel ser alvo de ataques pelo Hamas e de responder com um cerco sobre Gaza, a agência da ONU para os refugiados palestinos – UNRWA – anuncia que mais de 2 milhões de pessoas estão em risco devido à falta de água e que quase 1 milhão de pessoas estão deslocadas dentro da região.

“Isso se tornou uma questão de vida ou morte. É uma necessidade. O combustível precisa ser entregue agora em Gaza para disponibilizar água para 2 milhões de pessoas”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, neste sábado.

Há uma semana não é permitida a entrada de suprimentos humanitários em Gaza.

“A água potável está acabando na Faixa de Gaza, depois que a estação de tratamento de água e as redes públicas de água pararam de funcionar”, disse a entidade.

“As pessoas agora são forçadas a usar água suja de poços, aumentando os riscos de doenças transmitidas pela água. Gaza também está sob um apagão de eletricidade desde 11 de outubro, o que afeta o abastecimento de água”, alertou.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou que a situação pode ser “mortal” para populações vulneráveis e o surgimento de doenças.

Na base da ONU no sul da Faixa de Gaza, para onde a UNRWA transferiu suas operações, a água potável também está acabando. “Milhares de pessoas buscaram refúgio lá depois que Israel emitiu um aviso aos residentes exigindo que eles deixassem suas casas na parte norte da Faixa”, disse.

“Somente nas últimas 12 horas, centenas de milhares de pessoas foram deslocadas. O êxodo continua à medida que as pessoas se deslocam para a parte sul da Faixa de Gaza. Cerca de 1 milhão de pessoas foram deslocadas somente em uma semana”, constata.

“Precisamos transportar combustível para Gaza agora. O combustível é a única maneira de as pessoas terem água potável”, disse o comissário. “Caso contrário, as pessoas começarão a morrer de desidratação grave, entre elas crianças pequenas, idosos e mulheres. A água é agora a última salvação que resta. Faço um apelo para que o cerco à assistência humanitária seja levantado agora”, acrescentou Lazzarini.

De acordo com a ONU, três usinas de dessalinização de água, que antes produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, interromperam suas operações.

“O fornecimento de água potável de Israel foi cortado em 9 de outubro, causando uma grave escassez de água potável para mais de 650.000 pessoas”, completou a agência.

*Jamil Chade/Uol

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Israel dobra a aposta na carnificina em Gaza e prepara um ataque terrestre contra o povo palestino

A aposta de Israel é a de massacrar, de forma ainda mais cruel, os civis palestinos, incluindo as crianças, que são as principais vítimas.

Depois de cortar a água, energia. comida, Israel volta a impor uma lei de guerra contra civis desarmados, dando a eles prazo para que 1,100 milhão de moradores saem de Gaza até às 10 horas da manhã.

Há poucas horas, o alto comando militar do exército de Israel, declarou recuo nas operações militares em Gaza por conta dos protestos da comunidade internacional, que se avolumam rapidamente, mas poucas horas depois, desdisse o que disse. Pior, fará o massacre por terra junto com os bombardeios.

Invasão terrestre do território da Faixa de Gaza por Israel representaria uma escalada no conflito que já soma 3 mil mortos.

Nessa sexta, o Exército de Israel anunciou ter iniciado incursões localizadas ao território palestino. De acordo com o jornal Haaretz, as forças de segurança entraram na Faixa de Gaza para recuperar reféns e destruir estruturas do Hamas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) reagiu à determinação e disse que seria impossível deslocar 1,1 milhão de pessoas da região sem “consequências humanitárias devastadoras”

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Egito aceitou receber brasileiros de Gaza, diz ministro das Relações Exteriores

Expectativa é que brasileiros possam cruzar cruzar a fronteira neste sábado.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta sexta-feira que o governo do Egito aceitou receber os brasileiros que estão na Faixa de Gaza em saída pela fronteira, ao sul do enclave. Segundo ele, a expectativa é que os brasileiros possam cruzar o local neste sábado.

— (Os brasileiros) sairiam neste ônibus, que os transportará amanhã. E, o que nós propusemos, é que saíssem e fossem levados para um aeroporto, uma localidade muito próxima da fronteira, onde um avião da Força Aérea Brasileira estará esperando.

O chanceler brasileiro falou sobre o assunto após reunião do Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem acordo para aprovação de resolução ou comunicado.

De acordo com o Itamaraty, o Escritório de Representação do Brasil em Ramala “identificou cerca de 20 brasileiros”, na sua maioria mulheres e crianças, interessados em sua retirada da Faixa de Gaza. Parte deles permanece reunida em escola local, aguardando evacuação para o sul. A Embaixada em Tel Aviv solicitou formalmente ao Governo de Israel que não bombardeie a escola, diz O Globo.

A outra parte do grupo estaria, segundo informação do ministério, no Sul da Faixa de Gaza, para onde muitas pessoas se deslocam após o alerta de evacuação emitido pelas forças de Israel.

O Brasil contratou veículos para transporte dos brasileiros até a fronteira egípcia tão logo seja possível a passagem por Rafah, de acordo com o governo.

— A ideia do governo é de retirá-los o mais rápido possível (de Gaza) e embarcá-los o mais rápido possível (em avião da Força Aérea Brasileira) — acrescentou Mauro Vieira.

Desde quinta-feira, o governo brasileiro intensificou o esforço diplomático para tentar repatriar os brasileiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como Mauro Vieira e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, buscaram interlocução junto a egípcios e israelenses para que os brasileiros saiam em segurança de Gaza.

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Arábia Saudita interrompe conversações com Israel, esforço mediado pelo governo Biden, e aproxima-se do Irã para conter avanço em Gaza

As conversações diplomáticas quem vinham sendo mantidas entre Arábia Saudita e Israel para a normalização das relações entre os dois países foram interrompidas. O esforço diplomático envolvia diretamente o governo americano no sentido de mudar o equilíbrio de forças no Oriente Médio. Antes dos ataques terroristas do Hamas no último sábado, autoridades israelenses e sauditas davam sinais de que um acordo era iminente, semelhante ao que reatou as relações entre Israel e dois outros Estados da região – Emirados Árabes e Bahrein, há três anos. A decisão é um duro golpe para a diplomacia do governo do presidente dos EUA, Joe Biden.

De acordo com a Bloomberg, desde sábado analistas previam que a escalada sem precedentes do conflito entre o Hamas e Israel iria atingir duramente os esforços diplomáticos com os sauditas. A notícia vazou nesta sexta-feira (13) em reportagens na imprensa internacional. Horas depois de o secretário de Estado Americano, Antony Blinken, manter reuniões na Jordânia, com o rei jordaniano, Abdullah II, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina [ANP], Mahmoud Abbas, representante reconhecido pela ONU da população palestina e que perdeu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas, em 2007.

De acordo com o jornal israelense Haaretz, ao mesmo tempo, a elevação das tensões regionais com a gravidade do conflito também levou o reino a uma aproximação com o Irã. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, governante de fato do país, manteve uma conversa telefônica com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em um movimento para conter o risco de que o conflito se espalhe pela região.

Há o temor cada vez mais palpável de que uma escalada da resposta israelense, com invasão por terra a Gaza, arraste para uma guerra outros inimigos históricos de Israel, incluindo Teerã e o grupo fundamentalista islâmico libanês Hezbollah.

 

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A Palestina apagada do mapa

Por Guilherme Boulos.* Análise em 2014.

Já passam de 1.200 palestinos mortos na faixa de Gaza desde o dia 8 de julho. Entre eles centenas de crianças. Os bombardeios de Israel não pouparam nem escolas e hospitais, supostamente “bases para terroristas”. Ontem atacaram um abrigo da ONU, matando 19 palestinos. O Comissário da Agência da ONU para os refugiados disse que crianças foram mortas enquanto dormiam. Não satisfeitos, bombardearam também a única usina que fornecia energia elétrica para Gaza.

Às escuras, sem refúgio seguro nem hospitais e com cadáveres espalhados entre os escombros da destruição – este é o retrato da faixa de Gaza.

É possível uma posição de neutralidade? Só para os hipócritas. Neutralidade perante a barbárie e o genocídio equivale a tomar posição a seu favor. Não há meio termo possível em relação a Israel.

O colunista desta Folha Ricardo Melo teve a coragem de defender que a única solução para a questão é o fim do Estado terrorista de Israel. Foi bombardeado pelos sionistas de plantão e pelos defensores da neutralidade. E, como não poderia deixar de ser, acusado de antissemita.

Um pouco de história faz bem ao debate.

O movimento sionista surgiu no final do século 19, movido pelo apelo religioso de retorno à “Terra Prometida”, em referência à colina de Sion em Jerusalém. A proposta era construir colônias judaicas na Palestina, que então já contava com 600 mil habitantes. Ou seja, não se tratava de uma terra despovoada, mas de um povo lá estabelecido há mais de 12 séculos.

Nem todos os sionistas defendiam um Estado judeu na Palestina. Havia formas de sionismo cultural ou religioso que reconheciam a legitimidade dos palestinos sobre seu território. Albert Einstein, por exemplo, foi um dos que rechaçou em várias oportunidades o sionismo político, isto é, um Estado religioso na Palestina e contra os palestinos.

No entanto prevaleceu ao longo dos tempos a posição colonialista. Seu maior representante foi David Ben Gurion que, diante da natural resistência dos palestinos, organizou as primeiras formas de terrorismo sionista, através dos grupos armados Haganá, Stern e Irgun – este último responsável por um ataque à bomba em um hotel de Jerusalém em 1946.

Os palestinos eram então ampla maioria populacional, com apenas 30% de judeus na Palestina até 1947. Porém, por meio das armas, a partir de 1948 – quando há a proclamação do Estado de Israel – a maioria palestina foi sendo expulsa sistematicamente de seu território. Cerca de metade dos palestinos tornaram-se após 1949 refugiados em países árabes vizinhos, especialmente na Jordânia, Síria e Líbano.

A vitória militar dos sionistas só foi possível graças ao contundente apoio militar de países europeus e dos Estados Unidos.

Em 1967, Israel dá o segundo grande golpe. Após o Presidente egípcio Abdel Nasser fechar o golfo de Ácaba para os navios israelenses, os sionistas atacam com decisivo apoio norte-americano, quadruplicando seu território em seis dias, tomando inclusive territórios do Egito e da Síria. Desta forma bélica e imperialista – como corsários dos Estados Unidos – Israel foi formando seu domínio.

Depois de 1967 foram massacres atrás de massacres. Um dos mais cruéis – ao lado do atual – foi no Líbano em 1982. Após invadir Beirute, as tropas comandadas por Ariel Sharon – que veio a ser primeiro-ministro posteriormente – cercaram os campos de refugiados palestinos em Sabra e Chatilla e entregaram milhares de palestinos ao ódio de milicianos da Falange Libanesa. Após 30 horas ininterruptas de massacre, foram 2.400 mortos (de acordo com a Cruz Vermelha) e centenas de torturados, estuprados e mutilados – incluindo evidentemente crianças, mulheres e idosos.

Hoje há 4,5 milhões de refugiados palestinos segundo a ONU. Este número só tende a aumentar pela política higienista de Israel.

Caminhamos neste momento em Gaza para o maior genocídio do século 21. E há os que insistem no cínico argumento do direito à autodefesa de Israel. Quem ao longo da história sempre atacou agora vem falar em defesa?

Tudo isso perante a passividade complacente da maior parte dos líderes políticos do mundo. O Brasil limitou-se a chamar o embaixador para esclarecimentos. Foi chamado de “anão diplomático” pelo governo de Israel e nada respondeu. Romper relações políticas e econômicas com Israel é uma atitude urgente e de ordem humanitária.

A hipocrisia chega ao máximo quando acusa os críticos do terrorismo israelense de antissemitas. O antissemitismo, assim como todas as formas de ódio racial, religioso e étnico, deve ser veementemente condenado. Agora, utilizar o antissemitismo ou o execrável genocídio nazista aos judeus como argumento para continuar massacrando os palestinos é inaceitável.

É uma inversão de valores. Ou melhor, é a história contada pelos vencedores. Como disse certa vez Robert McNamara, Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, se o Japão vencesse a Segunda Guerra, Roosevelt seria condenado por crimes de guerra contra a humanidade e não condecorado com títulos e bustos pelo mundo. A história é contada pelos vencedores.

É possível que Benjamin Netanyahu, comandante do massacre em Gaza, receba o Prêmio Nobel da Paz. E que os palestinos, após desaparecerem do mapa, passem para a história como um povo bárbaro e terrorista.

*Texto no site da Boitempo/Jornalistas Livres

 

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Agência de noticias confirma identificação de cinegrafista morto durante bombardeio na fronteira do Líbano com Israel. Explosão foi transmitida ao vivo

A agência Reuters confirmou nesta sexta-feira (13) que o cinegrafista Issam Abdallah morreu, quando fazia uma transmissão ao vivo no sul do Líbano, durante um bombardeio na fronteira com Israel. A explosão que matou o profissional de imprensa foi transmitida ao vivo. Inicialmente, não havia sido fornecida a identificação do jornalista.

Segundo a Agência Al-Jazeera, outros dois jornalistas ficaram feridos. Veja a nota da Reuters:

“Estamos profundamente tristes ao saber que nosso cinegrafista, Issam Abdallah, foi morto. Issam fazia parte de uma equipe da Reuters no sul do Líbano que realizava uma transmissão ao vivo. Estamos urgentemente atrás de mais informações, trabalhando com as autoridades da região e apoiando a família e os colegas de Issam. Nossos pensamentos estão com sua família neste momento terrível. Os jornalistas da Reuters Thaer Al-Sudani e Maher Nazeh também sofreram ferimentos e estão sob cuidados médicos. Nossos pensamentos estão com suas famílias neste momento terrível”.

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Tensão: Jornalista morre e outros dois ficam feridos após bombardeio de Israel no Líbano

Ofensiva, confirmada por fontes libanesas e israelenses, teria sido resposta a uma ‘tentativa de invasão’ do Estado Judeu pelo norte.

O fotojornalista Issam Abdallah, da Reuters, morreu após bombardeios israelenses terem sido registrados no sul do Líbano nesta sexta-feira. Além dele, outros dois profissionais da imprensa ficaram feridos no ataque ocorrido na fronteira. A informação foi divulgada confirmada pela agência de notícias, segundo O Globo.

Os jornalistas cobriam uma série de bombardeios na área de fronteira quando foram atingidos por um dos ataques. O momento foi registrado ao vivo pela Reuters. Na sequência do ocorrido, uma mulher grita: “O que está acontecendo? Não consigo sentir minhas pernas”.

Em comunicado, a Reuters afirmou que a equipe está “profundamente triste ao saber que o cinegrafista Issam Abdallah foi morto”. Issam fazia parte de uma equipe da agência no sul do Líbano que fornecia um sinal de vídeo ao vivo.

“Estamos buscando urgentemente mais informações, trabalhando com as autoridades da região e apoiando a família e os colegas de Issam”, afirmou a Reuters.

A ofensiva, confirmada por fontes libanesas e israelenses, teria sido uma resposta a uma “tentativa de invasão” do Estado Judeu pelo norte. O caso é investigado como uma tentativa de infiltração inimiga.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que uma explosão foi detectada na cerca de segurança próxima à cidade de Hanita, provocando “danos leves” à estrutura. Os militares israelenses afirmaram ainda que responderam à agressão com disparos de artilharia.

“[O Exército] está respondendo atualmente com disparos de artilharia ao território libanês”, informaram as IDF em um comunicado.

O sul do Líbano é a área de atuação do Hezbollah, grupo considerado terrorista por Israel e que declarou apoio ao Hamas. Fontes libanesas ouvidas pela AFP confirmam a versão de que o bombardeio aconteceu após uma “tentativa de infiltração” em Israel.

Ainda de acordo com a agência francesa, os bombardeios de Israel tiveram como alvo as imediações de Dhayra e Alma al-Shaab, duas localidades perto da fronteira. Também teriam atingido um posto do Exército do Líbano.

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Vídeo – O horror sionista vivido por uma brasileira em Gaza

Sem dúvida alguma, esse é o período mais macabro da história da ocupação dos sionistas na Palestina em 75 anos. Essa mistura de racismo, ódio classista, que é documentado pela história, praticado por Israel, é perversamente ideológico, é a própria fornalha do inferno.

Os interesses por trás disso ainda são uma lacuna a ser desvendada em sua forma mais crua, mesmo que saibamos que uma significativa parcela do sionismo, que se acha dona do mundo.

Ou seja, o sionismo funciona como uma orquestra aterradora em que o mal tem uma forma particular na batuta de quem a rege.

O que segue abaixo, um vídeo com relato de uma brasileira, alguém que compreendemos como nós, reconhecendo o seu drama e compreendendo com mais clareza o terror que o Estado de Israel impõe a Gaza.

“A situação está desesperadora, está difícil. As crianças estão chorando. Eu estou em uma escola. E a irmã da igreja disse que a escola não é mais um lugar seguro. Não podemos mais ficar aqui, os israelenses vão atacar todos os lugares. Eles mandaram o povo de Gaza sair. Todos os brasileiros aqui estão desesperados, não sabemos para onde ir. Temos que ir para o Sul, mas não sabemos quem vai nos receber. Não temos o que fazer, não sei”, disse Shahed.

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Centenas de famílias em Gaza fogem de forma caótica após ultimato de Israel; Hamas rejeita ordem

Movimento em massa de civis é feito por uma única estrada; moradores se deslocam a pé, de carro, em motos e caminhões, levando vacas e camelos.

A pé, de carro, em motos e caminhões, levando vacas e camelos, centenas de famílias deixaram o norte de Gaza nesta sexta-feira, depois que Israel ordenou a retirada de 1,1 milhão de pessoas para o sul da cidade, antes de uma possível incursão terrestre do Exército no enclave palestino. O movimento em massa de civis é caótico e extremamente perigoso, já que é feito por apenas uma estrada, em uma das regiões mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. O Hamas rejeitou o ultimato e pediu para que os palestinos “se mantenham firmes”, segundo O Globo.

A ordem de retirada inclui toda a Cidade de Gaza e dois grandes campos de refugiados, Jabalya e Beach. Também inclui as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahia, ambas adjacentes ao principal ponto de passagem de Erez, no extremo norte da Faixa de Gaza.

Apena na capital, Cidade de Gaza, vivem cerca cerca de 700 mil pessoas — quase metade da população tem menos de 18 anos. Jabalya, o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, tem 116 mil habitantes, e outras 90 mil pessoas vivem no Beach. No total, há pelo menos seis hospitais na região.

Nesta sexta, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou que os militares estão cientes de que a retirada levará algum tempo. O combustível é escasso e as ruas da Cidade de Gaza estão cheias de escombros após os ataques aéreos israelenses dos últimos dias — e ainda não há sinais de que eles tenham sido interrompidos.

O Hamas ordenou categoricamente a ordem de retirada: “Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul ou para o Egito”, afirmou o grupo terrorista em comunicado.

O porta-voz do braço militar do Hamas, a Brigada al-Qassam, instou os moradores de Gaza a “se manterem firmes”. Em uma declaração que foi transmitida pela rede al-Jazeera, Abu Obaida dirigiu-se aos palestinos que vivem em Gaza, e disse que os alertas de Israel eram uma “guerra psicológica” destinada “a criar uma falsa imagem de vitória”.

Já o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, comparou o deslocamento em massa de civis ao exílio de 1948. “Esta seria uma segunda Nakba (catástrofe em árabe) para o nosso povo”, disse Abbas em um comunicado publicado pela Wafa, a agência oficial de notícias palestina.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) afirmou que a ordem de Israel é “horrenda”.

— Isso só causará níveis de miséria sem precedentes e empurrará ainda mais a população de Gaza rumo ao abismo — disse o chefe da Unrwa, Philippe Lazzarini.