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Hezbollah confirma morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo

Líder do Hezbollah foi atingido por ataque com mísseis em Beirute na sexta-feira (27)

O Hezbollah do Líbano confirmou neste sábado (28) que o seu líder Sayyed Hassan Nasrallah foi morto e prometeu continuar a batalha contra Israel.

A morte ocorreu durante um ataque aéreo massivo de Israel no que disse ser a “sede central” do Hezbollah no sul de Beirute na sexta-feira (27).O grupo disse que Nasrallah foi morto após um “traiçoeiro ataque aéreo sionista nos subúrbios do sul”.

O chefe do exército de Israel, Herzi Halevi, disse que o ataque foi realizado “após um longo período de preparação” e “no momento certo, de forma muito contundente”. Halevi também alertou que este não era o fim da “caixa de ferramentas” de Israel e que há “mais ferramentas no futuro”.

As FDI continuaram a atacar edifícios de Beirute na sexta-feira, alegando que foram usados ​​pelo Hezbollah como centros de comando e locais de produção e armazenamento de armas. Pelo menos seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nos ataques de Israel em Beirute, disse o Ministério da Saúde libanês, acrescentando que a contagem de vítimas “não era definitiva”.

Nasrallah transformou o Hezbollah numa das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio. Filho de um dono de mercearia e de sua esposa, nasceu em Beirute, em agosto de 1960, ele passou o início da adolescência sob a sombra da guerra civil do Líbano, segundo a CNN.

Quando Israel invadiu o Líbano em 1982, em resposta aos ataques da Organização de Libertação da Palestina, Nasrallah reuniu um grupo de combatentes para resistir à ocupação – que evoluiria para o Hezbollah. O grupo já estava se recuperando depois que as explosões atingiram pagers e walkie-talkies de propriedade de membros do Hezbollah.

Resposta do Irã: O Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, enviou uma mensagem de segurança ao Hezbollah, dizendo que “todas as forças de resistência regionais” estão ao lado do grupo. Na sua primeira mensagem desde que os militares israelenses reivindicaram o assassinato de Nasrallah, Khamenei disse que Israel era “demasiado pequeno para causar danos significativos” ao grupo libanês. O destino da região, disse ele, “será determinado pelas forças de resistência, no topo das quais está um Hezbollah vitorioso”.

Israel continuou a atacar o Líbano neste sábado (28), com Beirute novamente como alvo. Os ataques aéreos israelenses atingiram vários locais no leste e no sul do Líbano, informou a Agência Nacional de Notícias Libanesa (NNA). As áreas atingidas incluem cidades de Baalbek, no leste, e Nabatiyeh, no sul, disse a NNA, acrescentando que um número não especificado de pessoas foi morta nos ataques.

Num comunicado na manhã deste sábado, os militares israelenses disseram que conduziram “ataques extensos” nas últimas duas horas na área de Beqaa e no sul do Líbano, alegando que tinham como alvo lançadores do Hezbollah, instalações de armazenamento de armas e locais de infraestrutura.

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Enquanto massacra os palestinos e bombardeia o Líbano, Netanyahu ameaça o Irã e é vaiado na ONU

Primeiro-ministro de Israel discursou nesta sexta-feira na ONU e foi vaiado durante sua fala.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou o Irã nesta sexta-feira (27), em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), informa o jornal O Globo. Netanyahu culpou o país vizinho pela escalada na região e disse que responderá com fogo em caso de novos ataques em território israelense. Ele também justificou os massacres cometidos por Israel em Gaza e no Líbano.

“As milícias do Irã na Síria e no Iraque bombardearam Israel dezenas de vezes no último ano. Abastecidos pelo Irã, terroristas palestinos na Judeia e Samaria [como Israel chama a Cisjordânia] perpetraram vários ataques lá e por Israel. Pela primeira vez, o Irã atacou diretamente Israel a partir do seu próprio território, disparando 300 drones, mísseis de cruzeiro e balísticos contra nós. Eu tenho uma mensagem para os tiranos em Teerã: se vocês nos atacarem, nós vamos atacar vocês. Não há um lugar no Irã que Israel não possa atingir”, disparou Netanyahu.

O discurso do primeiro-ministro israelense foi boicotado por delegações de diferentes países presentes na Assembleia Geral da ONU. O presidente da sessão precisou pedir silêncio para as pessoas que vaiavam Netanyahu. Ele afirmou que nem pretendia comparecer ao evento, mas que precisava “esclarecer” as coisas.

“Eu não pretendia vir aqui neste ano. Meu país está em guerra, lutando pela sua vida. Mas após ouvir as mentiras e calúnias levantadas por muitos dos porta-vozes neste púlpito, eu decidi vir aqui e esclarecer as coisas. E aqui está a verdade: Israel busca a paz (…).Israel fez a paz e vai fazer a paz de novo”, disse Netanyahu, enquanto seu país continuava atacando pontos no Oriente Médio. As Forças Armadas de Israel (FDI) voltaram a bombardear alvos no Líbano e na Síria na manhã desta sexta-feira.

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Guerra se expande e capital de Israel é atacada por mísseis do Iêmen

Exército de Israel confirmou ataque contra áreas centrais do país, incluindo a capital Tel Aviv, nesta quinta-feira (26/9).

Envolvido na guerra da Faixa de Gaza e ameaçando iniciar um novo conflito contra o Hezbollah, no Líbano, Israel foi alvo de um ataque de mísseis disparados do Iêmen, nesta quinta-feira (26/9).

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), os projéteis tiveram como alvo áreas centrais do país, como a capital Tel Aviv. O exército, no entanto, disse ter identificado apenas um projétil, que foi interceptado pelo sistema de defesa aéreo israelense.

Autoridades de Israel ainda não deram maiores detalhes sobre o caso. A mídia do país, no entanto, afirma que ao menos 17 pessoas ficaram feridas no ataque.

Até o momento, os Houthis – que controlam parte do Iêmen – ainda não reivindicaram o ataque. A ofensiva contra o território israelense, no entanto, aconteceu horas após o líder do grupo, Sayyed Abdul-Malik Badreddin al-Houthi, anunciar apoio ao Hezbollah em meio à intensificação dos bombardeios de Israel no Líbano.

No último dia 15 de setembro, o grupo iemenita já havia atacado Israel com um míssil supersônico, sem deixar vítimas fatais.

Os Houthis, junto de grupos que fazem parte do chamado eixo da resistência, têm realizado uma série de ofensivas contra Israel em apoio ao Hamas desde o início da guerra na Faixa de Gaza. A organização do Iêmen tem atuado, principalmente, em ataques contra embarcações no Mar Vermelho.

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Israel rejeita proposta dos EUA e aliados para cessar-fogo com o Hezbollah

Governo israelense afirmou que exército foi ordenado a ‘combater’ o grupo libanês ‘com força total’.

O governo de Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, uma organização política e paramilitar libanesa, feita pelos Estados Unidos e seus aliados.

“Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, em suas redes sociais, nesta quinta-feira (26).

Mais cedo, uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o Exército foi ordenado a continuar “combatendo” o Hezbollah “com força total”.

Escalada do conflito

Os países haviam proposto uma trégua de 21 dias para frear o avanço do conflito. Na madrugada desta quinta-feira (26), 23 sírios morreram na cidade libanesa de Younine, em decorrência de ataques aéreos feitos pelas Forças Armadas de Israel contra instalações do Hezbollah. Entre as vítimas, no entanto, a maioria são mulheres e crianças, de acordo com o prefeito Ali Qusas.

Israel começou a atacar o Líbano na semana passada, quando ocorreram centenas de explosões de pagers e walk talkies, tecnologias obsoletas escolhidas justamente para evitar interceptações. Um informe do ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, apontou para 37 mortos e 3.539 feridos.

Na segunda-feira (23), Israel iniciou os ataques aéreos, matando 558 pessoas e ferindo cerca de 1.8 mil. Segundo as autoridades libanesas, é o número mais alto em um dia desde o fim da guerra civil no país (1975-1990).

O que dizem os países envolvidos?

O governo israelense diz que a investida contra o Hezbollah é necessária para permitir que seus cidadãos voltem para o norte de Israel, quase um ano após terem deixado suas casas devido a ataques do grupo libanês em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. O Hezbollah é aliado do Hamas e vem lançando foguetes do Líbano em direção ao norte de Israel desde outubro de 2023.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu vem matando civis em território libanês, durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no começo da semana. “Israel está violando nossa soberania ao enviar seus aviões de guerra e drones para nossos céus”, disse Mikati.

“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, completou.

Por sua vez, o Irã, patrocinador do Hezbollah, disse nesta quarta (25) que o Oriente Médio enfrenta uma “catástrofe em grande escala” e advertiu que Teerã apoiará o Líbano “por todos os meios” caso Israel intensifique sua ofensiva contra o Hezbollah.

“A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas”, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, também em reunião da ONU, acrescentando que seu país “apoia o povo do Líbano por todos os meios”.

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Putin emite alerta nuclear ao Ocidente sobre Ucrânia

As inovações delineadas por Putin incluem uma ampliação das ameaças sob as quais a Rússia consideraria um ataque nuclear.

MOSCOU (Reuters) – O presidente Vladimir Putin advertiu o Ocidente nesta quarta-feira que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscou consideraria qualquer ataque a ela apoiado por uma potência nuclear como um ataque conjunto.

A decisão de mudar a doutrina nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin às deliberações dos Estados Unidos e do Reino Unido sobre a permissão ou não para que a Ucrânia dispare mísseis convencionais ocidentais contra o território russo.

Putin, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, disse que as mudanças eram uma resposta a um cenário global em rápida mudança, que havia gerado novas ameaças e riscos para a Rússia.

O chefe do Kremlin, de 71 anos, principal tomador de decisões sobre o vasto arsenal nuclear russo, disse que queria enfatizar uma mudança importante em particular.

“Propõe-se que a agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um Estado nuclear, seja considerada como um ataque conjunto à Federação Russa”, disse Putin.

“As condições para a transição da Rússia para o uso de armas nucleares também estão claramente fixadas”, disse Putin, acrescentando que Moscou consideraria tal medida se detectasse o início de um lançamento maciço de mísseis, aeronaves ou drones contra ela.

A Rússia, disse Putin, também se reservou o direito de usar armas nucleares se ela ou Belarus fossem alvo de agressão, inclusive por armas convencionais.

Putin disse que os esclarecimentos foram cuidadosamente calibrados e condizentes com as ameaças militares modernas que a Rússia enfrenta — confirmação de que a doutrina nuclear estava mudando.

A atual doutrina nuclear russa publicada, estabelecida em um decreto de Putin de 2020, diz que a Rússia pode usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameace a existência do Estado.

As inovações delineadas por Putin incluem uma ampliação das ameaças sob as quais a Rússia consideraria um ataque nuclear, a inclusão da aliada Belarus sob o guarda-chuva nuclear e a ideia de que uma potência nuclear rival que apoie um ataque convencional contra a Rússia também seria considerada como um ataque a ela.

Em 2022, os Estados Unidos estavam tão preocupados com o possível uso de armas nucleares táticas pela Rússia que alertaram Putin sobre as consequências do uso dessas armas, de acordo com o diretor da Agência Central de Inteligência, Bill Burns.

Há meses, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, vem pedindo aos aliados de Kiev que deixem a Ucrânia disparar mísseis ocidentais, incluindo os de longo alcance norte-americanos e britânicos, no território russo para limitar a capacidade de Moscou de lançar ataques.

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Israel e seu delírio bélico, racista e genocida chegam ao Líbano

Ataques aéreos de Israel no Líbano colocam região à beira de uma guerra em grande escala, com risco de uma invasão israelense por terra na nação libanesa.

Nos últimos dias, Israel intensificou seus ataques aéreos contra o Líbano, matando meio milhar de pessoas e lesionando mais de 1.645, no dia mais letal para o Líbano desde a guerra de 2006 entre Israel e o grupo de resistência Hezbollah. Milhares de libaneses continuam fugindo para Beirute depois dos massivos ataques de Israel na zona sul do país.

Entre os mortos havia mulheres e crianças; milhares de pessoas fugiram em automóveis e caminhonetes carregadas com pertences e cheios de passageiros – às vezes várias gerações em um veículo –, partindo do sul para Beirute, que recebeu uma nova onda de ataques mais tarde, dirigidos contra Ali Haraki, comandante da frente sul do Hezbollah, que sobreviveu à ofensiva destruidora israelense.

O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, declarou em conferência de imprensa que os impactos atingiram hospitais, centros médicos e ambulâncias. O governo ordenou o fechamento de escolas e universidades na maior parte do país e começou a preparar refúgios para pessoas deslocadas do sul. Israel afirmou ter atingido 800 locais no sul do Líbano, no vale oriental de Bekaa e na região norte, perto da Síria.

Israel levou a região à beira de uma guerra em grande escala e se teme que o ataque possa ser precursor de uma incursão israelense por terra no Líbano. A ameaça de uma guerra aberta aumentou nas últimas semanas.

Ingerências externas
Os Estados Unidos, que têm 40 mil soldados no Médio Oriente, enviarão um pequeno número de tropas adicionais a esta região, ante a possibilidade de que as operações bélicas se intensifiquem e se descontrolem até desembocar em uma guerra regional mais ampla, informou ontem Pat Ryder, porta-voz do Pentágono.

A missão de paz da ONU no Líbano (FINUL) advertiu que os bombardeios de Israel, “não só são violações do direito internacional, como podem constituir crimes de guerra. Qualquer nova escalada desta perigosa situação poderia ter consequências devastadoras e de grande alcance, não só para quem vive em ambos os lados da Linha Azul (a divisória entre o Líbano e Israel), como também para a região em geral”, advertiu.

*Diálogos do Sul

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Radicalismo de Elon Musk causa debandada de usuários do X, diz Financial Times

Segundo o FT, muitos usuários deixaram a plataforma completamente, enquanto outros não aparecem mais.

Em artigo publicado em suas redes sociais, o Financial Times, tradicional jornal inglês de economia, aponta a acentuada saída de usuários da plataforma X por causa das postagens e declarações extremistas de seu proprietário, Elon Musk.

“Esse êxodo tem sido particularmente evidente na Grã-Bretanha, tendo ganho tração desde que Musk começou a postar coisas como ‘a guerra civil é inevitável’ durante os motins que eclodiram durante o verão”, diz o texto.

Segundo o FT, muitos usuários deixaram a plataforma completamente, enquanto outros simplesmente não aparecem.

“Seja como for, a atividade caiu de forma notável. Dados da Similarweb mostram que usuários diários ativos no Reino Unido caíram de 8 milhões há um ano para apenas cerca de 5,6 milhões agora. A mesma coisa está acontecendo em outros lugares, e não apenas em lugares onde a plataforma foi proibida, como o Brasil. Durante o mesmo período de 16 meses, os utilizadores ativos do X nos EUA caíram cerca de um quinto”, relata o artigo, segundo o ICL.

A publicação mostra um gráfico em que fica claro o declínio de usuários tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos:

Além disso, outro gráfico revela que a debandada do X é bem maior entre usuários identificados como progressistas:

Outro dado: a plataforma Bluesky experimentou um rápido crescimento depois que Musk fez postagem falando de “guerra civil” no Reino Unido por causa da imigração:

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Hezbollah dispara míssil balístico contra sede do Mossad, perto de Tel Aviv

Segundo grupo libanês, ataque mirou prédio onde agência de espionagem planejava explosões de pagers e walkie-talkies; dispositivo foi interceptado pela defesa aérea israelense.

O Hezbollah disparou um míssil balístico em direção à sede do Mossad, perto de Tel Aviv, nesta quarta-feira (25/09). De acordo com o grupo libanês, o ataque teve como alvo o prédio onde a agência de inteligência e espionagem israelense planejava seus ataques usando dispositivos de comunicação, como pagers e walkie-talkies.

“A Resistência Islâmica lançou um míssil balístico ‘Qader 1’ às 6h30 (03h30 GMT) na quarta-feira, 25-9-2024, visando a sede do Mossad nos arredores de Tel Aviv”, confirmou o Hezbollah em comunicado. “Esta sede é responsável pelo assassinato de líderes e pela explosão de pagers e dispositivos sem fio.”

De acordo com o exército israelense, os sistemas de defesa aérea conseguiram interceptar o míssil disparado da área de Nafakhiyeh, no Líbano. Não houve relatos imediatos de vítimas.

Trata-se da primeira vez que o grupo, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, reivindica um ataque com mísseis balísticos desde outubro de 2023, quando as tensões com Israel se agravaram em decorrência da guerra em Gaza contra os palestinos.

O recente lançamento que, segundo o movimento, ocorreu “em apoio ao povo de Gaza” e “em defesa do Líbano e de seu povo”, é uma resposta à maior operação de ataques israelenses contra o território libanês iniciada nesta semana. Os bombardeios coordenados pelas forças de Israel já mataram pelo menos 569 pessoas no país, deixaram milhares de feridos e promoveram um deslocamento massivo.

Enquanto isso, o Hezbollah também reivindicou nesta quarta-feira um ataque de foguetes no norte de Israel, incluindo a região ocupada das Colinas de Golã e perto do Monte Carmelo, afirmando que tinham como alvo bases do exército.

Por outro lado, a emissora catari Al Jazeera relatou que, durante a noite do dia anterior até o amanhecer, Tel Aviv conduziu uma série de ataques aéreos, tratando-se de “uma das maiores campanhas de sua história”, com o uso de pelo menos 250 caças.

Ameaça de ofensiva terrestre no Líbano
De acordo com o jornal The Times of Israel, o chefe do Comando Norte das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), major-general Ori Gordin, declarou na terça-feira (24/09) que os militares israelenses precisam estar “fortemente preparados” para uma ofensiva terrestre no Líbano.

“Entramos em outra fase da campanha. A operação começou com um golpe muito significativo nas capacidades do Hezbollah, com ênfase nas capacidades [de foguetes], e um golpe muito significativo para os comandantes e membros da organização”, disse o alto funcionário israelense.

“Precisamos mudar a situação de segurança. Precisamos estar muito preparados para entrar [no Líbano] em uma manobra [terrestre]”, acrescentou.

As tensões entre Israel e o Hezbollah, que apoia o Hamas e a libertação da Palestina, têm se intensificado desde 8 de outubro de 2023. O ápice foi em julho deste ano, após a morte de duas lideranças: Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do Hamas; e Fuad Shukr, alto comandante do Hezbollah. Atribuindo os assassinatos a Israel, o movimento libanês garantiu que responderia contra as forças inimigas.

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BRICS deve liderar reconstrução de Gaza junto com palestinos, diz presidente da Federação Palestina do Brasil

Ualid Rabah destaca papel do Brasil e do Sul Global no apoio à Palestina e condena Israel: ‘pior genocídio da história’.

Uma futura reconstrução da Faixa de Gaza – arrasada por Israel desde o dia 7 de outubro de 2023 – deve ser liderada pelos países do BRICS e pelos próprios palestinos, sem participação de potências ocidentais. Essa é a opinião de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Rabah classificou positivamente a atuação do Brasil diante do massacre cometido pelas forças israelenses em Gaza e destaca o papel ativo que o país pode ter nos esforços para reconstruir o enclave palestino.

“A reconstrução de Gaza não pode ficar sob o monopólio ocidental. Isso não é mais possível. Nada que diga respeito à Palestina pode ser liderado pelo Ocidente, especialmente pelos Estados Unidos. Então, o nosso esforço é para que o Brasil lidere nos Brics ou faça um esforço nesse sentido”, afirmou.

Desde o início do massacre recente, iniciado em outubro do ano passado após ataques do Hamas, mais de 42 mil palestinos já foram mortos por Israel em Gaza, que também destruiu diversos locais cruciais de infraestrutura e importantes para a manutenção da vida no território.

“É uma tentativa de causar o colapso da capacidade reprodutiva de uma sociedade inteira. Esse é o genocídio de novo tipo, nunca foi visto”, afirmou Rabah.

O presidente da Fepal ainda mencionou o papel ativo da diplomacia chinesa, que mediou um acordo histórico entre Hamas, Fatah e outras 12 organizações palestinas em busca de unidade. “É preciso haver uma unidade Palestina e aí entra o papel da China. A Palestina e os palestinos devem encontrar um meio de reconciliação de todas as forças políticas e sociais. E das organizações não apenas partidárias ou daquilo que nós designamos como resistência”, disse.

Em termos financeiros, Rabah menciona os números citados pela União Europeia, que já disse ser necessário um investimento de US$ 90 bilhões (mais de R$ meio trilhão) para reconstruir Gaza. Para ele, deveria existir apoio da ONU e de uma comunidade de países do chamado Sul Global, mas sem a participação do Ocidente.

“É preciso reconstruir Gaza plenamente e é preciso acabar com o bloqueio a Gaza. É preciso que tudo isso aconteça em um processo de reconhecimento do Estado da Palestina, dentro de um consenso interno palestino e dentro de um consenso internacional, com base nas regras estipuladas. Deve haver, dentre essas regras, o direito de retorno dos palestinos. Sem isso, não haverá paz, nem para palestinos, nem para os que se tornaram israelenses”, disse.

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Lula denuncia na ONU forças de extrema-direita no Brasil e nos EUA e aponta crise democrática

‘A extrema-direita tem um discurso identitário às avessas’, afirmou o presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta nesta terça-feira (24) sobre as tentativas de golpes da extrema-direita no Brasil e condenou a agenda defendida por esse campo político. Em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), o chefe de Estado criticou propostas anti-imigração, como as defendidas pelo candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e destacou a importância da preservação da democracia, da agenda ambiental e do respeito aos direitos humanos.

“A extrema-direita também se tornou viável eleitoralmente ao organizar os descontentes em torno de um discurso identitário às avessas. Culpam migrantes, mulheres e minorias pelos problemas da atualidade. E fazem isso tensionando os limites das instituições democráticas”, afirmou durante o discurso na ONU.

“Ceder diante dessas narrativas é cair em uma armadilha. Recuar não vai apaziguar o ânimo violento de quem ataca a democracia para silenciar e retirar direitos. Não há contradição entre coesão social e o respeito à diversidade. O pluralismo nos fortalece. A democracia em sua plenitude é a base para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência. Ela é fundamental para um mundo de paz e prosperidade.”

De acordo com o presidente, “a História nos ensinou que a democracia não pode ser imposta”. “Sua construção é própria de cada povo e de cada país. Para resgatar sua legitimidade, precisamos recuperar sua essência, e não apenas sua forma”, continuou.

Em seu pronunciamento, Lula afirmou que a “participação social é um dos principais caminhos para o fortalecimento da identidade democrática”. “A democracia não é um pacto de silêncio. Precisamos ouvir movimentos sociais, estudantes, mulheres, trabalhadores, empreendedores, minorias raciais, étnicas e religiosas”, disse.

“Proteger quem defende os direitos humanos, o meio ambiente e a democracia também é imprescindível. A experiência brasileira mostra que o equilíbrio entre os poderes constituídos, a resiliência e o fortalecimento das instituições são cruciais na proteção desses princípios. Somente uma democracia revigorada nos permitirá equacionar os dilemas de nossas sociedades e do mundo contemporâneo.”