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Imagens de satélite mostram fila de caminhões com ajuda humanitária para Gaza perto da passagem de Rafah

Cerca de 100 caminhões aguardam autorização para entrar no território.

Imagens de satélite divulgadas na sexta-feira (20) mostram os cerca de 100 caminhões com ajuda humanitária reunidos no lado egípcio da passagem de Rafah para a Faixa de Gaza, diz o G1.

A ONU estima que os veículos conseguirão autorização para entrar no território no sábado (21). O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na sexta-feira (20) acreditar que a ajuda chegará em entre 24 a 48 horas.

Inicialmente, o governo de Israel havia bloqueado a entrada de água, alimentos, eletricidade e combustível em Gaza. No entanto, apelos da comunidade internacional e, principalmente, um encontro com Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, em Tel Aviv, convenceram Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, a autorizar o envio de ajuda humanitária para o território.

Um porta-voz da Presidência egípcia disse na quarta-feira (19) que estava coordenando, junto com os norte-americanos e com organizações humanitárias internacionais sob a supervisão da ONU, uma forma de garantir a chegada de ajuda.

“O combustível também é necessário para geradores hospitalares, ambulâncias e usinas de dessalinização – e instamos Israel a adicionar combustível aos suprimentos vitais autorizados a entrar em Gaza”, disse o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.

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Mãe e filha libertadas pelo Hamas chegam ao Egito: ‘razões humanitárias’, diz grupo extremista

O porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, disse nesta sexta-feira que o grupo libertou duas reféns americanas por “razões humanitárias”, após esforços do Catar. A informação foi confirmada pela Cruz Vermelha e por veículos locais, embora Israel e seu principal aliado, os EUA, ainda não tenham se manifestado.

De acordo com o Canal 12, Judith Raanan e sua filha, Natalie Raanan, chegaram ao Egito nesta sexta-feira. Elas foram transferidas para as instalações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no país e de lá seguirão para Israel, informou o jornal The Times of Israel. O Hamas optou por liberá-las devido ao declínio da saúde da mãe, segundo a CNN.

As duas residem em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago, e foram a Israel este mês para comemorar o aniversário de 85 anos de um parente e o feriado judaico, de acordo com seu rabino que conversou com o Times. Elas têm dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos.

A família Raanan estava participando de uma celebração religiosa em Nahal Oz, um kibutz a cerca de 1,6 km da fronteira com Gaza, quando o ataque do Hamas começou, segundo informações apuradas pelo Times.

Natalie Raanan, de 18 anos, concluiu recentemente o ensino médio e estava ansiosa para tirar uma folga e visitar a família no exterior, disse seu tio, Avi Zamir, em um evento comunitário para os Raanans em Evanston na semana passada.

“Em resposta aos esforços do Catar, as Brigadas al-Qassam libertaram dois cidadãos americanos [uma mãe e sua filha] por razões humanitárias”, declarou Abu Obaida em um comunicado divulgado mais cedo nesta sexta pelo Hamas. “[Objetivo é] provar ao povo americano e ao mundo que as alegações feitas pelo [presidente Joe] Biden e seu governo fascista são falsas e sem fundamento”.

Israel afirma que o Hamas sequestrou 203 pessoas após o ataque terrorista em 7 de outubro. A Human Rights Watch (HRW) e outros grupos de direitos humanos disseram que manter os prisioneiros é um crime de guerra.

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As crianças que sobreviveram a bombardeios em Gaza mas ficaram órfãs

Ghassan Abu Sittah é um cirurgião plástico e reconstrutivo britânico que atualmente trabalha no Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza.

“Não há lugar mais solitário no mundo do que a cama de uma criança ferida que já não tem família para cuidar dela”, escreveu o médico nas redes sociais.

Abu Sittah trata feridos dos lançados por Israel após o ataque do Hamas que deixou pelo menos 1.400 mortos em território israelense.

Até o momento, os bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos 3.300 mortos e 13.000 feridos, disse Mai al-Kaila, ministra da Saúde palestina, na quarta-feira (18/10).

“Todos têm ferimentos causados ​​por explosões, há ferimentos horríveis com estilhaços e queimaduras, pessoas que foram retiradas dos escombros de suas casas”, disse.

Dr Abu Sittah

O cirurgião descreve as cenas que vê em Gaza como “o fenômeno da criança ferida, sem família sobrevivente”.

“Todos os dias temos casos em que nos dizem que este é o único membro sobrevivente da família”, disse ele.

O médico informou que tratou uma menina de cinco anos com queimaduras e outra menina de quatro anos também com queimaduras faciais e ferimento na cabeça.

“Elas foram as únicas desenterradas vivas dos escombros da casa da família.”

O cirurgião observou que dias antes havia operado a filha de uma médica no hospital al-Shifa, em Gaza. A médica morreu nos bombardeios junto com seu outro filho, e a menina ferida foi a única sobrevivente.

Menina ferida por ataques aéreos israelenses

Caroline Hausmann dirige a CFAB, uma organização internacional que ajuda órfãos vítimas da guerra.

Neste momento, a organização não pode estimar o número de crianças sem família. Mas ela observou que o número será “enorme”.

Hausmann diz que as crianças são frequentemente exploradas. O Hamas trouxe quase 200 reféns, incluindo crianças e deficientes, para Gaza. Acredita-se que estejam em andamento negociações para libertá-los junto a mulheres.

“Trabalhamos para conectar as crianças de ambos os lados com as suas famílias, independentemente das circunstâncias”, disse a diretora do CFAB.

“Qualquer criança que perca os pais como resultado da guerra ficará traumatizada e enfrentará um longo caminho para a recuperação”, disse ela. “Haverá centenas, senão milhares de crianças afetadas.”

Em Gaza, grupos que trabalham com refugiados afirmaram que já houve enorme procura por apoio psicológico e social para as crianças afectadas pelos ataques após 7 de outubro.

“Com o trauma, o transtorno de stress pós-traumático e a depressão que as crianças sofrem, a situação só pode piorar”, disse Tamara Alrifai, da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA.

O médico Abu Sittah disse que a sua família no Reino Unido foi visitada pela polícia antiterrorista britânica.

Numa entrevista ao programa Newsnight, da BBC, o médico disse que a sua família foi interrogada e que agora está consultando advogados.

“Preciso descobrir por que alguém achou uma boa ideia perguntar à minha esposa onde estou, quem pagou minha passagem e para qual instituição filantrópica eu trabalho”, disse o cirurgião.

“É uma tentativa brutal de assédio… como se minha esposa não tivesse o suficiente com que se preocupar”, acrescentou.

Em comunicado, a polícia local disse à BBC: “Em 16 de outubro, agentes da polícia que responderam a uma denúncia de que um homem planejava viajar para uma zona de guerra compareceram a um endereço no norte de Londres, onde falaram com um dos ocupantes”.

A polícia acrescentou ter estabelecido que “o homem havia deixado o Reino Unido para fins humanitários”.

Mãe ao lado dos restos mortais de seu filho

Abu Sittah diz que muitas pessoas no norte de Gaza não seguiram o aviso do exército de Israel para se deslocarem rumo ao sul para evitarem serem atacados.

Elas permaneceram em suas casas, diz ele, porque áreas supostamente seguras estão sendo atacadas “com a mesma ferocidade” que aquelas que não são.

O médico afirmou que “não é possível” evacuar o hospital al-Shifa, onde a maioria dos pacientes está “gravemente ferida”.

Muitos dos que permanecem em suas casas no norte de Gaza também temem ser forçados a abandonar totalmente o território.

“Tornar-se refugiado é uma parte muito importante da identidade palestina. As pessoas simplesmente não querem passar por isso novamente e é por isso que ficam”, disse o cirurgião à BBC.

*Com BBC 

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Vídeo: Para proteger bebês, médicos se recusam a deixar hospital em Gaza

Em Gaza, médicos se recusam a deixar um hospital, mesmo após uma ordem de evacuação, para proteger bebês e crianças que necessitam dos equipamentos.

Segundo a ONU, mais de 800 crianças já morreram por causa dos ataques no Oriente Médio.

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‘Dói muito ouvir as pessoas vivas embaixo dos escombros e não poder fazer nada’, diz palestino em Gaza

ATENÇÃO: a reportagem a seguir tem descrições de violência que alguns leitores podem considerar perturbadoras

Os gritos de socorro ecoam em meio à destruição causada por bombas lançadas na Faixa de Gaza. Embaixo de escombros de construções como prédios ou estabelecimentos comerciais há sobreviventes de ataques que clamam para ser salvos, segundo relato à BBC News Brasil do tradutor palestino Kayed Hammad, que está em Gaza.

Hammad conta que os cidadãos escutam os pedidos de ajuda, mas permanecem inertes diante da situação. “E nem mesmo os bombeiros conseguem ajudar, porque não há ferramentas para salvar essas pessoas. E estar ali tentando ajudar também é arriscar a própria vida.”

Ele afirma que as pessoas agonizam sob os escombros à espera de algum tipo de resgate ou até mesmo da morte.

Para o palestino de 59 anos, essa é uma das situações mais dramáticas que tem presenciado nos últimos dias, desde a escalada do conflito entre Israel e Hamas.

Até esta quarta-feira (18/10), pelo menos 3,3 mil pessoas foram mortas em ataques das forças de Israel em Gaza, segundo o ministro palestino da Saúde.

O conflito cresceu em intensidade após o ataque do grupo militante palestino Hamas a Israel no último dia 7 de outubro.

Até o momento, segundo autoridades locais, há cerca de 1,4 mil mortos em Israel.

Pelas janelas, o tradutor e a família acompanharam a tragédia na Faixa de Gaza. “Ao longo da minha vida, já vi sete ou oito conflitos, mas nada assim como está sendo agora.”

Nessas janelas das casas em que ficou, ele afirma ter visto construções sendo atingidas por bombas e pessoas morrendo, além de outras tentando sobreviver embaixo dos destroços dessas construções.

“Vi muita coisa. Vi bombas por todos os lados, ao longo dos dias e noites. Estamos sem luz, sem água, sem comida, sem serviços sanitários, muitas casas destruídas, muita gente morta e ainda tem muita gente morta embaixo dos escombros, que não puderam ser retiradas por falta de ferramentas para isso”, lamenta o palestino.

“Nem eu, nem os bombeiros e nem ninguém poderia resgatar essas pessoas embaixo dos escombros. Os bombeiros, inclusive, tiveram duas estações bombardeadas dias atrás. Bombardearam algumas ambulâncias também”, relata o palestino.

*BBC Brasil

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50 países se unem contra veto dos EUA e pedem reunião de emergência da ONU

Num gesto raramente visto na diplomacia internacional, mais de 50 países se uniram para pedir a convocação de uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU. O objetivo é a de mobilizar apoio político para a proteção ao povo palestino, diante dos ataques de Israel em Gaza.

A decisão ocorre depois que o governo dos EUA vetou um projeto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, pedindo uma “pausa humanitária” e o fim da evacuação de civis do norte de Gaza. A presidência de Joe Biden já havia avisado o governo brasileiro que não queria o envolvimento do Conselho da ONU nas questões envolvendo Israel, depois dos atos terroristas cometidos pelo Hamas, no dia 7 de outubro.

O veto americano foi explicado pela Casa Branca por conta de sua insistência na necessidade de que Israel mantenha seu direito a autodefesa. A resolução, por ter um caráter humanitário, não tratava desse aspecto.

indicou, já na quarta-feira, que iria tomar uma decisão de driblar o veto americano e pensava em convocar a Assembleia Geral da ONU.

Agora, a iniciativa ganhou o apoio de mais de 50 países, entre eles Argélia, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Turquia, Moçambique, Nigéria, Camarões e Paquistão.

No Conselho de Segurança, uma aprovação de uma condenação apenas pode ocorrer se não houver o veto de todos os cinco membros permanentes da entidade. Mas, na Assembleia Geral, a regra é outra: basta que uma resolução tenha a maioria dos 192 votos.

Numa carta obtida pelo UOL e enviada por esses governos para a presidência da Assembleia Geral, o Grupo Árabe e do Grupo da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) nas Nações Unidas em Nova York, “solicitam a retomada da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral após o veto lançado em 18 de outubro de 2023 por um Membro Permanente do Conselho de Segurança sobre um projeto de resolução que aborda a grave situação do Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.

Diz a carta:

“À luz da gravidade da situação, devido, em particular, à agressão militar por parte de Israel, a potência ocupante, contra a população civil palestina na Faixa de Gaza, que, até a presente data, matou milhares de civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, feriu dezenas de milhares, causou a destruição desenfreada de casas e outras propriedades e infraestrutura civis, e infligiu condições humanitárias catastróficas, arriscando uma desestabilização ainda mais perigosa da situação, colocando em risco mais vidas civis e ameaçando a paz e a segurança internacionais, é urgente que a Assembleia Geral se reúna para tratar dessa crise.”

Ao longo do processo negociador da resolução do Brasil, o Itamaraty cedeu e acomodou vários dos pedidos americanos, na esperança de que o texto pudesse ser aprovado.

Mas a atitude da Casa Branca foi vista como uma tática de protelar qualquer decisão, argumentando até mesmo que o órgão deveria esperar o fim da visita de Joe Biden à região.

Para a diplomacia brasileira, esses eram argumentos apenas para adiar qualquer gesto do Conselho e, mesmo aguardando a visita, não haveria qualquer garantia de que os EUA apoiariam o projeto.

Agora, a manobra dos árabes vai no mesmo sentido da estratégia já usada pelo governo americano contra os russos, quando o governo de Vladimir Putin também usou seu poder de veto no Conselho e impediu a aprovação de uma resolução que os condenava pela invasão da Ucrânia.

A Casa Branca, então, levou o caso para a Assembleia Geral e, ali, conseguiu votos suficientes para aprovar uma resolução condenando Putin.

*Jamil Chade/Uol

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Vídeo: Al Jazeera desmonta tese fantasiosa de Israel sobre ataque a hospital. Foram mais de 500 vítimas

Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense buscou culpar a Jihad Islâmica pelo bombardeio. TV local mostra por que a tese não se sustenta.

A Al Jazeera analisou o vídeo divulgado pelo governo de Israel sobre o bombardeio ao hospital Al-Ahli, em Gaza, ataque que deixou mais de 500 palestinos mortos. Acusado de ser o autor do ataque, o governo israelense foi a público divulgar sua versão e culpou a Jihad Islâmica pela explosão. No entanto, a TV local encontrou evidências que dizem o contrário.

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Militares têm “sinal verde” para invadir Gaza, diz ministro de Israel

O ministro da Economia de Israel afirmou que o governo tem como prioridade a destruição do grupo radical Hamas. Israel ameaça invadir Gaza.

O ministro da Economia de Israel, Nir Barakat, afirmou, nesta quinta-feira (19/10), que o exército israelense tem “sinal verde” para invadir a Faixa de Gaza quando estiver pronto. A informação é da ABC News.

Durante entrevista coletiva, Barakat acrescentou que o país se empenhará na recuperação dos reféns capturados pelo Hamas, mas destacou que a destruição do grupo extremista é a prioridade do governo.

Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallantn, afirmou que um ataque a Gaza virá em breve. “Quem vê Gaza de longe agora verá de dentro. Eu prometo. A ordem virá”, apontou Gallant.

Esta quinta-feira (19/10) marca o 13º dia do conflito entre Israel e Hamas. No último dia 7, o grupo radical realizou um ataque-surpresa ao território israelense. Desde então, Israel tem promovido bombardeios à Faixa de Gaza.

Crise humanitária
O território da Faixa de Gaza encontra-se em cerco total desde 9 de outubro. Com a determinação, a população da região lida com escassez de itens de primeira necessidade, como comida, combustível e alimentos.

A fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito deverá ser aberta para a entrada de ajuda humanitária nesta sexta-feira (20/10) pela manhã. A informação é do canal de televisão egípcio AlQahera News, que cita fontes do governo do país.

Nesta quinta-feira (19/10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que permitirá a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir do Egito.

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O que a face oculta da viagem de Biden a Israel pode esconder

Uma invasão, por ora, adiada.

Há uma face visível da viagem do presidente americano Joe Biden a Israel e outra oculta. Na primeira, Biden conseguiu que o governo do primeiro-ministro de extrema-direita Benjamin Netanyahu admitisse a entrada na Faixa de Gaza de 22 caminhões carregados de alimentos, garrafas de água e remédios.

Quando entrarão? Não se sabe. Estão na fronteira do Egito com Gaza, mas só começarão a se movimentar com autorização de Israel. É Israel que controla todas as portas de entrada em Gaza. E embora só exista uma que liga diretamente o Egito a Gaza, esta porta permanece sob controle militar de Israel.

A face oculta da viagem de Biden a Israel só é conhecida por ele e Netanyahu que conversaram a sós por uma hora e meia. Israel anunciou que invadiria Gaza por terra, mar e ar, e está pronto para fazê-lo. Mas ainda não invadiu. Será que invadirá? Voltará a reocupá-la? A reocupação foi desaconselhada por Biden.

Israel bombardeia Gaza desde 7 de outubro, quando foi alvo do ataque do Hamas que matou 1.300 pessoas e sequestrou entre 200 e 250. Até aqui, a guerra já matou 3.478 moradores de Gaza, dos quais 70% eram crianças, mulheres e idosos, e feriu 12.065.; em Israel, os mortos somam 1.300, e os feridos 4,2 mil.

Os bombardeios a Gaza já danificaram 27 hospitais, dos quais quatro deles foram evacuados e suspenderam os atendimentos; outros funcionam a meia-boca. A Organização Mundial da Saúde já havia documentado 57 ataques a unidades de saúde que resultaram na morte de ao menos 16 profissionais da área.

Cerca de 5.500 unidades habitacionais foram danificadas e tornaram-se inabitáveis. Mais de um milhão de pessoas deslocaram-se de um lugar para outro em Gaza na tentativa de escapar às bombas e aos mísseis. Há 352 mil vivendo em abrigos de emergência no centro e no sul do enclave.

Martin Griffiths, o responsável pela ajuda humanitária da ONU, disse que a água está sendo racionada para um litro por dia por pessoa em instalações da ONU para palestinos em Gaza. “As pessoas são cada vez mais forçadas a procurar água de fontes inseguras”, acrescentou. Gaza está sem energia, cortada por Israel.

“Vivemos num Estado de direito, a guerra tem de ser feita pelas regras de um Estado de direito. Não podemos esquecer estas regras, senão os terroristas ganham”, sublinhou Biden antes de embarcar de volta a Washington. Quase ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, declarou em Lisboa:

“Israel tem de respeitar o direito humanitário e internacional (e o bloqueio de Gaza] não cumpre nem respeita esse direito.”

*Blog do Noblat

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Brasileiros relatam noite de pânico com bombardeios em Rafah: ‘Todos morrerão aqui’

Os novos bombardeios à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, deixaram os brasileiros que aguardam por resgate em pânico. Eles aguardam a abertura da fronteira com o Egito para serem repatriados pelo governo brasileiro. O GLOBO conversou com Alajrami Ahamed, de 43 anos.

— Houve um bombardeio muito violento à noite, e não conseguimos dormir. Não há proteção em Gaza, todos morrerão aqui. A situação é muito difícil e todos estão em perigo. Israel está matando todo mundo.

Alajrami Ahmed disse que foi possível ver o bombardeio de onde estavam. Ele está com outros nove brasileiros em uma casa da embaixada brasileira a 1 km da fronteira com o Egito aguardando um cessar-fogo temporário e a autorização de saída de Gaza.

A liberação da fronteira para saída de civis ainda depende do aval de Israel, que tem resistido. O governo israelense teme que integrantes do Hamas se aproveitem do cessar-fogo para também saírem pela fronteira.