Protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram colocadas na entrada do local.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou a segurança no entorno do hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, na região central de Brasília. O protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram instaladas na entrada do hotel. Ontem, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que contestam o resultado das eleições fizeram uma manifestação na entrada do local.
Ao Globo, o secretário Julio Danilo, da Secretaria de Segurança Pública do DF, confirmou o isolamento da área a pedido da segurança do presidente Lula. Durante a manifestação de ontem, a Polícia Militar chegou a ser acionada para reforçar a segurança no local, feita pela Polícia Federal.
— Houve um incremento na segurança aproximada e um isolamento da área a pedido da Segurança do Presidente Lula. Ontem houve uma manifestação em frente ao hotel onde ele está hospedado e para garantir que não haja nenhum contratempo, foram adotadas essas providências — afirmou.
No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, também há PMs no entorno do local. A previsão, no entanto, é que Lula concentre suas agendas desta terça-feira no hotel, sem previsão de ida até o CCBB. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, no entanto, terá reuniões no local, assim como outros membros do gabinete de transição.
Em nota, a SSP-DF afirmou que realiza o monitoramento da área central e o policiamento nas imediações do hotel e do CCBB em conjunto com órgãos locais e federais e que monitorou as manifestações de ontem.
*Com O Globo
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O levante tem por trás o ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Estadão – O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.
Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.
Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.
Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.
Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.
Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Novo presidente da federação das indústrias só assumiu o cargo há 5 meses; ‘levante’ de pequenos sindicatos é comandado por Paulo Skaf, que comandou entidade por quase 20 anos
O conflito na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai ganhar na próxima semana um novo capítulo, que promete colocar mais lenha em um briga que eclodiu desde a eleição de Josué Gomes da Silva ao cargo. Dessa vez, representantes de 86 sindicatos conseguiram marcar para as 14h da próxima segunda-feira, 12, uma assembleia geral com o objetivo de mudar o comando da entidade.
Esse movimento é um desdobramento de outro que teve início em outubro, mas cuja assembleia não foi chamada pelo presidente da federação das indústrias.
Todo o levante teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora.
Uma fonte afirma que o atual imbróglio joga luz sobre os chamados “sindicatos de gaveta”, que tem pouca ou nenhuma representatividade, mas acabam sendo úteis para fins políticos.
Por trás do embate está uma questão política, que continuou acesa mesmo após o fim das eleições, no inicio de novembro. Skaf, que não tinha manifestado apoio antes do primeiro turno, voltou a se manifestar publicamente antes do segundo turno, apoiando Jair Bolsonaro, candidato que foi derrotado.
Do outro lado está Josué, filho de José Alencar, que foi vice de Lula e morreu em 2011. Um dos pontos de tensão foi a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ex-presidente da entidade, que ficou 18 anos no poder, se movimenta com presidentes de sindicatos patronais para pressionar por renúncia do sucessor
Josué, no entanto, jamais declarou seu voto. Uma fonte próxima ao presidente da entidade disse que o presidente da Fiesp errou ao divulgar o documento pró-democracia, algo que acabou abrindo uma oportunidade para seus opositores.
Alguns dos presidentes de sindicatos patronais, que estão em defesa do atual comando da entidade, estão conversando com alguns dos sindicatos que assinaram a convocação da assembleia. No entanto, segundo uma fonte, Josué “está pela bola sete”. O movimento capitaneado por Skaf também já foi definido como “golpe na Fiesp”.
Mais votos
No atual pedido para a convocação da assembleia houve mais assinaturas do que na primeira tentativa. Em outubro o requerimento entregue reuniu 78 assinaturas, de um total de 112 delegados dentro do estatuto da Fiesp. O estatuto exige 50% para a convocação de uma reunião. “A Fiesp não pode ser uma panelinha de muitos sindicatos que não representam ninguém”, disse uma fonte.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, disse à reportagem que o movimento neste momento “está totalmente fora do razoável e que a entidade deveria estar convergente para se construir uma proposta de mais competitividade para a indústria”. Reforçou que, na sua opinião, a entidade precisa ser apartidária e manifestou seu apoio a Josué.
Procurada, a Fiesp não comentou.
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Estelionatário se aproveitava de falhas no sistema de controle e usou até nome do porteiro para revender armamento a quadrilhas de traficantes. Ao todo, ele comprou 24 armas.
Segundo O Globo, em 7 de maio de 2021, o porteiro Douglas Silva Santos recebeu duas encomendas em sua casa, na Zona Sul de São Paulo. Numa das caixas que chegaram pelo correio, havia um fuzil modelo T4, calibre 5,56, da Taurus. Na outra, uma pistola .380, da mesma fabricante. As duas armas valem mais do que dois anos do salário de R$ 1,2 mil de Santos. Esse detalhe passou despercebido quando, semanas antes, a Taurus recebeu, por e-mail, um certificado de registro de caçador, atirador esportivo e colecionador (CAC) em nome do porteiro, com uma autorização de compra, documento do Exército que aprova a venda. As armas foram postadas sem que a veracidade dos documentos fosse verificada. Logo depois de chegarem à casa do porteiro, caíram nas mãos de uma quadrilha responsável por desviar armamento para facções do tráfico do Rio e de São Paulo.
Santos não era CAC e nunca tinha dado um tiro. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, ele era laranja de um esquema que usou brechas no protocolo de venda da Taurus e no controle do Exército para despejar fuzis no mercado clandestino. Todos os documentos enviados à empresa eram falsos. O mentor da fraude era seu compadre, Vanderson Oliveira Cardoso — ele, sim, um atirador desportivo certificado. Cardoso usava seu registro de CAC para falsificar documentos para a compra de armas. Com um editor de imagens, apagava os dados originais e os substituía pelas informações dos laranjas. Tudo era enviado por e-mail para a Taurus, que enviava as armas pelo correio.
Com essa estratégia simples, de acordo com a polícia, o atirador estelionatário comprou pelo menos 24 armas só no primeiro semestre de 2021 e conseguiu revender 12 delas — 11 fuzis e uma pistola — a grupos criminosos. A distribuição rendeu à quadrilha mais de R$ 400 mil. Os fuzis eram comprados por R$ 11 mil e revendidos por valores até quatro vezes maiores. Quando desvendou o esquema, a polícia acionou a Taurus e conseguiu recuperar dez armas que ainda não haviam sido entregues. A Justiça determinou a incorporação dos fuzis ao acervo da polícia paulista.
O esquema foi posto em prática graças à política armamentista do governo Jair Bolsonaro. Uma portaria publicada pelo Exército em 2019 permitiu que CACs passassem a poder usar e comprar fuzis. No mesmo ano, um decreto do presidente deu permissão para que atiradores desportivos pudessem comprar até 30 destas armas. Desde setembro a facilidade foi proibida. Uma decisão do ministro Edson Fachin ratificada pelo restante do Supremo Tribunal Federal determinou que a compra de armas de uso restrito só pode ser autorizada “no interesse da segurança pública ou da defesa nacional, não em razão do interesse pessoal”. Mas a decisão não afetou as armas que já fazem parte do acervo dos CACs, que seguem com autorização para usá-las e transportá-las para clubes de tiro.
Segundo o inquérito sobre o esquema, o porteiro disse aos investigadores em depoimento que recebeu R$ 500 de seu compadre para fornecer seus dados para a compra das armas e receber e repassar as encomendas. No momento de formalizar o depoimento, no entanto, Santos teria sido orientado por seu advogado a permanecer em silêncio. Desde julho do ano passado, Douglas está preso. Ele é uma das cinco pessoas que, segundo o Ministério Público de São Paulo, integravam a quadrilha de Cardoso — que está foragido.
Outra integrante é a mulher do atirador, Michelle Neri de Lucena, cujos dados também foram utilizados para confeccionar documentos falsos e a compra de um fuzil. Por decisão da Justiça paulista, ela responde ao processo em liberdade. Fora o compadre e a mulher de Cardoso, outras sete pessoas identificadas como laranjas não sabiam que seus dados estavam sendo usados. Entre elas, estão duas ex-namoradas e um amigo com quem o CAC jogava bola no bairro onde morava. Chamados para prestarem depoimento, todos disseram que não eram CACs, nunca frequentaram clubes de tiro nem compraram fuzis. Alguns moravam no interior paulista e sequer conheciam Cardoso. Não se sabe como seus dados foram parar nas mãos do atirador.
A investigação começou com um vídeo enviado à Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes de Taboão da Serra, que mostrava dois homens fazendo disparos para o alto com fuzis em Embu das Artes, na Grande São Paulo. O CAC Vanderson Cardoso foi identificado como um dos atiradores, e a Justiça determinou que fosse feita uma busca em sua casa. No imóvel, foram apreendidos um celular, um notebook e notas fiscais de compras de armas em nomes de laranjas, documentos de identidade e um fuzil, modelo T4, da Taurus, registrado em nome de Cardoso. Uma consulta ao Exército revelou que a arma havia sido comprada com documentos falsos — mesmo tendo autorização para comprar um fuzil na época, o CAC fez uso da fraude. No computador do atirador, a polícia encontrou amostras de documentos falsificados e, em seu celular, diálogos para a revenda das armas.
— Havia conversas do Vanderson com dois traficantes de armas que faziam repasses a duas facções no Rio e em São Paulo — conta o delegado Milton Barbosa Filomeno, para quem a brecha descoberta por Cardoso pode ter sido usada por outras quadrilhas. — Havia uma falha de comunicação entre a Taurus e o Exército.
Em março de 2021, o Exército passou a emitir os certificados de registro com um QR Code, que permite a checagem da veracidade. Na época das compras de Cardoso, esse tipo de documento era raro. Para Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz, a fraude mostra a fragilidade do controle do Exército aos CACs.
— Não existe outra alternativa que não seja auditar todas estas vendas direto da fábrica, e exigir que a empresa preste conta da legalidade de cada fuzil que deixou a fábrica.
A Taurus afirmou que cumpre a lei e só entrega armas após as autorizações do Exército”. A empresa alega que nunca cometeu qualquer irregularidade com esses documentos e autorizações e argumenta que, no esquema descoberto pela polícia, as “irregularidades tiveram origem no processo de concessão de autorizações, sobre o qual a Taurus não tem nenhuma responsabilidade”. Após a publicação da reportagem, o Exército, também por meio de nota, afirmou que o certificado de CAC de Vanderson Cardoso foi cancelado a pedido da Polícia Civil de São Paulo e que o “Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) está em constante evolução para se adequar as demandas legais, alterando seus protocolos a fim de evitar desvio de conduta e ilegalidades”.
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O que faz a perda do poder para um fraco, medroso. Bolsonaro sabe o que o espera.
Bolsonaro se emociona durante a cerimônia de Cumprimentos dos Oficiais-Generais das Forças Armadas, no Clube Naval de Brasília, e chora.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se emocionou durante cerimônia de Cumprimentos dos Oficiais-Generais das Forças Armadas, no Clube Naval de Brasília. No momento do cumprimento aos presente, foi possível ver o chefe do Executivo com os olhos marejados.
Ao lado da primeira-dama, que também se emocionou em determinados momentos, Bolsonaro não fez discurso e se limitou a saudar os participantes do evento. Após a cerimônia, ele almoça com os militares.
*Confira:
*Com Metrópoles
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Nas conversas mais exaltadas que tem sobre o governo Lula, Paulo Guedes chega a mencionar que vai deixar o Brasil.
— Vou deixar isso aqui e quem vai ficar com o problema são vocês — já afirmou o ministro a diferentes interlocutores.
Nestas conversas, Guedes mostrou irritação, especialmente, por considerar que seu trabalho como ministro da Economia não teria o “reconhecimento que merece”. O ministro repete que teria “consertado” os erros da gestão petista e que, agora, o governo eleito precisa “trabalhar”.
Aliados próximos do ministro, no entanto, avaliam que, apesar de falar, em conversas mais tensas, que deixaria o Brasil, Guedes tende a permanecer no país.
O ministro tem afirmado a interlocutores que, depois de deixar o governo, quer “sossego” e “cicatrizar as feridas”.
*Bela Megale/O Globo
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Integrantes das Forças Armadas atuaram para criar e manter suspeitas sobre sistema eleitoral.
Da busca por informações sem lastro utilizadas por Jair Bolsonaro (PL) para atacar o sistema eleitoral eletrônico em suas lives, passando pela atuação inédita na testagem das urnas nas eleições, até o relatório final e as subsequentes notas públicas que tentam manter acesa a suspeita infundada de fraude em bolsonaristas mais radicais.
Todas as investidas contra o sistema eleitoral no governo Bolsonaro têm ou tiveram alguma participação de integrantes da ativa ou reserva das Forças Armadas.
A constatação é possível ao analisar capítulo a capítulo da escalada de ataque às urnas patrocinada pelo presidente derrotado nas eleições deste ano.
Como mostrou a Folha, dados obtidos via Lei de Acesso à Informação com o próprio Ministério da Defesa e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) revelam que os militares só começaram a questionar o sistema eletrônico de votação sob Bolsonaro.
Foram 25 anos de silêncio e concordância com o modelo, que é exemplo no mundo todo, até o despertar para supostas fragilidades que culminaram em questionamentos ao TSE antes da eleição e, depois, no relatório e nas notas em que supostos técnicos das Forças dizem não descartar possibilidade de fraude.
O envolvimento dos militares nas investidas bolsonaristas se deu em dois momentos.
O primeiro deles com a participação de militares integrantes do governo.
Diante do fracasso dessa primeira etapa e da proximidade do período eleitoral —e também com a entrada de Bolsonaro e de seus aliados na mira na Justiça, em especial dos inquéritos relatados por Alexandre de Moraes—, as próprias Forças Armadas e o Ministério da Defesa passaram a atuar diretamente.
Os detalhes dessa atuação inicial dos militares com cargos na gestão federal só foram descobertos devido a investigação ordenada por Moraes para apurar a realização da live de 29 de julho de 2021 em que Bolsonaro fez o até então maior ataque sem provas ao sistema eletrônico de votação.
Naquele momento, Bolsonaro estava com popularidade baixa por causa da pandemia, pressionado pelas investigações de Moraes e com o prazo a estourar para explicar ao TSE quais eram as alegadas provas de suas acusações sobre fraude eleitoral.
Os depoimentos tomados pela Polícia Federal com os envolvidos na live mostram como, desde o primeiro ano de governo, ao menos dois generais do círculo mais próximo de Bolsonaro se valeram de suas posições para buscar informações contras as urnas.
Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria-Geral mas com passagem por Casa Civil e Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, este por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), agiram para golpear o sistema eleitoral, apontam os dados da PF.
Um dos maiores especialistas em urnas da PF, o perito Ivo Peixinho, que foi levado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, para uma reunião no Palácio do Planalto durante a busca por informações sobre possíveis fraudes, disse em depoimento que a Abin pediu dados sobre o tema ainda em 2019.
Segundo ele, sob o comando de Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro e chefiado por Heleno, a agência pediu “informações sobre ocorrências ou atividades envolvendo urnas eletrônicas nas eleições”.
Ramos, por sua vez, acionou ainda em 2019 o técnico em eletrônica Marcelo Abrileri, que dizia ter indícios de fraude na disputa de 2014 entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Abrileri foi chamado a depor e contou ter sido procurado e participado de uma apresentação com integrante do alto escalão do governo sobre o tema numa primeira ocasião em 2019.
Após esse primeiro contato, ele afirmou ter sido novamente acionado pelo general Ramos, entre junho e julho de 2021, por meio de uma ligação que teve participação do próprio Bolsonaro.
Abrileri afirma também que, em seguida, outro militar, o coronel Eduardo Gomes da Silva, responsável por apresentar as suspeitas de fraudes na live, informou estar trabalhando com Ramos “na coletânea das informações” sobre as urnas.
Outro militar que participou da organização da live e, também, de outra realizada dias depois, em 4 de agosto de 2021, foi o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro. Atualmente ele é investigado por Moraes, entre outros fatos, por transações suspeitas encontradas pela PF.
Após a PF expor o formato da organização da live e a falta de critério das informações utilizadas, o caso entrou na mira da investigação das milícias digitais e, sem conseguir ampliar as suspeitas de fraude, os militares do governo e Bolsonaro recuaram.
A partir desse momento, e já no ano eleitoral de 2022, as Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa, chefiado pelo general Paulo Sergio Nogueira, entraram no circuito para produzir os elementos necessários para os bolsonaristas continuarem com os ataques e a disseminação de desinformação.
Antes da eleição, os mais de 80 questionamentos enviados ao TSE e o debate sobre a participação das Forças numa auditoria paralela serviram para pavimentar o caminho até a produção do relatório sobre a segurança do pleito.
Nesse capítulo, a sequência de fatos mostra como a Defesa passou a fazer as vezes desempenhadas até então por Ramos, pela Abin de Heleno e por outros integrantes do governo.
No dia 9 de novembro, após a eleição, o relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eleitoral foi divulgado sem apontar nenhuma fraude concreta ou prova de irregularidade. A falta de algo mais assertivo fez os bolsonaristas decepcionados com a derrota continuarem o discurso golpista e atacarem as Forças.
Diante do desgaste com os apoiadores do presidente, uma nota foi publicada pelo general Paulo Sergio Nogueira no dia seguinte, 10 de novembro. O texto tentava se explicar e dizia que o relatório “não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.
Novamente com suas posições desprezadas pela Justiça Eleitoral e outras instituições, os militares se manifestaram de novo no dia 11. Dessa vez, um texto assinado pelo comando das três Forças, mandava recados, em especial a Moraes, e cobrava atuação do Legislativo para impedir interferência do Judiciário.
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Cálculo considera dados da agenda oficial do Planalto; em um mês, foram três dias úteis inteiros sem atividade.
De acordo com o Brasil de Fato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalhou apenas 36 horas e 30 minutos no primeiro mês após a derrota no segundo turno das eleições, entre os dias 31 de outubro e 30 de novembro. Levando em conta os 23 dias úteis desse intervalo – tirando finais de semana e feriados – o candidato derrotado à reeleição trabalhou uma média diária de somente cerca de 1 hora e 35 minutos.
Os cálculos consideram os dados dos compromissos registrados na agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, que documenta a duração de cada atividade presidencial. Nesse período, considerando a escala de segunda a sexta, o ex-capitão passou três dias úteis sem nenhum tipo de compromisso oficial.
Entre 1º de novembro, uma terça-feira, e o dia 3, por exemplo, houve um vácuo de quase 48 horas no meio da semana sem encontros oficialmente identificados, até que o presidente recebeu o ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Célio Faria Júnior, no Palácio da Alvorada.
Entre os perfis identificados nas agendas, figuram ministros de Estado, assessores pessoais, parlamentares atuantes no Congresso Nacional ou recém-eleitos pelas urnas, bem como alguns poucos interlocutores de grupos de interesse. É o caso do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Eduardo Eugenio Gouveia, que esteve com o presidente na última terça (29).
Bolsonaro não compareceu, por exemplo, à COP27, a conferência das Nações Unidas sobre o clima, realizada de 6 a 18 de novembro, no Egito, nem à reunião da cúpula do G20, na Indonésia, que teve início dia 14. No dia 25, ele interrompeu o jejum de viagens e se deslocou para Guaratinguetá (SP), de onde partiria no dia seguinte para Resende (RJ), com o intuito de participar da Cerimônia do Aspirantado 2022, organizada pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). A ida a eventos de cunho militar tem sido uma das marcas de seu governo.
Desde que se tornou o primeiro presidente a fracassar na busca da reeleição após o primeiro mandato, Bolsonaro tem se mantido boa parte do tempo recluso no Palácio da Alvorada, residência oficial, com uma rotina bem menos dinâmica do que de costume, além de pouco comunicativa nas redes sociais, seu principal canal de comunicação com apoiadores e sociedade em geral. Logo na primeira semana após a derrota, o ex-capitão alegou erisipela, infecção cutânea que se manifesta nas pernas.
Foram poucos os compromissos cumpridos, sendo a maior parte das agendas sediadas no próprio Alvorada. O freio nas atividades presidenciais acabou deslocando o centro do poder para outro espaço, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde operam, em Brasília (DF), os núcleos da equipe de transição de governo liderada por Lula. O local virou o principal ponto de atração para imprensa, internautas, lideranças da sociedade civil, entre outros segmentos.
O amortecimento dos trabalhos no Planalto chamou a atenção de opositores a ponto de ir parar no sistema de Justiça: na semana passada, parlamentares do PSOL em São Paulo provocaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) com uma notícia-crime que acusa Bolsonaro de abandono de cargo público e pede investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso. A queixa partiu do vereador de São Paulo Celso Giannazi, do deputado estadual Carlos Giannazi e da primeira suplente da sigla no estado para a Câmara dos Deputados, Luciene Cavalcante.
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Presidente chega ao fim do mandato com recorde de pobres e crescimento impressionante de milionários.
Segundo a Folha, além dos recordes de pobreza, o governo Jair Bolsonaro (PL) produziu, em apenas três anos, um número impressionante de milionários – muito mais do que nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Os números revelam o que especialistas já vinham apontando: Bolsonaro deixará um legado de mais desigualdade social.
De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, o país registrou 2,1 milhões de pessoas com rendimentos anuais acima de R$ 1 milhão –1% da população.
No período, 562 mil brasileiros entraram para esse clube, enquanto 62,5 milhões mergulharam na pobreza –29,4% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre 2003 e 2014 —período que compreende os dois mandatos de Lula e o primeiro de Dilma— os brasileiros com mais de R$ 1 milhão em rendimentos passaram de 18,5 mil para 29,8 mil, concentrando-se em SP, RJ, MG, RS e PR. Esse contingente representava 0,1% da população à época.
O aumento da riqueza entre os muito ricos começou a ganhar tração a partir do impeachment da ex-presidente Dilma, em 2016. Tanto o ex-presidente Michel Temer, que a sucedeu, quanto Bolsonaro conduziram políticas pró mercado.
Entre 2019 e 2021, RR e RO foram os estados que mais contabilizaram novos endinheirados —1.588 e 10.147, respectivamente. Registraram as maiores taxas de crescimento —67% e 63%.
Na sequência, as maiores altas foram em TO (59%), MT e SC (55%), PA (51,5%), GO e MA (48,5%).
Apesar do crescimento de milionários pelo interior do país, a maior concentração continua em SP (780.619), RJ (226.254), MG (189.785), RS (161.858), PR (156.870) e SC (103.378) —78% do total.
Analistas de mercado apontam que esse crescimento está atrelado à expansão da fronteira agrícola no país, que interiorizou a fortuna relacionada a esse setor. Esse movimento permitiu às marcas de luxo diversificar suas vendas, antes concentradas no eixo Rio-São Paulo.
Cientistas políticos consideram que a nova geografia da riqueza, concentrada em locais do agronegócio, ajuda a explicar o fortalecimento do conservadorismo nesses estados, que culminou na preferência por Bolsonaro nas eleições deste ano —com exceção do Maranhão, que preferiu o presidente eleito, Lula.
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Presidente Jair Bolsonaro, participa da cerimonia em comemoração do Dia do Exercito, ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão e ministros. Durante o ato houve a imposição da Ordem do Mérito Militar e medalha Exército brasileiro. Finalizando assistiram a desfile de tropas, no QG do Exercito. Sérgio Lima/Poder360 19.abr.2022
Janio de Freitas – Alternativa do golpismo à derrota dupla, na eleição e na recusa à legalidade, é a violência .
Aparente irrelevância, a indecisão sobre uso de carro sem capota pelo presidente Lula, no breve desfile pós-posse, reflete as entranhas complexas da situação como poucas outras sínteses o fariam.
A dúvida admite, em princípio, a continuidade de uma tradição de cerimonial em dias que, infestados de criminalidade política, repelem toda a tradição das mudanças de governo. O golpismo não mudou muito mais do que o vocabulário eleitoral.
O golpe não saiu das casernas por dois fatores principais. No plano interno, a firme ação da Justiça Eleitoral conduzida pelos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin, e secundada pelo Supremo, contra a sucessão de preparativos lançados pelo golpismo para criar o seu pretexto.
No plano externo, foi a pressão em apoio à legalidade, uma forma de se opor a Bolsonaro. A certeza de sanções internacionais e isolamento sufocante do país, como represália ao golpe, acionou freios medrosos no golpismo militar.
Os dois fatores continuam ativos. Para dar uma ideia do que é a força aplicada no caso pelo fator externo, até o comunicado oficial da reunião de Joe Biden com o presidente francês Emmanuel Macron, em Washington, há quatro dias, trouxe uma advertência incisiva: “França e Estados Unidos agirão juntos também para proteger as florestas tropicais”.
Chegou a reiterar a disposição na mesma frase: “E combater o desmatamento e o desmatamento ilegal”. Não precisaram incluir o nome Brasil nem citar Bolsonaro.
Os operadores amazônicos das serras e os dirigentes brasilienses do contrabando de madeira têm alguma sobrevida, mas o bolsonarismo fardado sabe que o seu golpe está derrotado.
A alternativa do golpismo à derrota dupla, na eleição e na recusa à legalidade, é a violência. Ter essa percepção à frente de todas é indispensável ao chamado grupo de transição e, em geral, aos democratas.
Do contrário, veem-se nas frentes dos quartéis aglomerações de fanáticos, que são fanáticos sim, mas também agressores, transgressores da urbanidade, sem faltarem sequer os homicidas em potencial.
Como bem exemplifica o sargento da Marinha, ligado ao general Augusto Heleno, que nega a possibilidade de Lula viver até a posse. Veem-se bandeiras do PT na multidão e se confiará que são todos ali lulistas.
Mas o velho SNI, que sobrevive sob os nomes de Abin e Gabinete de Segurança Institucional, do Planalto, tentou infiltrar agentes do general Heleno até nos grupos da transição.
Fanáticos, maníacos, obcecados, em variadas aglomerações ou sós, hoje são muitos milhões à disposição de manejadores. E a verdade é que o compromisso militar com a ordem constitucional não é confiável.
Lula é aguardado por uma missão gigantesca. Só a restauração do que os jagunços de Bolsonaro devastaram já ocuparia o mandato.
O urgente é muito maior. São 33 milhões passando fome, na contagem que não pode alcançar nem a verdade das favelas, quanto mais os fundões desse país sem fim.
E Lula já recebeu o renovado reconhecimento e a celebração do mundo, postos na sensação de que “O Brasil voltou” na sua volta. Deve ter recolhimento assegurado. Expô-lo e expor-se é de uma irresponsabilidade inominável, mesmo se inconsciente.
Um lema talvez útil para estes e os futuros dias: Lula não foi eleito para ser alvo.
*Folha
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Militares de dentro e de fora do governo Bolsonaro classificam como um “erro” a postura do presidente em manter seu silêncio, em especial nos eventos das Forças Armadas que participou nos últimos dias. A avaliação é que Bolsonaro deveria, ao menos, ter feito um cumprimento aos formandos na cerimônia da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde compareceu no último sábado (26), diz Bela Megale, O Globo.
Na quinta-feira, Bolsonaro participou de uma cerimônia de promoção de oficiais do Exército em Brasília, mas não discursou. Há ainda cerimônias de formatura da Aeronáutica e Marinha, marcadas para os dias 8 e 10 de dezembro, respectivamente. Bolsonaro compareceu em ambas nos anos anteriores de seu governo.
A avaliação de militares do Planalto é que, se for para permanecer quieto e não cumprimentar os militares pela formatura, ele não deveria ir.
Dois integrantes da ala militar do governo relataram à coluna que defendem que Bolsonaro vá às cerimônias, para que destaque o legado de seu governo para as Forças Armadas e sinalize que seguirá ativo politicamente, mas sem citar eleição e nem contestar seu resultado. A leitura deles é que, com o silêncio, o futuro político do presidente fica cada vez mais fragilizado.
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