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Como Bolsonaro e golpistas da Bolívia, em parceria, usaram robôs e milícias digitais para derrubar Evo

Esta matéria é fundamental para entender o que está em jogo e como a direita opera com milícia digital e milícia tradicional. Não por acaso, depois que começaram a pipocar as denúncias, com provas, do envolvimento do clã Bolsonaro no golpe da Bolívia, usando milícia digital para apoiar os milicianos que deram o golpe, Carlos Bolsonaro correu para excluir suas contas no Twitter e em outras redes sociais.

A matéria que segue é bem elucidativa e vale muito a pena a leitura para o entendimento de como os golpistas estão atuando em rede na América Latina.

“Eles estão divulgando propaganda em inglês, seus nomes de contas são geralmente @ nomenúmeros e foram criados em novembro”, diz jornalista.

O golpe de estado contra o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, fez uso de milícias digitais nas redes sociais como um de seu métodos de ataque ao governo do ex-líder sindical. Uma série de contas criadas em novembro tem atacado aqueles que denunciam o golpe e espalhado notícias falsas.

“Há milhares de contas obviamente robôs atacando qualquer pessoa que tuíta sobre o golpe de direita na Bolívia. Eles estão divulgando propaganda em inglês, seus nomes de contas são geralmente @ nomenúmeros e foram criados em novembro. Há uma grande operação em andamento aqui”, denunciou o jornalista Benjamin Norton, do Grayzone Project.

Tercer Mundi
Policiais realizaram motim e, com o respaldo das Forças Armadas, apoiaram o golpe contra Evo Morales

Após a consideração, o comunicador foi vítima de ataques direcionados. Uma série de contas criadas logo após a postagem respondiam diretamente ao jornalista. “Hahaha, outra conta de bot do golpe na Bolívia que tem apenas 4 tweets, todos me atacando. Foi criado há 3 horas e segue uma pessoa: o líder do golpe de extrema direita boliviano Camacho. Esta campanha de desinformação pró-golpe de bot é tão óbvia”, criticou.

Um tuíte da agência de notícias Findes também mostra o ataque coordenado desses robôs, como expõe o usuário Bruno Silveira (@bslvra). “Entrei nos comentários desse tweet e todos os que estão acusando Evo e apoiadores de seu partido têm menos de dez seguidores e são contas criadas em novembro/2019”, diz.

Alguns usuários ainda denunciaram um possível elo do exército de milícias digitais do bolsonarismo do Brasil com os ataques virtuais na Bolívia. “Lotaram o twitter de bot de oposição ao Evo Morales, todos mais ou menos têm o mesmo perfil, são moças, bonitas, universitárias ou com emprego razoável, todos são de novembro, acabaram de entrar no twitter, guerra híbrida como no Brasil, à la Steve Bannon”, postou a usuária Renata (@Ondasmares).

Camacho e Bolsonaro

Apontado como comandante dos ataques, o líder opositor de extrema direita Luis Fernando Camacho já esteve no Brasil em conversa com o chanceler Ernesto Araújo, que afirma que não houve golpe na Bolívia. “Conseguimos o compromisso pessoal e governamental do chanceler Ernesto Fraga Araújo de elevar como estado brasileiro e garante da CPE [Constituição Plurinacional do Estado] a encomenda de interpretação da convenção sobre a reeleição indefinida para a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos]. O Chanceler instruiu de forma imediata e na mesma reunião que se realize a consulta”, relatou Camacho, após encontrar o ministro brasileiro.

Em áudio filtrado pelo jornal boliviano El Periódico, um interlocutor golpista revela o apoio “das igrejas evangélicas e do governo brasileiro” ao golpe, e fala de um suposto “homem de confiança de Jair Bolsonaro, que assessora um candidato presidencial”. “Temos que começar a nos organizar para falar de política nas igrejas, como já se faz há muito tempo no Brasil, que já tem deputados, prefeitos e até governadores da igreja (evangélica)”, diz.

 

 

*Com informações do Diálogos do Sul

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Vídeo: Rússia, China e Grupo de Puebla rechaçam golpe na Bolívia

Assistam abaixo ao vídeo em que saqueiam a casa de Evo Morales

Governo Putin usa a expressão “golpe orquestrado”, e lembra relação de amizade com o governo de Evo Morales. Chineses pedem restauração da estabilidade e latino-americanos denunciam “história de interrupções democráticas”.

Ainda repercutindo a deposição do governo eleito de Evo Morales, o governo russo condenou “a onda de violência desencadeada pela oposição” que resultou na derrubada do ex-presidente boliviano. Por sua vez, a chancelaria da República Popular da China clamou para que os conflitos no país sejam resolvidos no marco da constituição boliviana. O Grupo de Puebla, que reúne líderes da esquerda latino-americana, destacou a violência desencadeada pelas forças conservadoras que desatou num golpe de Estado, neste domingo (10), que contou com a anuência das Forças Armadas bolivianas.

“Causa profunda preocupação que a vontade do governo de buscar soluções construtivas, com base no diálogo, foi rejeitada por eventos que tem um padrão de um golpe de Estado orquestrado”, diz a nota assinada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. Ele apelou para a todas as forças políticas da Bolívia para que sejam “sensatas e responsáveis” e encontrem uma solução constitucional que restaure a governabilidade e também garanta o desenvolvimento social e econômico do país, ao qual os russos se dizem ligados “por uma relação de amizade”.

O governo chinês se pronunciou por meio do porta-voz da chancelaria, Geng Shuang, e pediu que disse esperar que “todas as partes possam encontrar uma solução nos marcos da Constituição a fim de restaurar a estabilidade política e social na Bolívia”.

Grupo de Puebla

Reunidos durante este final de semana, em Buenos Aires, o fórum de líderes de esquerda da América Latina prestou solidariedade ao povo do país vizinho e afirmou que “mais uma vez, a Constituição e o Estado de direito da Bolívia foram violados, interrompendo um mandato constitucional” e denunciaram “humilhação de autoridades, invasão, saques e incêndio de residências, sequestro e ameaças de familiares” no país andino contra o governo Morales. A nota é assinada pelos ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, pelo ex-chanceler Celso Amorim, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, além do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo e políticos do México, Colômbia, Argentina, Chile e Uruguai, entre outros.

“Todas a iniciativas de diálogo e negociação oferecidas pelo governo do presidente Evo Morales foram rechaçadas. As recomendações da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a realização de uma nova disputa eleitoral foram aceitas pelo presidente Morales, dirigidas ao Parlamento boliviano, incluindo a recomendação de renovação completa das autoridades eleitorais e a possibilidade de contar com novas candidaturas. Mas a oposição optou pela intransigência, radicalização e ruptura democrática, abrindo um grave antecedente de um novo golpe de estado na larga história de interrupções democráticas do país”, diz a nota divulgada pelo Grupo de Puebla.

Evo Morales aos golpistas: ‘Assumam a responsabilidade de pacificar o país’

Presidente, que teve a casa invadida e depredada, denuncia violência e declara temor de derramamento de sangue pelas forças opositoras.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, obrigado pelas Forças Armadas a renunciar ao mandato, mandou nesta segunda-feira (11) um recado aos militares e personagens da oposição que lideraram o golpe de Estado, pedindo para que “assumam a responsabilidade de pacificar o país”, demonstrando preocupação com um potencial derramamento de sangue no país, caso haja confronto com os movimentos populares daquele país, que já declararam disposição de resistir e restabelecer a normalidade democrática. Antes de renunciar ao cargo, neste domingo (10), Evo denunciou o excesso de violência comandado pela oposição, com sequestros e torturas de membros do governo, invasão de prédios estatais e incêndio a casas. Até a casa de Evo, em Cochabamba, foi invadida e depredada.

 

 

*Da Rede Brasil Atual

 

 

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Lítio, “ouro branco”, riqueza da Bolívia, um dos motivos do golpe

Nenhum celular nem carro elétrico funciona sem o metal. O governo Morales tudo faz para não repetir a história de exploração colonial
O futuro da Bolívia é branco e salgado. Ele jaz sob um lago seco de 10 mil quilômetros quadrados, o Salar de Uyuni. O engenheiro Juan Montenegro bate na crosta de sal e diz: “Aqui começa a época industrial do nosso país.”

Ele se refere ao lítio, uma matéria-prima que atualmente interessa a firmas de todo o mundo. O local pode abrigar até 10 milhões de toneladas do metal alcalino, a maior reserva do mundo. Ele é um componente central das baterias de relógio e indispensável para um futuro provavelmente movido a eletricidade.

Sem baterias recarregáveis de íon-lítio, nada de telefone celular, bicicleta elétrica e, naturalmente, nada de carro elétrico. Michael Schmidt, da Agência Alemã de Matérias-Primas, estima que a demanda global alcançará 111 mil toneladas ate 2025, em comparação com apenas 33 mil toneladas em 2015.

Ao governo de Evo Morales não escapou o tesouro que jaz sobre o pobre Estado andino. Atualmente, uma tonelada de lítio está cotada em 16 mil dólares, e o preço sobe ano a ano. Investidores da China, Estados Unidos e Rússia fazem fila, mas a Bolívia mantém suas portas fechadas.

“Não queremos uma segunda Potosí”, afirma Juan Montenegro, que Morales nomeou chefe da empresa estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB). Ele se refere a uma velha cidade mineira, a mais de duas horas de carro do deserto salino.

Ao longo de séculos, os colonizadores espanhóis extraíram ali tanta prata que, diz-se, teria sido possível construir uma ponte da Europa até a América do Sul. Milhões morreram nas atividades de mineração, até hoje crianças procuram restos pelos túneis. No centro de Potosí uma exposição fotográfica junta donativos para que elas possam ir à escola.

Essa história não deve se repetir em Uyuni. Quem queira extrair lítio aqui deve se ater às condições de La Paz, mantendo no local os empregos e a agregação de valor.

Não se trata apenas de ser fornecedores de matéria-prima, afirma Montenegro: a meta é produzir baterias made in Bolivia. Os pacotes de baterias recarregáveis improvisadamente embalados com fita adesiva, que os cientistas trouxeram de La Paz, são prova de quanto falta até alcançar essa meta.
Joint venture com firmas alemãs

É um dia seco e frio em Uyuni, a YLB comemora seu primeiro aniversário de fundação. A banda militar se apresenta, escolares dançam em trajes andinos, e a prefeita louva as “perspectivas de emprego” graças ao lítio.

E há mesmo o que festejar: está prometido para Uyuni um investimento bilionário vindo da Alemanha. A empresa de energia sustentável ACI Systems, de Baden-Württemberg, e a turíngia K-Utec, de tecnologia de sais, ganharam a concorrência para o megaprojeto.

Até agora só há uma pequena central-piloto no deserto de sal. O caminho até lá passa pelo lugarejo de Colchani. Quando acabam as casas, a pista se perde no branco infinito. Chegando finalmente à pequena fábrica, soldados vigiam a entrada.

Dentro, o operário Jorge Macías afirma que consegue viver bem do lítio: seu salário equivale a 600 euros, o que é relativamente muito na Bolívia. Depois de três semanas trabalhando direto, ele sente falta da mulher e dos filhos, mas está convencido: “Finalmente, nós mesmos, bolivianos, estamos nos beneficiando das riquezas da terra.”

O diretor-geral da ACI Systems, Wolfgang Schmutz, vê a situação de forma surpreendentemente semelhante: “A coisa toda é um projeto de igual para igual. Decisiva para o nosso trabalho aqui foi a confiança dos bolivianos, que contam com um desenvolvimento sério e sustentável no Salar.”

Agora se busca na Alemanha quem esteja disposto a passar alguns meses na Bolívia, revela Schmutz: justamente no setor de técnica de baterias ainda falta muito know-how aos sul-americanos.

Um outro fator se interpõe no caminho dos bolivianos à era industrial: o país não tem acesso ao mar, as exportações têm que ser transportadas pela cadeia andina até o porto chileno de Antofagasta, para cuja utilização Santiago exige altas taxas. Isso também deverá encarecer as baterias bolivianas. Em outubro o país perdeu uma causa contra o Chile no Tribunal Internacional de Justiça.

Em Uyuni, porém, as esperanças permanecem altas. No momento, os mochileiros são a única fonte de verbas para a desolada região: o deserto de sal é uma cenário apreciado para fotos do Instagram. Mas em geral os turistas só permanecem por poucos dias.

“Para os agricultores da região, a única outra fonte de renda é a criação de lhamas”, comenta a prefeita Carmen Gutiérrez. Ela espera que o lítio vá finalmente lhes trazer prosperidade – uma prosperidade que nenhuma potência colonial será capaz de tomar.

 

 

*Da Carta Capital

 

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Vídeos: Após golpe, povo boliviano reage e constitucionalista alerta: “É fundamental que Evo Morales continue vivo”

No dia seguinte à renúncia do presidente boliviano, o povo reage nas ruas e La Paz amanhece com manifestações.

O dia seguinte ao golpe da direita na Bolívia, que levou à saída de Evo Morales da Presidência do país, foi de protestos nas ruas e apreensão. A capital La Paz amanheceu com barricadas e manifestações. Em Cochabamba, milhares de manifestantes marcharam pedindo a volta do líder indígena e campesino. O futuro do ex-presidente preocupa os bolivianos e também o doutor em Direito Constitucional, Gladstone Leonel, que teme pela vida de Evo.

“É muito difícil imaginar o que acontecerá com o Evo. É fundamental que ele continue vivo. É fundamental que se preze pela segurança do Evo”, afirma Leonel, que é professor do programa de Pós-Graduação de Direito Constitucional na Universidade Federal Fluminense (UFF) e que estudou a Bolívia em seu doutorado.

Para Leonel, o futuro da Bolívia será decidido nos próximos dias e Evo Morales deve ter um papel preponderante. “O povo está sofrendo e toma um susto com o que está acontecendo, mas a capacidade desse povo de reagir nos surpreenderá. Haverá muita reação. Os grupos políticos, obviamente, querem afastar o Evo, da mesma forma que fizeram com o Lula aqui no Brasil”, explicou.

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato – Como o Evo Morales, que conduz a Bolívia a um crescimento de 5% ao ano, pode ser alvo de um golpe?

Gladstone Leonel – O governo de Evo não é impopular, tanto que foi eleito em primeiro turno, o que não é fácil para um governo que foi eleito [pela primeira vez] em 2006 e tem todo o desgaste político de uma exposição por tanto período. Recentemente, vimos isso com o PT no Brasil, também um golpe de Estado, mas, sobretudo, com um desgaste de governo, porque o PT estava no poder desde 2002. No entanto, o fato de o governo estar desgastado não pode ser motivo para um golpe de Estado.

Em 2019, se tumultuou o cenário eleitoral porque a diferença do Evo ficou pequena e eles estavam esperando ainda os votos da zona rural. Até chegar, a direita conseguiu se articular e tumultuou o ambiente político. Tanto que a OEA [Organização dos Estados Americanos] dá o ultimato para a auditoria. A meu ver o Evo erra ao aceitar a auditoria da OEA. O organismo enfrenta frontalmente as políticas da Bolívia. Ele dá a possibilidade para que a OEA legitime uma postura política, que foi o pedido de novas eleições. A partir desse momento, os golpistas ficam à vontade para derrubar o governo e derrubar as lideranças populares da Bolívia.

Qual a influência do episódio do plebiscito, que avaliava a possibilidade de um quarto mandato de Evo Morales, no golpe na Bolívia?

Esse episódio já indica um desgaste dentro de um contexto político que mostra que a liderança política não foi renovada. Isso é um problema? Sim, é um problema. Porém, não podemos esquecer que o Evo recorreu a um poder independente, que é o Judiciário. Recorreu ao Tribunal Constitucional Plurinacional, que é um poder separado e independente, que reconheceu a possibilidade de uma candidatura. A partir do momento que foi reconhecida a possibilidade da candidatura, há legitimidade para haver o pleito. Lembrando que diferentemente do Brasil, na Bolívia, os representantes dos tribunais superiores são eleitos pelo povo, há um fluxo democrático muito maior que no Brasil, por exemplo. Então, era um indício de desgaste, mas que não pode haver um rompimento com o Estado Democrático de Direito.

Qual o papel que a região de Santa Cruz de La Sierra exerce nesse golpe?

Precisamos retomar os passos históricos para compreender aquela região. Primeiro, no que diz respeito à própria geografia da Bolívia. Santa Cruz não faz parte do Altiplano Andino, que é a região associada aos indígenas. É uma região diferente, de desenvolvimento agrícola, com influência do latifúndio. Santa Cruz tem uma importância econômica, mas também é onde há a maior resistência aos processos de transformação social. Em 2008, sob a liderança dos latifundiários, há uma tentativa de golpe na Bolívia, rádios e emissoras de TV foram queimadas, mas essa tentativa foi fracassada. Com o passar do tempo, o governo faz algumas concessões à essa região, o que gerou popularidade para Evo lá, mas também gerou críticas ao então presidente, porque passou a estimular o agronegócio local. Essa elite cruzcenha ficou ali, adormecida, esperando o melhor momento para golpear. Parece-me que o momento foi agora.

Como serão os próximos dias na Bolívia?

É importante chamarmos a atenção que, no caso da Bolívia, é importante olhar para a história recente desse povo e do sujeito transformador ali, que foi o sujeito responsável pela Constituinte que eles têm. Essa Constituinte só foi possível porque teve a revolta da água em Cochabamba, quando os bolivianos expulsaram a transnacional que queria privatizar a água; teve também a guerra do gás em El Alto. O povo está sofrendo e tomou um susto com o que está acontecendo, mas a capacidade desse povo de reagir nos surpreenderá. Haverá muita reação. Os grupos políticos, obviamente, querem afastar o Evo, da mesma forma que fizeram com o Lula aqui no Brasil. No entanto, me parece que o destino da Bolívia pode ser decidido nos próximos dias.

Então você aposta em uma resistência ao golpe?

Eu acho que será difícil ter tranquilidade em curto prazo. Foi um golpe à moda antiga, o Evo foi eleito em primeiro turno. Por mais que parte das Forças Armadas tenha apoiado o golpe, outra parte tem laços estreitos com ele. Mas não é só isso, os grupos rurais e indígenas reconhecem o Evo como sua principal liderança e vão sustentar essa resistência. Porém, me parece que houve uma surpresa com o golpe e esses grupos precisam de tempo para se organizar, mas não deve demorar. Nessa madrugada mesmo, o povo de El Alto já fechou as principais vias da cidade.

Sobre o futuro de Evo, México ofereceu abrigo, mas ele decidiu permanecer em Cochabamba, de onde ele denunciou uma tentativa de prisão contra ele. Qual será o papel de Evo agora?

É muito difícil imaginar o que acontecerá com o Evo. É fundamental que ele continue vivo. É fundamental que se preze pela segurança do Evo. Quando acontece um golpe contra o Hugo Chávez [Venezuela] em 2002, eles retiram o Chávez da Presidência. Logo depois, há uma insurgência e o povo pede a volta do Chávez no Palácio de Miraflores. O maior arrependimento daqueles golpistas naquela época foi ter mantido o Chávez vivo. Essa é uma lição que fica, ele tem que ser mantido vivo e em um lugar seguro. Por quê? Porque ele tem um papel central nos próximos passos, como liderança política.

Edição: Camila Maciel

 

 

*Com informações do Brasil de Fato

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Parlamento do Mercosul aprova declaração sobre “golpe de Estado na Bolívia”

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou, nesta segunda (11), uma declaração em que “rechaça o golpe cívico-militar em curso no Estado Plurinacional da Bolívia contra o governo democraticamente eleito do presidente Evo Morales” e declara que não reconhece “qualquer regime surgido de golpe de Estado”.

Órgão legislativo da representação civil dos Estados-parte do Mercosul, o Parlasul está localizado em Montevidéu, Uruguai, atua em matéria de interesse comum à integração regional. Representantes brasileiros são escolhidos entre deputados e senadores no Congresso Nacional, enquanto a Argentina e o Paraguai já realizam eleição direta. Apesar das decisões do Parlasul serem vinculantes, ou seja, de cumprimento obrigatório, a declaração é de natureza política e não deve orientar as decisões internas dos países do bloco. A declaração foi aprovada por maioria dos parlamentares.

“Os graves atos de violência desencadeados nos últimos dias na Bolívia, onde a ordem institucional democrática foi quebrada ao assumir diretamente por parte das Forças Armadas e policiais a promoção de uma onda de violência política que põe em risco milhares de vidas tendo pedido abertamente a insubordinação para depor o presidente Evo Morales pela força”, afirma a declaração.

O texto demanda a proteção à vida de Morales, que renunciou ao cargo após ser pressionado pelas Forças Armadas e a polícia, e as dos poderes Executivos e Legislativo.

Através da declaração, o Parlasul reitera a pleno vigência do Protocolo de Ushuaia – que trata do compromisso democrático no Mercosul, na Bolívia e no Chile. E afirma que, se necessário, a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Parlamento do Mercosul pode se constituir como espaço institucional para receber e tratar as denúncias de violação aos direitos humanos dessa “ruptura da ordem democrática”.

A declaração também critica o que chama de “estratégia de violência política extrema instrumentalizada por milícias privadas com a cumplicidade de comandos militares e policiais contra integrantes do governo e suas famílias”. Durante a onda de protestos que tomou o país por conta da suspeita de fraudes nas eleições presidenciais, entre grupos pró e contra o governo, casas de ministros e de familiares de Morales foram incendiadas.

 

 

*Do Blog do Sakamoto

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ABI entra com notícia crime no STF contra Bolsonaro: obstrução de Justiça nas gravações do caso Marielle

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ingressou nesta segunda-feira (11) com uma notícia crime alegando que Jair Bolsonaro e o filho, vereador Carlos Bolsonaro, incorreram no crime de obstrução de Justiça ao terem acesso antecipado às gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, que datam do dia do assassinato da vereadora Marielle Franco.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) ingressou nesta segunda-feira (11) com uma notícia crime solicitando que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine a abertura de um inquérito policial alegando que Jair Bolsonaro e o filho, vereador Carlos Bolsonaro, incorreram no crime de obstrução de Justiça no caso que envolve as gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, onde ambos possuem residência, e que datam do dia do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Na ação, a ABI pede que o STF determine “a busca e apreensão do computador em que estão armazenadas as gravações do condomínio para a realização de perícia, incluindo as gravações do circuito interno de câmeras e do material eletrônico obtido indevidamente” por Bolsonaro e seu filho.

A ABI destaca, ainda que Bolsonaro “declarou publicamente” que havia pego “por intermédio de Carlos Bolsonaro as gravações da portara do condomínio” e que no dia seguinte após o assunto ser revelado no Jornal Nacional o vereador Carlos Bolsonaro divulgou os áudios em suas redes sociais. “Sob essa perspectiva, as condutas do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, por eles mesmos declaradas, careca de investigação”, diz trecho da ação judicial.

Confira a queixa-crime impetrada pela ABI e o protocolo da ação junto ao STF.

Abi stf from Leonardo Attuch

Distribuicao stf from Leonardo Attuch

 

 

*Com informações do 247

*Foto: O Globo

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No Twitter, mais de 70% são favoráveis ao fim da prisão após 2ª instância

A decisão do STF sobre o fim da prisão após condenação em segunda instância mobilizou o Twitter. É o que mostra um levantamento da consultoria Levels ao analisar mais de 1,1 milhão de posts na rede social.

Em relação ao número de mensagens, 71% delas são favoráveis à decisão da Suprema Corte – 28% são contrárias.

Quanto ao número de usuários, 76% demonstraram apoio ao fim da prisão em segunda instância – 23% contra.

Fica explícito, então, que esse linchamento jurídico que a mídia tanto martela a favor da prisão após condenação em 2ª instância, é puramente mecânica e entra em choque com os ventos vindos da sociedade, ou seja, trocando em miúdos, é mais uma armação da mídia brasileira que, apoiando a direita e não vendo outra saída para não ser derrotada, abusa da ciência da mentira, da embocadura do fake news, do cinismo recorrente para fugir do seu próprio suplício.

E essa pesquisa foi encomendada pela Veja, parceira inseparável da direita brasileira. É totalmente insuspeita, o que deixa qualquer golpista boquiaberto e desmonta a tese de Moro que anda propagandeando apoios ao seu pacote pró-fascismo.

O que essa gente se esquece é que não está na década de 1960 e que, hoje, qualquer mentira contada diante da revolução digital, é imediatamente desmascarada com dados concretos, sem achismos ou ideologias carregadas de desejos e, neste caso, sublinha mais uma barbada da esquerda e uma fragorosa  derrota de Bolsonaro e seu gado adestrado.

A pesquisa ainda mostra que a esquerda dá de goleada no quesito humor.

Memes favoráveis à soltura do ex-presidente Lula repercutem em 40% da rede, satirizando principalmente a ameaça que Lula representa ao governo Bolsonaro.

 

*Com informações da Veja

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Putin chega esta semana ao Brasil e conversará com Bolsonaro sobre o apoio que deu ao golpe na Bolívia, diz assessor

Com uma chamada de “urgente”, o Sputnik avisa que o assessor de Putin, Yuri Ushakov, disse que ele quer ter uma conversa reservada com Bolsonaro sobre o golpe na Bolívia que o governo brasileiro apoiou.

No âmbito da cúpula do BRICS, os líderes da Rússia e do Brasil, Vladimir Putin e Jair Bolsonaro, planejam discutir questões da política bilateral e a situação na região, inclusive os eventos na Bolívia.

“Só houve um encontro com Bolsonaro em Osaka; agora será realizada uma conversa mais profunda, isso será, antes de mais, a agenda bilateral e, certamente, os problemas atuais internacionais e regionais, inclusive a situação na Bolívia”, disse Ushakov aos jornalistas.

Respondendo a uma pergunta sobre o tema da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e se os líderes vão discutir essa questão durante as negociações, o assessor do presidente russo disse que isso ficará ao critério dos próprios líderes e em primeiro plano estará a agenda bilateral.

“Eu não sei, isso será determinado pelos próprios líderes. Mas, antes de tudo, serão discutidas questões da agenda bilateral”, explicou Ushakov.

No âmbito da cúpula do BRICS no Brasil, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai se encontrar com o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, e o presidente da China, Xi Jinping, no dia 13 de novembro e com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no dia 14 de novembro.

 

 

*Com informações do Sputnik Brasil

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Vitória do povo: Chile anuncia processo para nova constituição

Ministro do Interior confirmou anúncio. Medida visa a acalmar protestos no país. Documento será confirmado em plebiscito.

O governo chileno anunciou neste domingo (10.nov.2019) o início do processo para uma nova Constituição por meio de 1 Congresso Constituinte.

Uma nova Carta Magna é 1 dos principais pleitos dos manifestantes que há 3 semanas protestam no Chile. Os prazos para a criação do novo documento ainda não foram definidos.

De acordo com o ministro do interior, Gonzalo Blumel, o processo terá “ampla participação cidadã e 1 plebiscito que o ratifique”.

“Entendemos que é preciso reconstruir o pacto social, que nos últimos tempos vimos ser uma demanda de cidadania”, disse Blumel.

Os chilenos pedem mudanças nos modelos liberais de Previdência, e em áreas como transporte, saúde e educação. Os protestos começaram depois do aumento nos preços das passagens de metrô.

A decisão foi comunicada depois de uma reunião entre Blumel, o presidente Sebastián Piñera, e líderes do Chile Vamos –coalizão de 4 partidos centro-direita e direita que eram os mais resistentes a uma mudança na Constituição.

 

 

*Com informações do Poder 360

 

 

 

 

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Isolado no mundo: Governo Bolsonaro fracassa e convoca Moro para perseguir Lula e manter o gado no curral

Bolsonaro finge não saber que as manifestações de rua não são o seu problema, mas as manifestações cada vez mais irritadas das pessoas em supermercados na hora de comprar alimentos, assunto que ele foge como o diabo da cruz.

O tipo de manifestação espontânea que derruba um governo é exatamente esta, a pessoa em um supermercado diante de um produto que aumentou barbaramente o preço, manifesta-se espontaneamente com raiva e, por impulso, xinga o presidente. Nesse ato não há qualquer ideologia, é uma reação explosiva de quem sente os calos queimarem e reage com profunda irritação.

E são cenas como essa que se repetem cada vez mais numa velocidade impressionante no Brasil. Fora dessa falsa polarização criada por Bolsonaro para manter seu gado no curral, existe uma sociedade que está nitidamente de saco cheio com ele, porque sente no bolso, na mesa, na geladeira que sua vida piorou muito com esse governo. O salário fica cada vez mais curto diante dos 30 dias do mês com o neoliberalismo de Guedes. As pessoas não conseguem pagar suas contas, sobretudo suas dívidas com os bancos, que hoje chega a, aproximadamente a 70% de inadimplência de quem tomou empréstimos com.

Na realidade, Bolsonaro se beneficia da sombra que Lula faz sobre ele. Assim, ele cria um inimigo e mantém acesa uma polarização com Lula para tentar a impossível missão de esconder o seu fracasso. Sem falar do seu envolvimento com a milícia, com Queiroz e outros casos que precisam ser provados.

Quando convoca Moro para uma cena de seu teatro, para pressionar o Congresso a mudar a constituição em favor da prisão após condenação em 2ª instância, mesmo sabendo que não pode mudar uma cláusula pétrea, Bolsonaro joga para sua torcida de fascistas, cada mais constrangida diante da realidade.

Para piorar ainda mais, o Brasil sediará a próxima cúpula dos BRICS, mas já com o aviso da Rússia e China de que o país ficará cada vez mais isolado, principalmente depois do apoio ao golpe na Bolívia. Ou seja, Bolsonaro terá que desdobrar em palavrórios e fanfarronices ideológicas para tentar esconder que seu governo está cada vez mais nu e sem margem de manobra.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas