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Globo, a máquina de propaganda do 1% mais rico do Brasil que produz a maior concentração de renda

É impossível rever injustiças seculares estruturais e cumulativas com um veículo de massa da potência da Globo que, se é verdade que ela influencia cada vez menos a sociedade, também é verdade que ela influencia cada vez mais as instituições oficiais do Brasil, daí a sensação de que essas instituições não mais existem.

A própria Globo, com a Fundação Roberto Marinho, representa um outro lado perverso na tentativa de controle das manifestações artísticas e culturais do Brasil, que são os famigerados institutos e fundações culturais das grandes corporações, que sobrevivem misericordiosamente com milionárias somas de recursos públicos via lei de incentivo fiscal.

Aliás, não se viu um único presidente de fundação fazer qualquer comentário sobre o fim do Ministério da Cultura e, muito menos dessa diarreia intelectual que assola a minúscula Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro.

As polêmicas em torno de Regina Duarte estão muito mais ligadas ao fato de se tratar de uma atriz medalhonada pela Globo do que qualquer outra coisa.

Mas na definição dos papeis que levaram o país a esse marco vergonhoso em que ele passou a ser citado pela imprensa nacional quando debatia o premiado filme “Parasita”, porque, simplesmente, o mundo sabe que a elite brasileira produz a mais perversa concentração de renda do mundo, de maneira totalmente desavergonhada, primeiro, porque ela não se sente brasileira, como de fato não é, não vive no Brasil e não tem o menor interesse em produzir desenvolvimento, apenas a secular mentalidade extrativista.

Essa gente, que choramingou seu ódio contra o bolsa família, contra as cotas, contra os movimentos negros, contra os ganhos reais do salário mínimo, que acha que o BNDES é propriedade dela, e que o governo não tem que financiar moradias populares para os mais pobres e, muito menos produzir políticas de geração de emprego para que a exploração de quem consegue uma vaga, seja garantida pelos “donos da terra”.

O que assistimos é um país de joelhos não aos militares de Bolsonaro, esses fazem parte apenas da guarda patrimonial do 1% mais rico, e não apitam nada, são historicamente apitados pelas classes dominantes em troca de um lugar ao sol na casta fardada da carreira militar.

O mesmo tem que ser dito de um veículo de massa poderoso como a Globo que, como se viu, tempo atrás, a mando do mercado, o general Villas Bôas, em combinação com o Jornal Nacional, postou um twitter contra o habeas corpus de Lula a ser julgado pelo STF e, no minuto seguinte, Bonner faz uma chamada urgente, como se fosse pego de surpresa, num teatro grotesco, e lê o recado da elite escrito pelo general.

A questão é simples, é só olhar a situação do país depois do golpe e seguir o dinheiro, principalmente depois das reformas trabalhista e da Previdência, em nome de uma crise fabricada na mídia e por quem ganhou enormemente com as tais reformas.

Está escancarado nos recordes de lucros dos bancos de quem é a coroa desse império que faz uma nação inteira pagar os pornográficos juros de 400% e 500% no cheque especial, sob o silêncio obsequioso da justiça brasileira diante do achaque dos agiotas oficiais.

Ninguém precisa entender tanto de política para concluir que a violência do dinheiro produz a violência da desinformação para perturbar o conhecimento e atrofiar não só uma parcela da população, mas o poder das instituições de controle do país.

Então, tudo o que se for falar do atual momento, sobretudo no que diz respeito ao assunto em voga, que são as milícias das quais a família Bolsonaro é parte, tem que se lembrar que o grande negócio das milícias que dá mais lucro, é a agiotagem que, com certeza, aprenderam com os maiores banqueiros do país.

Isso basta para afirmar que não há diferença entre a mentalidade marginal e a oficial nesse país. Daí a eleição fraudulenta de um ex-capitão, expulso do exército por suas vigarices que, agora, como Presidente da República, cerca-se de militares como se ele não tivesse sido expurgado da própria instituição que eles representam.

Tudo isso só é possível porque o 1% dos mais ricos do Brasil, que mais concentra renda no mundo, representa o que existe de mais selvagem não do capitalismo como especialidade, mas como comportamento humano, como degradação civilizatória, como ambição doentia e, consequentemente, desmedida. Gente doente, psicopata da acumulação que parece querer se transformar nos novos faraós do mundo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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O resultado concreto de um ano de governo Bolsonaro é o recorde de brasileiros vivendo de bico

Elites festejam ‘recuperação’ econômica, na verdade modesta e apenas destacável diante da voçoroca escavada no chão econômico do país desde o processo golpista de 2015.

Alegria do capital, na verdade, remete às reformas, sobretudo a que barateou a extração do suor dos brasileiros.

38,8 milhões de brasileiros subsistem como trabalhadores informais, que já somam 41,1% de todo o emprego no país.

Quase 25 milhões desse total trabalha por conta própria.

Vive-se da mão para a boca.

Frequentemente nem isso.

Capital fictício: Bolsa de São Paulo acumula alta de 33% no ano, mas capital estrangeiro retirou R$ 43 bilhões do pregão cujo giro médio diário –R$ 10,5 bi– ficou abaixo dos R$ 12,3 bi de 2018.

No Brasil o 1% mais rico detém obscenos 28% do PIB.

Segundo Piketty não há paralelo para tamanha concentração de renda em todo o planeta.

Esses são os dados do Brasil real nos dias atuais um ano após a posse de Bolsonaro, muito bem grifados por Saul Leblon.

 

*Carta Maior