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Vídeo: Lula amplia agenda de interesses com nações caribenhas

Encontro em Brasília reúne líderes de 16 países e marca reaproximação e fortalecimento das relações.

Ao abrir a Cúpula Brasil-Caribe nesta sexta-feira, 13 de junho, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a ampliação do diálogo e da cooperação entre o Brasil e países caribenhos. O encontro reúne representantes de 16 nações e marca uma agenda de aproximação com a região.

Aproximar para unir — Com o lema “Aproximar para unir”, o presidente relembrou a Cúpula Brasil-CARICOM, realizada em 2010. De lá para cá, disse Lula, a relação do Brasil com os países caribenhos oscilou entre avanços, estagnação e retrocesso. “O lema desta reunião vem da frase final do discurso que proferi na Cúpula de 2010. Passados 15 anos, ele traduz um desafio inacabado. Nosso intercâmbio comercial diminuiu 30% desde então. Tínhamos um fluxo de mais de 6 bilhões dólares, que agora gravita em torno de 4 bilhões”, afirmou Lula.

» Confira a íntegra do discurso do presidente Lula

Prioridades — O presidente destacou cinco segmentos para atuação conjunta entre Brasil e Caribe para modificar esse horizonte: mudança do clima, transição energética, segurança alimentar, conectividade e apoio ao Haiti. Lula também apresentou ações concretas que marcam o compromisso brasileiro com a região.

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COP30 — Lula destacou a importância de fortalecer o trabalho conjunto na agenda climática, especialmente em torno da COP30, que será no Brasil, em Belém (PA), em novembro de 2025. Ele ressaltou o apoio técnico do Brasil com a Parceria para as NDCs, em parceria com a Dinamarca, que oferece suporte aos países caribenhos na formulação e implementação de suas metas climáticas.

“Precisamos chegar unidos à COP30 em Belém. Nossa medida de sucesso será o grau de ambição das novas NDCs a serem apresentadas. A nova meta do Brasil, que prevê redução de emissões entre 59 a 67%, foi produto de um intenso exercício interno”, destacou Lula. “Avançar na adaptação à mudança do clima e na compensação por perdas e danos é uma questão existencial para os Pequenos Países Insulares em Desenvolvimento”, acrescentou, lembrando que defendeu esse mesmo tempo no início da semana na Conferência da ONU sobre os Oceanos, em Nice, na França.


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Lula mencionou o papel do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no monitoramento de efeitos da elevação do nível do mar e o compartilhamento de imagens de satélites sino-brasileiros com todos os países da América Latina e do Caribe. “Existem importantes sinergias entre a Iniciativa de Bridgetown, lançada por Barbados, e o mapa do caminho Baku-Belém para atingir 1,3 trilhão de dólares em financiamento climático. Cabe aos países ricos fazer frente a suas responsabilidades, para que o Sul Global possa avançar em ritmo compatível com suas circunstâncias”, argumentou.

Transição energética — A segunda frente apontada pelo líder brasileiro é a transição energética, com foco na valorização de diferentes fontes de energia nos países em desenvolvimento. Lula evidenciou a produção de energia eólica e solar dos países caribenhos e o planejamento estratégico para atrair investimentos de longo prazo. “A opção brasileira pelos biocombustíveis permitiu que a cana-de-açúcar passasse de símbolo do passado colonial a passaporte para um futuro sustentável. O Caribe, que divide esse passado com o Brasil, também pode fazer parte desse futuro. A região tem imenso potencial para a produção de energia eólica e solar”.

Segurança alimentar — O presidente chamou a atenção para o fato de que mais de 12 milhões de pessoas no Caribe ainda vivem sob a sombra da fome, segundo a FAO. Para enfrentar o desafio, reforçou o compromisso do Brasil com políticas públicas que requerem financiamento adequado e a ampliação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa brasileira lançada em 2024. “Esse é o propósito da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que hoje passa a contar com Santa Lúcia, Cuba e o Banco de Desenvolvimento do Caribe. Agora integram a iniciativa sete países da região. Espero que os demais se juntem a nós em breve”, enfatizou Lula sobre a iniciativa brasileira.

PROTEÇÕES – Na cesta de políticas que integram a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, estão iniciativas como o Garantia Safra, que protege agricultores de catástrofes naturais, e o Programa Cisternas, que ajuda a combater a escassez de água, evidenciados por Lula em seu discurso. Lula também reforçou o convite para que os países se unam à Rede de Sistemas Públicos de Abastecimento da América Latina e Caribe. “Por meio da Rede, o Brasil pode compartilhar sua experiência na formação de estoques públicos de alimentos, ferramenta eficaz para manter preços estáveis. Sei do interesse do Caribe de diversificar seus fornecedores de alimentos. Não faz sentido que o Brasil, celeiro do mundo, não esteja presente na mesa do consumidor caribenho”, registrou.

Conectividade — A quarta área destacada foi a necessidade de melhorar a conectividade aérea, viária e marítima entre Brasil e Caribe. Quanto a isso, o programa Rotas da Integração Sul-Americana tem por objetivo criar e aprimorar a infraestrutura que de ligação ao entorno regional. “A escassez de conexões explica por que o Caribe importa mais dos Estados Unidos, da China e da Alemanha do que do Brasil. Os itens que abastecem a região vêm de lugares distantes, mesmo que os portos de Santana, no Amapá, e de Pecém, no Ceará, sejam vizinhos”, disse o presidente.

US$ 5 MILHÕES – Lula ressaltou o investimento que será feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos em países sul-americanos, com destaque para Guiana e Suriname. O presidente também afirmou que o Brasil deseja ir além nos acordos de serviços aéreos vigentes. “O Banco de Desenvolvimento do Caribe também é um parceiro fundamental. Hoje tenho a satisfação de anunciar que o Brasil fará aporte de 5 milhões de dólares ao Fundo Especial de Desenvolvimento do CDB. Esses recursos atenderão os países mais vulneráveis da região”, frisou.

Haiti —  O mandatário brasileiro reafirmou o compromisso histórico com o Haiti e condenou a punição internacional ao país. “Afirmei em diferentes ocasiões que o Haiti não pode ser punido eternamente por ter sido o primeiro país das Américas a se tornar independente. Se ontem a punição veio sob a forma de indenizações injustas e ingerência externa, hoje se reflete em postura de abandono e indiferença”, declarou Lula. O presidente também afirmou que a Polícia Federal oferecerá treinamento a 400 integrantes da Polícia nacional haitiana com o objetivo de colaborar com a segurança e o processo eleitoral no país. “Junto com a República Dominicana, o Haiti foi um dos países selecionados para receber os primeiros projetos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Com recursos do BID, vamos estruturar programa de transferência de renda que vai melhorar a vida dos haitianos”, declarou.

Fortalecimento — Ao encerrar a fala, Lula reforçou a importância da integração regional como forma de garantir autonomia diante de disputas geopolíticas. “Sem o Caribe, nunca teremos uma CELAC forte. Nosso sentido de solidariedade é mais necessário do que nunca. Devemos seguir condenando com veemência o embargo contra Cuba e sua descabida inclusão em listas de países que apoiam o terrorismo. O mundo está carente de vozes que falem em nome do que é certo, justo e sensato. O Brasil sempre viu no Caribe essa vocação”, completou Lula.

Partcipantes — O encontro também conta com a presença de representantes das organizações regionais caribenhas Comunidade do Caribe, Banco de Desenvolvimento do Caribe e Associação dos Estados do Caribe, além do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), a Presidência da COP30 e o Fundo Verde para o Clima.

Caricom — A Comunidade do Caribe (CARICOM) é um agrupamento de vinte e um países: 15 Estados-Membros e seis membros associados. É lar de 16 milhões de cidadãos, dos quais 60% têm menos de 30 anos e pertencem aos principais grupos étnicos: povos indígenas, africanos, indianos, europeus, chineses e portugueses. A comunidade é multilíngue, tendo o inglês como principal idioma, complementado pelo francês, holandês e variações, bem como expressões africanas e asiáticas.

Balança Comercial — Em termos comerciais, o bloco de países do CARICOM movimenta cerca de US$ 4 bilhões em intercâmbio com o Brasil. A balança é positiva para o Brasil, que exportou US$ 2,7 bilhões e importou US$ 1,3 bilhão. Esse comércio, no entanto, é muito concentrado em três países — Guiana, República Dominicana e Trinidad e Tobago — respondem por 75% desse total.

*Planalto/TVTNews

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Vídeo: Damares discursa em evento no Chile e plateia vira de costas em protesto

A ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, foi alvo de protestos durante a 14ª Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe, no Chile. Enquanto Damares discursava, um grupo de mulheres na plateia se levantou e ficou de costas para ela.

O caso aconteceu na noite de ontem. Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ouvir a ministra brasileira falando sobre o combate à violência contra a mulher no Brasil e ver parte do público de pé e de costas. Damares continuou discursando mesmo assim.

A reportagem do UOL procurou o Ministério da Família, Mulher e Direitos Humanos para comentar o caso e aguarda posicionamento.

No Twitter, opositores e críticos ao governo e à ministra repercutiram o ocorrido. “Damares Alves foi ignorada pela sociedade civil presente na XIV Conferência Regional da Mulher da América Latina e Caribe há pouco, na sede da ONU, no Chile”, escreveu a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

 

 

*Com informações do Uol

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Brasil ainda mais isolado: Bolsonaro quer saída do país da comunidade latino-americana de 33 países

A CELAC foi criada em 2010 como forma de unir a América Latina e o Caribe em contraponto ao poderio dos Estados Unidos na região e teve o ex-presidente Lula como um dos principais articuladores.

Criada em 2010 como uma espécie de Organização dos Estados Americanos (OEA) “paralela”, com a presença de todos os países das Américas menos Estados Unidos e Canadá, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) é o novo alvo do presidente Jair Bolsonaro. O ex-capitão teria comunicado na terça-feira (15) que o Brasil vai deixar a organização.

Segundo reportagem de Eliane Oliveira, do Jornal O Globo, o governo brasileiro justificou a posição de deixar a CELAC dizendo que há “ditaduras” no bloco, em referência a Cuba e Venezuela. A postura repete a retórica inflamada que o governo têm adotado na política externa.

A decisão de Bolsonaro demonstra ainda que o país busca estar cada vez mais subserviente aos interesses dos Estados Undos na política mundial. A CELAC surgiu exatamente como uma forma de contrabalancear a hegemonia estadunidense na América Latina e no Caribe, representada institucionalmente pela OEA.

A formação do bloco veio logo após a experiência bem sucedida na criação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), que hoje encontra-se em avançado processo de desmonte após a saída de mais da metade dos membros. Capitaneada pelos ex-presidentes Lula, Felipe Calderón, do México, e Hugo Chávez, da Venezuela, a CELAC previa aumentar as trocas entre os 33 países da América Latina e do Caribe.

Caso a retirada do Brasil se confirme, ele será o primeiro a debandar oficialmente do projeto de integração que não havia sofrido o mesmo baque que a UNASUL.

Na última quarta-feira o México assumiu a presidência temporária do órgão e o governo de Andrés Manuel López Obrador prometeu “repensar o futuro do bloco e avançar em diferentes projetos em comum”. “O objetivo da presidência do México na CELAC é promover projetos de interesse comum a todos os países que pertencem à organização”, disse. Representantes de 29 dos 33 países estiveram presentes na posse dos mexicanos.

 

 

*Com informações da Forum