Para se ter uma ideia do nível de desprezo com a vida dos brasileiros, o governo Bolsonaro montou um ministério da Saúde paralelo aonde uma médica, numa reunião dentro do Palácio do Planalto, pede ao diretor-presidente da Anvisa para mudar a bula de um medicamento, neste caso, a cloroquina, para ser distribuído indiscriminadamente para a população para o tratamento precoce da covid, medicamento já comprovado que, além de não ter eficácia, pode causar a morte.
Mas não é isso que simboliza o sentimento de repulsa que o governo Bolsonaro tem pela vida dos brasileiros, por mais grave que seja. O desdém do chefe da nação está no descaso escancarado com a importância nenhuma que ele dá aos mais de 430 mil mortos pela covid e milhões de pessoas com sequelas graves da doença, desconsiderando inclusive, a dor das famílias que perderam seus entes queridos.
Se a CPI, em apenas duas semanas, já provou o que custou ao país o abandono do presidente da República com seu desleixo criminoso no combate à pandemia, não simplesmente por colocar em pouco mais de um ano quatro ministros da saúde ou, numa negligência inacreditável, colocar um general da ativa como Pazuello, que não tem o menor conhecimento na área da saúde para comandar uma pasta que, em plena pandemia, transformou-se casa da mãe Joana.
Por isso, seu filho Carlos Bolsonaro, junto com Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secom, representava o governo na área da saúde, inclusive no momento de negociar a compra de vacina.
O governo Bolsonaro deixou, em apenas dois anos, uma herança macabra que ainda mantém um número monstruoso de vítimas fatais, com uma média diária de 2 mil mortes.
A sensação de abandono total e da falta de governo é flagrante. Pior, no afã de não precisar de trabalhar e se aplicar de corpo e alma no combate à covid para salvar milhares de vidas, Bolsonaro mais que desprezou a população, adotou como procedimento teórico e espalhou aos quatro cantos do país, que o melhor seria que todos se infectassem para alcançar a tal imunidade de rebanho, morrendo quem tivesse que morrer e salvando quem pudesse se salvar.
Esse desmazelo total com a vida dos brasileiros não é questão de descuido, desatenção, mas um desprezo pela própria instituição presidência da República. Por isso, Bolsonaro não governa além dos interesses da família que ele quer proteger contra tudo e contra todos para que seu clã não enfrente a justiça.
De resto, a indiferença, o descaso, o ódio e a frieza conduzem o dia a dia de um presidente da República que não tem o menor interesse em governar o país.
Como não desejar que ele sofra um impeachment? O país sobreviverá a Bolsonaro até 2022?
*Carlos Henrique Machado Freitas
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