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STF decidirá na quinta-feira sobre a realização da Copa América no Brasil

Ministra Cármen Lúcia pede ‘excepcional urgência’ da corte para decidir sobre torneio no Brasil.

O STF (Supremo Tribunal Federal) marcou para a próxima quinta-feira (10) o julgamento de ações que contestam a realização da Copa América no Brasil.

O caso será analisado em sessão do plenário virtual que irá durar 24 horas. Nesse período, os ministros poderão incluir seus votos no sistema online.

O julgamento foi marcado a pedido da ministra Cármen Lúcia, relatora de duas ações sobre o tema. O presidente da corte, Luiz Fux, aceitou a solicitação da magistrada e marcou uma sessão extraordinária para tratar do tema.

Ao fazer a solicitação, Cármen lembra que o campeonato está marcado para começar no dia 13 de junho e que, por isso, o caso deve ser resolvido com “excepcional urgência”.

O tribunal irá analisar uma ação apresentada pelo PSB e outra de autoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.

A entidade afirma que a vinda de delegações estrangeiras para o Brasil aumenta o risco de propagação da Covid-19 no país. Já o partido diz que a “permissão ou mesmo a facilitação do governo para realização de tal evento em momento no qual o Brasil atravessa a fase mais aguda da pandemia representa absoluta temeridade e descaso das autoridades federais com a saúde pública”.

*Folha

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Rogério Caboclo é afastado da presidência da CBF após denúncia de assédio sexual e moral

Dirigente deixa o cargo por 30 dias em determinação da Comissão de Ética da entidade depois de o ge ter revelado acusações de uma funcionária contra o dirigente.

Rogério Caboclo, momentaneamente, não é mais presidente da CBF. O dirigente foi afastado por 30 dias, neste domingo, por uma determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, após o ge revelar que uma funcionária da entidade o acusou de assédio sexual e moral.

Ele nega todas as acusações. A CBF foi notificada da decisão e divulgou nota nesta tarde. Informou que o processo vai seguir rito sigiloso. Confira:

“A CBF informa que recebeu na tarde deste domingo, 6, decisão da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro suspendendo temporariamente (pelo prazo inicial de 30 dias) o Presidente Rogério Caboclo do exercício de suas funções. Seguindo o Estatuto da entidade, toma posse interinamente, por critério de idade, o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima. A decisão é sigilosa e o processo tramitará perante a referida Comissão, com a finalidade de apurar a denúncia apresentada.”

O vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes, assume durante o período de afastamento. Uma reunião extraordinária entre os diretores da CBF e os oito vice-presidentes eleitos foi convocada para a manhã de segunda-feira, no Rio de Janeiro.

Pressionado por patrocinadores e outros dirigentes da confederação, Caboclo agora cuidará de sua defesa – ele afirma que nunca cometeu nenhum tipo de assédio e vai provar no processo da Comissão de Ética, criada em 2017 – e sairá de cena no momento de atrito entre comissão técnica e jogadores da seleção brasileira antes da Copa América. Tite e o grupo de atletas prometem se manifestar na terça-feira sobre a realização do torneio no país.

Neste domingo, o apresentador André Rizek, do SporTV, revelou que Rogério Caboclo prometeu ao governo federal trocar Tite por Renato Gaúcho após o jogo contra o Paraguai, terça, pelas Eliminatórias.

Caso de “urgência comprovada”

A decisão em apenas dois dias foi possível pela gravidade das acusações. Isto porque o artigo 143 do estatuto da CBF prevê que a diretoria pode afastar, em caráter preventivo, “qualquer pessoa física ou jurídica direta ou indiretamente vinculada à CBF que infrinja ou tolere que sejam infringidas as normas constantes deste Estatuto ou do Estatuto da FIFA ou da CONMEBOL, bem como as normas contidas na legislação desportiva e nos regulamentos da CBF.”

A Comissão de Ética se reuniu emergencialmente no sábado e analisou as 12 folhas de denúncias da funcionária cerimonialista da CBF. Ela tem poder de sancionar todos envolvidos na esfera do futebol brasileiro, incluindo o presidente da CBF.

Ascensão ao poder aos 46 anos

Vigésimo presidente da CBF, Rogério Langanke Caboclo foi eleito em 2018, mas só assumiu em abril de 2019, aos 46 anos. Filho de Carlos Caboclo, ex-dirigente do São Paulo, ele foi diretor do clube do Morumbi e iniciou sua trajetória na política apadrinhado por Marco Polo Del Nero, na Federação Paulista de Futebol. Advogado e administrador, ele foi diretor executivo na entidade paulista.

Antes das denúncias o atingirem em cheio subiu a escada na CBF depois de ser diretor financeiro de Del Nero, eleito após José Maria Marin. Foi também diretor de relações institucionais do Comitê Olímpico Local da Rio 2016.

O poder começou a ruir de suas mãos quando chegou ao canal da Comissão de Ética da CBF na tarde de sexta-feira e na Diretoria de Governança e Conformidade a denúncia da funcionária. A reportagem do ge mostrava os abusos que teriam ocorrido contra a cerimonialista, autora da denúncia, que detalhou episódios vividos por ela desde abril do ano passado.

No documento, ela afirma ter provas de todos os fatos narrados e pede que o dirigente seja investigado e punido com o afastamento da entidade e, também, pela Justiça Estadual. Conta sofrer constrangimentos em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF.

A denúncia que derrubou o presidente

Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava”. Entre outros episódios de extrema gravidade, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

Segundo relato da funcionária, que tem oito anos de CBF, Caboclo fazia consumo de álcool durante o expediente. Ela era obrigada a esconder garrafas no banheiro para que o dirigente pudesse beber sem ser notado. Também cabia a ela recolher as garrafas vazias. Em viagens, era orientada a pedir bebidas alcoólicas para ele nos hotéis – mas marcar o consumo no quarto dela.

Ela detalha um caso ocorrido no dia 9 de março de 2021, na casa do dirigente em São Paulo, onde auxiliava Caboclo em reuniões presenciais e virtuais. Após um dia inteiro de consumo de bebida alcoólica, o dirigente teria chamado a funcionária de “cadelinha”, e em seguida ofereceu biscoitos de cachorro para ela. Como a funcionária o repreendeu, ele então passou a simular latidos.

A funcionária também afirma que Caboclo tentou controlar seus relacionamentos dentro da CBF e pediu que ela mudasse a maneira de se vestir – teria até oferecido dinheiro a ela para comprar novas roupas. Após seguidos episódios, ela pediu licença por motivos de saúde. O presidente da CBF, então, ofereceu um acordo a ela – em troca de dinheiro, ela teria que negar a existência dos abusos e teria que mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. Ela recusou e fez a denúncia.

A crise da Copa América

Já faz quase dois meses que a CBF estava em ebulição. Neste período, segundo diversas fontes – presidentes de clubes e de federações estaduais, dirigentes da própria CBF e agentes externos com acesso à cúpula da entidade – o comportamento de Rogério Caboclo ficou ainda mais errático e agressivo.

Nas últimas semanas, enquanto Caboclo lidava com seus próprios problemas, outra crise explodia no futebol sul-americano. A Copa América, prevista para ser disputada na Colômbia e na Argentina, ficou sem sede. A Colômbia não pôde garantir a segurança do torneio por problemas políticos e sociais, e a Argentina desistiu ante o agravamento da pandemia da Covid-19.

No dia 7 de junho, segunda-feira, durante reunião de emergência do Conselho da Conmebol convocada para resolver o que fazer com a Copa América, as duas crises se encontraram. Com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, Rogério Caboclo ofereceu o Brasil para abrigar o torneio. Todas associações nacionais de futebol do continente toparam. A Conmebol então anunciou em suas redes sociais: a Copa América será no Brasil. Decisão que refletiu na Granja Comary.

Os atritos com o grupo e com Tite

Ainda na Granja Comary, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, fez duas visita à delegação da Seleção. Algo de praxe no seus dois anos à frente da entidade. Desta vez, porém, o clima estava mais próximo daquela da região serrana: frieza no trato e muitas aparências para as câmeras da CBF. No segundo encontro, este solicitado pelos jogadores, não houve registro da comunicação da entidade máxima do futebol nacional.

No domingo passado, Caboclo abraçou Tite, posou risonho para fotos com atletas e seguiu protocolo de amenidades. De noite, a bomba da saída da Copa América da Argentina precedeu o anúncio da segunda pela manhã de que o Brasil receberia a competição mais uma vez.

A surpresa foi geral e criou mal-estar. O apoio – e o respaldo do presidente da República, Jair Bolsonaro -, as cobranças em redes sociais para os jogadores se posicionarem frente às críticas do seu país receber competição rejeitada pela Argentina, no meio de crise de Covid-19, levantou debate na Seleção sobre manifestação dos atletas. Em outras palavras, não queriam se sentir massa de manobra de ninguém.

Frágil, Caboclo causou constrangimento no vestiário da seleção brasileira, quando fez discurso inflamado. O ambiente que já não era leve se tornava insustentável. Sugeriu que ninguém falasse publicamente, o que não aconteceu. Em forma de enigma, Casemiro disse que “todos sabiam da posição” dos jogadores e da comissão técnica, mas só falariam depois da partida do Paraguai.

*Globo Esporte

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Caboclo promete a Bolsonaro a troca de Tite por Renato Gaúcho na terça-feira

Depois das manifestações de Tite e do capitão Casemiro, mostrando que comissão técnica e jogadores da seleção brasileira não estão confortáveis em jogar a Copa América no Brasil, o governo federal recebeu uma mensagem tranquilizadora do (ainda) presidente da CBF, Rogério Caboclo. No que depender dele, a Seleção terá um novo técnico na competição: Renato Gaúcho.

Tite passou a ser atacado por apoiadores do governo, como se sua posição tivesse a ver com alguma simpatia política aos partidos que, hoje, fazem oposição a Bolsonaro. O governo ouviu uma resposta tranquilizadora de Caboclo no sábado: Tite será demitido, e um novo técnico, Renato Gaúcho, fará uma convocação com os principais jogadores para a Copa América. Usará como argumento, inclusive, o fato de estar chegando e precisar do torneio para montar um time a um ano e meio da Copa do Mundo.

Renato é um declarado apoiador de Bolsonaro, o que faz com que o governo fique ainda mais feliz com este possível desfecho.

Ao demitir Tite após o jogo contra o Paraguai, terça, às 21h30, em Assunção, pelas Eliminatórias, Caboclo também passaria o recado de que segue no comando e não admite insubordinação. A dúvida é se o próprio Caboclo não cai antes de terça, já que o dirigente vem derretendo dia após dia com as denúncias sobre sua gestão.

A maioria dos diretores da entidade defende o afastamento imediato do presidente, acusado por uma funcionária de assédio moral e assédio sexual, como mostrou o ge. Ele nega.

No sábado, por e-mail, o diretor de Governança e Conformidade da CBF, André Megale, recomendou a Caboclo que se licencie do cargo por tempo determinado para “comprovar sua inocência”. Isolado no cargo, o dirigente também está em guerra com a comissão técnica e os jogadores da seleção brasileira convocados para os jogos das eliminatórias.

Mas o que o governo tem a ver com técnico da Seleção? O Planalto é o grande fiador da realização da Copa América no Brasil. A CBF recebeu um pedido da Conmebol para socorrer a entidade depois da recusa de Colômbia e Argentina em sediar a competição, na qual ela já investiu mais de US$ 30 milhões — o país sede não recebe nada, diretamente, para organizar o torneio.

O secretário geral da CBF, Walter Feldman, entrou em contato com o governo e o mais forte ministro de Bolsonaro, o general Luis Eduardo Ramos, que pessoalmente cuidou de viabilizar tudo.

O Planalto entende que esta Copa América pode ser uma grande vitória política, de o governo mostrar que o país tem capacidade de organizar uma competição continental em questão de dias, na linha: “A Argentina desistiu, a gente foi lá, fez e foi um sucesso”.

O governo considera que, se o Brasil ganhar, com Neymar levantando a taça no Maracanã, na presença do presidente da República, será mais um ponto (político) a favor de Bolsonaro.

Por isso, membros do governo foram surpreendidos quando viram o posicionamento do técnico Tite e dos jogadores, que não estão dispostos a jogar a competição — querem férias, depois da temporada desgastante na Europa. E exigiram explicações da CBF: “Como pode o governo fazer todo esse esforço para sediar a competição, e o time ser contra o torneio?”.

*André Rizek/Globo Esporte

*Foto destaque: Marcos Corrêa/PR

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Política

CBF pode convocar seleção paralela e novo técnico para a Copa América

Planalto corre para evitar vexame de Bolsonaro caso Seleção diga não à Copa América.

Segundo Vicente Nunes, do Correio Braziliense, o Palácio do Planalto botou toda a sua estrutura em funcionamento para tentar evitar o vexame do presidente Jair Bolsonaro se a Seleção Brasileira disser não à Copa América. O presidente já foi avisado de que todos os jogadores convocados pelo técnico Tite estão fechados no propósito de não disputarem o torneio, cujo início está marcado para 13 de junho.

A percepção de que o vexame de Bolsonaro está mais próximo ganhou força depois das declarações de Casemiro. Na sexta-feira (04/06), após a vitória do Brasil sobre o Equador por 2 a 0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o jogador disse que a posição de seus colegas e da comissão técnica sobre a Copa América é unânime e de conhecimento público, dando a entender que todos são contrários à realização do torneio.

“Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro, impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muita coisa”, afirmou Casemiro, em entrevista à TV Globo, após a partida contra o Equador.

O Planalto acredita que, mesmo com a negativa da atual Seleção, será possível convocar um novo time a tempo de participar do torneio e trocar Tite por um técnico mais favorável ao governo. Isso já estaria sendo negociado com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Bolsonaro bancou a realização da Copa América no país, mesmo com a pandemia do novo coronavírus ainda matando, em média, 2 mil pessoas por dia e mesmo não havendo vacinas suficientes para proteger a população.

Pelo que disse Casemiro, a Seleção pretende tornar pública a sua posição sobre a Copa América na próxima terça-feira (08/06), depois da partida contra o Paraguai, em Assunção, também pelas Eliminatórias. Ante essa promessa, a tensão no governo só aumenta. Nunca uma Seleção se recusou a jogar em qualquer torneio.

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A insurreição da seleção contra a Copa América de Bolsonaro

Por essa, Bolsonaro não esperava.

Mesmo não tendo mentores assumidos, Casemero deixa claro que jogadores da seleção estão juntos contra a Copa América e contam com o apoio de Tite e da imensa maior parte do povo brasileiro. No entanto, não há ilusão de que Bolsonaro, que interfere na PGR e, consequentemente, no Ministério Público, no comando das Forças Armadas tratando as instituições brasileiras como cloroquina, certamente, fará, se já não fez cálculos políticos da decisão dos jogadores contra a Copa América e vai jogar pesado para que sua vontade seja feita.

O fato é que esse episódio revela duas coisas, a total irresponsabilidade do presidente da República com a vida de todos que participarão ou participariam da competição no Brasil e os avisos dos cientistas brasileiros de que o país já tem um número assustador de mortes diárias, passando de 2 mil a média e com mais de 470 mil mortes, com a terceira onda, a tendência é ter muito mais pessoas infectadas e, consequentemente, muito mais mortes.

A consequência desse ato de responsabilidade e de coragem dos jogadores da seleção, com certeza, será um número ainda mais crescente de brasileiros que estão despertando para o perigo que Bolsonaro representa ao país e à vida dos brasileiros e assumam posições contrárias à imoralidade que o governo produz dia após dia.

Para um presidente que vê seu mandato em estado avançado de decomposição, exigindo dele discursos ornamentais em rede nacional, a chegada de uma nova crise política só consagra ainda mais todos os que formam um bloco de oposição a esse governo sem classificação.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Lewandowski determina que Bolsonaro se pronuncie sobre por que quer fazer a Copa América no Brasil

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski emitiu nesta terça-feira (1) um despacho pedindo informações ao presidente Jair Bolsonaro sobre a possível realização da Copa América no Brasil, após ação protocolada pelo PT e endereçada ao ministro.

No despacho, Lewandowski considera “a importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do coronavírus, bem como a urgência que o caso requer”.

O requerimento do ministro atende a uma petição protocolada pelo PT, em que o partido solicita a interrupção de qualquer preparação para o país sediar o torneio.

Confira abaixo:

*Com informações do 247

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Miguel Nicolelis: Copa América pode ser gota d’água para 3ª onda estourar no Brasil

A realização da Copa América no Brasil pode ser a “gota d’água” para a terceira onda de casos e mortes por covid-19 estourar no país.

A avaliação é do médico Miguel Nicolelis, professor de Neurociência da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

Nicolelis coordenou por dez meses o comitê científico de combate ao vírus do consórcio de governos do Nordeste, mas, desde fevereiro, atua de forma independente.

Ele defende em entrevista à BBC News Brasil que alguma medida legal seja tomada para impedir a realização da competição aqui e, caso ela venha ocorrer mesmo assim, que a população boicote o evento.

‘Viramos o escoadouro do lixo do planeta’

Nicolelis diz que, ao saber no domingo (30/05) que a Argentina não seria mais a sede do torneio de futebol por causa da piora da pandemia no país, chegou a comentar para amigos que “o Brasil seria a bola da vez”.

“Eu estava brincando… mal sabia eu”, afirma Nicolelis.

Na manhã de segunda-feira, a Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) anunciou a transferência da Copa América para o Brasil.

“Isso é um chute na boca dos brasileiros que perderam familiares, de todos nós que estamos há 14 meses em quarentena em casa. Mas era previsível.”, diz Nicolelis.

“Nós viramos o escoadouro do lixo do planeta. Tudo que não deve ser feito em questão de pandemia está sendo feito aqui. Essa notícia já correu o mundo, e ninguém consegue acreditar que o segundo país em número de mortes vai sediar um evento continental.”

‘Governo quer esconder a pandemia’

Originalmente, a Copa América teria duas sedes – Argentina e Colômbia. Mas a Conmebol anunciou em 20 de maio que não haveria mais jogos na Colômbia por causa da série de protestos contra o governo do país, que têm sido violentamente reprimidos.

A segunda sede, a Argentina, enfrenta “o pior momento da pandemia”, segundo palavras do próprio presidente Alberto Fernández. Pesquisas apontavam que a maioria da população era contra a realização da Copa América.

A Conmebol disse que, após ser tomada a decisão de que o país não sediaria mais o torneio, procurou o governo brasileiro por meio do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “imediatamente apoiou a iniciativa, com a aprovação dos Ministérios da Casa Civil, da Saúde, das Relações Exteriores e da Secretaria Nacional do Esporte”, disse a Conmebol.

“E o Brasil aceitou o pepino instantaneamente. Para responder à Pfizer, precisa de vários emails. Para responder à Conmebol, basta um telefonema”, ironiza Nicolelis, fazendo referência à postura do governo Bolsonaro diante das várias ofertas de vacinas contra a covid-19 feitas pela farmacêutica.

“É uma tentativa de esconder a pandemia, de mostrar que está tudo normal o suficiente para fazer um evento como esse”, avalia o neurocientista.

‘A situação do Brasil é desesperadora’

No comunicado, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, justificou-se dizendo que o Brasil “vive um momento de estabilidade” na pandemia.

É uma avaliação oposta da que é feita por Nicolelis. O pesquisador afirma que o país já entrou na terceira onda de casos e mortes e que a gravidade desta nova fase vai depender da forma como o país vai agir.

“A situação brasileira é desesperadora. Temos só 10% da população vacinada, os casos estão crescendo de novo, a ocupação das UTIs aumenta há dez dias, a taxa de transmissão voltou a ficar acima de um”, diz o pesquisador.

“Já estamos na subida da terceira onda, e um evento como esse pode ser a gota d’água que fará ela estourar.”

Nicolelis diz que as mesmas críticas podem ser feitas às manifestações de sábado (29/5) contra o governo federal.

“Precisa ter coerência. Não é momento para isso”, afirma ele.

Ele também critica a manutenção das Olimpíadas de Tóquio, apesar dos protestos de cidadãos, médicos e cientistas.

“O esporte, que deveria promover a saúde, se transformou em um negócio sem o mínimo respeito pela vida humana. Os gregos devem estar se revirando no túmulo com o monstro que eles criaram”, diz Nicolelis.

‘Futebol não aglomera só no estádio’

O pesquisador avalia que o regime de bolha em torno da competição, que começaria em 13 de junho, com medidas de isolamento e testagem dos envolvidos para evitar o contágio, não vai surtir efeito.

Ele dá como exemplo a disputa com precauções semelhantes da fase final da Superliga, o principal campeonato de vôlei do país.

“O técnico da seleção masculina pegou covid e quase morreu. Não funcionou. E não dá tempo de organizar uma bolha pra Copa América. Como vai fazer isso em menos de duas semanas?”, questiona o cientista.

Da mesma forma, ele não acredita que o fato de as partidas não terem público nos estádios será suficiente

“Futebol não aglomera só dentro do estádio. Aglomeraram do lado de fora do estádio, nos bares, em festas, nas casas dos torcedores, em vários lugares.”

‘Temos que boicotar a Copa América’

Por isso, Miguel Nicolelis defende que seja acionado o Supremo Tribunal Federal para impedir a realização da competição por causa do risco sanitário que ela gera.

Tanto para o Brasil, diz o pesquisador, com a vinda e circulação no país de várias delegações estrangeiras, quanto para o resto do mundo, diante da possibilidade de levar variantes do novo coronavírus que circulam por aqui para outros países e continentes.

Mesmo sendo um fã de futebol, o cientista diz que está cada vez mais decepcionado com a forma como o negócio por trás do esporte é gerido nesta crise.

“Parece que o futebol está acima de tudo. Eu e milhões de torcedores temos perdido a conexão emocional com o futebol por causa disso”, diz.

“Temos que boicotar a Copa América. A população tinha que pressionar o STF e o Congresso para impedir essa competição. E olha que eu sempre parei o que estava fazendo, onde estivesse no mundo, para ver a seleção. Acabou. Não vou assistir nada.”

*BBC Brasil

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Vídeo: Luis Roberto se rebela contra a Copa América no Brasil e dispara: ‘Porcaria’

O anúncio da realização da Copa América no Brasil irritou o narrador Luís Roberto. Presente no “Seleção SporTV”, ele afirmou tratar-se de um “tapa na cara” dos brasileiros, que enfrentam uma “pandemia descontrolada” (assista abaixo).

O jornalista ainda chamou o torneio de “porcaria” e se irritou com o posicionamento do governo federal, comparando o tempo de resposta aos pedidos da Conmebol por sede do torneio e da Pfizer em relação às vacinas.

“Oi, Rizek! Boa tarde! Que alegria! Só que não. Isso é uma vergonha. O ‘Boladão’ hoje vai chegar com tudo. Essa Copa América fora de hora, que já não deveria ser realizada. Claro, a pandemia interrompeu várias competições mundo afora, e obviamente que neste momento, com o calendário todo estrangulado no Brasil, a Copa América é só mais um torneio caça-níquel, sem nenhuma expressão nesse momento. A última que foi disputada no Brasil teve sua relevância, sua atmosfera”, iniciou Luis Roberto em sua primeira participação no programa.

“Além de desfalcar os times, de absolutamente amontoar o calendário, um mês de Copa América… Já seria ridícula a realização dela em condições normais, aí vem a notícia, depois da desistência de vários países irmãos, que não têm condições por conta da pandemia de realizar a Copa América, e no país que tem a pandemia descontrolada, que levou nove meses para responder à carta da Pfizer, respondeu em dez minutos que ‘vamos fazer a Copa América’. Abertura em Brasília, jogos em Natal, Pernambuco, final com público. É inaceitável! A sociedade brasileira, a coletividade do futebol e do esporte, nós não podemos aceitar essa decisão. Que se realize, que faça o que bem entenderem, que os negacionistas façam caravanas à Brasília, para ter público na grande final. Momento apoteótico dessa porcaria dessa competição! É uma vergonha! É um tapa na cara dos brasileiros!”, completou o narrador.

https://twitter.com/maisfootball/status/1399428956047216646?s=20

Narrador recebe apoio

Além de Luis, o ex-jogador e comentarista Júnior também criticou a realização da competição no Brasil, e cobrou um posicionamento dos jogadores.

“Realmente, é inacreditável que a gente, com todos esses problemas, tenhamos uma notícia como essa aqui. Eu gostaria que os jogadores, não só do Brasil, mas de outras seleções, pudessem se posicionar em relação à realização dessa Copa América, com todos os problemas. Em todos os países você tem problemas. Gostaria que de repente os capitães das seleções se posicionassem em relação à realização da Copa América”, completou.

O anúncio da Conmebol surgiu horas após a entidade suspender a Argentina como sede da competição, que começa no dia 13 de junho, por conta da covid-19.

O Brasil tem mais de 462 mil mortes por covid-19 e ocupa o 2° lugar no mundo com mais óbitos em decorrência da doença.

*Do Uol

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Cancelada na Argentina em função da pandemia, Bolsonaro autoriza a Copa América no Brasil

Conmebol confirmou a realização do campeonato de seleções no Brasil em meio à pandemia, que já matou mais de 460 mil brasileiros, após reunião com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil.

Em meio à pandemia, que já matou mais de 460 mil brasileiros, Jair Bolsonaro determinou que a Casa Civil priorize os preparativos para realização da Copa América no Brasil, depois que o campeonato de futebol foi cancelado na Argentina, devido à restrições sanitárias, e na Colômbia, em razão dos protestos políticos no país.

Em tuite na manhã desta segunda-feira (31), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) confirmou a realização da Copa América no Brasil após tratativas diretas com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil.

“A CONMEBOL @CopaAmerica 2021 será disputado no Brasil! As datas de início e término [11 de junho e 10 de julho] do torneio estão confirmadas. Os locais e os jogos serão informados pela CONMEBOL nas próximas horas. O torneio de seleções mais antigo do mundo vai fazer vibrar todo o continente!”, afirmou a Conmebol pelo Twitter.

A reunião da confederação com o governo Bolsonaro foi feita por videoconferência em regime de urgência após o cancelamento do campeonato pela Argentina, que registrou pouco mais de 77 mil mortes pela Covid-19.

Também pelo tuíte, a Conmebol agradeceu “Bolsonaro e sua equipe, bem como a Confederação Brasileira de Futebol”.

A Copa América seria realizada na Colômbia, mas foi cancelada por causa de confrontos e protestos na Colômbia em função da reforma previdenciária. Transferida para a Argentina, a competição também foi cancelada após o ministro do Interior argentino, Eduardo Pedro, afirmar que a realização do torneio se tornaria difícil devido à atual situação sanitária na Argentina.

A seleção brasileira está no grupo A da Copa América com o Peru, Venezuela, Colômbia e Equador. A estreia seria no dia 14 de junho.

*Com informações da Forum

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Vídeo: Bolsonaro, em discurso no Mercosul, constrange presidentes com gafes e provocações

A 54ª Cúpula do Mercosul terminou nesta quarta-feira (17) na cidade argentina de Santa Fé com uma série de provocações e gafes que surpreenderam pelo tom jocoso aquilo que deveria ser o momento mais sério da reunião: os discursos de fechamento.

Após abrir o plenário com um discurso que exaltava a nova fase de prosperidade e dinamismo do Mercosul a partir do recém-fechado acordo com a União Europeia, o presidente argentino Mauricio Macri passou a palavra ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com uma provocação. “É a vez agora do Jair Bolsonaro, querido amigo, mas sem falar sobre o VAR porque, disso, não vamos falar”, cutucou.

Ao tomar a palavra, o presidente brasileiro, que acusa os líderes de esquerda da região de populistas e de autoritários, surpreendeu ao elogiar o bolivariano presidente da Bolívia, Evo Morales: “Morales, já estava com saudades (de você) depois que eu o vi na minha posse no Brasil”. Foi a primeira vez que Bolsonaro teve palavras cálidas com um líder de esquerda.

Mais adiante, o tratamento afável seria interrompido. Os líderes de esquerda da região usam a expressão “Pátria Grande” para se referirem a uma América Latina unida como se fosse um único país integrado. A expressão é sempre usada por Evo Morales, mas o brasileiro prefere a expressão de Donald Trump, “América Grande”.

“Não queremos na América do Sul uma ‘Pátria Grande’. Queremos que cada país seja autônomo, democrático e grande como diz o Trump na sua ‘América Grande’”, comparou Bolsonaro. Enquanto o presidente brasileiro discursava, o chileno Sebastián Piñera entrava no plenário sem procurar fazer alarde por chegar atrasado. Bolsonaro interrompeu o seu discurso para cumprimentar o seu amigo que entrava de fininho: “Bem-vindo, Piñera! Ei, Piñera! Bem-vindo!”, exclamou. Piñera, no entanto, não respondeu.

“O seu problema é com o Peru; não com o Brasil”, disparou Bolsonaro ao presidente chileno, entre risos. Segundos depois, esclareceu: “Na Copa América, quero deixar bem claro”. Mas a gafe já estava lançada. Peru e Chile mantêm uma longa tensão desde a Guerra do Pacífico, no século XIX, quando o Chile invadiu o Peru, ganhou a guerra e ficou com parte do território peruano.

Mais adiante, Bolsonaro voltaria a chamar o seu colega chileno ao mencionar o Chile. “Cadê o Piñera?”, perguntou. “Agora está bem localizado”, disse. Piñera novamente nem olhou. Bolsonaro também comparou a reforma da Previdência que promove no Brasil à quimioterapia. “Apesar de a reforma ser como uma quimioterapia, é necessária para o corpo sobreviver”, ilustrou.

O tema é politicamente delicado para outros países da região como o Chile que enfrenta críticas pelo seu sistema de capitalização, justamente aquele que Paulo Guedes quer implementar no Brasil. Também a Argentina que precisará reformar o seu sistema previdenciário. Por sorte, não havia nenhum líder australiano para ouvir a opinião de Bolsonaro sobre a carne da Austrália.

“Conversando com o primeiro-ministro japonês, eu o convidei ao Brasil para provar o nosso churrasco. Mas até brinquei com ele. Disse que o churrasco da Austrália era genérico perto do nosso. E também perto do da Argentina e perto do do Uruguai, para não deixar os nossos colegas fora disso”, comentou. Mas talvez “Argentina e Uruguai” tivessem preferido ficar de fora da brincadeira.

Fora do discurso, uma contradição aconteceu em nível ministerial. O Mercosul fará um estudo para avaliar a possibilidade de adotar uma moeda comum. O tema foi discutido entre ministros da Economia e presidente dos Bancos Centrais dos países que compõem o bloco.

“Vamos fazer um estudo profundo sobre as mudanças e as vantagens potenciais de uma moeda comum”, anunciou o ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne. Horas antes, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, tinha relativizado: “Do ponto de vista objetivo, não houve nada ainda. Do nosso ponto de vista, é um horizonte distante”.

Outra contradição do presidente Bolsonaro. No discurso, pregou o “zelo nas indicações às Embaixadas sem vieis ideológico”. Mas o vieis ideológico só vale quando se trata da esquerda. Para defender a indicação do seu filho, Eduardo Bolsonaro, como embaixador nos Estados Unidos, o pai Bolsonaro usou como exemplo o tratamento preferencial que daria a líderes da direita.

“Imaginem se o filho do Macri (Mauricio Macri, presidente argentino) fosse embaixador no Brasil e ligasse para mim, querendo falar comigo. Quando vocês acham que ele seria atendido. Amanhã, semana que vem ou imediatamente?”, ilustrou. Um repórter quis saber, então, se o eventual futuro embaixador Eduardo Bolsonaro receberia também petistas na Embaixada. “Petista com bandeirinha do PT no peito? Ninguém. Embaixada não é lugar de se fazer política”, sentenciou Bolsonaro.

Assista ao vídeo

https://youtu.be/3afHSTDCuEE?t=153

 

 

*Com informações do GGN