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Dólar subiu não porque Guedes atacou as domésticas, como a Globo diz, mas porque Guedes quebrou o Brasil

Sou adepto da excelência de Brizola que disse, “se a Globo está de um lado, devemos estar do outro”.

Se a Globo está dizendo que a disparada do dólar nesta quinta-feira (13), foi em função das declarações estúpidas de Paulo Guedes contra as empregadas domésticas, é porque não foi, ao contrário, a declaração dele foi uma desculpa fuleira de quem não sabe o que fazer para tirar o país do atoleiro, do descrédito internacional que produz duas bombas ao mesmo tempo, o recorde da fuga de capitais e o recorde da falta de investimento internacional.

Todos já sabem que Bolsonaro é a réplica de Maurício Macri e, portanto, sua política produzirá no Brasil o que Macri produziu na Argentina, um estrago.

Assim, com a escassez de entrada de dólar no país, a tendência é sua disparada. Repito, só não explodiu de vez porque o Brasil tem uma rede de proteção financeira deixada pelos governos de Lula e Dilma com uma robusta e sólida reserva internacional ou, do contrário, como na era FHC, o país estaria nas mãos dos fundos abutres, dos ataques especulativos, como recentemente sofreu Macri na Argentina.

Outra mentira que os neoliberais contam para fazer fumaça no fracasso total da política de Guedes, que é a mesma porcaria de FHC, que quebrou o Brasil três vezes em oito anos, é que a questão ambiental tem atrapalhado o país perante o mundo, e isso se reflete na fuga de investidores.

Isso é uma gigantesca mentira. Até no meio do varejo mais rastaquera, há um mantra de que não se coloca dinheiro bom em negócio ruim. Imagina o que os grandes agenciadores internacionais não falam do Brasil que mente em seu balanço econômico, manipula dados, porque a política econômica de Guedes é pífia e atende aos grandes banqueiros, destrói a economia e, por outro lado, o governo não tem credibilidade porque o mundo sabe que Bolsonaro é ligado aos bandidos da milícia mais barra pesada do país.

Uma coisa como essa não pode dar certo. É assim que raciocinam os investidores, e com toda razão. Não há base econômica alguma num país que produz 40 milhões de trabalhadores ociosos, biqueiros, na informalidade e sem qualquer perspectiva.

O que os investidores estão vendo é que o que avançou no Brasil de forma assustadora, foi a informalidade que transformou o país, que nas mãos de Lula era a 6ª maior economia do mundo, num gigantesco camelódromo em que se sobrevive mais do escambo do que propriamente do comércio de bugigangas.

Esse é o retrato do país depois das reformas trabalhista e da Previdência, que prometiam o céu na terra. Hoje, a maioria dos brasileiros vive entre o purgatório e o inferno.

Num mundo cada vez mais globalizado, não há investidor que não sabia de cor dos problemas que levaram o Brasil a essa tragédia econômica.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Bolívia: General golpista que ordenou a renúncia de Morales, foge para os EUA depois de receber US$ 1 milhão

Poucos dias depois de comandar um golpe na Bolívia o general Williams Kaliman deixou de ser militar e vai fugir para os EUA que lhe pagaram um milhão de dólares.

Não foi só ele que recebeu, outros generais receberam o mesmo valor.

Já os os chefes de polícia receberam 500 mil dólares cada.

Todos irão para os EUA com medo de julgamentos dentro da Bolívia e de organismos internacionais.

Por isso não foi anunciado pela mídia Boliviana que apoiou o golpe aonde os golpistas irão se esconder nos EUA.

Bruce Williamson, responsável pelos negócios na Embaixada dos EUA em La Paz, foi responsável por doar um milhão de dólares a cada chefe militar e quinhentos mil da mesma moeda a cada chefe de polícia.

O General teria contatado e coordenado tudo desde meses na província argentina de Jujuy, sob a proteção de seu governador Gerardo Morales, um dos mais próximos do presidente Mauricio Macri.

Kaliman foi imediatamente substituído pela autoproclamada presidente Janine Áñez.

As palavras recentes de Kaliman podem tornar sua traição surpreendente, mas uma análise em seu currículo revela que havia indícios para desconfiança.

O agora ex-general realizou diversos cursos no exterior, sobretudo relacionados à inteligência militar. E ao menos um desses estudos se destaca sobre os demais: sim ele foi aluno da famosa escola de Fort Benning, mais conhecida como Escola das Américas, durante o ano de 2004, segundo confirma um relatório da ONG Observatório da Escola das Americas (School of Americas Watch).

Outro dado curiosidade desse informe é que Kaliman passou por esse treinamento nos Estados Unidos no ano de 2004. Por que é curioso? Adivinhem quem era o presidente da Bolívia naquele então? A resposta é: Carlos Mesa.

Sim, o mesmo candidato que perdeu as eleições de 20 de outubro contra Evo Morales, desconheceu o resultado e iniciou, a partir desse gesto, a campanha golpista, que culminou com Kaliman exigindo a renúncia do presidente.

 

 

*Com informações da Forum

 

 

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Esquerda quer telegramas diplomáticos e questiona Itamaraty na queda de Evo Morales

Deputados de oposição exigem que o Itamaraty explique se teve algum papel nos acontecimentos que levaram à queda do presidente da Bolívia, Evo Morales, no último fim de semana.

Num requerimento apresentado nesta terça-feira, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados quer que o chanceler Ernesto Araújo esclareça se manteve algum tipo de contato com a oposição boliviana e pede que todos os telegramas internos do Itamaraty envolvendo a análise da situação no país vizinho em 2019 sejam entregues.

“Solicitam-se cópias de todos os telegramas diplomáticos sobre as eleições na Bolívia e demais comunicações com referência à conjuntura política do país em 2019”, pediram deputados como Fernanda Melchionna, Luiza Erundina e Marcelo Freixo.

Caso não seja prestada a informação, os deputados alertam que o Itamaraty estaria cometendo crime de responsabilidade.

O documento, por exemplo, pergunta se o líder da oposição boliviana, Luis Fernando Camacho, se reuniu ou se comunicou com o ministro Ernesto Araújo direta ou indiretamente em 2019.

“Se sim, de que modo e por iniciativa de qual das partes? Solicitam-se cópias de toda a comunicação prévia e posterior a estes encontros e um descritivo completo com data, horário, meio ou local, e lista dos assuntos tratados em cada uma das ocasiões”, indicaram.

O texto lembra que, ao Globo, o Itamaraty afirmou que, em 2 de maio, houve uma reunião com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) na qual ela estava acompanhada de Camacho e alguns parlamentares bolivianos.

“O golpe na Bolívia vem em meio a crescente disputas políticas na América Latina, das rebeliões populares contra governos conservadores e antipopulares, como no Chile, Equador e Haiti; à derrota nas urnas de projetos neoliberais, como o de Maurício Macri na Argentina ou Iván Duque na Colômbia”, apontam os membros do PSOL. “Nesse contexto, não surpreende que a extrema-direita brasileira e o governo Bolsonaro apoiem o golpe de Estado na Bolívia”, disseram.

“No entanto, algo mais alarmante do que o apoio discursivo ao golpe está sendo denunciado: áudios de articuladores da direita boliviana revelados pelo jornal El Periódico apontam para a participação “das igrejas evangélicas e do governo brasileiro” e de um suposto “homem de confiança de Jair Bolsonaro” no processo de articulação do golpe”, alertaram. Os deputados querem saber do Itamaraty se tais informações eram conhecidas da chancelaria.

“Brasil aceitará resultado das eleições?”

No questionário enviado ao Itamaraty, os deputados lembram que Araújo indicou nas redes sociais que Morales teve “a atitude correta de renunciar diante do clamor popular”. “Pergunta-se: o Ministro desconhece que essa renúncia se deu diante da ameaça do chefe das Forças Armadas daquele país que “sugeriu” a Morales que renunciasse? Ou a manifestação do Ministro tem o objetivo deliberado de encobrir esse fato?”, questionam.

O grupo também pressiona o presidente Jair Bolsonaro a explicar sua declaração nas redes sociais, de que “denúncias de fraudes nas eleições culminaram na renúncia do Presidente Evo Morales”. “Pergunta-se: o presidente e este Ministério têm ciência de que estas denúncias já haviam levado o presidente boliviano anunciar a convocação de novas eleições e que mesmo depois disso o chefe das forças armadas “sugeriu” a renúncia de Morales? Ou a manifestação do presidente tem o objetivo deliberado de encobrir esse fato?”, questionam.

Os parlamentares também querem saber se o Itamaraty “considera aceitável que o chefe das Forças Armadas de um país faça pronunciamentos coagindo presidentes a renunciarem”.

O grupo ainda pergunta se o governo Bolsonaro defende a realização de novas eleições na Bolívia e querem saber qual será o comportamento se Morales for eleito. “O governo brasileiro aceitará o resultado das eleições?”, perguntam.

 

 

*Jamil Chade/Uol

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Desmoronamento da direita na América do Sul é atribuído ao governo Bolsonaro

Após polêmica vitória de Evo Morales nas eleições bolivianas, os olhos dos sul-americanos se voltam agora para dois outros países da região, em meio a expectativas de uma retomada do crescimento da esquerda no subcontinente.

No poder desde 2006, o atual presidente da Bolívia ganhou o direito, nesta semana, de governar o seu país por mais um mandato, derrotando, ainda no primeiro turno, o centrista Carlos Mesa, em uma disputa marcada por trocas de acusações e muitos protestos.

Morales, apesar de algumas críticas, se mantém no cargo com uma boa popularidade e amplo reconhecimento internacional por suas conquistas, que incluem um sólido crescimento econômico e políticas muito bem sucedidas de combate à pobreza e ao analfabetismo.

Escândalos de corrupção associados a alguns problemas econômicos levaram a um desgaste da esquerda sul-americana que, em muitos países, propiciou um crescimento bastante significativo de representantes da direita, culminando, por exemplo, na eleição de nomes como o de Mauricio Macri na Argentina, Mario Abdo Benítez, no Paraguai, e Jair Bolsonaro, no Brasil.

Passado pouco tempo do início dessa chamada guinada à direita na América do Sul, com boa parte desses governos em crise, já há quem veja, no entanto, uma tendência de interrupção desse processo, evidenciada pela vitória de Evo Morales e pelas posições de destaque nas pesquisas de intenção de votos de “esquerdistas” como o argentino Alberto Fernández e o uruguaio Daniel Martínez, além de recentes manifestações vistas por alguns analistas como protestos contra o neoliberalismo.

Para o professor de Relações Internacionais Fernando Almeida, da Universidade Federal Fluminense (UFF), confirmado um novo mandato para Evo Morales na Bolívia, tudo indica que a o Brasil voltará a ser “cercado” por governos de esquerda no subcontinente, com o provável retorno do Partido Justicialista ao poder na Argentina e a possível permanência do partido Frente Amplio no governo do Uruguai.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista atribui em parte esse estancamento da direita na região ao cenário que se desenhou aqui no Brasil, com a administração de Jair Bolsonaro.

“O fato de ele apoiar políticos de um perfil que seja próximo ao dele não está beneficiando esses políticos. O que se vê lá fora a respeito de comentários sobre o governo Bolsonaro é, no mínimo, de tristeza. Quem gosta do Brasil fica até triste. É um baixíssimo perfil que nós temos atualmente, muito baixo. Algo que nunca houve”, opina o acadêmico.

Segundo Almeida, o atual governo brasileiro demonstra um “desconhecimento muito grande do mundo real”, o que acaba se refletindo em equívocos na relação com outros países. Um desses casos, ele destaca, é justamente o da Argentina, um dos principais parceiros do Brasil, onde a administração Bolsonaro chegou a tentar interferir demonstrando apoio a um dos lados em disputa na eleição e falando em possíveis represálias no caso de uma eventual volta do kirchnerismo.

“Isso é desconhecimento de muita coisa, né?”, comenta. “Houve uma ocasião em que o atual presidente disse que o fato de estarmos enviando três caminhões com abacate para a Argentina mostrava que o comércio exterior brasileiro com a Argentina ia muito bem. Eram três caminhões de abacate. Isso aí é abastecimento de feira. É um raciocínio ridículo.”

Ainda de acordo com o professor, a equipe que compõe o atual governo brasileiro vem errando tanto por falta de conhecimento quanto por “preconceito ideológico”.

“O nosso atual chanceler teve, em vários momentos, posições bastante radicais em relação a vizinhos. E até foi necessário que o vice-presidente, um general, interviesse, contendo esses impulsos um tanto belicosos. Espero que a coisa se desenvolva bem.”

 

 

*Com informações do Sputinik

 

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‘Judiciário virou partido político no continente’, diz Milagro Sala, presa política argentina

Primeira presa política de uma lista que já soma sessenta líderes populares perseguidos sob o governo de Mauricio Macri, na Argentina, Milagro Sala alerta que o judiciário não tem sido usado para fins políticos apenas em seu caso. Trata-se de um fenômeno continental, que aposta na toga como principal arma para deter quem “se mete com os poderosos” e se dedica à luta “em defesa do povo”.

De sua casa, em Jujuy, no Norte argentino, onde cumpre prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, a líder comunitária avalia que a semelhança entre casos como o dela não é mera casualidade. Rafael Correa, no Equador; Cristina Kirchner, na Argentina; Lula, no Brasil; mais dezenas de lideranças e ativistas têm sido vítima de processos judiciais que, insuflados pela pressão dos grandes meios de comunicação, já começam com suas sentenças decididas.

Sala se notabilizou como dirigente da organização Tupac Amaru, além de ter sido eleita deputada regional em 2013 e deputada do Parlamento do Mercosul (Parlasul) em 2015. Para ela, “na Argentina, dizemos que Macri usa o poder judicial como partido político. Por que digo isso? Lamentavelmente, a todo opositor, a todos que discordam dele e que incomodam seus negócios, a solução é sufocar com processos judiciais e mandar para a cadeia”.

O que acontece em seu país, diz é similar ao que se passa no Brasil. “O juiz Claudio Bonadio, que sempre esteve na linha de frente dos inúmeros processos contra a ex-presidenta Cristina Kirchner, hoje quer se aposentar, descansar”, ironiza.

Protagonista da luta por moradia e contra as desigualdades sociais em Jujuy, uma província muito menor que Buenos Aires, Sala argumenta: “Há 16 processos contra você. De repente, quatro juízes se juntam e te condenam, praticamente sem direito à defesa. É difícil acreditar que não há fins políticos nesse tipo de prática. Eu venho falando desde que Gerardo Morales foi eleito, em 2015: o governador de Jujuy quer me ver presa. Ponto”.

O conluio entre grandes meios de comunicação e setores do Judiciário para produzir condenações a partir de denúncias vitaminadas pelo martelo da mídia, e com fins quase sempre políticos, tem a ver com o conceito de lawfare, bastante utilizado para explicar, por exemplo, como Sergio Moro se converteu em herói nacional e prendeu Lula sem provas. Milagro Sala, pelo menos por enquanto, não teve a oportunidade de contar com vazamentos como os revelados pelo site The Intercept Brasil, conhecidos como Vaza Jato. As entranhas de sua condenação por “associação ilícita”, “fraude contra o Estado” e “extorsão” permanecem ocultas nos bastidores.

“O papel dos meios de comunicação no meu processo foi nefasto. Eles seguem uma pauta quase publicitária sobre seus interesses”, opina. “Não há democracia nos meios de comunicação. O que há, de fato, é um setor corporativo que responde a todos os caprichos do governo de turno. Isso quando estão alinhados aos seus interesses, é claro”.

Entenda o caso de Milagro Sala

A líder jujeña foi presa em janeiro de 2016, tão logo Macri sentou-se à cadeira presidencial, por participar de um acampamento em frente ao Palácio de Governo de Jujuy, em protesto contra políticas de Gerardo Morales referentes às cooperativas locais. Foi acusada de incitar a violência e causar distúrbios, mas liberada alguns dias depois. Em 2018, porém, foi condenada a 13 anos de prisão, tendo direito ao cárcere domiciliar, conseguido por meio de uma medida cautelar, após apelo feito à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) — sua detenção é considerada arbitrária por órgãos como a Procuradoria de Violência Institucional da Argentina e por organizações como a Anistia Internacional.

Conhecido como o caso dos “Pibes Villeros” (“garotos favelados”), Sala foi acusada de cometer uma série de delitos por conta do trabalho realizado pela organização Tupac Amaru, no Norte argentino. O movimento começou de forma tímida, atuando como o que os argentinos chamam de “copa de leche” (“copo de leite”): um centro comunitário para distribuir leite e comida para crianças carentes.

Sob os governos de Néstor e Cristina Kirchner, o Tupac Amaru cresceu e tornou-se fundamental na vida de centenas de famílias. A organização passou a participar de programas do governo que, diante do desinteresse da iniciativa privada em desenvolver regiões mais pobres do país, estimulou políticas de financiamentos de cooperativas para a construção de moradias — são essas políticas que estão sendo criminalizadas no processo contra a ativista, acusando-a de desvio de recursos. De lá pra cá, porém, o movimento liderado por Sala foi responsável pela construção de nada menos que 3 mil casas, uma escola, um centro de saúde, três fábricas (uma têxtil, uma metalúrgica e uma de blocos de concreto), além de 27 piscinas.

Piscina construída pela cooperativa Tupac Amaru. Foto: Reprodução

Ao fim da década de 1990, quando fizemos muitas marchas e protestos, as estatais estavam abandonadas. Sem contratos e sem emprego. Um cenário desastroso, muito parecido com o que está se repetindo agora, com Macri”, relata Sala. “Sempre discutimos que a educação e a saúde precisavam de atenção urgente na Argentina. Com pouco dinheiro poderíamos fazer muito. Nos organizamos e começamos a construir as moradias com apoio dos governos de Néstor e Cristina Kirchner. Criamos um sistema de salários aos trabalhadores desta cooperativa. Construímos fábricas, colégio e hospital. Fizemos muita coisa com pouco dinheiro, se comparado com o que as empreiteiras gastam”.

A ideia das fábricas e da escola, conforme explica, foi apostar na formação técnica e profissional da população, para que não dependessem do movimento social. “Construímos 27 piscinas para natação e lazer, onde havia apenas duas piscinas públicas. Era comum que crianças de origem indígena ou negras tivessem o acesso negado a elas. As piscinas que construímos são para todos”, diz.

“Além de mim, são mais 11 companheiros presos em Jujuy. Nossa província tornou-se um laboratório da perseguição judicial a líderes populares. Não nos perdoam por isso, pelo trabalho que fizemos, assim como, na minha opinião, não perdoam Lula, que eu acredito plenamente ser inocente, por ter dado o direito de os pobres terem casa, emprego e acesso à educação”.

Falando em Brasil, Milagro Sala não perdeu a oportunidade de emitir sua opinião sobre Jair Bolsonaro. “O que ele faz com os povos originários, a quem eu chamo de irmãos, é destrutivo e lamentável. Ele ataca pessoas que, hoje, não podem se defender, pois não tem a mão do Exército e nem o poder judicial ao seu lado”, salienta. “A verdade é que me dói na alma. É claro que a finalidade do que fazem é para apropriarem-se das terras, que pertencem aos indígenas, mas que eles querem espremer até a última moeda”.

Sala também criticou a escalada de ataques à liberdade de expressão, a censura nas artes e os cortes na educação. “É escandalosa a forma como o governo de Bolsonaro está atacando a cultura, a educação, e os direitos. Está sendo um excelente aluno do FMI, em resumo. Isso apenas reforça como é importante o povo argentino recuperar e fortalecer a sua democracia, pois nos custou muito caro conquistá-la após a ditadura”.

Eleição na Argentina: onda de esperança

Após quatro anos de remédios amargos típicos do neoliberalismo, cujos efeitos foram a volta da dívida da externa, altos índices de desemprego e uma economia devastada, os argentinos vão às urnas no domingo, 27 de outubro, escolher qual candidato assumirá o complexo desafio de tirar o país do buraco.

Nas eleições primárias, realizadas em agosto, a vitória de Alberto Fernández, que tem Cristina Kirchner como candidata à vice-presidência, foi acachapante: o candidato da Frente de Todos obteve 50% das intenções de voto, contra 30% de Macri, placar que aponta um cenário desesperador para o atual mandatário. Segundo pesquisas de sete institutos diferentes, é muito provável que o candidato do Cambiemos seja derrotado ainda no primeiro turno — as projeções preveem que o mega-empresário precisaria de, pelo menos, 2,5 milhões de votos para voltar a sonhar com o segundo turno.

“Sabemos que toda a América Latina está na expectativa para o que vai acontecer aqui no domingo”, pontua Sala. “Temos tudo para nos libertarmos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da cartilha neoliberal. É o que sentimos. Já nos livramos das amarras do FMI no começo dos anos 2000. Não vai ser fácil, mas precisamos reconstruir nossa pátria. Precisamos entregar aos nossos jovens e aos nossos filhos uma pátria, não uma colônia”.

Segundo ela, é injusto que em um país tão rico como Argentina haja tantos pobres, tantos aposentados em situação de miséria e tantas crianças na rua. “Nunca estivemos tão mal. É impressionante e está totalmente relacionado com o barril de pólvora que tem se tornado o continente, devido às consequências do retorno do neoliberalismo e de governos de direita”, argumenta, fazendo referência às convulsões sociais no Equador e no Chile.

Inimiga declarada dos governos de Néstor e Cristina Kirchner, a imprensa monopolizada pelo grupo Clarín também foi alvo de críticas quanto ao debate eleitoral: “Na Argentina, a mídia está interditando todo e qualquer debate mais profundo e urgente sobre as propostas para o país. Nos debates televisivos, ninguém fala sobre como sair da crise. É uma postura arrogante, que desdenha a capacidade de compreensão da realidade por parte dos que mais sofrem”.

 

Por Felipe Bianchi, para o ComunicaSul*, de Buenos Aires/Argentina

*Do Blog Barão de Itararé

 

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Emir Sader: A contraofensiva da direita perde força no mundo

Para o cientista político Emir Sader, “a contraofensiva da direita no mundo perde força e abre a perspectiva para que um novo ciclo de governos antineoliberais possa marcar um terceiro momento no século XXI.

Depois de uma primeira década marcada por governos antineoliberais na América Latina, que projetavam Hugo Chávez, Lula, Nestor e Cristina Kirchner, Pepe Mujica, Evo Morales e Rafael Correa como os grandes líderes políticos da esquerda em escala mundial, a direita retomou a iniciativa e a ofensiva. Conseguiu isolar o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, eleger Maurício Macri na Argentina, impor uma derrota a Evo Morales no referendo sobre o direito de se candidatar à reeleição, derrubou o governo da Dilma, prendeu o Lula e elegeu Bolsonaro, reverteu a vitória do sucessor de Rafael Correa no Equador, fortaleceu as candidaturas de direita no Uruguai, elegeu Ivan Duque na Colômbia, novamente Sebastian Pinera no Chile. O cenário latino-americano mudou radicalmente, de forma consonante com mudanças fundamentais no cenário global.

Em escala mundial, o cenário era comandado pelo Brexit e pela eleição de Donald Trump nos EUA, por governos direitistas na Itália, na Polônia, na Hungria, entre outros. Johnson rapidamente perdeu o controle do seu próprio partido diante da tentativa de saída sem negociação do Brexit e fracassa. O próprio Trump teve que mandar embora Bolton, seu “senhor da guerra”, que também fracassou na sua tentativa de resolver os conflitos pela generalização de núcleos de guerra pelo mundo afora, quando os EUA não conseguiram ainda nem sequer sair do Iraque e do Afeganistão. Fracassa a versão mais radical do trumpismo.

A agenda mundial, que havia assumido tons conservadores, com retrocessos profundos, com as duas cabeças do bloco ocidental há mais de um século, em retrocesso da globalização, deixando um vazio de liderança, se esgota. Trump tem que mudar as formas de enfrentar os conflitos. Johnson se choca com uma maioria parlamentar que bloqueia seu projeto. Salvini é derrotado e substituído por um governo moderado, que reabre as fronteiras da Itália para os imigrantes e derrota a extrema direita. Um governo socialista na Espanha vai se unir ao de Portugal, como governos alternativos às políticas de ajuste imperantes na Europa.

Na Argentina, a espetacular vitória de Macri há quase quatro anos, com o restabelecimento do modelo neoliberal, que o levou rapidamente à rejeição e a uma não menos espetacular derrota, demonstrou que a direita não tem alternativa a esse modelo que promove os interesses do capital financeiro e ataca frontalmente os direitos da grande maioria da população. Por isso se esgota rapidamente e fracassa.

Na Argentina, a espetacular vitória de Macri há quase quatro anos, com o restabelecimento do modelo neoliberal, que o levou rapidamente à rejeição e a uma não menos espetacular derrota, demonstrou que a direita não tem alternativa a esse modelo que promove os interesses do capital financeiro e ataca frontalmente os direitos da grande maioria da população. Por isso se esgota rapidamente e fracassa.

O cenário latino-americano vai mudando de novo, com a perspectiva de dois dos principais países do continente – México e Argentina – contarem com governos progressistas, isolando o governo de extrema direita do Brasil. As eleições na Bolívia e no Uruguai representam disputas entre governos antineoliberais, que mudaram de maneira tão positiva esses países, e tentativas de restauração neoliberal, ao estilo dos governos da Argentina – até este ano – e do Brasil.

 

 

*Do 247

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Babando de ódio, Bolsonaro xinga candidato a presidente da Argentina de “bandido” e governadores nordestinos de “cocô”

Depois do Financial Times jogar a toalha na Argentina: “It is game over for Argentina’s President Mauricio Macri” (‘o jogo acabou p/ Maurício Macri…’) considerando a derrota não apenas irreversível, mas humilhante, no Brasil em ataque de ira santa, Bolsonaro voltou a quebrar o decoro da presidência da República ao insultar o povo argentino e os prováveis futuros governantes de um país que é o maior importador de produtos industriais do Brasil. “Bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, disse ele, no Piauí, onde também chamou governadores nordestinos de “cocô”. Militares tentaram fazer com que ele se calasse, mas Bolsonaro se mostra insano e incontrolável.

Segundo a agencia (Reuters) Ensandecido, Bolsonaro disse nesta quarta-feira que “bandidos de esquerda” começam a voltar ao poder na Argentina, em referência ao resultado das primárias presidenciais no país vizinho, em que o presidente Mauricio Macri, aliado de Bolsonaro, foi derrotado por ampla margem por Alberto Fernández, que tem como candidata a vice a ex-presidente Cristina Kirchner.

Em evento na cidade de Parnaíba, no Piauí, Bolsonaro também disse que a “turma vermelha” será varrida do Brasil nas próximas eleições e que a Argentina começa a trilhar o caminho da Venezuela.

“Olha o que está acontecendo com a Argentina agora. A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, disse o presidente no discurso, transmitido ao vivo em uma rede social.

“Nas próximas eleições, nós vamos varrer essa turma vermelha do Brasil”, afirmou. “Nós juntos vamos varrer a corrupção e o comunismo do Brasil.”

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Vídeo: Bolsonaro, em discurso no Mercosul, constrange presidentes com gafes e provocações

A 54ª Cúpula do Mercosul terminou nesta quarta-feira (17) na cidade argentina de Santa Fé com uma série de provocações e gafes que surpreenderam pelo tom jocoso aquilo que deveria ser o momento mais sério da reunião: os discursos de fechamento.

Após abrir o plenário com um discurso que exaltava a nova fase de prosperidade e dinamismo do Mercosul a partir do recém-fechado acordo com a União Europeia, o presidente argentino Mauricio Macri passou a palavra ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com uma provocação. “É a vez agora do Jair Bolsonaro, querido amigo, mas sem falar sobre o VAR porque, disso, não vamos falar”, cutucou.

Ao tomar a palavra, o presidente brasileiro, que acusa os líderes de esquerda da região de populistas e de autoritários, surpreendeu ao elogiar o bolivariano presidente da Bolívia, Evo Morales: “Morales, já estava com saudades (de você) depois que eu o vi na minha posse no Brasil”. Foi a primeira vez que Bolsonaro teve palavras cálidas com um líder de esquerda.

Mais adiante, o tratamento afável seria interrompido. Os líderes de esquerda da região usam a expressão “Pátria Grande” para se referirem a uma América Latina unida como se fosse um único país integrado. A expressão é sempre usada por Evo Morales, mas o brasileiro prefere a expressão de Donald Trump, “América Grande”.

“Não queremos na América do Sul uma ‘Pátria Grande’. Queremos que cada país seja autônomo, democrático e grande como diz o Trump na sua ‘América Grande’”, comparou Bolsonaro. Enquanto o presidente brasileiro discursava, o chileno Sebastián Piñera entrava no plenário sem procurar fazer alarde por chegar atrasado. Bolsonaro interrompeu o seu discurso para cumprimentar o seu amigo que entrava de fininho: “Bem-vindo, Piñera! Ei, Piñera! Bem-vindo!”, exclamou. Piñera, no entanto, não respondeu.

“O seu problema é com o Peru; não com o Brasil”, disparou Bolsonaro ao presidente chileno, entre risos. Segundos depois, esclareceu: “Na Copa América, quero deixar bem claro”. Mas a gafe já estava lançada. Peru e Chile mantêm uma longa tensão desde a Guerra do Pacífico, no século XIX, quando o Chile invadiu o Peru, ganhou a guerra e ficou com parte do território peruano.

Mais adiante, Bolsonaro voltaria a chamar o seu colega chileno ao mencionar o Chile. “Cadê o Piñera?”, perguntou. “Agora está bem localizado”, disse. Piñera novamente nem olhou. Bolsonaro também comparou a reforma da Previdência que promove no Brasil à quimioterapia. “Apesar de a reforma ser como uma quimioterapia, é necessária para o corpo sobreviver”, ilustrou.

O tema é politicamente delicado para outros países da região como o Chile que enfrenta críticas pelo seu sistema de capitalização, justamente aquele que Paulo Guedes quer implementar no Brasil. Também a Argentina que precisará reformar o seu sistema previdenciário. Por sorte, não havia nenhum líder australiano para ouvir a opinião de Bolsonaro sobre a carne da Austrália.

“Conversando com o primeiro-ministro japonês, eu o convidei ao Brasil para provar o nosso churrasco. Mas até brinquei com ele. Disse que o churrasco da Austrália era genérico perto do nosso. E também perto do da Argentina e perto do do Uruguai, para não deixar os nossos colegas fora disso”, comentou. Mas talvez “Argentina e Uruguai” tivessem preferido ficar de fora da brincadeira.

Fora do discurso, uma contradição aconteceu em nível ministerial. O Mercosul fará um estudo para avaliar a possibilidade de adotar uma moeda comum. O tema foi discutido entre ministros da Economia e presidente dos Bancos Centrais dos países que compõem o bloco.

“Vamos fazer um estudo profundo sobre as mudanças e as vantagens potenciais de uma moeda comum”, anunciou o ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne. Horas antes, o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, tinha relativizado: “Do ponto de vista objetivo, não houve nada ainda. Do nosso ponto de vista, é um horizonte distante”.

Outra contradição do presidente Bolsonaro. No discurso, pregou o “zelo nas indicações às Embaixadas sem vieis ideológico”. Mas o vieis ideológico só vale quando se trata da esquerda. Para defender a indicação do seu filho, Eduardo Bolsonaro, como embaixador nos Estados Unidos, o pai Bolsonaro usou como exemplo o tratamento preferencial que daria a líderes da direita.

“Imaginem se o filho do Macri (Mauricio Macri, presidente argentino) fosse embaixador no Brasil e ligasse para mim, querendo falar comigo. Quando vocês acham que ele seria atendido. Amanhã, semana que vem ou imediatamente?”, ilustrou. Um repórter quis saber, então, se o eventual futuro embaixador Eduardo Bolsonaro receberia também petistas na Embaixada. “Petista com bandeirinha do PT no peito? Ninguém. Embaixada não é lugar de se fazer política”, sentenciou Bolsonaro.

Assista ao vídeo

https://youtu.be/3afHSTDCuEE?t=153

 

 

*Com informações do GGN

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BRICS excluem Brasil de Bolsonaro em reunião marcada no G20

Brasil, isolado internacionalmente, segue ladeira abaixo, é só vexame.

Os BRICs se reunirão no G20 em Osaka, no Japão sem a presença de Jair Bolsonaro. o encontro foi marcado pelos líderes Xi Xinping, da China, Vladimir Putin, da Rússia, e Narendra Modi, da Índia; Bolsonaro terá a mixaria de um encontro com Maurício Macri e tentativa de um aperto de mão de Donald Trump.

“O presidente Xi Jinping, durante a cúpula do G20, vai participar de uma reunião dos líderes no formato trilateral Rússia-Índia-China”, disse o diplomada em uma entrevista coletiva.

Bolsonaro, por sua vez, que marcará presença na reunião do G20, disse que terá reuniões bilaterais e, ao lado de Macri, tentará uma reunião conjunta com Donald Trump. E assim segue o complexo de vira-lata que envergonha o Brasil.

 

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Peso Real: Brasil e Argentina pretendem criar moeda única; Rodrigo Maia faz críticas

Peso Real, sim, este é o nome  de uma possível moeda comum entre Brasil e Argentina.

Após encontro com empresários em Buenos Aires nessa quinta-feira (6), Bolsonaro e Paulo Guedes disseram que Brasil e Argentina pretendem criar moeda única.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no Twitter, fez críticas questionando: “será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6,00? Inflação voltando? Espero que não.

Brasil e Argentina, com Jair Bolsonaro e Maurício Macri, se alinham politicamente na extrema-direita, sendo assim, não é de se estranhar que também se alinhem nas políticas macroeconômicas a ponto de se chegar a uma moeda comum.

Como Macri está perdido na condução da Argentina, com uma crise econômica de não fazer inveja, está se agarrando a qualquer fio de linha.

Quando pensamos ter visto de tudo, deparamo-nos com um grande engano.