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Militares no poder: desmanche, morticínio e corrupção

“O desastre do governo militar, que se afoga num mar de corrupção e morticínio ao mesmo tempo em que arruína o país, já se reflete na perda de prestígio dos militares e na queda da confiança da população nas Forças Armadas”, escreve Jeferson Miola.

Ao atuarem como facção político-partidária que detém o poder e comanda o país, os militares ficaram, naturalmente, sujeitos a maior escrutínio público. Segredos, lendas e “mistérios” da vida castrense guardados a 7 chaves no mundo hermético em que se encapsulam e escapam ao controle civil, agora vêm ao conhecimento geral.

Encobertos pelo manto do falso-moralismo, do falso-profissionalismo e do falso-legalismo das Forças Armadas, ao longo de décadas os militares lograram sedimentar na sociedade brasileira a auto-imagem de baluartes “puros, incorruptíveis e competentes”.

Consideram-se fundadores da consciência nacional e tutores da Nação. Estão convencidos de que incumbe a eles, e não aos civis “impuros, corruptos e incompetentes”, a tarefa de conduzir a Nação ao encontro com seu destino.

O conhecimento, entretanto, de privilégios, corrupção, nepotismos e desvios anti-republicanos mostra que a realidade é bastante diferente.

A sociedade finalmente está descobrindo a opulência nos quartéis bancada com dinheiro público: alta litragem de uísque 12 anos, conhaque de grife e cervejas; toneladas de lombo de bacalhau, picanha e de outros cortes nobres de carne; leite condensado a preço de ouro e outros caprichos do gênero.

Mais de 85% das verbas do ministério da Defesa são destinadas ao pagamento de salários, aposentadorias e pensões. Ao redor de 87 bilhões de reais do orçamento nacional são carreados todo ano para a “família militar”, que é composta por 805 mil integrantes, dentre militares da ativa [358 mil], da reserva [189 mil] e pensionistas [257 mil].

Para se ter noção da magnitude deste valor, basta comparar com o orçamento do SUS em 2021, de R$ 145 bilhões para atender 210 milhões de brasileiros/as.

O investimento na defesa da soberania deve ser uma prioridade nacional. O enorme sacrifício da sociedade brasileira em canalizar altas somas do orçamento nacional [R$ 100,9 bi] para gastos militares não tem assegurado, apesar disso, uma eficaz política de defesa nacional, visto que a quase totalidade do orçamento militar do país dirige-se ao pagamento de salários, aposentadorias e pensões de dependentes de militares.

Reportagem do jornal Estadão mostrou que 137,9 mil pensões são pagas a filhas de militares mortos. Dezenas delas recebem acima do teto constitucional de R$ 39,3 mil. A matéria menciona que “em fevereiro deste ano, eram 14 casos de pensionistas que ganhavam mais de R$ 100 mil líquidos, já depois dos descontos”. A pensão mais antiga data do ano 1930 do século passado.

É notório o caso da neta do ditador Emilio Garrastazu Médici, adotada por ele como filha poucos meses antes do seu falecimento em 1985, o que assegura a ela uma pensão mensal vitalícia de R$ 32,6 mil. Lamentavelmente, burlas e fraudes como esta não são incomuns.

Neste período de governo militar, os militares infestaram o aparelho de Estado com mais de 10 mil oficiais em cargos técnicos de natureza civil. Criaram artifícios para receberem salários “duplex” e extra-teto. Afora casos de nepotismo cruzado, mordomias, favorecimentos e, claro, de “tenebrosas transações”, negociatas e esquemas bilionários de corrupção, como no ministério da Saúde comandado por ninguém menos que um general da ativa do Exército.

Enquanto aprovam no Congresso o congelamento dos salários do funcionalismo civil das três esferas de governo, os militares se concedem ganhos salariais. Eles aumentam a idade mínima para aposentadoria e reduzem os proventos dos trabalhadores civis dos setores público e privado, ao mesmo tempo em que ficam imunes à reforma previdenciária e garantem condições vantajosas para a “família militar”.

Mas nem só de corrupção é feito o governo militar. O morticínio que já se aproxima das 530 mil vidas perdidas é um legado catastrófico que ficará marcado para sempre na história do Brasil.

Os generais da ativa e da reserva, chefes políticos do governo militar, são os reais responsáveis pelo extermínio de centenas de milhares de compatriotas, e deveriam, por isso, estar respondendo pelos seus crimes e negligências na CPI da pandemia. Mas, por enquanto, estão conseguindo se safar. A revelação, contudo, dos esquemas mafiosos de oficiais do Exército e do líder do governo com o conhecimento do Bolsonaro, poderá levar à investigação e responsabilização deles na CPI.

O país está sendo devastado em todos sentidos. Está em curso um feroz e brutal processo de desmanche do Brasil. Nesta verdadeira guerra de saqueio das riquezas nacionais, liquidação do patrimônio estatal e pilhagem dos fundos públicos, o Exército atua como a força de ocupação que oportuniza a perpetração deste terrível ataque à soberania nacional.

O desastre do governo militar, que se afoga num mar de corrupção e morticínio ao mesmo tempo em que arruína o país, já se reflete na perda de prestígio dos militares e na queda da confiança da população nas Forças Armadas. A repulsa à presença dos militares na política é cada vez mais amplificada nas mobilizações de rua pelo Fora Bolsonaro!.

A interrupção deste processo de desmanche, corrupção e morticínio é a maior urgência deste período histórico dramático.

O primeiro passo para isso é o impeachment do Bolsonaro, o biombo que esconde por trás de si os reais responsáveis pela hecatombe nacional – os chefes políticos que conspiraram contra a democracia, emparedaram as instituições e partidarizaram as Forças Armadas, transformando-as em facção política da extrema direita.

*Jeferson Miola/247

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Vídeo: Bolso Família, o programa da família Bolsonaro

Não é rachadinha do clã, é grossa corrupção. É formação de quadrilha, peculato, improbidade administrativa, roubo do erário.

Assista:

*Da redação

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Corrupção: Hidrelétricas jogaram fora água de reservatórios para acionar e dar lucros a usinas privadas

A denúncia é muito grave, é uma das piores formas de corrupção.

Segundo matéria publicada no Monitor Mercantil, o volume de água que entrou nos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras durante o último ano é o quarto melhor ano da última década, equivalente a 51.550 MW médios. No entanto, o volume de energia produzida por hidrelétricas ficou em 47.300 MW médios, ou seja, 4.250 MW médios abaixo da quantidade de água que entrou nos reservatórios no mesmo período, o equivalente a uma usina de Belo Monte.

“O fato é que entrou mais água nos reservatórios (energia natural afluente) do que saiu pelas turbinas para gerar energia (vazão turbinada)”, denuncia a Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), com base em dados oficiais do Operador Nacional do Sistema (ONS).

“É falso alegar que os reservatórios estão vazios por uma suposta seca no Sudeste brasileiro”, explica o MAB em artigo. Para a entidade, o esvaziamento dos reservatórios das usinas ocorreu em plena pandemia, quando houve uma queda média de 10% no consumo nacional de eletricidade.

“Os reservatórios foram esvaziados sem que houvesse necessidade de atender a um aumento na demanda, uma vez que ela diminuiu.” Segundo o MAB, em diversas usinas, como Itaipu, a operação foi realizada “com evidente interesse de gerar escassez para explodir as tarifas. Toda essa água vertida poderia ter sido armazenada ou transformada em energia, sem aumento dos custos”.

Se algumas usinas jogaram água fora, outras foram acionadas para produzir acima da média, “principalmente as privadas, o que também levou ao esvaziamento”. “Aqui, predomina a lógica de que quanto mais vazios os lagos, mais alto é o preço”, acusa o MAB.

Sem hidreletricidade, acionam-se as termelétricas, muito mais caras. “E sabemos que, em geral, os donos das hidrelétricas também são donos das termelétricas.” Enquanto várias hidrelétricas estatais vendem energia a R$ 65/MWh, térmicas cobram acima de R$ 1 mi. A usina William Arjona (MS) foi autorizada pela Aneel a cobrar R$ 1.520,87/MWh, denuncia a entidade.

Chance de racionamento é de 3%

“Teremos racionamento de energia? Risco é menor do que 3%”, calculam Victor Bruke e Maira Maldonado, analistas da XP. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, eles afirmam que, no cenário base, não veem necessidade de racionamento de energia nos próximos 12 meses.

“Embora, estimamos que os reservatórios atinjam níveis historicamente baixos (18% em novembro/2021 para o SIN consolidado), há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas.”

“De acordo com nossas estimativas, a probabilidade de a energia natural afluente (ENA) ficar abaixo de 50% (e portanto de termos racionamento) é de 3%”, concluem.

Matheus Albergaria, professor de Economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), acredita que uma possível crise hídrica causada pela seca dos reservatórios pode vir a aumentar o preço da energia.

“Se acontecer a seca dos reservatórios, poderá ocorrer um aumento no preço da energia, devido ao choque adverso de oferta. Mas esse aumento pode não ser tão pronunciado, caso ocorra maior abertura da economia. De fato, o próprio processo de abertura ao comércio internacional dependerá dos cenários político e econômico domésticos, ainda atrelados às campanhas de vacinação contra a Covid-19 nos estados e municípios brasileiros”, finaliza Albergaria.

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Dada a largada: O povo já está nas ruas gritando Fora Bolsonaro!

Com o grito de “fora Bolsonaro!” entalado na garganta, o povo, com cada vez mais gana de arrancá-lo da cadeira da presidência, já está nas ruas, lutando para ter a sua vida de volta, a dignidade, a cidadania.

Os atos estavam marcados para acontecer no dia 24 de julho, mas diante dos recentes escândalos envolvendo compra de vacinas as mobilizações foram antecipadas.

Além do descaso e da promoção da morte de 520 mil brasileiros por covid, entre outras aberrações do governo Bolsonaro, agora, vem à tona o escândalo de corrupção na compra de vacinas. BASTA! É o que o povo expressa das inúmeras cidades Brasil afora.

Sigamos acompanhando ao longo deste sábado.

Confira:

https://twitter.com/fredmarques_68/status/1411331347029823490?s=20

*Da redação

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É amanhã 3J: Brasileiros vão às ruas contra o genocídio e a corrupção. Veja as cidades

Impulsionados pelo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, após denúncias de corrupção na compra de vacinas durante a CPI da Covid, o Brasil volta às ruas no ato #3JForaBolsonaro; confira horários e locais.

Neste sábado, 3, mais de 200 cidades brasileiras confirmaram a participação do ato #3JForaBolsonaro. Após as denúncias da CPI da Covid sobre a corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 e impulsionados pelo pedido coletivo de impeachment, os brasileiros voltam às ruas.

O presidente Lula, ao comentar sobre os mais de 120 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro, parabenizou as forças de oposição e os movimentos sociais. Ele acredita que as manifestações de rua podem resultar no convencimento do presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, a acatar o pedido.

Bolsonaro | Brasil
Brasileiros vão às ruas amanhã contra genocídio e corrupção
Impulsionados pelo pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, após denúncias de corrupção na compra de vacinas durante a CPI da Covid, o Brasil volta às ruas no ato #3JForaBolsonaro; confira horários e locais
02/07/2021 14h09 – atualizado às 15h21
PT Nacional

Brasileiros protestam neste sábado pelo ato #3JForaBolsonaro
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Milhares gritam “fora Bolsonaro” em mais de 200 cidades; veja fotos e vídeos

Neste sábado, 3, mais de 200 cidades brasileiras confirmaram a participação do ato #3JForaBolsonaro. Após as denúncias da CPI da Covid sobre a corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 e impulsionados pelo pedido coletivo de impeachment, os brasileiros voltam às ruas.

O presidente Lula, ao comentar sobre os mais de 120 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro, parabenizou as forças de oposição e os movimentos sociais. Ele acredita que as manifestações de rua podem resultar no convencimento do presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, a acatar o pedido.

O protesto #3JForaBolsonaro sucede as grandes manifestações realizadas em 29 de maio e 19 de junho, que reuniram milhares de pessoas nas principais capitais e cidades brasileiras cobrando do governo vacina para todos, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e comida no prato.

A Campanha Fora Bolsonaro, inciativa que se reúne há cerca de um ano e meio, é composta pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, as centrais sindicais, a Coalização Negra por Direitos, a UNE, a UBES, a CMP, o MTST, o MST, o Fórum Nacional de ONGs e outras diversas organizações.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, convoca militantes, ativistas e toda a população brasileira para ir às ruas. Assista:

 

Protocolos de segurança

Assim como nos atos anteriores, os organizadores da manifestação nacional orientam militares, ativistas e população à respeitar os protocolos de segurança, com distanciamento, usando máscaras e álcool em gel.

Veja abaixo a relação dos países, estados, cidades e locais das mobilizações confirmadas. Acompanhe a atualização nesta lista:

Norte

AC – Rio Branco – Palácio Rio Branco | 16h

AM – Manaus – Praça da Saudade | 15

PA – Altamira – Em frente a Equatorial (Celpa) | 8h30

PA – Belém – Praça da República | 8h

PA – Santarém – Praça de Eventos da Anísio Chaves | 17h

PA – Soure – Praça do Cruzeiro (Bolsonaro estará na cidade neste dia) | das 8h às 17h

RO – Porto Velho – Passeata Praça das 3 caixas d’água | 8h30

RO – Porto Velho – Carreata 7 de setembro com a Farquar | 8h30

RR – Boa Vista – Praça Germano Augusto Sampaio | 9h

TO – Palmas – Parque dos Povos Indígenas | 16h

Nordeste

AL – Maceió – Praça Centenário | 9h

BA – Ilhéus – Praça da Irene, Av. Soares Lopes | 12h30

BA – Itabuna – Jardim do Ó | 9h

BA – Jequié – Praça Luiz Viana | 9h

BA – Salvador – Largo do Campo Grande | 14h

BA – Seabra – Praça do Mercadão | 9h

CE – Fortaleza – Praça Portugal | 15h

CE – Fortaleza – Praça da Gentilândia | 15h

CE – Tianguá – Rodoviária de Tianguá | 8h

MA – Imperatriz – Praça de Fátima | 8h

MA – São Luís – Praça Deodoro seguindo até a Ponte do São Francisco | 8h

MA – Santa Inês – Praça das Laranjeiras | 8h

PB – Cajazeiras – Praça da Prefeitura | 9h

PB – Campina Grande – Caminhada Praça da Bandeira e Carreata Parque do Povo | 8h30

PB – João Pessoa – Caminhada Lyceu Paraibano | 9h

PB – Patos – (*Aguardando infos)

PE – Caruaru – INSS | 9h

PE – Recife – Praça do Derby | 9h

PE – São José do Egito – Rua da Baixa – Em frente a estátua do Poeta | 9h

PI – Parnaíba – Av. Pinheiro Machado com Samuel Santos | 16h

PI – Teresina – Praça Rio Branco | 9h

SE – Aracaju – Praça da Bandeira | 14h

RN – Natal – Midway | 15h

Centro-Oeste

DF – Brasília – Praça dos Três Poderes | 16h

GO – Catalão – Praça Getúlio Vargas | 9h

GO – Goiás – Praça Cívica | 9h

MT – Cuiabá – Ato Simbólico Prainha | 6h

MT – Cuiabá – Carreata Sesc Arsenal | 8h

MT – Cuiabá – Ato de rua praça Alencastro | 10h

MS – Campo Grande – Praça do Rádio | 9h

MS – Terenos – (*Aguardando infos)

Sudeste

ES – Vitória – UFES | 14h

MG – Barbacena – Praça São Sebastião | 9h30

MG – Belo Horizonte – Praça da Liberdade | 14 h

MG – Brumadinho – Na Avenida esquina com a Quintino Bocaiúva | 9h

MG – Campo Belo – Praça dos Expedicionários | 10h

MG – Caxambu – Carreata Ginásio Poliesportivo Jorge Cury | 9h30

MG – Congonhas – Feira do Produtor Rural | 7h30

MG – Conselheiro Lafaiete – Praça Tiradentes | 13h

MG – Divinópolis – Rua São Paulo com Primeiro de Junho | 9h

MG – Formiga – Praça da Matriz | 19h

MG – Governador Valadares – Mercado Municipal | 10h

MG – Ipatinga – Praça 1 de Maio | 9h

MG – Itabira – Rodoviária | 10h

MG – Itajubá – Praça Wenceslau Braz | 11h

MG – Itaúna – Praça da Matriz | 09h

MG – João Monlevade – Praça do EPA (Cruzeiro Celeste) | 9h30

MG – Juiz de Fora – Parque Halfeld | 10h

MG – Mariana – Central | 10h

MG – Montes Claros – Praça Dr. Carlos | 09h

MG – Oliveira – Praça São Sebastião | 10h

MG – Ouro Branco – Canteiro Central da Av. Mariza | 10h

MG – Ouro Preto – Caminhada Terminal Turístico do Veloso | 9h30

MG – Passos – Estação Cultura | 15h

MG – Patos de Minas – Praça do Coreto | 10h

MG – Poços de Caldas – Passeata Coreto (Praça Pedro Sanches) | 15h

MG – Pouso Alegre – Praça da Catedral | 10h

MG – Ribeirão das Neves – Banco do Brasil Lagoinha | 9h

MG – Sacramento – Praça do Perpétuo Socorro | 9h

MG – São João del Rei – Teatro Municipal | 10h

MG – São Lourenço – Calçadão II | 15h

MG – Sete Lagoas – Praça Tiradentes | 9h

MG – Tiradentes – Em frente a Matriz | 10h

MG – Ubá – Praça Guido | 09h

MG – Uberaba – Praça Rui Barbosa | 10h

MG – Uberlândia – Praça Ismene Mendes | 9h30

MG – Varginha – Praça do ET | 10h

MG – Viçosa – Saindo da UFV | 9h30

RJ – Barra Mansa – Praça da Matriz | 11h

RJ – Campos – Praça São Salvador | 9h

RJ – Macaé – Praça Veríssimo de Mello | 9h30

RJ – Miguel Pereira – Em frente à Fornemat | 11h

RJ – Nova Iguaçu – Praça dos Direitos Humanos via Light esquina com Dom Walmor | 9h

RJ – Paty dos Alferes – Praça George Jacob Abdue | 9h

RJ – Petrópolis – Praça da Inconfidência | 11h

RJ – Rio de Janeiro – Em frente ao “Balança mas não cai” na Av. Presidente Vargas 2007 | 9h

RJ – Rio de Janeiro – Cinelândia | 13h

RJ – Rio de Janeiro – Monumento Zumbi | 10h

RJ – Saquarema – Praça do Coração | 15h

RJ – São Fidélis – Praça Guilherme Tito de Azevedo | 9h30

RJ – Teresópolis – Praça do Sakura até Fonte Judith | 9h

RJ – Três Rios – Praça São Sebastião | 16h

RJ – Valença – Jardim de Cima | 9h30

SP – Amparo – Em frente à Prefeitura | 10h

SP – Araçatuba – Praça Rui Barbosa | 10h e Carreata na Praça Olímpica | 10h

SP – Bauru – Praça Rui Barbosa | 9h

SP – Botucatu – Largo São José | 14h

SP – Campinas – Largo do Rosário | 10h

SP – Carapicuíba – Bairro Cidade Ariston (Início da Av. Dante Carraro) | 10h

SP – Cotia – Praça da Matriz | 13h

SP – Guaratinguetá – Praça da Estação | 10h

SP – Jacareí – Pátio dos Trilhos | 9h30

SP – Jaguariúna – Praça Umbelina Bueno | 10h

SP – Jundiaí – carreata no Paço Municipal | 9h30 e ato na Ponte Torta | 11h

SP – Limeira – Av Maestro Xixirri (próx. ao Campo do Galo) | 9h30

SP – Osasco – Em frente à Estação de Osasco (ato segue rumo a Av. Paulista) | 12h30

SP – Piracicaba – Mercadão Municipal | 9h

SP – Praia Grande – Praça 19 de janeiro | 10h

SP – Ribeirão Preto – Esplanada Teatro Pedro II | 9h

SP – Salto – Praça XV de Novembro | 15h

SP – São Carlos – Arredores do Mercadão | 10h

SP – São João da Boa Vista – Praça Coronel José Pires | 15h

SP – São José do Rio Preto – Em frente à Prefeitura | 14h30

SP – São Paulo – MASP | 15h

SP – Sorocaba – Carreata em frente a Prefeitura | 9h

SP – Suzano – Praça dos Expedicionários | 10h

SP – Vinhedo – Praça Sant’Anna | 11h
Sul

PR – Antonina – Carreata e Bicicletada Praça Coronel Macedo | 9h

PR – Apucarana- Carreata Rodoviária de Apucarana | 9h

PR – Campo Mourão – Carreata Escola CAIC | 9h30

PR – Cascavel – Carreata em frente ao Tuiutí sentido à Prefeitura | 9h

PR – Cianorte – Carreata Praça Duque de Caxias (Av. Arthur Thomas) | 9h30

PR – Curitiba – Praça Santos Andrade | 15h

PR – Foz Iguaçu – Praça da Paz | 9h

PR – Francisco Beltrão – Praça da Matriz | 10h

PR – Guarapuava – Praça Cleve | 10h

PR – Irati – Rua da Cidadania | 10h

PR – Irati – Av. Paraná | 14h

PR – Laranjeiras do Sul – Av. Santos Dumont (Super creche 2) | 9h

PR – Londrina – Teatro Ouro Verde | 16h

PR – Maringá – Praça Raposo Tavares | 14h

PR – Maringá – Estacionamento do estádio Willie Davis | 15h

PR – Matinhos- Rotatória | 9h

PR – Morretes – Carreata concentração na Copel | 15h

PR – Paranaguá – Praça dos Leões | 9h

PR – Pato Branco- Em frente a Igreja Matriz | 16h

PR – Ponta Grossa – Praça Barão de Guaraúna | 15h

PR – Umuarama – Praça Arthur Thomas | 11h

PR – Umuarama – Praça Arthur Thomas | 15h

PR – União da Vitória – Praça Coronel Amazonas | 15h

RS – Cachoeira do Sul – Praça da Caixa D’Água | 14h

RS – Canoas – Praça do Avião e Calçadão Canoas | (*Aguardando infos)

RS – Caxias do Sul – Praça Dante ALighieri | 15h

RS – Erechim – Esquina Democrática | 13h30

RS – Gravataí – Parada 66, em frente ao Veterano | 10h

RS – Lagoa Vermelha – Igreja São Paulo | 14h

RS – Novo Hamburgo – (*Aguardando infos)

RS – Pelotas – Caminhada Mercado Público | 10h

RS – Porto Alegre – Largo Glênio Peres | 15h

RS – Rio Grande – Largo Dr. Pio | 11h

RS – Santa Maria – Praça Saldanha Marinho | 13h

SC – Araranguá – Relógio do Sol | 10h

SC – Blumenau – Praça Teatro Carlos Gomes | 10h

SC – Brusque – Esquina da Av. Getúlio Vargas com 1º de maio | 10h

SC – Canoinhas – Praça Oswaldo de Oliveira| 16h30

SC – Chapecó – Catedral | 09h30

SC – Concórdia – Esquina do Calçadão com a Dr. Maruri | 15h

SC – Criciúma – Praça da Santa Luzia | 9h

SC – Florianópolis – Praça Tancredo Neves | 09h30

SC – Garopaba – Rua do Na Lata | 15h

SC – Herval D’Oeste – Carreata Praça de Herval D’Oeste | 14h30

SC – Joinville – Praça da Bandeira | 10h

SC – Lages – Calçadão | 10h

SC – São Francisco do Sul – Igreja Matriz | 14h

SC – São Miguel do Oeste – Trevo de SMO, saída para Maravilha | 10h

SC – Tubarão – Antiga Rodoviária | 9h
Atos no Exterior

🇨🇦 Canadá – Montreal – | 15h (*Aguardando infos)

🇨🇦 Canadá – Quebec – Parlamento de Quebec – 10h (horário local)

🇨🇦 Canadá – Toronto – City Hall | 15h (horário local)

🇨🇦 Canadá – Vancouver – Consulado Geral do Brasil em Vancouver | 12h (horário local)

🇺🇸 EUA – Los Angeles – Wilshire Federal Building (11000 Wilshire BLVD, 90024) | 10h (horário local)

🇮🇹 Itália – Madrid – Picnic Palácio de Cristal no Parque Del Retiro | 18h (horário local)

🇵🇹 Portugal – Braga – Praça da República, em frente ao chafariz | 18h (horário local)

🇵🇹 Portugal – Coimbra – Praça 8 de Maio | 12h30 (horário local)

🇵🇹 Portugal – Lisboa – Rossio (Praça D. Pedro IV) | 18h (horário local)

🇵🇹 Portugal – Porto – Centro Português de Fotografia, Largo Amor de Perdição | 13h30 (horário local)

🇬🇧 Reino Unido – Londres – Parliament Square Estátua do Gandhi | 15h (horário local)

*Do PT

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Bolsonaro diz que não será com mentiras que ele cairá. Fato, será com as verdades reveladas pela CPI

Pouco importa a festa que os minions estão fazendo com a fala de Arthur Lira, a de que não acatará o superpedido de impeachment, o chefe do clã ainda vai para a cadeia, é questão de tempo.

Isso está tão claro quanto o curso do rio que deságua no mar.

Lira sabe que Bolsonaro está politicamente morto e se transformou na assombração do Planalto. O que ele quer é tirar dele o máximo possível antes do enterro dos ossos.

Aliás, o centrão inteiro sabe disso. Na verdade, Bolsonaro está prontinho, no ponto para ser devorado nessa lagoa de piranhas que é o centrão. Quanto mais moribundo, mais lhe arrancarão o couro vivo, já que, como diz o ditado, “rei posto, rei morto”.

Parte do centrão sabe que pagará o preço nas urnas por ter dado sustentação a Bolsonaro, e este pode ser o caso de Lira, mas possivelmente a recompensa vale a pena.

A coisa é muito séria. A corrupção no governo Bolsonaro está sendo revolucionária. Os vigaristas tentaram cobrar propina até mesmo de quem não tinha vacina para vender. Isso é inédito na história dos achaques no Brasil.

Talvez seja uma tática miliciana ou simplesmente uma técnica de quem tinha certeza de que contaria com uma proteção intransponível e que, agora, depara-se com uma realidade bem outra.

Bolsonaro ainda tem pela frente os pesados crimes cometidos na gestão Salles no meio ambiente. E podem apostar que as privatizações comandadas por Guedes têm potencial tão explosivo quanto a da compra das vacinas.

Trocando em miúdos, o horizonte de Bolsonaro só tem mata-burro e ele não conseguiu sequer achar um contra-ataque para sair das cordas.

Pouco importa se Pazuello diz que os contratos de compra da covaxin não têm irregularidades, pois não apresentou rabisco de documento que comprove essa afirmação aleatória.

Ou seja, Bolsonaro diz que não será com mentiras que ele cairá. Fato, será com as verdades reveladas pela CPI da Covid e muito mais.

A ver.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Acuado e com medo, Bolsonaro diz, ‘não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui’

Visivelmente acuado e com medo das investigações da CPI da Covid que, a passos largos, vem desvendando os malfeitos do governo envolvendo corrupção da grossa em compra de vacinas, Bolsonaro sobe o tom e ataca os senadores integrantes da Comissão:

Não conseguem nos atingir. Não vai ser com mentiras ou com CPI integrada por sete bandidos que vão nos tirar daqui — disse o presidente, durante evento em Ponta Porã (MS) de inauguração de uma estação radar da Força Aérea Brasileira (FAB).

Essa declaração do presidente demonstra exatamente o oposto do que ele quer passar para a população, já que é muito comum a pessoa, quando acuada, desesperada, partir para o ataque.

A CPI da Covid, a princípio, não teve muito crédito da maioria dos brasileiros, mas, com o passar do tempo e de depoimentos que foram fundamentais e soaram como efeito de uma bomba contra o governo, com revelações de corrupção e de negócios espúrios em compra de vacinas, hoje, com muito mais crédito, A CPI começa a dizer a que veio.

É bom ficarmos atentos, pois, com depoimentos já agendados para os próximos dias, virá muito mais e com conteúdos que não agradarão em nada o governo Bolsonaro.

A conferir.

*Celeste Silveira

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Não dá mais para desconsiderar uma massa de denúncias de corrupção do governo Bolsonaro

Vivemos hoje uma situação surreal. Tudo bem que o Brasil não é lá essa democracia, mas uma democracia de mercado. Ou seja, o central é o mercado, não o homem, é o dinheiro em estado puro. Os bancos, sobretudo é que comandam a nossa concepção de sociedade.

Nós humanos somos residuais, mas esse processo político que o país vive, que desconsidera qualquer senso de humanismo a partir do presidente da República, que provocou a morte de mais de meio milhão de brasileiros por covid, é respaldado por uma rede de corrupção, e a cada minuto que chegam as denúncias, a vida de Bolsonaro se complica ainda mais, mesmo que o discurso oficial mude completamente quando o próprio diz que não tem controle sobre os ministérios, numa inacreditável contradição de comportamento político, pois é o próprio Bolsonaro que sempre roncou que quem estabelecia a condução de um ministério é ele e não os ministros.

Agora que está sendo arrastado para o olho do vulcão em plena erupção e as mazelas do seu governo sendo escancaradas, Bolsonaro tenta se afastar dos seus próprios ministros, mostrando o quanto está politicamente fragilizado. Isso, sem falar, sobretudo qual é o seu lugar no governo.

A verdade é que o governo Bolsonaro cheira mal, e o fedor é crescente, o que desperta ainda mais a consciência da sociedade que percebe a precariedade de um governo que não oferece esperança e muito menos retidão, ao contrário, não há esboço de moralidade, mesmo diante dos discursos ornamentais do bufão que bradava que em seu governo não há corrupção e, agora, afirma que não tem conhecimento desse problema, admitindo que há corrupção, mas que não tem como controlar.

Na prática, fica evidente que Bolsonaro está na trança dessa amarra até o pescoço e não há como se excluir ou se separar desse gigantesco escândalo de corrupção que só se avoluma.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

Luis Miranda diz que corrupção no governo Bolsonaro é ‘muito maior’

Em entrevista à Folha, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou que o esquema de corrupção do Ministério da Saúde pode ser “muito maior” do que o caso da vacina Covaxin, investigado pela CPI da Covid do Senado.

Miranda disse que seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação do ministério, vê indícios de operação “100% fraudulenta” para a compra de testes de Covid.

“Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina [Covaxin], é na pasta toda. O presidente [Jair] Bolsonaro demonstra claramente que não tem controle sobre essa pasta”, disse o deputado neste domingo (27).

Os dois prestaram depoimento à CPI na sexta-feira (25). O deputado afirmou que seu irmão pode dar mais informações em uma eventual sessão secreta da comissão.

A existência de denúncias de irregularidades em torno da compra da vacina indiana Covaxin foi revelada pela Folha no dia 18, com a divulgação do depoimento sigiloso de Luis Ricardo ao Ministério Público Federal. Desde então, o caso virou prioridade da CPI no Senado.

Na entrevista, o deputado Luis Miranda disse que o diretor de logística do ministério, Roberto Ferreira Dias, é quem dá as cartas. “Nada ali acontece se o Roberto não quiser.”

Dias foi indicado ao cargo pelo ex-deputado Abelardo Lupion e por Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara.

No depoimento à CPI, Miranda disse que o presidente citou o nome de Barros quando foi informado pelo deputado e por seu irmão, no dia 20 de março, sobre irregularidades envolvendo o contrato de R$ 1,6 bilhão assinado pelo ministério com a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

O deputado deu à Folha mais detalhes da reunião que teve com Bolsonaro naquele dia no Palácio da Alvorada. Segundo ele, o nome de Barros foi mencionado pelo presidente logo nos primeiros dez minutos de conversa.

“Esse pessoal, meu irmão, tá foda. Não consigo resolver esse negócio. Mais uma desse cara, não aguento mais”, teria dito Bolsonaro, segundo o deputado.

A Folha procurou o Ministério da Saúde e Roberto Ferreira Dias, mas não houve resposta.

O senhor sabe se seu irmão será afastado do cargo? Não. Nada oficial. Já descobri agora, com pessoas assim, de confiança, que a Polícia Federal vai agir no sentido de proteger o trabalho dele. Não sei se de fato é concreto. Parece que a partir de segunda-feira a PF vai estar dentro do ministério, a coisa vai mudar um pouco.

O senhor já disse que não gravou a reunião com o presidente. O seu irmão gravou? Não, você me desculpa. Daqui a pouco meu irmão está recebendo busca e apreensão na casa dele. Na desculpa de achar uma gravação, vão devastar a vida do coitado.

É que ficou essa dúvida no ar… É melhor no ar do que a certeza dela. Na hora certa, se precisar… Mas acho que o presidente vai jogar na desconstrução de imagem. Estou vendo todos os aliados dele atacando minha honra.

O servidor Rodrigo de Lima, citado por seu irmão na CPI, negou à Folha que tenha falado em propina, mas disse que um coronel do Exército o procurou para tratar de vacinas. Isso é comum? Não sei. Meu irmão falou que realmente os militares tinham uma presença meio não republicana, mas nunca quis dizer o que seria. Inclusive meu irmão falou algo importante. Ele é técnico, apaixonado, meio metódico, meio paranoico com regulamento, regras. Quando vê um item errado, dois, é muito raro ter erro nessa operação grande, complexa. Não é normal ter tantos erros. Quando tem muitos erros, chama a atenção dele. Ele disse que tem uma operação grande rodando no Ministério da Saúde, de milhões agora. Envolve uma operação que na opinião dele é 100% fraudulenta.

É sobre vacinas? Sobre testes.

Sobre testes de antígenos? Compraram com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) 3 milhões e estavam abrindo compra para mais 14 milhões. Pelo que vejo aqui, é procedimento totalmente usando a Opas para fazer a jogada, com dinheiro do Banco Mundial. Querem fazer uma compra gigantesca, altamente desnecessária.

O senhor tem mais material para a CPI? Se for em reunião fechada, meu irmão sabe muita coisa. Acho que se a CPI fizer reunião fechada, pedir dados, informações. Meu irmão não quer fazer denúncia, porque, pela forma como o Palácio agiu, qualquer informação que ele der, que porventura não se prove lá na frente, vão tentar colocar uma denunciação caluniosa.

O que ele pode fazer é dar informações que suspeita pela forma que foi feita, como aditivos de aumento de valores, feitos às escuras, aumentando valores de licitações, que esperam bastante tempo para que os demais concorrentes que perderam não observem isso. Aí dão aumentos significativos nos contratos.

Se o presidente confrontar a sua versão do encontro, o que o senhor vai responder? O presidente não é doido de fazer isso. Mas, se fizer, vai tomar um susto. Não pode me chamar de mentiroso, pode falar qualquer coisa, menos que sou mentiroso.

O senhor lembra de cabeça exatamente as frases do presidente naquele dia? Uma muito marcante para mim: “Isso deve ser coisa, mais uma desse cara”. Ele está falando olhando para uma matéria [antiga] sobre a Global [ligada à Precisa Medicamentos, sob investigação]. Na sequência, pergunta para a gente: “Vocês têm informação se o Ricardo Barros realmente está envolvido nisso?” Aí ele fala, nomeia ele.

Durou quanto tempo esse encontro? 50 minutos.

E a parte do Barros foi quando? Logo no começo, com 10 minutos de conversa ele já soltou. Quando a gente começa a mostrar os papéis acontece essa conversa, ele dá uma desabafada, fala dos combustíveis, que era aquilo que estava irritando. Ele falou assim: “Vocês têm informações se o Ricardo Barros estava influenciando ou fazendo?”. Eu digo: “Presidente, a gente não sabe o nome de ninguém, trouxemos informações técnicas”. Aí ele disse: “Esse pessoal, meu irmão, tá foda. Não consigo resolver esse negócio. Mais uma desse cara, não aguento mais”.

Ele dá uma desabafada: “Não sei o que fazer mais”. Aí a gente fala que esse caso é grave, tem de dar uma atenção a isso. Aí ele solta que queria encaminhar para o DG [diretor-geral] da PF. ​ Ele deu a entender que sabia de outros problemas inclusive.

Na conversa com o presidente, o senhor acha que ele se surpreendeu ou sabia que Barros estava por trás disso? Ele não sabia nem do caso. É como se a pasta tivesse um dono, e não o presidente da República. É como se aquele ambiente ali não pertencesse a ele. Ele não conhecia o caso.

É do centrão ali. É como se fosse isso, como se dissesse que ali, ele dá até o nome, de uma forma assim “mais uma, mais uma desse cara”.

E ele mantém o Barros como líder do governo. O senhor acha que ele se sente refém do Barros mesmo após tudo isso? Não sei. Gostaria que não fosse verdade, sendo bem honesto. Se for verdade, é pior. Se for verdade, talvez estejamos no maior esquema de corrupção de todos os tempos.

Que envolveria não só essa vacina, mas várias coisas no ministério. Exatamente, se o presidente não conhece o assunto, não tem interesse de conhecer, de que investigue, não tem interesse que testemunhas falem, porque ele reage fortemente contra essas testemunhas, ele quer manter a narrativa de que no governo dele não tem corrupção. Demonstra claramente um sinal para o próprio corrupto, se é que ele existe, né, de que está liberado.

O senhor acha que o esquema, como falou, de testes e outras vacinas, pode ser muito maior do que esse da Covaxin? Acho que pode ser muito maior. Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina, é na pasta toda. O presidente demonstra claramente que não tem controle sobre essa pasta. Tem muita coisa que dá para puxar e investigar. E descobrir algo em outra situação que vai ligar diretamente com a Covaxin. É o mesmo grupo.

Esse dos testes é do mesmo grupo? Não, mas são as mesmas pessoas dentro do ministério.

O senhor e o Barros chegaram a conversar? Ele sabia que o senhor iria jogar o nome dele na CPI? Ele mandou para mim [lê a conversa]: “Vamos falar, amigo?”. Às 10h23 da quarta-feira [23]. Escrevi: “Sempre, agora?”. E ele não respondeu. Agora tem de entender o seguinte, ele é o líder do governo. Líder do governo pode querer falar comigo [por outros assuntos]. Tenho várias matérias.

O esquema da Covaxin seria o quê? Superfaturar e desviar? Não, é só você observar o seguinte. O custo dessa vacina, para vender, para governos, internamente, é US$ 5,3. A própria empresa anuncia. Para vendas internacionais, fala que custa de US$ 15 a US$ 20. A empresa indiana, já consciente que, para poder conseguir um governo que tem interesse, talvez tenha algum lobby no meio do caminho, um distribuidor, vai conseguir abrir as portas. Uma empresa que fala que vender a US$ 5,3 está satisfeita e tem lucro, no momento em que fala em vender por US$ 15 para nós, no Brasil…

Alguém está levando… Alguém tá levando muita grana aí. E por isso o pagamento em offshore lá fora. A empresa vai receber o dela. O resto fica essa offshore para fazer a distribuição da forma como foi acordado. Ou seja, com pessoas legítimas ou com operações não republicanas.

Veja mensagens de deputado sobre a Covaxin que citam Bolsonaro

O Roberto Ferreira Dias, diretor de logística do Ministério da Saúde, é indicado do Barros lá dentro? Isso é verdade.

Ele seria o elo do esquema? Eu acho assim, nada ali acontece se o Roberto não quiser. Tudo o que aconteceu, inclusive a pressão sobre o meu irmão, é sob a aprovação dele. Sem ele, ninguém faz nada. Isso é uma das únicas certezas que tenho.

O senhor falou da suspeita em relação a testes. E outros casos de vacina, o senhor ouviu falar, tem detalhes? Além da Covaxin, algum outro processo também foi feito de forma açodada? Também há suspeita sobre outros processos? Vários, inclusive entregamos dossiê ao Onyx [Lorenzoni, ministro].

Mas não era sobre vacina ou era? Não, sobre vários temas. Ali é um problema grave, é foda.

O senhor aceitaria uma acareação com o general Eduardo Pazuello [ex-ministro da Saúde]? Sem problema nenhum, ele não falou nada demais comigo. Estava desabafando a sacanagem que estavam fazendo no ministério. Falou que a pessoa falou na cara dele que ia tirá-lo. Botou o dedo na cara dele e falou: “Vou te tirar dessa cadeira”. Então ele sabe quem é.

Essa pessoa seria o Barros? Não. Ele falou para mim uma outra pessoa. Não vou falar, vão dizer que estou mentindo. Seria um poderoso parlamentar. Ele me conta toda a história da tentativa de atacar vacina. Esse grupo trabalhou alinhado a interesses não republicanos para travar inclusive o começo da vacina no Brasil pelo ministério. Fala que tem interferência direta nos interessados da Coronavac. Influência interna, externa lá na China para assegurar insumos deles.

O Pazuello quis fazer, assinar contrato, o presidente vetou. O Pazuello entende que existiam interesses não republicanos em não começar a vacinação pelo ministério. Essa coisa do lobby está pesando, misturando Saúde e Planalto, e dificultou a vida dele. Ele quis fazer de tudo para lançar primeiro [a vacinação].

O senhor chegou a falar com o ministro Marcelo Queiroga [Saúde] sobre esse caso? Única vez que consegui encontrar o Queiroga na vida foi num jantar na casa de um amigo, que é parlamentar também. E eu falei rapidamente com ele, falei: “Ministro, preciso despachar com você”. Ele: “A hora que você quiser”. E mesmo assim também não consegui. Oficiei, fiz acontecer. É difícil de acreditar que a pessoa não conseguiu ter agenda comigo. É oficial, gabinete pedindo.

O senhor é favor do impeachment do presidente? Tudo o que fiz foi tentando ajudar o governo. Para que ele pudesse evitar uma possível corrupção no governo dele. Então, o que mais me decepciona e deixa mais desagradado com essa situação é agora a real suspeita, com a reação do governo, de que talvez o governo sabia e tentou ocultar mesmo, maquiar.

*Mateus Vargas e Leandro Colon/Folha

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5 coisas que já sabemos sobre a operação da PF contra Ricardo Salles

As investigações já provocaram o afastamento do presidente do Ibama e quebra de sigilo bancário de Salles. Veja o que deve acontecer agora e 5 aspectos já conhecidos.

Um dia antes da deflagração da operação da Polícia Federal sobre a suposta participação do Ibama e do ministério do Meio Ambiente em um esquema de corrupção envolvendo madeireiras, o ministro Ricardo Salles recebeu EXAME para uma entrevista exclusiva no escritório do Ibama em São Paulo. “Com as mudanças nas instruções normativas (no Ibama), estamos tentando melhorar o modelo”, disse, quando perguntado sobre as polêmicas dass novas regras de fiscalização. Ele também falou sobre a atuação do crime organizado na Amazônia, que envolve o tráfico de madeiras e a mineração. Menos de 24 horas depois, o ministro se tornou alvo de um processo de investigação autorizado por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), baseado em informações da PF. Veja, a seguir, os principais aspectos da operação.

O papel dos EUA na investigação

Autoridades americanas perceberam discrepâncias e falta de informações nos documentos apresentados pela empresa Tradelink, que extrai madeira no Pará, no processo de desembarque de três contêineres com produtos florestais no porto de Savannah, nos Estados Unidos, em janeiro do ano passado. A madeira foi exportada sem autorização do Ibama e ficou retida no porto americano. Um adido da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília relatou o caso ao Ibama. Em fevereiro, o órgão ambiental brasileiro aboliu a necessidade de autorização especial para exportação de madeira da Amazônia e informou os Estados Unidos sobre a decisão.

O alerta de corrupção

A desconfiança de que a nova normativa do Ibama pode ter sido criada com o intuito de favorecer madeireiras que exploram ilegalmente os recursos naturais levou as autoridades americanas decidiram procurar a Polícia Federal (PF).

“À luz do exposto, o FWS [Serviço da Vida Selvagem e Pesca, órgão ambiental americano] tem preocupações com relação a possíveis ações inadequadas ou comportamento corrupto por representantes da Tradelink e/ou funcionários públicos responsáveis pelos processos legais e sustentáveis que governam a extração e exportação de produtos de madeira da região amazônica”, relataram os representantes da Embaixada americana em documento enviado à PF.

A denúncia contra Ricardo Salles

Segundo a PF, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, afastado do cargo nesta quarta, 19, outros nove funcionários do órgão e o ministro Ricardo Salles, do meio ambiente, participavam de um esquema de corrupção montado para favorecer as madeireiras, reduzindo exigências para o transporte e venda de produtos florestais. A PF também investiga a flexibilização da fiscalização ambiental e do processo da emissão de multas. Também acusa Salles de ter movimentado, de “forma atípica”, cerca de 14,1 milhões de reais entre janeiro de 2012 e junho de 2020 por meio do escritório de advocacia do qual é sócio.

A defesa do ministro

“Sempre estive à disposição para esclarecer quaisquer questões, assim como os demais citados nessa operação”, disse Salles em entrevista coletiva na quarta. “O ministério do Meio Ambiente atua sempre com respeito às leis e entendemos que esse inquérito foi expedido de uma forma que acabou levando o ministro relator a erro, dando impressão de que haveria uma ação concatenada para fazer o destravamento do que quer seja”. O ministro também revelou que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro na quarta e explicou não haver “substância nas acusações”.

O que deve acontecer agora

Bim e outros nove funcionários do Ibama e do ministério do Meio Ambiente foram afastados de suas funções. Além disso, foi decretada a quebra de sigilo bancário de todos os acusados, incluindo Salles. Também deverá ser analisado o material encontrado em computadores, celulares e apelada confiscada em endereços residenciais do ministro e na sede do ministério do Meio Ambiente. As investigações continuam.

*Originalmente publicada na Revista Exame

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