Presidente respondeu ao questionamento sobre demora na decisão de vacinar crianças contra Covid.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e disse, na manhã desta sexta-feira (24), que “não está havendo morte de criança” para justificar decisão emergencial sobre vacina da Covid-19 para crianças.
“Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, disse a jornalistas no Palácio da Alvorada.
“Tá morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, afirmou.
Depois disse que não quer determinar nada para a o tema. “Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar uma opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada.”
O presidente ainda colocou em dúvida a vacinação, mais uma vez, e se queixou de não poder mais debater o assunto: “Virou crime”.
O ministro da Saúde disse, na quinta-feira (23), que as mortes de crianças por Covid-19 estão num patamar baixo, para poder justificar a decisão da pasta em definir sobre imunização infantil apenas em 5 de janeiro.
De acordo com dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), desde o começo da pandemia até 6 de dezembro deste ano, foram registradas 301 mortes de crianças entre 5 e 11 anos por Covid-19 no país.
Em 2020, 2.978 crianças tiveram síndrome respiratória aguda grave em decorrência do coronavírus —156 delas morrem. Neste ano, foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes.
O ministério recebeu recomendação favorável da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na semana passada para a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
Bolsonaro disse também nesta sexta-feira (24) que participou da consulta pública como “cidadão”, e defendeu a proposta de exigir prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos.
“Eu não sou médico, mas tenho uma filha de 11 anos. Mas já tinha respondido, tenho um médico do meu lado aqui [governador de Goiás, Ronaldo Caiado]. Eu acho que qualquer procedimento tem que passar pelas mãos do médico, tá ok?”, disse o presidente.
A diretriz anunciada por Queiroga na véspera atende justamente a um pedido do presidente. No final de semana, Bolsonaro havia dito que pediu ao ministro exigência de receita médica e termo de responsabilidade dos pais para implementar a medida.
Dentre as 19 questões da consulta pública, há uma pergunta sobre escolas, que questiona a obrigatoriedade da apresentação de carteirinha de vacinação. A imunização não é obrigatória no país, mas é comum que as escolas cobrem a carteira atualizada dos alunos.
A respeito disso, Bolsonaro disse nesta sexta que “não pode governador ou prefeito matricular só vacinado”.
*Com informações do Uol
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Secretários de saúde devem se reunir nesta sexta. Ministério da Saúde defendeu não só prescrição médica, mas autorização dos pais.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) não cumprirá a exigência de receita médica para vacinar crianças contra a Covid-19. Entre os gestores, o sentimento é de indignação diante da medida, a qual consideram “absurda”. No Rio, o prefeito Eduardo Paes informou em uma publicação no twitter que crianças de 5 a 11 anos não precisarão de receita médica para tomar a vacina contra a Covid-19 na cidade.
O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) também avalia que não há necessidade da exigência e estuda uma posição oficial com foco em fazer as vacinas chegarem aos municípios.
Os secretários estaduais prepararam uma reação ao Ministério da Saúde que saiu em nota após se reunirem nesta sexta-feira. No texto, afirmam que buscarão formas de facilitar a imunização, sem exigir a receita médica. A nota dirige-se às crianças.
“Infelizmente, há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos”, diz a carta.
*Com informações de O Globo
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Segundo ministro, será necessário documento indicando presença de comorbidade ou recomendação da aplicação.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal autorizará a aplicação de vacinas contra a Covid-19 em crianças apenas sob a prescrição de um médico. Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira no Ministério da Saúde, Queiroga disse que a pasta colocará um documento à disposição para consulta pública e que espera que o início da vacinação para essa faixa etária ocorra em breve, informa O Globo.
— As crianças com comorbidades são prioritárias, a aplicação não é obrigatória, depende da autorização dos pais e naturalmente quem aponta comorbidade é o médico. As sem comorbidades há necessidades de prescrição médica — afirmou Queiroga.
A vacinação dessa faixa etária foi aprovada desde a semana passada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo federal, entretanto, vem adiando o início da vacinação. O presidente Jair Bolsonaro se colocou contrário à autorização em diversas ocasiões e chegou a dizer que queria divulgar os nomes dos técnicos da Anvisa que autorizaram a aplicação das doses.
Desde o início da pandemia, 301 crianças morreram por Covid-19, uma a cada dois dias. Nesta quinta-feira, em entrevista ao GLOBO, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, classificou os dados de “estatística macabra”.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga afirmou que o contrato com a farmacêutica Pfizer prevê que a empresa forneça as doses necessárias para a aplicação de vacinas nessa idade.
— Estamos exercendo nossa soberania, as prerrogativas, para que eles possam livremente optar por vacinar ou não seus filhos após orientação do médico e assinatura do termo de consentimento — afirmou Queiroga.
Segundo o ministro, a aprovação do documento com as regras para vacinação de crianças deve ser feita até dia 5. Em nenhum dos outros casos de aplicação de vacinas o governo publicou documentos em consulta pública antes de iniciar a aplicação.
De acordo com Queiroga, o modelo adotado pelo Brasil é semelhante ao de outros países, como a Alemanha.
— Dada a sensibilidade do caso, nosso entendimento é muito parecido do que acontece na Alemanha, onde há recomendação médica, onde se contempla os casos que tem comorbidades e se respeita a decisão dos pais — disse o ministro.
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Alerta: O Brasil registrou, em 24 horas, 14.642 novos casos de covid-19 e 731 mortes pela doença, segundo o boletim epidemiológico divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, foram registrados 21.953.838 casos e 611.222 óbitos.
A volta de casos nesses continentes acende luz vermelha para a situação do Brasil.
Fiocruz alerta para a onda de Covid na Europa e Ásia, enfatizando que a volta de casos nesses continentes acende luz vermelha para a situação do Brasil. Esses países registram aumento de casos e óbitos mesmo com cobertura vacinal em patamar elevado. O alerta foi dado por cientistas da Fiocruz que elaboram o Boletim Observatório Covid-19.
O boletim enfatiza sobre a necessidade de manutenção das medidas de distanciamento e proteção individual e aponta para o risco da desaceleração do ritmo de vacinação de primeira dose no Brasil.
Ainda, no boletim, o alerta da Organização Mundial de Saúde para o aumento dos casos e óbitos registrados na Europa e Ásia. Para a OMS, esses continentes estão às voltas com o recrudescimento da Covid-19.
Retornando ao patamar de meses atrás, a Europa e a Ásia registraram, na última semana de outubro, 59% de todos os casos e 48% dos óbitos registrados no mundo. Esse percentual significa que os dois continentes relataram 1,8 milhão de novos casos e 24 mil novas mortes, um aumento de 6% e 12% na comparação com a semana anterior. Fiocruz alerta para a onda de Covid na Europa e Ásia justamente por este aumento.
A OMS alerta que, se for mantida esta tendência, essas regiões podem responder por mais meio milhão de óbitos até 1 de fevereiro de 2022. E mais, esses 43 países enfrentarão novamente o risco de colapso nas capacidades de resposta de seus sistemas de saúde. Os casos graves da doença estão concentrados nos grupos não vacinados, especialmente em países com baixa cobertura vacinal.
Para os pesquisadores do Observatório Covid-19, mesmo que os dados recentes do Brasil indiquem uma tendência geral de queda dos indicadores, é bom lembrar que a pandemia não acabou e que o risco de retorno de tempos difíceis ainda permanece, principalmente se lembrarmos que estamos prestes a entrar em temporada de férias e festas, com maior circulação e muito mais concentração de pessoas nos ambientes.
*Com informações do GGN
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Segundo a RevistaPiauí, quando o pediatra e toxicologista Anthony Wong morreu, aos 73 anos, no dia 15 de janeiro de 2021, sua família divulgou, em nota, que ele havia sido hospitalizado com queda de pressão e mal-estar. Internado, recebeu o diagnóstico de úlcera gástrica e hemorragia digestiva. “Durante a internação, evoluiu com quadro de descompensação do padrão cardíaco e padrões de fibrilação atrial”, informa o texto. Em português, teve fortes alterações no ritmo cardíaco e depois sofreu uma parada cardiorrespiratória.
A nota omite, contudo, que Wong fora internado com sintomas de Covid-19 e que, ao final de quase dois meses no hospital, tornou-se uma das quase 600 mil vítimas da pandemia no Brasil. A piauí teve acesso ao conteúdo do prontuário médico de mais de 2.000 páginas, no qual se descreve todo o tratamento até sua morte. Teve acesso, também, ao atestado de óbito, onde não há qualquer menção à morte por Covid.
Wong era uma celebridade nas redes sociais bolsonaristas em razão do seu negacionismo. Em vídeos, ele desprezava a pandemia e a vacinação. Compunha um trio com a imunologista e oncologista Nise Yamaguchi e o virologista Paolo Zanotto. Como pediatra, Wong formou uma farta clientela desde os anos 1980 entre a elite paulistana. Quando surgiu a pandemia, ele começou a enviar vídeos aos pais de seus pacientes que, preocupados, pediam que o médico explicasse o que era a Covid-19 e seus efeitos.
Os conteúdos acabaram viralizando, e o médico decidiu criar contas no YouTube e no Instagram para publicar suas opiniões. Tinha milhares de seguidores. Quando morreu, seus familiares excluíram os canais e nunca aceitaram pedidos de entrevista.
No dia da internação, segundo consta do prontuário médico, Wong autorizou ser medicado com o “kit Covid” da Prevent Senior, composto de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. O tratamento precoce durou quatro dias, e Wong passou a usar outros remédios, todos sem comprovação pela ciência. Recebeu heparina inalatória, cujo efeito em infecções virais é desconhecido, e metotrexato venoso, tradicionalmente prescrito no tratamento de doenças autoimunes e inflamatórias crônicas, como artrite, mas sem efeito comprovado contra a Covid. Juntamente com essa leva de tratamentos experimentais, Wong recebeu mais de vinte sessões de ozonioterapia retal, tratamento que até mesmo o Ministério da Saúde no governo Bolsonaro desaconselha.
Em nota divulgada em agosto de 2020, a pasta informou: “O efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus (Sars-CoV-2) é desconhecido e não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos.” Seu uso, na verdade, só é autorizado para testes clínicos em instituições autorizadas. A Prevent Senior não é uma delas.
No nono dia de tratamento, Wong desenvolveu uma hemorragia digestiva que, segundo o prontuário, foi revertida em menos de 24 horas, depois de ele ter recebido transfusões de sangue. Durante o restante do período de intubação, ele deixou de ser medicado com o kit Covid — ficou apenas com a ozonioterapia e o metotrexato venoso. Wong também desenvolveu insuficiência renal e foi submetido a frequentes sessões de diálise, que filtram o sangue quando o rim já não consegue mais eliminar as toxinas do corpo. O médico foi ainda retirado da intubação e submetido a um procedimento, mais invasivo, de traqueostomia, que consiste na inserção de um tubo na traqueia para permitir a respiração.
Ao final de seus dias, o médico fora infectado por uma pneumonia bacteriana que não cedia à medicação aplicada. Era outra consequência da Covid, já que respiração mecânica oferece o risco de infecções bacterianas. A infecção se espalhou pelo corpo, resultando em um choque séptico, que provocou a falência dos órgãos e uma parada cardiorrespiratória.
O médico faleceu às 17h25 do dia 15 de janeiro. O atestado de óbito, no entanto, deveria informar que Wong teve Covid porque a infecção pelo vírus foi o que motivou todas as complicações subsequentes que o mataram. É essa a orientação das secretarias de Saúde dos estados, inclusive a de São Paulo. “A declaração de óbito deveria mostrar o código para Covid senão como causa básica da morte, ao menos como causa secundária”, afirma o epidemiologista Wanderson Oliveira, que elaborou os protocolos de manejo de corpos do Ministério da Saúde quando era secretário de Vigilância em Saúde, na gestão de Luiz Henrique Mandetta.
Mas o atestado de Wong não menciona Covid nem como causa básica nem secundária. Em vez disso, limita-se a informar as doenças que decorreram da Covid. No campo da causa mortis, diz o seguinte: choque séptico, pneumonia, hemorragia digestiva alta e diabetes mellitus. A única doença prévia de Wong, no momento em que foi internado, era uma diabetes leve, que ele vinha tratando com medicação adequada. As outras três intercorrências – o choque séptico, a pneumonia e a hemorragia digestiva – foram provocadas por complicações do tratamento da Covid.
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Morreu nesta quinta-feira, aos 85 anos, o ator Tarcísio Meira. Ele estava internado desde o último sábado na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, com Covid-19.
Glória Menezes foi internada junto com ele, mas com sintomas leves e deve ter alta em breve, segundo a assessoria de imprensa do casal.
Um dos grandes galãs de todos os tempos, Tarcísio Meira é dono de uma história que se mistura à da TV brasileira. Ao lado da mulher, Glória Menezes, foi protagonista da primeira telenovela diária do país, “2-5499 — Ocupado”, na Excelsior, em 1963. Em 1968, o casal inaugurou a faixa das oito da Globo com “Sangue e areia”. Ao longo da carreira, atuou em mais de 60 trabalhos, entre novelas, minisséries e especiais. Seu último trabalho na TV Globo foi a novela “Orgulho e paixão”.
Tarcísio Magalhães Sobrinho nasceu no dia 5 de outubro de 1935, em São Paulo. O sobrenome Meira veio “emprestado” da mãe, Maria do Rosário Meira Jáio de Magalhães, por ser mais sonoro artisticamente e por trezes letras, uma superstição do jovem na época. Seu primeiro sonho profissional foi ingressar no Instituto Rio Branco para se tornar diplomada. Ao ser reprovado na primeira prova, em 1957, desistiu da ideia e acabou investindo definitivamente na carreira de ator.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do casal.
Glória Menezes, de 86 anos, e Tarcísio Meira, de 85, estão internados no hospital Albert Einstein, em São Paulo, com Covid-19. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do casal. O ator está intubado na Unidade de Terapia Intensiva, e a atriz, com sintomas leves, encontra-se no quarto.
“O casal foi diagnosticado com a Covid-19, está no Albert Einstein em quarentena para recuperação”, informou o assessor de imprensa.
Não há informação se o casal foi vacinado.
Casados desde 1962, os dois são pais do também ator Tarcísio Filho. Fora da TV desde 2020, quando não tiveram contrato renovado com a TV Globo, os dois moram numa fazenda no interior de São Paulo.
História na TV
Um dos casais mais emblemáticos da história da TV brasileira, Tarcísio e Glória foram protagonistas da primeira novela diária do país, “2-5499 — Ocupado”, na Excelsior, em 1963. Em 1968, os dois inauguraram a faixa das 20h da Globo com “Sangue e areia”.
A carreira de Glória, no entanto, começou em 1959, num festival de teatro amador. No mesmo ano, estreou na TV em “Um lugar ao sol”. Já Tarcísio começou no teatro em 1957 e migrou para a TV no mítico “Grande Teatro Tupi”, um programa de teleteatro. Contracenou pela primeira vez com Glória Menezes em “Uma Pires Camargo”, em 1961, de Geraldo Vietri.
A última novela de Glória foi “Totalmente demais”, em 2015. A de Tarcísio foi “Orgulho e paixão”, de 2018.
Dados preliminares indicam que infectados pela linhagem podem ter carga viral cerca de 1.000 vezes maior, o que facilita o contágio.
A variante delta do coronavírus Sars-CoV-2 (anteriormente chamada de B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia no final de 2020, está colocando em alerta até países com a vacinação avançada contra a Covid-19, como é o caso de Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Nesses locais, a chegada da variante delta fez o número de novas infecções subir rapidamente entre as pessoas que não receberam nenhuma vacina. Nos Estados Unidos, mais de 80% dos novos casos da doença são causados pela variante delta.
Esse cenário pode ser o futuro no Brasil. Por aqui, sabemos que a variante delta já chegou, mas não fazemos sequenciamento genético suficiente para acompanhar com precisão o espalhamento dessa linhagem do vírus entre a população. As medidas para conter a variante são tiros no escuro, com dados incompletos.
A falta de dados, no entanto, não deveria impedir medidas mais incisivas. Sabe-se que a variante delta se espalha com muito mais facilidade aonde chega, e muito rapidamente se torna a linhagem dominante do vírus.
Cientistas da Austrália relataram à mídia local um caso alarmante. No país, o rastreamento de novos casos de Covid é levado muito a sério; é possível saber quem passou o vírus adiante e quando em algumas situações. Em um encontro rápido dentro de um shopping center uma pessoa teria infectado a outra com a variante delta do coronavírus. As duas pessoas teriam ficado próximas uma da outra por um tempo de 5 a 10 segundos apenas.
Esse tempo de exposição é muito inferior aos 15 minutos que os especialistas estimavam anteriormente (um número ainda não confirmado com precisão por estudos científicos).
Os cientistas começam a seguir as pistas que podem nos levar a um melhor conhecimento sobre os mecanismos da variante delta.
“A maior transmissibilidade da variante delta ocorre porque as mutações causaram uma maior afinidade das proteínas S, dos espinhos da superfície do vírus, com o nosso receptor. Há uma interação mais forte”, diz Viviane Alves, microbiologista e professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG).
“Nunca ficamos doentes inalando apenas um ou dez vírus; tem uma carga viral mínima para gerar a infecção e que varia de acordo com o vírus. No caso da variante delta, precisamos de uma menor quantidade de vírus para sermos infectados. A transmissão de pessoa para pessoa é muito mais fácil”, afirma.
Estimativas sobre o potencial de transmissão da variante delta variam muito, mas dizem que a linhagem é pelo menos 50% mais transmissível. Alguns cientistas sugerem um número acima de 200%.
Além disso, uma pessoa infectada pela variante delta tem uma carga viral que pode ser até cerca de mil vezes maior do que um paciente infectado por outra variante, segundo um estudo realizado por cientistas de instituições chinesas publicado em artigo no formato pré-print, isto é, ainda não revisado por outros cientistas.
Com uma maior carga de vírus, um infectado tende a ser mais contagioso. “Se uma pessoa infectada pelo coronavírus pode passar o vírus para outras três pessoas, com a variante delta ela pode passar para outras cinco”, exemplifica Alves.
O que mais pode ser feito para evitar que a variante se alastre? A prioridade deve ser uma distribuição mais rápida de vacinas, segundo especialistas do mundo todo. Medidas como uso de máscaras, distanciamento social, boa ventilação dos ambientes e higiene das mãos são simples e mantêm o vírus longe –com a chegada da variante delta, elas devem ser intensificadas.
“O fato de estar respirando o mesmo ar de um infectado já é suficiente para o contágio. Se houver espirros e tosses, a chance aumenta ainda mais”, diz Alves.
As vacinas disponíveis, apesar de serem a melhor arma contra a Covid-19, são menos eficazes contra a variante delta. A proteção parcial concedida por uma dose das vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca/Oxford deixa de existir contra a delta, e é ainda mais importante que o ciclo com duas injeções seja completo, de acordo com estudos recentes.
Um artigo publicado em pré-print na terça-feira (20) indicou que a vacina da Janssen (Johnson & Johnson), aplicada em dose única, pode não trazer proteção contra a variante delta. Mesmo anticorpos gerados após uma infecção, que podem evitar que a pessoa pegue novamente a doença, não são tão potentes contra a variante.
Assim, o número de novas infecções entre pessoas já vacinadas ou que tiveram a Covid-19 no passado pode aumentar com o avanço da variante delta.
Nos Estados Unidos, onde as máscaras não são mais obrigatórias em grande parte do país, a variante delta ameaça trazer a proteção facial novamente.
No fim de junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugeriu que mesmo pessoas já vacinadas deveriam continuar usando máscaras, em parte devido à circulação de novas variantes, como a delta, que ainda não têm todos os seus riscos estudados.
“As vacinas sozinhas não vão fazer parar a transmissão comunitária, e precisamos assegurar que as pessoas vão seguir as medidas de saúde pública”, disse a médica brasileira Mariângela Simão, diretora-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), em entrevista coletiva.
“As pessoas precisam continuar a usar as máscaras consistentemente, ficar em lugares bem ventilados, fazer higiene das mãos, manter o distanciamento físico e evitar as aglomerações”, concluiu.
Para Fernando Ganem, imunização contra a Covid deverá funcionar como a da gripe, que, devido às mutações do vírus, exige adaptações.
O novo diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês (SP), o médico Fernando Ganem, 56, diz que os conhecimentos sobre a Covid-19 disponíveis até o momento indicam que será necessária uma imunização anual contra a doença.
“Ano que vem, vamos ter que começar a vacinar todo mundo de novo. Vai funcionar como funciona na gripe; mudam as variantes, tem fazer nova adaptação da vacina”, afirma.
Segundo o médico, o hospital vem registrando casos de reinfecção por Covid entre pessoas já imunizadas, mas nenhum grave ou que tenha levado o paciente à morte.
Por isso, recomenda que as pessoas continuem usando máscaras não só para se proteger contra o coronavírus, mas também contra outros vírus respiratórios que estão circulando, como o H1N1, e já provocam internações.
Cardiologista e intensivista, Ganem está no Sírio desde 1992 e ocupou vários cargos nas áreas da assistência e da gestão. Em maio, assumiu a diretoria geral, substituindo o cirurgião Paulo Chapchap, seu mentor.
Um assunto que circulou nas redes sociais recentemente foi que o Sírio estava com vários pacientes graves de Covid que já tinham sido imunizados com duas doses da vacina. O que há de real nessa história? Estamos monitorando todas as pessoas que internam, quantas já foram vacinadas. Existem pacientes internados que já tomaram a vacina? Sim. Existem pacientes que já tomaram a vacina e estão em estado crítico? Não é o que a gente está vendo.
Nós e outras instituições vamos soltar publicações sobre colaboradores vacinados, quantos tiveram [reinfecções por Covid]. Na nossa experiência, não identificamos casos graves [de reinfecção] e óbito. Temos que estratificar todos os casos por idade e complexidade.
Casos individuais, a gente tem visto por aqui. Temos um caso curioso de uma médica que tem vários fatores de risco, atende em casa, já foi vacinada, teve Covid e não internou. O desfecho primário da vacina é evitar mortalidade. Agora, ter de novo… o ideal seria que não tivesse mais.
Ano que vem vamos ter que começar vacinar todo mundo de novo. Vai funcionar como funciona na gripe; mudam as variantes, tem que fazer nova adaptação da vacina.
Todo mundo me pergunta e eu falo: sabe quando a gente vai ter todas essas respostas? Daqui a um ano, quando 100 milhões de pessoas estiverem vacinadas. O resto são inferências, e inferências são perigosas porque podem gerar informações infundadas.
Mas teremos mesmo que nos vacinar anualmente contra a Covid, assim como ocorre com a gripe? Tudo indica que sim, pelo o que a gente tem acompanhado na literatura e com os nossos colegas. Foi como aconteceu na epidemia de H1N1 [em 2009]. Nós ainda temos casos de H1N1. Tivemos um caso recente. O paciente teve Covid, foi internado, saiu, e na semana seguinte estava com H1N1.
E nesse período outros vírus respiratórios têm circulado bastante… Exatamente. A gente sabe que de maio a julho, agosto, aumentam as visitas aos prontos-socorros, as internações, a mortalidade na população idosa por pneumonia. Também por isso é que a gente deve manter o uso da máscara.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem discursando contra o uso da máscara. É o momento de deixar lado o acessório? Vamos ter que continuar usando máscara ainda por muito tempo, independentemente de uma recomendação técnica, deve ser uma orientação comportamental. Sempre que possível, precisamos diminuir a probabilidade do contágio.
Como está hoje a ocupação de leitos do Sírio por Covid? Semana passada estivemos bem apertados, variando de 90% a 97% de ocupação. Felizmente hoje [segunda, 14] estamos com 84%, estamos conseguindo acomodar. Mas é muito dinâmico. Há dias em que existe espera [por leitos] no pronto-socorro.
Ano passado, nosso pico de internação tinha sido 260 pacientes. Neste ano, baixamos para 130 por duas, três semanas, e a gente pensou que teria um período de sossego. Nas últimas semanas, voltamos a ter 250 pacientes. Hoje [segunda] estamos com 164.
Está sendo necessário suspender cirurgias eletivas? Dessa vez, não. Suspendemos por duas semanas alguns exames como a polissonografia, em que o paciente passa a noite no hospital e no dia seguinte vai embora. Muita gente que segurou procedimentos médicos meses atrás agora está nos procurando até porque começa a ficar ansioso, não sabemos até quando vai [a pandemia].
O Sírio acaba de lançar o pronto-atendimento digital. Como vai funcionar? A experiência com pacientes com Covid possibilitou uma nova forma de atendimento para todo tipo de condição de saúde. As avaliações podem ser agendadas por meio de um número de WhatsApp. O paciente responde a uma série de perguntas para a triagem do caso e se não for considerado crítico, recebe um link para acesso a uma plataforma de telemedicina do Sírio e é atendido pelo médico de plantão. Se os sintomas forem de gravidade, é orientado a comparecer ao hospital.
Várias instituições de saúde têm estendido o atendimento médico digital para áreas como escolas e empresas. Isso veio para ficar? Sim, o hospital presta hoje um serviço de saúde populacional que abrange 180 mil colaboradores de outras empresas em que o atendimento é digital. Tanto de um médico de família ou clínico-geral com nosso médico especialista, ou diretamente com o paciente.
Isso evitou idas desnecessárias ao pronto-socorro, garantindo a segurança. Antes da Covid, em torno de 20% dos pacientes que vinham ao pronto-socorro não eram submetidos a nenhum exame nem recebiam medicação. Podemos inferir que eles precisavam de uma consulta médica.
Não tenho dúvida de que o atendimento e do monitoramento digital de pacientes, serviços de saúde mental e de reabilitação a distância terão oportunidade de crescimento no pós-pandemia.
O que não é possível ainda fazer com o atendimento digital? Não conseguimos substituir alguns tipos de assistência. Dor aguda, por exemplo, é uma coisa muito preocupante. Dor abdominal pode ser algo mais simples, como uma gastroenterite [infecção intestinal], uma diverticulite [inflamação ou infecção na parte interna no intestino]. O exame físico faz toda a diferença. Uma dor torácica, um formigamento, pode ser desde uma tensão emocional até um AVC [Acidente Vascular Cerebral]. Ter um olhar médico é fundamental.
Mas hoje, com uma boa anamnese, um check-list de perguntas, um algoritmo bem direcionado, você consegue saber quando orientar a pessoa a procurar um atendimento presencial ou se ela pode seguir no acompanhamento digital.
No âmbito do SUS, o Sírio e outros hospitais têm desenvolvido por meio do Proadi alguns projetos usando a telemedicina nas emergências e na UTI. O que já é possível mensurar de resultados? O Lean nas emergências, essa ferramenta de gestão que ajuda a diminuir o tempo de permanência do paciente no serviço de urgência, já existia antes da pandemia e, devido à repercussão e ao impacto que causou em vários hospitais públicos, foi renovado.
Em 2020, o projeto passou por 35 hospitais do SUS. Já são 102 instituições beneficiadas em 24 estados desde que teve início há pouco mais de três anos.
No ano passado, houve redução média de 38% no tempo de espera, de 50% no tempo da passagem do paciente da urgência até a internação, e uma redução média de 11% no tempo médio de permanência na internação (de 8,5 dias para 7,6 dias, em média).
O Globo – O Tribunal de Contas da União (TCU) constituiu na última sexta-feira a comissão que vai apurar se o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques cometeu irregularidades. Ele está afastado desde a semana passada, depois de ser apontado como o autor de um documento da corte de contas que questionou o número de mortos vítimas da Covid-19. A análise feita por Marques embasou declarações de Bolsonaro colocando dúvida a quantidade de mortos.
Ministros do TCU afirmam que a comissão é “linha duríssima” e que fará uma ampla investigação sobre as irregularidades que Marques pode ter cometido ao elaborar o documento. O grupo instituído pela presidente do TCU, Ana Arraes, é formado pelos auditores Márcio André Santos de Albuquerque, que presidirá a comissão, Frederico Julio Goepfert Junior e Pedro Ricardo Apolinário de Oliveira.
A expectativa é que a comissão seja muito rigorosa na apuração dos fatos, já que auditores viram a atuação do colega como uma “traição” e “deslealdade institucional”. Os três auditores terão 60 dias para concluir as investigações.