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Cloroquina tem Bolsonaro como maior influenciador do mundo

Postagens do presidente brasileiro no Facebook sobre droga sem eficácia para tratar a covid-19 geraram 11 milhões de interações e 1,7 milhão de compartilhamentos.

Estadão – O presidente Jair Bolsonaro é o maior influenciador digital da cloroquina no Facebook. Em todo o mundo, nenhum usuário da plataforma provocou tanto engajamento ao citar o remédio – o resultado foi uma onda de desinformação sobre seu uso no tratamento de covid-19. As postagens que ele publicou sobre o assunto geraram 11 milhões de interações e 1,7 milhão de compartilhamentos na rede social.

Do início da pandemia, em março de 2020, até o final de maio de 2021, considerando os 100 textos no Facebook com mais interações sobre cloroquina, em português e outras línguas, o presidente foi o autor de 42 – ou seja, quatro em cada dez.

O medicamento, cuja bula indica utilização contra malária e doenças autoimunes, se transformou em símbolo da desinformação sobre a pandemia no Brasil por ter sido apresentado por Bolsonaro como elemento principal do que chamou de “tratamento precoce” – suposta cura contra a covid-19. Estudos rigorosos, porém, não demonstraram eficácia contra os efeitos do coronavírus, e alguns indicaram risco de efeitos adversos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda “fortemente” que não seja utilizada contra covid-19. Os alertas da ciência foram ignorados ou contestados por Bolsonaro, que, ao propagandear uma falsa cura, desprezar medidas de isolamento social e apostar na chamada “imunidade de rebanho”, criou no país um ambiente propício ao aumento de contágios e de mortes.

No ranking global de engajamento sobre a cloroquina, Bolsonaro ficou à frente do ex-presidente americano Donald Trump (1,1 milhão de interações) e até da OMS (491 mil), segundo análise feita com a ferramenta CrowdTangle, que permite dimensionar o envolvimento dos usuários da plataforma com determinados conteúdos. A análise revela ainda que as mensagens de Bolsonaro que promoveram o chamado tratamento precoce foram bem recebidas por seu público: menos de 1% das reações foram negativas.

Diferentemente do que ocorre na maioria dos demais países, a desinformação sobre a pandemia ganhou no Brasil um caráter institucional. Nos últimos 15 meses, além do presidente, outras autoridades e aliados políticos do governo utilizaram redes sociais e a estrutura oficial de comunicação para boicotar sistematicamente orientações de especialistas sobre distanciamento social, medicamentos, uso de máscaras e até mesmo a importância das vacinas. Nesse contexto, o Brasil acabou entre os dez países do mundo com maior mortalidade per capita por covid-19.

Corrente. As páginas de parlamentares brasileiros no Facebook publicaram quase 4,5 mil textos com os termos “cloroquina” e “hidroxicloroquina” (um derivado da droga) desde março de 2020, gerando nada menos que 43 milhões de interações. O predomínio dos bolsonaristas nesse debate foi avassalador. Entre os 100 posts mais populares da lista, apenas um era de um integrante da oposição e três de um deputado independente; os outros 96 provinham de governistas. Encabeçam o ranking a deputada federal Carla Zambelli (3,6 milhões de interações) e Eduardo e Flávio Bolsonaro (850 mil e 379 mil), filhos do presidente.

Bolsonaro foi também um dos políticos que geraram mais engajamento ao fazer postagens sobre outros medicamentos sem eficácia comprovada contra covid-19: ivermectina (157 mil interações); azitromicina (750 mil) e nitazoxanida (231 mil).

A primeira postagem que o presidente fez sobre a cloroquina foi em 26 de março de 2020, quando anunciou a eliminação do imposto de importação do medicamento. A mensagem que obteve o maior alcance no Facebook foi publicada quando ele próprio estava com covid-19, em julho de 2020. Na ocasião, ele escreveu: “Aos que torcem contra a hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo”. Foram 101 mil compartilhamentos. A maioria dos afetados por covid-19 se recupera, tomando ou não medicamentos inócuos. Estima-se que a letalidade seja próxima de 2% do total de infectados.

Promoção. Bolsonaro fez propaganda da droga em diversas ocasiões. Recentemente, disse ter retomado o consumo de cloroquina, “antes mesmo de procurar o médico”. “Olha só o exemplo que estou dando: tomei aquele remédio porque estava com sintoma”, afirmou, em uma transmissão de vídeo pelo Facebook. “Tomei, fiz exame, não estava (doente). Mas, por precaução, tomei.”

Apesar de ter se referido claramente à cloroquina, o presidente não disse o nome da droga. Isso se deve ao fato de o Facebook, no início de abril, ter apagado um vídeo em que Bolsonaro espalhou falsidades sobre a cloroquina – segundo a rede social, o conteúdo violou as normas da plataforma. “Não vou falar o nome para não cair a live. Aquele negócio que o pessoal usa para combater malária, usei lá atrás e no dia seguinte estava bom.”

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga a resposta federal à pandemia está reunindo indícios sobre a existência de um “gabinete paralelo” que assessorou Bolsonaro durante a pandemia, formado por entusiastas da cloroquina e da tese da imunidade de rebanho.

A análise sobre o impacto de Bolsonaro no cenário de desinformação da pandemia foi feita pelo Estadão Verifica em conjunto com a LatamChequea, coalizão de agências de checagens de fatos da América Latina.

*Estadão

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Em meio à pandemia, CNPq tem o menor orçamento do século 21

Maior órgão de fomento à pesquisa no Brasil opera com apenas R$ 1,2 bi, enquanto pesquisas sobre a Covid-19 ficam desfalcadas.

Segundo O Globo, o orçamento destinado ao Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal órgão de fomento à pesquisa no Brasil, é em 2021 o menor do século XXI. A redução histórica acontece em meio ao segundo ano de pandemia da Covid-19, com o desenvolvimento de pesquisas para monitoramento e produção de vacinas contra a doença.

O Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg), por exemplo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, precisou reutilizar peças de equipamentos inutilizados e contar com colaboradores voluntários para criar o coronatrack, ferramenta portátil que armazena partículas do ar para serem analisadas em laboratório e identificar a concentração do vírus no ar.

Com ele, os pesquisadores monitoram o espalhamento do vírus da Covid-19 pelo ar em favelas como o Morro Santa Marta, Zona Sul da cidade. Agora, tentam patentear o aparelho para conseguir arrecadação para outros projetos.

— Me sinto triste porque fazemos de tudo para retribuir à sociedade o que a gente aprendeu. Mas não conseguimos fazer melhor porque não há financiamento nacional, só estrangeiro — lamenta a bióloga e doutora em Geociências Juliana Nogueira, que teve que abandonar o pós-doutorado na Uerj por falta de bolsas.

Menos verbas, menos bolsas

Para este ano, o CNPq tem R$ 1,21 bilhão de orçamento. Esse valor é quase metade do disponível em 2000, quando foram destinados R$ 2,35 bilhões, segundo levantamento do GLOBO no Sistema Integrado de Operações (Siop), do Governo Federal. Porém, a quantidade de alunos na pós-graduação duplicou no mesmo período: passou de 162 mil para 320 mil. Em 2013, ano com maior investimento do século, o valor chegou a R$ 3,13 bilhões.

Criado em 1951 e vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o CNPq atua no fomento à pesquisa em ciência, tecnologia e inovação e na formação de pesquisadores nas diversas áreas de conhecimento. O órgão publica editais para repasse de verba a projetos científicos do Brasil, além de organizar a distribuição de bolsas de pesquisa para pós-graduandos.

— Vemos um verdadeiro apagão da ciência brasileira e acreditamos que haverá uma paralisação da produção científica caso não haja uma revisão orçamentária — diz a vice-presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Stella Gontijo.

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Comprovado: taxa de infecção por Covid-19 é maior nos municípios onde Bolsonaro teve mais votos em 2018

Quadros que relacionam votação de Bolsonaro em 2018 e taxas de disseminação da Covid-19 mostram que quanto maior a taxa de votos, maior a taxa de infecção.

O jornalista Ricardo Mendonça, do Valor Econômico, comprovou em reportagem publicada nesta terça-feira (25) que existe uma uma correlação direta entre o bolsonarismo e os casos de covid-19 no Brasil. No conjunto dos 5.570 municípios brasileiros, quanto maior o percentual de votos de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, maior tem sido a taxa de infecção pelo coronavírus. Quanto menor a adesão eleitoral de Bolsonaro nos municípios, menos frequentes são os casos de covid-19.

O estudo foi feito por Mendonça com o cruzamento dos dados do Painel Coronavírus do Ministério da Saúde e o Repositório de Dados Eleitorais do TSE.

Veja três quadros que o jornalista Ricardo Mendonça organizou. O primeiro mostra a relação entre a taxa de votação de Bolsonaro nos 5.570 municípios do país e a taxa de disseminação da Covid-19 por 100 mil habitantes; no segundo, os casos de Covid-19 nos municípios onde Bolsonaro teve mais votos: no terceiro, os casos da doença nos municípios onde Bolsonaro teve menos votos:

votos-covid

maior-votos

menor-votos

*Valor/247

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Ministério da Defesa diz à CPI que produção de cloroquina foi para covid, e não malária

A documentação encaminhada pelo Ministério da Defesa à CPI da Covid, no Senado, confirma que as requisições para aumentar a fabricação de cloroquina pelo Exército foram emitidas para suposto “tratamento do [sic] Covid-19”, e não da malária.

No depoimento que prestou à CPI, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello procurou minimizar a produção da cloroquina pelo Exército, ao dizer que o LQFEx (Laboratório Químico Farmacêutico do Exército) “produz a cloroquina todos os anos, o tempo todo”.

Na sequência das indagações do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Pazuello disse que “a distribuição de cloroquina é normal para malária […] para os indígenas, não para Covid. Nós não fazíamos distribuição… Aliás, eu sou completamente contra distribuição de qualquer medicamento, principalmente cloroquina ou qualquer um, sem a prescrição médica”.

Documento do Exército mostra que produção de cloroquina foi aumentada para combate à Covid-19, e não à malária - Reprodução - Reprodução

Documento do Exército mostra que produção de cloroquina foi aumentada para suposto “tratamento” da Covid-19, e não da malária Imagem: Reprodução.

A documentação enviada pelo Ministério da Defesa à CPI da Covid no último dia 15 é dividida em duas partes. Na primeira, um ofício assinado pelo ministro Walter Braga Netto, o ministério disse que o laboratório do Exército “atende demandas oriundas do Ministério da Saúde”. À CPI, Pazuello disse que “não dei essa ordem, eu não conheço a ordem” de aumento de produção de cloroquina pelo laboratório do Exército e que ela teria ocorrido em março, ainda durante a gestão do ministro da Saúde Luiz Mandetta.

No ofício à CPI, Braga Netto disse que, “em apoio ao Ministério da Saúde, houve o atendimento da demanda existente, à época do início da pandemia, para produção do medicamento cloroquina, e o LQFEx iniciou a retomada da produção”.

O ministro mencionou a Nota Informativa nº 5/2020, do DAF (Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos), vinculado à SCTIF (Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde) do Ministério da Saúde, “orientando o uso da cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves da Covid-19”. A nota informativa foi emitida ainda durante a gestão de Mandetta.

A segunda parte da documentação enviada pela Defesa é o processo administrativo com mais de 800 páginas que registra os preços e as requisições para aquisição de insumos farmacêuticos destinados à produção de medicamentos para atender tanto “à demanda operacional das diversas unidades do Exército” quanto para “as demandas do Ministério da Saúde”.

Na documentação há pelo menos 14 requisições que citam a necessidade de “produção de cloroquina utilizado [sic] no tratamento do [sic] Covid-19”. Para as compras, foi usado, “em caráter emergencial”, um termo de execução descentralizada de 2019. A malária não é citada em nenhum momento como motivo para a produção da cloroquina.

“Justifico tal solicitação pela necessidade de aquisição do item supracitado para produção de cloroquina utilizado [sic] no tratamento do [sic] Covid-19”, diz a primeira requisição do gênero, datada de 19 de março de 2020, assinada pela chefe da Divisão de Planejamento, Controle e Apoio Logístico da 1ª Região Militar do Comando Militar do Leste, a tenente-coronel Sandra Fernandes de Oliveira Monteira.

Procurado para esclarecer esse ponto, o ministério respondeu à coluna que “os assuntos pautados na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, no Senado Federal, serão tratados apenas naquele fórum”.

Na resposta à CPI, o Ministério da Defesa disse ainda que o laboratório do Exército “não realiza, por não ser sua missão, qualquer juízo de valor de eficácia de medicamentos, tão pouco da prescrição médica. Os demais Laboratórios, da Marinha e da Aeronáutica, não realizam produção de cloroquina”.

*Rubens Valente/Uol

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Saúde distribuiu 265 mil comprimidos de medicamentos sem eficácia para tratar Covid-19 em indígenas

Atual gestão e Pazuello dizem que destinação não era combate ao coronavírus, mas documentos oficiais mostram o contrário.

Segundo matéria de Vinicius Sassine, na Folha, o Ministério da Saúde distribuiu pelo menos 265 mil comprimidos de cloroquina, azitromicina e ivermectina a indígenas em cinco estados, com o propósito de tratar infecções pelo novo coronavírus. Os três medicamentos não têm eficácia para Covid-19.

Parte dessas drogas foi comprada diretamente por DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), vinculados ao ministério e com atuação de saúde na ponta, junto às comunidades.

Um informe técnico da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), de junho de 2020, orientou os DSEIs a “instruir seus respectivos processos de aquisição” de cloroquina e hidroxicloroquina, caso municípios e estados se negassem a fornecer o medicamento.

O envio maciço de medicamentos sem eficácia a indígenas entrou no foco da CPI da Covid no Senado. A estratégia da atual gestão do Ministério da Saúde e do general da ativa Eduardo Pazuello, que impulsionou a prática ao longo de sua administração na pasta, é sustentar que os comprimidos se destinaram aos tratamentos previstos na bula.

A cloroquina, por exemplo, é usada no tratamento de malária. A doença atinge cerca de 194 mil brasileiros por ano, dos quais 193 mil (99,5%) na região amazônica.

A azitromicina é um antibiótico usado principalmente no tratamento de doenças respiratórias. E a ivermectina se destina a infecções por parasitas.

Documentos e registros do próprio ministério contrariam a versão de que as compras e distribuição dos medicamentos se destinaram a essas doenças, e não para Covid-19.

Notas de empenho referentes a compras de azitromicina pelos DSEIs Alto Purus, no Acre, e Cuiabá registram que a aquisição do medicamento se destinou ao “enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do Covid-19” ou a “medidas de controle de infecção humana pelo novo coronavírus (Covid-19)”. O empenho é a autorização para o gasto.

Para o tratamento de indígenas no Acre foram adquiridos 20 mil comprimidos de azitromicina com dosagem de 500 mg. É a mesma especificação recomendada em nota técnica do Ministério da Saúde, atualizada em maio, que embasa o combo de medicamentos sem eficácia para Covid-19: cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e Tamiflu, este último recomendado para gripe.

Cada comprimido saiu por R$ 1,82. O valor total foi de R$ 36,4 mil.

A azitromicina adquirida pelo DSEI Cuiabá também tinha dosagem de 500 mg. O valor unitário foi de R$ 1,25. Os 20 mil comprimidos custaram R$ 25 mil.

Também houve compras de antibióticos por DSEIs em Mato Grosso, para os indígenas do Xingu e para os xavantes, e em Rondônia, para etnias como suruí, cinta larga e terena.

As compras são informadas num portal alimentado pelo Ministério da Saúde, chamado Localiza SUS, criado para divulgar os gastos e ações de combate à pandemia.

O mesmo Localiza SUS faz um detalhamento do envio de 100,5 mil comprimidos de cloroquina, todos eles destinados a indígenas em Roraima. O objetivo foi o tratamento de Covid-19, segundo o portal.

Do total distribuído, 39,5 mil se destinaram aos yanomami em Roraima. O restante foi usado em comunidades da terra indígena Raposa Serra do Sol.

Há ainda distribuições feitas pela Aeronáutica e cujos destinos a Força Aérea Brasileira mantém ocultos, como a Folha mostrou em reportagem publicada no último dia 6.

Um desses transportes foi para a região chamada Cabeça do Cachorro, no Amazonas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. Pelo menos 1,5 mil comprimidos de cloroquina foram transportados para o local, onde estão 23 etnias.

Também houve uma compra direta de cloroquina pelo DSEI de Vilhena (RO). Segundo os registros do Localiza SUS, a aquisição está associada a ações contra a Covid-19.

É a mesma situação de aquisições de 24 mil comprimidos de ivermectina pelos DSEIs Alto Rio Negro, que atende a Cabeça do Cachorro, e Xingu, em Mato Grosso.

O Ministério da Saúde distribuiu ainda 370,2 mil cápsulas de Tamiflu a indígenas em 16 estados. A pasta registra que o medicamento se destinou ao combate à influenza, mas o Tamiflu integra o kit do chamado “tratamento precoce” de Covid-19, previsto em protocolo ainda em vigência.

A Folha questionou o ministério sobre cada compra e distribuição a indígenas de medicamentos sem eficácia para Covid-19. “O antimalárico é adquirido e enviado regularmente a 25 DSEIs que estão em área endêmica”, disse, em nota, em relação à cloroquina.

“Azitromicina e ivermectina são medicamentos que constam na Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e utilizados em diversos tratamentos de atenção primária do SUS. A aquisição de medicamentos da Rename é feita a partir das demandas de atendimento dos DSEIs”, afirmou.

Segundo o ministério, serviços básicos de saúde não foram suspensos durante o pico da pandemia. “Somente em 2020, foram realizados mais de 12,1 milhões de atendimentos nas aldeias, e contratados mais 700 profissionais para reforçar a assistência em saúde.”

Na CPI da Covid, no segundo dia de depoimento, Pazuello negou que sua gestão tivesse distribuído medicamentos do “tratamento precoce” aos DSEIs. A negativa ocorreu na quinta-feira (20), em resposta a questionamentos do senador Fabiano Contarato (Rede-ES).

O general da ativa contou outras mentiras em seus depoimentos na CPI, em relação a vacinas e à crise do oxigênio em Manaus em janeiro, o que despertou a reação de senadores não alinhados ao governo de Jair Bolsonaro.

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Terceira onda da covid-19 se aproxima e pode ser mais letal

O Brasil mal começou a reduzir a segunda onda de infecções pelo novo coronavírus e já pode estar às vésperas de ser inundado por uma terceira onda, ainda mais letal, com a chegada do inverno, o ritmo lento de vacinação e o afrouxamento da quarentena, dizem especialistas ouvidos pelo UOL.

Alguns desses motivos foram apontados como as causas para a terceira onda na Alemanha no começo do ano. Na Europa, ela também atingiu países como França, Itália, Polônia, República Tcheca e Hungria, onde a vacinação demorou a avançar, enquanto o Reino Unido evitou outra onda ao imunizar em massa.

Mas, afinal, há sinais de que a pandemia está prestes a se intensificar no Brasil?

O que define uma nova onda?

“Onda de infecção não é um termo técnico e, por isso, não existe uma definição clara”, afirma o infectologista Renato Grinbaum, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). “Tem sido usada pela imprensa como aumento rápido e expressivo de casos novos na epidemia, que num gráfico aparece como uma onda.”

Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o infectologista Marco Aurélio Sáfadi reforça a ausência de “definição consensual”, mas cita a OMS (Organização Mundial da Saúde), para quem “o vírus tem que ser controlado e os casos caírem substancialmente”.

Ele diz que uma das formas de avaliar uma onda é observar a chamada taxa efetiva de reprodução, ou Rt. Quando esse índice é 1, cada infectado contamina outra pessoa. Se for maior, pode infectar mais de uma. Para que a transmissão seja contida, o Rt precisa ficar abaixo disso.

Como está o Rt no Brasil?

Esse índice esteve acima de 1 desde o início da segunda onda, em novembro, e permaneceu assim até início de fevereiro. Depois, voltou a subir e só ficou abaixo de 1 em 18 de abril. Em 4 de maio, voltou a ficar acima de 1.

Na última quinta-feira (20), a média brasileira estava em 1,02. Veja de acordo com as regiões:

Nordeste: 1,09

Sul: 1,03 Norte:

0,97 Sudeste e

Centro-Oeste: 0,94.

Número pequeno de vacinados somado a uma abertura abrupta e intensa numa condição em que as pessoas voltem a se aglomerar: este é o risco de termos uma nova onda.”.

 

Atual ritmo de vacinação vai conter terceira onda?

Conforme mostrou o UOL, a vacinação no Brasil caiu 17% em maio na comparação com abril. Uma das razões foi a paralisação da produção de vacinas por falta de insumos.

A produção da CoronaVac foi interrompida em 14 de maio pelo Instituto Butantan, que espera receber novo lote de matéria-prima no próximo dia 26. Na quinta (20), foi a vez de a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) desligar a linha de montagem da vacina da AstraZeneca, com queda de quase 3 milhões de doses por semana nas entregas ao Ministério da Saúde.

Até agora, a queda afetou a segunda dose: sua aplicação despencou 43% entre a última semana de abril e a primeira de maio, com nova queda de 24% na semana seguinte, segundo a Info Tracker, plataforma das universidades estaduais Unesp e USP para monitoramento da covid-19.

“A recomendação do governo de utilizar todo o estoque de vacinas para impulsionar a imunização em abril foi pautada no pressuposto de que a produção dos imunizantes fosse contínua, o que não aconteceu”, diz Wallace Casaca, coordenador da Info Tracker.

Para Sáfadi, a rapidez na vacinação “é crucial” para a imunização de rebanho. Do contrário, “em um ano será preciso revacinar os primeiros imunizados”.

A reinfecção é possível e vale para quem foi vacinado também. Sem o obstáculo da vacina ao vírus, essa probabilidade é maior, independentemente de novas variantes.”.

Ana Marinho, imunologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que a baixa cobertura vacinal aliada à flexibilização da quarentena e às novas cepas do vírus formam uma combinação “que elevará o número de casos”.

“A redução do isolamento tinha de acontecer à medida que as coberturas vacinais fossem avançando, de forma coordenada”, defende.

*Com informações do Uol

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Email entregue à CPI revela alerta da Pfizer a Bolsonaro já em março de 2020 sobre soluções para a pandemia

Presidente mundial da empresa informou mandatário brasileiro sobre esforços para combater Covid-19.

Com assunto “COVID-19-Pfizer Update”, um email do presidente mundial da Pfizer foi enviado à chefia de gabinete da Presidência da República no dia 17 de março de 2020 informando ao presidente Jair Bolsonaro medidas em andamento para ajudar no combate da pandemia.

O email, ao qual a Folha teve acesso, foi entregue à CPI da Covid do Senado em caráter sigiloso. A mensagem foi enviada aos endereços [email protected], [email protected] e [email protected]. Pedro César era o chefe de gabinete de Bolsonaro na época. Hoje, ele é subchefe para assuntos jurídicos da Presidência.

A comunicação ocorreu seis dias depois de a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretar estado de pandemia no mundo.

No email, Albert Bourla, CEO da Pfizer, se dirige diretamente a Bolsonaro e informa que a empresa, naquele momento, já buscava soluções contra o vírus para ajudar o mundo durante “tempos sem precedentes”. Diz ainda que anexou documento com os principais pontos de compromissos adotados naquele momento.

O texto foi encaminhado com cópia para, além do gabinete presidencial, a chefia de gabinete do Ministério da Saúde, o gabinete da secretaria-executiva da pasta e o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster.

“A Pfizer continua a manter suprimentos de medicamentos críticos hospitalares e está em busca de soluções médicas contra a Covid-19. Ela também anunciou um plano de cinco compromissos para avançar nesse processo”, diz o email.

A existência ou não de respostas do governo a Pfizer se tornou um dos temas centrais da CPI.

A Folha revelou que uma série de emails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostra a insistência da farmacêutica para negociar vacinas com o governo e a ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde à proposta apresentada pela empresa no meio do ano passado.

No intervalo de um mês, de 14 de agosto a 12 de setembro de 2020, quando o presidente mundial do laboratório mandou carta ao Brasil com uma oferta de doses de vacina, foram ao menos dez emails enviados pela farmacêutica discutindo e cobrando resposta formal do governo.

*Com informações da Folha

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Política e Poder

Abin “fura fila” e consegue vacinar servidores contra a Covid-19

Funcionários da agência não faziam parte da lista de prioridades divulgadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Segundo O Globo, servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) lotados em Brasília foram vacinados contra a Covid-19, mesmo inicialmente estando fora da lista de prioridades divulgadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Apenas após ser questionada pelo GLOBO, a secretaria local disse que os servidores fazem parte do “grupo de Força de Segurança e Salvamento” e, por isso, tomaram as doses do imunizante. Ao todo, 130 servidores da Abin tomaram a vacina, que foi aplicada num posto de vacinação do Exército. A Abin não informa quantos servidores têm no total.

Informações divulgadas pela Secretaria de Saúde do DF no fim de abril apontam que a vacinação para os profissionais das forças de segurança contempla policiais militares, civis e federais, agentes do Detran, militares do Corpo de Bombeiros e “forças que apoiam o decreto das medidas restritivas” do governo do Distrito Federal.

As prioridades para essa vacinação, de acordo com a secretaria, são trabalhadores envolvidos no atendimento e/ou transporte de pacientes; trabalhadores envolvidos em resgates e atendimento pré-hospitalar; trabalhadores envolvidos diretamente nas ações de vacinação contra a Covid-19 e trabalhadores envolvidos nas ações de vigilância das medidas de distanciamento social, com contato direto e constante com o público.

“Os demais trabalhadores das forças de segurança pública e forças armadas, que não se enquadram nas atividades descritas acima, serão vacinados de acordo com o andamento da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Covid-19”, disse a secretaria em 25 de abril.

Depois de questionada pelo GLOBO sobre os motivos que levaram à vacinação dos servidores da Abin, a Secretaria de Saúde respondeu que “fazem parte do grupo de Força de Segurança e Salvamento e eles produziram uma listagem com 130 profissionais a serem contemplados com a vacinação considerando o critério de exposição de risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte dos seus servidores”.

A secretaria disse também que a vacinação desse grupo ocorreu na Praça dos Cristais, em frente ao Quartel General do Exército, onde há vacinação em parceria com o Comando Militar do Planalto.

“A listagem foi enviada diretamente para o Exército, considerando a importância da discrição quanto ao sigilo das atividades e nomes desses servidores”, afirmou a pasta.

A Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência disse em nota que a vacinação ocorreu a seu pedido e o critério “foi a exposição a risco epidemiológico decorrente do trabalho por parte dos servidores lotados na sede da Abin, em Brasília”.

O presidente da associação, Mário Fragoso, afirma que a decisão de pedir prioridade na vacinação foi tomada em assembleia de servidores, e encaminhada em seguida para a Secretaria de Saúde. Ele considera o pleito justo porque os servidores da agência fazem parte das forças de segurança. De acordo com Fragoso, a vacinação ocorreu no dia 12.

Procurada, a Abin afirmou que as tratativas sobre a vacinação foram feitas exclusivamente pela associação de servidores.

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Política

Não há mais governo, e ninguém se dispõe a derrubar quem já desistiu de governar

Resta-nos confiar no que ainda temos de burocracia profissional no país.

Segundo Celso Rocha de Barros, em matéria publicada na Folha, no sábado (1º), velhos vacinados pelo Doria foram às ruas em apoio a Bolsonaro. Parabéns para os chineses: os manifestantes pareciam bem fisicamente, e seus evidentes problemas mentais eram claramente preexistentes.

Mesmo a maior manifestação, no Rio de Janeiro, não reuniu mais do que quatro ou cinco dias de brasileiros mortos durante a pandemia por culpa do governo Bolsonaro. Se a ideia era dizer “se tentarem derrubar Bolsonaro, terão de se ver conosco”, ninguém ficou assustado.

A demonstração de força dos bolsonaristas fracassou, mas o que interessa é que precisaram tentá-la. Eles sabem que Bolsonaro está perdendo.

O governo dos extremistas se desfaz a olhos vistos. Pela primeira vez na história, os chefes das Forças Armadas renunciaram conjuntamente em protesto contra o presidente da República. Logo depois, o Supremo Tribunal Federal tomou coragem e cumpriu seu dever constitucional obrigando o Senado a abrir a CPI do assassinato em massa. Bolsonaro manobrou para barrar a CPI, fracassou; manobrou para tirar Renan Calheiros da relatoria da CPI, fracassou.

A equipe econômica está se desintegrando em plena luz do dia, com demissão após demissão, uma fila puxada pelos melhores que só não termina em Guedes porque existe o inacreditável Adolfo Sachsida. O extremista Ernesto Araújo perdeu o Itamaraty e agora xinga o governo no Twitter. O vice-presidente Mourão deu uma entrevista ao jornal Valor Econômico em que declarou que não deve continuar na chapa na campanha da reeleição; defendeu, inclusive, a união em torno de uma terceira via para 2022.

Não há precedente para nada disso. Todo governo brasileiro que chegou perto desse ponto caiu antes de atingir esse grau de degeneração. E, no entanto, o governo Bolsonaro não cai.

No fundo, quem sustenta o governo Bolsonaro no momento é a Covid-19. O vírus impede manifestações de rua dos 70% do eleitorado que rejeitam Bolsonaro. E a mortandade causada pelo governo está tão fora de controle que as forças que poderiam organizar o impeachment não querem assumir responsabilidade pelo número imenso de mortes que Bolsonaro já contratou.

Mas se a Covid-19 segura Bolsonaro no Planalto, também impede que seu governo seja funcional, o que, sejamos honestos, já não seria fácil de qualquer maneira. O Brasil tem um grande problema de cuja solução depende a solução dos outros, a pandemia. Foi justamente esse o problema que Jair Bolsonaro desistiu de solucionar, porque já não comprou a vacina, já sabotou o isolamento social, e, a esta altura, não saberia corrigir-se se o quisesse.

Daí em diante, não há mais governo, só a mímica da rotina administrativa, a máquina rodando no vazio. A grande realização de Bolsonaro em 2021 foi aprovar o orçamento antes de maio.

Não há mais governo, e ninguém se dispõe a derrubar quem já desistiu de governar.

Resta-nos confiar no que ainda temos de burocracia profissional, no SUS, na Anvisa, nos governos estaduais, no Butantã, na Fiocruz. Que o medo da CPI pelo menos impeça Bolsonaro de continuar atrapalhando essa gente.

Minha aposta é que, depois do governo Bolsonaro, alguma palavra do português brasileiro entrará para as outras línguas como sinônimo de desastre.

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‘Caos indescritível na Índia’, cremações a céu aberto e falta de oxigênio, é o que relatam brasileiros

As cenas na televisão estavam tão impressionantes que a enfermeira Márcia Alexandrina Carvalho Kumar, moradora de Lucknow, na Índia, precisou ver com os próprios olhos para acreditar.

“Passamos de carro na área do crematório e a visão é indescritível. São piras e mais piras [de corpos]. É uma coisa surreal. Se me contassem, eu não acreditaria”, descreve a brasileira, que vive há mais de 20 anos no país, novo epicentro da pandemia de covid-19.

O aparecimento de variantes mais contagiosas no território indiano fez o número de vítimas disparar de maneira descontrolada. Dia após dia novos recordes de mortes são batidos, chegando a 3.689 no último sábado (1°). Os crematórios das grandes cidades não conseguem dar conta da alta da demanda.

“Os governantes tentam esconder o número de pessoas cremadas. Mas como você faz para encobrir uma pira enorme que está queimando? São centenas por dia. As pessoas fazem filas com os seus mortos na rua, sentadas no chão, debaixo de um calor de 40 graus”, conta Marcia, de 52 anos.

“Os mortos não poderiam estar expostos ao calor porque estão apodrecendo. Eu não tenho nem palavras para descrever.

A situação está fora de controle”, declarou. A situação mais crítica encontra-se em Nova Délhi e Mumbai, onde faltam leitos, medicamentos e os cilindros de oxigênio são vendidos a preço de ouro nos hospitais.

“A pandemia é uma lente de aumento para problemas que sempre existiram aqui, só que agora, a coisa explodiu.” Márcia interrompe o depoimento para conter a emoção. “O sistema de saúde indiano entrou em colapso total. As pessoas estão desesperadas. Quando elas conseguem oxigênio, ouvem um ‘boa sorte’ porque quando acabar aquele cilindro, não terá mais – e não tem mais para onde correr para conseguir.”

Distanciamento social na Índia “é impossível”

Do outro lado do país, a tradutora Layla Correa Mishra, de 43 anos, percebe que a segunda onda avassaladora de covid-19 está se aproximando de Kota, na região do Rajastão, noroeste da Índia. Os hospitais ainda têm vagas e o governo regional adotou um lockdown parcial, partir das 11h, para tentar evitar o pior.

“Tudo fecha e você só encontra vendedores de legumes ou de leite nas ruas. Isso gera aglomerações. O distanciamento aqui na Índia é impossível: é muito populoso, tudo tem muita gente”, afirma a carioca, que trocou o Rio de Janeiro pelo país asiático há cinco anos.

“Os trens, metrôs e templos estão sempre lotados, com muita gente sem máscara. É um caos. No Brasil, os meus pais nem querem ver televisão porque estão apavorados com a situação aqui. Mas se você parar para pensar na proporção de pessoas que tem aqui e no Brasil, a situação das mortes lá está muito pior”, compara Layla.

*Com informações do Uol

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