Texto final do relatório de Renan Calheiros ainda precisa ser aprovado pelos senadores da CPI da Pandemia.
Tanto o senador Flávio Bolsonaro, quanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro – todos filhos do presidente da República – terão o indiciamento recomendado pelo relatório da CPI da Pandemia.
O motivo: compartilhamento de notícias falsas. O capítulo do relatório destinado a esta investigação irá fundo nas consequências provocadas pela divulgação de fake news na rede de contato dos três irmãos.
Não existe um tipo penal chamado “fake news”. Ou seja, a mera publicação não resulta em responsabilização imediata. Por isso, técnicos do Senado listaram os crimes que ocorreram a partir do compartilhamento intencional de difundir mentiras, como promover medicamentos sem eficácia comprovada e a imunidade de rebanho. Flávio, Carlos, Bolsonaro poderão responder por colaborar com a infestação do vírus, o que formalmente se encaixaria no crime de epidemia.
O capítulo sobre fake news do relatório da comissão é o que contempla o maior número de pessoas que podem ser indiciados pela CPI pandemia. Entre esses recomendados, há médicos, empresários, políticos. É um dos rols de informações do relatório considerados mais polêmicos.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, também consta no relatório de Renan Calheiros como responsável por 11 crimes, dentre eles o de homicídio.
*Com informações da CNN
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O senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo e membro da CPI da Covid, trabalhou com o gabinete paralelo que orientou o uso de medicamentos e políticas públicas inúteis contra a covid-19. Em uma longa reunião privada, classificada pelo empresário Carlos Wizard como um “encontro nacional” com médicos de “27 estados”, o senador foi apresentado como o “padrinho político” da iniciativa.
Uma gravação do encontro foi entregue agora ao Intercept por uma fonte que pediu para se manter anônima por medo de represálias. O material, com confissões até então inéditas, não faz parte dos documentos recolhidos pela CPI. Para preservar a identidade da fonte, o Intercept optou por não publicar a íntegra do vídeo, mas apenas trechos dele.
Numa fala de quase dez minutos, do Val afirmou que trabalhava para convencer autoridades para que adotassem o chamado kit covid, assim como para organizar a distribuição de fármacos comprovadamente ineficazes contra o novo coronavírus. O senador mencionou tratativas dele com as Forças Armadas, governadores, prefeitos, o Ministério Público e a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A reunião ocorreu em 28 de junho de 2020.
“Estou aqui não só como padrinho, mas como ponta de lança para entrar onde vocês vão ter dificuldade”, disse o senador no encontro. “Até peço: não entre na seara política, que é muito complicada. Pode contar comigo que vou estar na neutralidade, não quero e não vou fazer publicidade disso. Para mim, fazer publicidade disso é um crime”.
A confissão do senador – que meses depois mentiu a respeito, como mostram notas taquigráficas de sessão da CPI – foi feita em uma reunião fechada de duas horas do grupo, que se autodenomina “conselho científico independente”.
No mesmo encontro virtual, o médico Emmanuel Fortes, que é um dos vice-presidentes do Conselho Federal de Medicina, o CFM, e membro ativo do gabinete paralelo, confirma que a entidade trabalhou alinhada aos defensores do tratamento precoce para dar garantias a quem prescrevesse a medicação inútil a pacientes de covid-19.
Além disso, o vídeo confirma o papel central de Wizard no gabinete paralelo montado por Jair Bolsonaro para aconselhá-lo no combate à covid-19. Ao longo de mais de duas horas, é ele quem preside a reunião, distribui tarefas e faz pedidos aos médicos que participam do encontro virtual.
A mentira do senador
Marcos do Val jamais revelou detalhes de sua atuação junto aos médicos, apesar do grupo ser um dos focos centrais da investigação de que ele mesmo faz parte. Pior: durante o depoimento de Wizard à CPI, em 30 de junho passado, do Val apenas disse que foi convidado para uma live com Wizard e que nunca lhe pediram nada.
“Não me foi pedido nada, apoio de nada, absolutamente nada. Então, eu queria deixar claro isto pra sociedade, pra todos que estão assistindo: como eu acabei te conhecendo, como eu acabei conhecendo a equipe de médicos e cientistas”, disse, na CPI.
O encontro secreto mostra outra fotografia. Um ano antes do depoimento prestado por Carlos Wizard, do Val disse que tinha proximidade com o empresário, com o presidente Jair Bolsonaro, e se cacifou como representante dos médicos que buscavam promover um medicamento sem eficácia contra o coronavírus.
O parlamentar revelou que por seus esforços conseguiu “fazer com que as Forças Armadas disponibilizassem oficialmente o Exército aqui no meu estado para armazenar a medicação e fazer a distribuição”. “Consegui recursos com o Ministério da Saúde para compra de mais de 200 mil kits para o meu estado, são 4 milhões de moradores”, orgulhou-se.
Adiante, ele repetiu a afirmação: “A gente está conseguindo fazer o movimento mesmo com o governador [do Espírito Santo, Renato Casagrande, do PSB] ter sido contrário, do secretário de Saúde ser extremamente contrário a isso. Consegui [empurrar a distribuição da cloroquina] via Ministério Público, via CRM”, falou, referindo-se ao Conselho Regional de Medicina capixaba.
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fala na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado. A comissão investiga o uso do dinheiro federal que foi enviado para cidades e Estados, além de supostas omissões do governo federal no combate à pandemia. Sérgio Lima/Poder360 05.06.2021
No dia em que a CPI da Covid aprovou a terceira convocação de Marcelo Queiroga para prestar depoimento, o ministro da Saúde foi ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para uma reunião com a entidade. O depoimento foi marcado agora há pouco, em almoço dos senadores no gabinete de Omar Aziz, para dia 18 próximo, véspera da leitura do relatório final.
O clima azedou para Queiroga, nesta quinta, último dia previsto para depoimentos na comissão, depois que a Conitec — supostamente por pressão do Planalto — retirou da sua pauta de deliberação um parecer que contesta o uso da cloroquina para tratamento de Covid.
O CFM é acusado por senadores de ser o fiador do tratamento ineficaz e houve pressão para que o presidente do conselho fosse convocado a depor. Ontem, o relator Renan Calheiros anunciou que, mesmo sem ser chamado a falar, Mauro Ribeiro passa a integrar a lista de investigados da comissão. A visita de Queiroga ao CFM hoje caiu como provocação à CPI.
Paralelamente, o humor em relação ao ministro ficou pior porque, expirado o prazo de 48 horas, Queiroga não mandou as respostas a um questionário enviado pela CPI, com perguntas, por exemplo, sobre o plano de vacinação para 2022.
*Lauro Jardim/O Globo
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“Seria ministrado em mim uma bomba de morfina e todos os equipamentos de sobrevivência na UTI seriam desligados, inclusive se estivesse parada cardíaca tinha a recomendação de não fazer reanimação”, afirmou Tadeu Frederico Andrade, paciente da Prevent Senior. Quando fez o teste, estava com covid e pneumonia avançada. Segundo ele, a operadora lhe enviou ‘kit Covid’.
Em depoimento à CPI da Covid, nesta quinta-feira (7), Tadeu Frederico Andrade, paciente da Prevent Senior, afirmou que a operadora enviou ‘kit Covid’ a ele por motoboy, após uma teleconsulta. De acordo com o depoente, uma doutora identificada como Daniela de Aguiar alterou o prontuário dele. Ele também disse que estava com covid quando fez um teste PCR-RT e pneumonia bacteriana já avançada. PCR-RT é um exame para detectando o material genético do vírus. A operadora de saúde ocultou mortes de pacientes com a doença durante estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina.
“Fui imediatamente internado e intubado. Este período durou cerca de 30 dias e uma de minhas filhas recebeu telefonema da doutora Daniela de Aguiar Moreira da Silva informando, comunicando que eu passaria a ter cuidados paliativos”, afirmou. “Seria ministrado em mim uma bomba de morfina e todos os equipamentos de sobrevivência na UTI seriam desligados, inclusive se estivesse parada cardíaca tinha a recomendação de não fazer reanimação. Felizmente minha filha não concordou”, complementou.
O depoente afirmou que, se tivesse um atendimento “pronto, imediato no primeiro dia talvez a pneumonia tivesse sido combatida mais eficientemente”.
Segundo o depoente, a doutora inseriu no prontuário dele “o início dos cuidados paliativos sem autorização da família e recomenda que não se faça mais hemodiálise, não ministrassem antibióticos e nem fossem feitas manobras de ressuscitação e que ministrasse a bomba de morfina”.
Randolfe chora
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chorou durante o depoimento de Tadeu, o que foi percebido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA). “Eu vi que Vossa Excelência estava com os olhos lacrimejando de emoção. Emocionou a todos nós. Não dá para se emocionar com alguém que se recuperou do corredor da morte”.
*Com informações do 247
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Não é só Jair Bolsonaro que deverá ter o seu indiciamento pedido no relatório da CPI da Covid. A cúpula da CPI também avalia indiciar dois dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro, além de pessoas do círculo restrito do bolsonarismo que frequentaram o Palácio do Planalto.
Junto com os irmãos Bolsonaro, devem entrar na lista o ex-secretário de Comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten, e o assessor da área internacional Filipe Martins.
Os nomes dos quatro deverão constar do capítulo relativo à disseminação de fake news. Eles estão entre as mais de 30 pessoas que deverão ser alvo do relatório, previsto para ser apresentado no próximo dia 19 e votado no dia seguinte.
Segundo pessoas envolvidas na elaboração do documento, o relator, Renan Calheiros, e a equipe de juristas que assessora a CPI estão escrutinando trocas de mensagens dos filhos do presidente que comprovariam o envolvimento com o esquema de divulgação de notícias falsas sobre o coronavírus, vacinação e tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.
As mensagens constam do material compartilhado com a CPI pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ministro conduz o inquérito das fake news. A investigação apura a disseminação de conteúdos falsos por autoridades e influenciadores bolsonaristas que receberam dinheiro público por meio de anúncios em seus sites e canais na internet.
No caso de Eduardo, a principal evidência para o indiciamento são as mensagens trocadas com empresários que os membros da CPI chamam de “patrocinadores” da máquina de fake news na pandemia, entre eles o dono da Havan, Luciano Hang e o ex-gestor de fundos do banco Lehman Brothers Otávio Fakhoury.
Numa das mensagens, por exemplo, Eduardo e o blogueiro Allan dos Santos conversam sobre um pedido de patrocínio ao dono da Havan. Meses depois, Allan diz a Eduardo que o empresário havia concordado com o patrocínio. Na CPI, Luciano Hang negou que tenha dado dinheiro para a disseminação de fake news.
Fakhoury, por sua vez, admitiu na CPI a doação de R$ 200 mil para o Instituto Conservador Liberal, de Eduardo Bolsonaro. Segundo apurou a comissão, Eduardo e Fakhoury também planejaram comprar uma rádio para disseminar conteúdo.
O empresário, que foi ouvido na semana passada pela comissão, hoje é presidente do PTB de São Paulo. Também integra o Instituto Força Brasil, entidade que entrou no radar da CPI depois que seu presidente, um coronel reformado, se envolveu em tratativas pouco ortodoxas para a compra de vacinas no Ministério da Saúde.
Já Carlos Bolsonaro aparece trocando mensagens com Filipe Martins a respeito do conteúdo sobre a pandemia a ser distribuído nas redes bolsonaristas.
Para a cúpula da comissão, é certo que Carlos, ou Carluxo, compõe e coordena o chamado gabinete do ódio. O que os assessores da CPI ainda estão estudando é se os filhos do presidente podem ser enquadrados em algum crime e qual seria.
*Com informações de O Globo
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A CPI da Covid ouve Raimundo Nonato Brasil, sócio da empresa de logística VTCLog, que presta serviços ao Ministério da Saúde e está envolta em suspeitas de irregularidades apuradas pelos senadores do colegiado.
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O presidente Jair Bolsonaro confirmou durante solenidade no Ministério da Saúde, que o Brasil será a sede da Copa América.Os governadores de Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná aceitaram receber jogos da competição a partir do próximo dia 13 de junho. Sérgio Lima/Poder360 01.06.2021
Pasta esconde dados por ‘segurança de autoridades’; empresa que cuida do armazém é investigada pela CPI.
O Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 70 mil por mês para armazenar medicamentos, testes e insumos do SUS vencidos. Revelado pela Folha, o estoque de produtos sem validade é avaliado em R$ 243 milhões.
O valor para manter os produtos na central de distribuição da Saúde, em Guarulhos (SP), foi confirmado por autoridades do governo federal que acompanham as discussões.
A VTCLog, investigada pela CPI da Covid no Senado, administra o armazém. Cabe à empresa informar a Saúde sobre produtos prestes a vencer, além de separar os insumos sem validade ou interditados.
Procurado, o Ministério da Saúde não quis se manifestar sobre o estoque vencido e não confirmou se o pagamento é inteiramente feito à VTCLog. A pasta colocou sob sigilo de cinco anos todas as informações sobre os produtos vencidos.
Em resposta a questionamentos apresentados via LAI (Lei de Acesso à Informação), o ministério disse que os dados podem colocar em risco a vida, segurança ou saúde da população.
A Saúde também afirmou que divulgar as informações ofereceria “elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País”, além de risco à segurança de “instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares”.
Após a revelação do estoque, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) reconheceu que o cemitério de insumos do SUS “é um problema”, mas negou negligência.
O ministro ainda tentou jogar sobre gestões anteriores a responsabilidade por perder os produtos.
*Com informações da Folha
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Presidente será o personagem central no capítulo que tratará de disseminação de fake news na pandemia.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) vai incluir no relatório final da CPI da Covid as mensagens de WhatsApp enviadas por Jair Bolsonaro, a contatos de sua lista de transmissão. O relator da comissão avalia usar as mensagens como prova para sustentar a recomendação de indiciamento de Bolsonaro por incitação a descumprimento de medida sanitária.
Nos textos enviados de seu celular, o presidente dissemina fake news sobre o combate à pandemia. No mesmo dia em que o Ministério da Saúde voltou a recomendar a vacinação de adolescentes no início desta semana, Bolsonaro escreveu: “jovens morreram com a Pfizer”. A mensagem foi disparara para contatos do presidente e remetia a um vídeo de uma comentarista de televisão levantando suspeitas sobre a vacinação ao citar mortes de adolescentes que sequer haviam sido imunizados.
O pedido de inclusão das mensagens de WhatsApp no relatório foi feito pelo senador Humberto Costa (PT-PE), também integrante da CPI da Covid, e acatado por Renan Calheiros.
— As mensagens enviadas por Bolsonaro à sua lista de contatos disseminando fake news sobre a vacina da Pfizer constará no relatório, como também constarão outras postagens e declarações do presidente para desincentivar a vacinação. Bolsonaro será responsabilizado por disseminar fake news e desincentivar a vacinação – disse Renan ao GLOBO, referindo-se também ao conhecido episódio no qual Bolsonaro disse que pessoas poderiam virar “jacaré” caso se vacinassem.
O capítulo sobre fake news preparado no relatório de Renan tem Bolsonaro como personagem central.
— Tudo começava a partir da atuação do presidente, que fazia as postagens e, depois, era seguido pelo gabinete do ódio, por sites bolsonaristas – concluiu o relator.
Renan foi aconselhado por consultores legislativos a propor o indiciamento de Bolsonaro por incitação ao crime por descumprimento de medida sanitária. O relator afirmou, no entanto, que antes de incluir essa tipificação penal no relatório, vai consultar a opinião dos demais integrantes da comissão parlamentar de inquérito.
*Com informações de O Globo
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É difícil definir a personalidade daquela figura tosca que, em última análise, representa muito do empresariado brasileiro contemporâneo.
Tudo bem que Skaf, da Fiesp, não se vista como se fosse um Pedro de Lara tardio, mas tão bolsonarista quanto o Véio da Havan, Skaf vende a imagem do escrúpulo da Fiesp e da sua bajulação ao genocida.
Sobre Luciano Hang, a própria Abin já havia alertado Bolsonaro que ele era a imagem da sujeira. Imagina isso, pensar que ainda existe alguma coisa pior que Bolsonaro, a quem, segundo a Abin, o presidente não deveria associar a sua imagem, por se tratar de um queima filme, na linguagem da milícia sujeira.
Isso dá a exata e proporcional noção do tamanho do caráter do sujeito que, ontem na CPI, em seu espetáculo de vaidade e marketing, usou a própria língua como corda para se enforcar, admitindo de maneira monstruosa que usou a mãe como cobaia do kit covid para agradar Bolsonaro e obter vantagens.
Talvez por isso, mesmo a Abin tendo alertando Bolsonaro sobre os riscos de sua proximidade pública com o empresário, pelo fato de ser agiota, sonegador e contrabandista, parece que Bolsonaro não se importou com o documento elaborado pelo órgão em 2020, um compilado de investigações que recaem sobre o empresário bugigangueiro. Era um alerta de luz amarela como a própria gravata do idiota que, na CPI, vomitou astúcia nos negócios, empreendedorismo na veia e conquistas como um verdadeiro “vencedor”.
Lógico que Hang manteve em sigilo a revelação da Abin e que a CPI já tinha informações que chegaram pelo portal Uol.
No panorama traçado pela Abin sobre o histórico de Hang, levantado por investigadores do órgão, consta que ele tinha apenas 21 anos quando ingressou no mundo dos negócios até os dias que correm.
Entre os escândalos que envolvem o vigarista verde e amarelo, a análise de dados destaca que a coisa era muito pobre, pois o custo fixo mensal das lojas, era simplesmente cinco vezes maior que o faturamento, o que quebraria as lojas em pedacinhos.
Mas o Midas de Santa Catarina vomitou suas fanfarronices ontem para explicar como usou a própria mãe como cobaia, que acabou falecendo, fazendo analogias sobre sua forma de ação no mundo dos negócios, como um empresário de sucesso.
Talvez empolgado com a Lava Jato, Luciano Hang, sabendo que a CPI tinha em mãos documentos do Ministério Público sobre uma investigação contra ele por lavagem de dinheiro, remessa ilegal, sonegação fiscal, contrabando de importados e evasão de divisas, partiu para o marketing pessoal.
Mas na era do marketing, diante da claque de idiotas que se ajoelham para Bolsonaro, a monstruosidade pode ganhar alguns pontinhos no Ibope do vigarista. Mas tudo indica que o sujeito saiu de lá muito mais encrencado do que entrou, mesmo que fizesse toda aquela fumaceira, era nítido que, tanto Renan Calheiros, quanto Aziz e Randolfe, estavam diplomaticamente encurralando o esperto para que ele apenas complementasse a ficha suja do contraventor fantasiado de empreendedor exótico e enquadrá-lo em vários crimes, inclusive no mais monstruoso deles cometido contra sua própria mãe.
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Investigado pela CPI da Covid em diferentes linhas de apuração, o empresário Luciano Hang, dono da Havan, prestará depoimento nesta quarta-feira à comissão parlamentar de inquérito. Por um lado, a cúpula da CPI questionará Hang sobre o incentivo ao tratamento precoce, que é comprovadamente ineficaz, ao negacionismo, por questionar a metodologia na contagem do número de mortos e por supostamente financiar blogueiros bolsonaristas propagadores de Fake News.
Hang terá ainda que responder a respeito da omissão da causa da morte no atestado de óbito de sua mãe, que faleceu vítima do coronavírus após ser medicada com remédios do chamado kit-Covid. Também deverá ser confrontado com informações da investigação do Ministério Público do Trabalho que mira num suposta pressão para que empregados da Havan votassem em Bolsonaro na eleição de 2018.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Hang apareceu com algemas e provocou:
— Se por acaso não aceitarem (na CPI) aquilo que vou falar, já comprei algema e vou entregar uma chave para cada senador. Que me prendam.
Assista:
*Com informações de O Globo
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