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É preciso calar a negação’ música pelo impeachment de Bolsonaro é lançada por artistas

O grupo Artistas e Sociedade Pelo Impeachment lançaram na 5ª feira (15.jul.2021) uma música crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Pedem a sua queda.

Desgoverno – Música de Zeca Baleiro e Joãozinho Gomes.

A canção faz parte da entrega de um abaixo-assinado pelo impeachment, com mais de 30.000 signatários, aos líderes de bancadas da oposição no Congresso.

Assista:

*Da redação

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Estatal pune empregado que criticou, “atitudes loucas deste desgoverno”

O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa estatal vinculada ao Ministério da Economia, puniu com dez dias de suspensão e descontos salariais um empregado público que fez uma crítica ao governo federal em um e-mail interno que não circulou em redes sociais. Ele escreveu aos seus colegas “que somente a resistência pode barrar as atitudes loucas deste desgoverno”.

A punição manchou a longa folha de serviços prestados à estatal durante 41 anos pelo analista de sistemas Fernando Sergio Gomes, 63. “Isso serviu como um sinal, um aviso para aquelas pessoas [da estatal] que são um pouco receosas. Uma pessoa com 41 anos de Serpro como eu, sem nada desabonador, não fui nem advertido, fui direto para uma suspensão”, disse Gomes à coluna.

O advogado Aderson Bussinger Carvalho, que defende o analista, disse que vai ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho para pedir a anulação da punição, que foi já cumprida em agosto passado.

Procurada pela coluna para esclarecer o conteúdo do processo em agosto, a estatal disse que não poderia comentar o caso: “Para preservar o sigilo do procedimento correcional e a intimidade de seus empregados, o Serpro se isenta de se manifestar publicamente sobre eventuais aplicações de sanções disciplinares”.

O professor e doutor em Direito Administrativo pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro, Manoel Peixinho, discordou que a mensagem possa ensejar uma punição. “É verdade que o e-mail corporativo deve ser usado para assuntos relacionados ao trabalho. Nesse caso [o empregado público] usou um e-mail fechado para um grupo determinado. Ele não levou a público, não maculou a imagem do Serpro. Mas mesmo que fosse aberto, eu também não veria problema. Ele está protegido pela liberdade de expressão.”

Para o professor, pode ser feito um paralelo com o caso da jogadora de vôlei de praia Carol Solberg, que foi denunciada em setembro ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por ter gritado “Fora Bolsonaro” após uma partida. Em novembro, ela foi absolvida pelo tribunal.

“O ato dele pode ter sido no máximo um inconveniente, mas não ilegal nem passível de punição. No caso de Carol, ela disse publicamente e mesmo assim foi absolvida porque foi consagrada a liberdade de expressão”

A mensagem que gerou a punição no Serpro foi enviada por Fernando Gomes no último dia 21 de fevereiro. Segundo o analista, o e-mail chegou a apenas 200 empregados públicos que faziam parte de um grupo criado para trocar informações a respeito do teletrabalho, modalidade de trabalho à distância já utilizada pelo Serpro muitos anos antes da pandemia do novo coronavírus.

Segundo Gomes, o grupo foi criado depois que o Serpro anunciou que iria encerrar a modalidade do teletrabalho que, segundo ele, existe desde 1986 e envolve cerca de 300 funcionários.

Gomes escreveu no e-mail: “Pessoal, muitos aqui estão nos grupos de resistência contra as privatizações, o Serpro não está fora da lista, recentemente houve mudança no tempo do acontecer. O grupo RJ Conectado abraça vários colegas que entenderam que somente a resistência pode barrar as atitudes loucas deste desgoverno. 493 trabalhadores da Dataprev estavam prestes a ir para o olho da rua, mas vários grupos se organizaram, tanto WhatsApp como Telegram, e conseguimos suspender a tragédia. Portanto entendam que nossa luta para manter o TT [Teletrabalho] é apenas uma parte de um todo”.

“Há 41 anos nunca vi um procedimento tão faca no pescoço. Eu fui escrever alguma coisa de resistência em relação à privatização. O conteúdo não é ofensivo a ninguém”, disse o analista.

‘Nunca vi um procedimento tão faca no pescoço’, afirma servidor

Gomes afirmou que, com a pandemia, parte dos empregados em teletrabalho continuou em “home office”, mas a estatal teria avisado que a modalidade do teletrabalho seria encerrada.

“Isso mexeu com várias pessoas que organizaram sua vida durante anos no teletrabalho. Tem empregados com problemas cardíacos, com diabetes. Foi uma pancada. Isso afeta realmente a cabeça e o sistema nervoso da pessoa. Quase todos ficaram revoltados, com muitos lamentos. Eu sugeri que a gente se organizasse em um grupo de internet para fazer essa luta e tentar reverter a decisão. Além disso, tem a questão da privatização. A gente faria a discussão sobre como organizar a resistência. Aí eu escrevi ‘desgoverno’.”

 

*Com informações de Rubens Valente/Uol

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Bolsonaro estimula o “novo cangaço”

No purgatório em que vivemos no Brasil, afligidos por tantos males, vamos deixando alguns acontecimentos em segundo plano, deixando de conectá-los com suas causas políticas, vale dizer, com a responsabilidade que por eles têm o desgoverno de Jair Bolsonaro.

Esta semana, por exemplo, bandos armados e violentos aterrorizaram os moradores de Criciúma (SC) e Cametá (PA). Para estourar caixas eletrônicos do Banco do Brasil, eles chegaram em carros blindados, portando armas pesadas, como fuzis exclusivos das Forças Armadas ou importados, gastando munição a rodo para assustar a população. Moradores foram humilhados e usados como reféns ou como escudos. Os vídeos feitos pelos habitantes mostram a similaridades dos métodos. A diferença foi que em Cametá eles acabaram estourando a máquina errada e não conseguiram levar o dinheiro. Mas deixaram um morador morto na ação.

Estes casos não são isolados. Ações semelhantes já aconteceram este ano em outras cidades do Pará, como Ipixuna, e do interior de São Paulo, como Araraquara e Botucatu. E também no interior de Minas e em alguns pontos do Nordeste. De lá veio o apelido de “novo cangaço” para estas ações violentas e rápidas, com uso de armas pesadas e de explosivos, tomada de reféns e cerco aos quarteis ou delegacias. Assim agiam também, com menor poder de fogo, os cangaceiros que espalharam o terror pelo Nordeste no final do século XIX e começo do século XX.

Muitas causas têm sido apontadas, como a chegada do final do ano, quando bancos movimentam muito dinheiro, a busca de compensação por quadrilhas ou organizações criminosas que “faturaram” pouco durante a pandemia, entre outras. Mas certo mesmo é que nestas ações chama a atenção o grande volume de armas e explosivos utilizados, e a presença de fuzis e outras armas de uso exclusivo das Forças Armadas. E isso tem uma relação clara com a política bolsonarista de flexibilizar as regras para posse, uso e circulação de armas no país.

E onde estavam os órgãos de inteligência (ABIN) e de segurança (Polícia Federal e outras polícias) que não foram capazes de perceber que num mesmo período houve um número enorme de roubos de carros blindados? Ah, estavam muito ocupados, principalmente com a defesa de familiares do presidente, como o encrencado senador Flávio Bolsonaro. Ou colaborando com a elaboração de listas de antifascistas ou de detratores de ministros do governo.

Nesta quinta-feira, o deputado Eduardo Bolsonaro foi fotografado com uma arma na cintura durante uma visita ao Palácio do Planalto. Entrar armado no palácio presidencial é proibido mas certamente isso deixou de valer para filhos do presidente. Eduardo não perde chance de fazer proselitismo a favor das armas, seja com gestos ou com declarações.

Desde o início, o governo vem tomando medidas em série para flexibilizar a posse de armas, inclusive as de uso exclusivo das Forças Armadas. Bolsonaro acabou com o controle e o rastreamento de munições, liberou quantitativo maior para compra de munição, e armou e municiou, descontroladamente, os clubes de tiro, que potencialmente podem ser usados para armazenagem e distribuição de armas e munição para milícias e para o crime organizado. O “novo cangaço” recebe uma inegável ajuda das medidas tomadas por Bolsonaro.

Em abril passado ele revogou três portarias do Exército, importantes para o controle de armas. A de número 46 estabelecia a criação do SisNaR (Sistema Nacional de Rastreamento de Produtos Controlados). Neste sistema deveriam ser lançados mais de 380 itens controlados pelo Exército. Ele revogou também a portaria 60, que previa a identificação e marcação de todas as armas de fogo produzidas no país ou importadas, que passariam a ter inscritos dados como nome do fabricante, país de origem, calibre, número de série, ano de fabricação e modelo. Revogada foi também a portaria 61, que estabelecia mecanismos de controle de embalagens e cartuchos, obrigando os fabricantes e comerciantes a manter um banco de dados sobre todas as operações, importações, expedições, vendas, movimentação e eventuais sinistros envolvendo munições. Um general do Exército demitiu-se da função em protesto contra a revogação dos controles.

Outra medida armamentista do governo foi o aumento, quantitativo e qualitativo, das armas que podem ser adquiridas por pessoas físicas ou pelos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), o que inclui os clubes de tiro. O ex-sargento Ronnie Lessa, aquele vizinho de condomínio de Bolsonaro que está preso e é tido como um dos assassinos de Mariele Franco, tinha autorização para comprar armas e munições, pois possuía um certificado de CAC. Outro que tinha a mesma regalia era o miliciano Adriano da Nóbrega, de forte conexão com Fabrício Queiróz e o gabinete de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, o vale da “rachadinha”.

Estelionato eleitoral também é isso. Bolsonaro, na campanha, prometia jogo duro contra o crime. No cargo, vem tomando medidas a favor do armamento da população – que supostamente deve cuidar da própria segurança, desistindo da proteção do Estado. E com isso turbina a violência, inclusive em novas modalidades, como o “novo cangaço”.

 

*Tereza Cruvinel/Jornalistas pela Democracia

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Vídeo de Lima Duarte sobre Bolsonaro: Onde foi que nós erramos?

OS NOVOS ISENTOS E A CRISE MUNDIAL

Marcelo Guimarães Lima

Aqueles que apoiaram Bolsonaro, ativa ou passivamente, nas eleições passadas, principalmente os membros da classe média brasileira, tem hoje uma curiosa reação ao mais que evidente impasse nacional e ao papel do líder da extrema direita brasileira na gênese e no agravamento da crise social, política e econômica no Brasil, refletindo a realidade da crise do sistema mundial hoje.

Quando o tema é a incompetência, a enorme ignorância e vulgaridade e, digamos diretamente, a agressividade, a maldade destrutiva antinacional e antipopular do amigo e protetor de milicianos, hoje no papel que lhe foi confiado de representante dos interesses da classe dominante brasileira, os recém-convertidos “isentões” tentam por todos os meios mudar de assunto.

Discorrem em termos genéricos sobre a gravidade do momento e protestam contra uma suposta “fulanização” da crise, contra a polarização, na qual tiveram parte ativa consumindo e replicando com satisfação os ataques constantes da mídia monopolizada do Brasil a Lula e Dilma, ao “PT” genérico, aos “comunistas” em geral, sendo alimentados e alimentando a histeria oportunista e reacionária, as aberrações lógicas e éticas que, naturalizadas pela televisão, os jornais e parte das redes sociais, passaram a ser a atmosfera cotidiana da vida no país, preparando e consolidando o golpe de 2016.

Face ao desastre longamente anunciado e hoje escancarado do (des)governo Bolsonaro, muitos dos novos “isentos” apelam ao nobre sentimento nacional, apelam a um patriotismo vago, incolor e inodoro, apelam à compaixão genérica e passiva para com os “outros”, a massa desfavorecida que o golpe de 2016 e, na sequência, o desgoverno Bolsonaro atacou de modo vil e cruel (assim como atacou trabalhadores e a própria classe média) e continuará atacando até onde a crise permitir e usando a crise para aprofundar um projeto de antissociedade e antinação ao estilo Tatcher-Reagan-Pinochet. Projeto “renovado”, aprofundado e adaptado ao novo século, mas que não nega sua origem histórica no período, tão “longínquo” e tão próximo, das ditaduras militares na América Latina sob a hegemonia e o suporte ativo dos EUA.

Tais apelos à “responsabilidade” e “neutralidade partidária” tem por finalidade evidente isentar de responsabilidade real os novos viúvos e viúvas do bolsonarismo, isentar os “isentões” e assim salvaguardar seus sentimentos e convicções profundas, reiterar o seu amor-próprio que não pode de modo algum ser abalado, confirmar, ainda que seja “clandestinamente” dado o novo contexto, as certezas absolutas de quem duvida de tudo que possa contradizer minimamente seus preconceitos. Certezas desnudadas hoje pela realidade da crise, mas que devem ser guardadas para uso público quando novas oportunidades surgirem.

Unem-se neste processo de um lado a covardia, de outro a má-fé. Receita de desastre na vida pessoal de todos e qualquer um, aqui sim, independente de determinações outras, de partidarismos reais ou imaginários, cor dos olhos, estilos de vestimentas, etc, etc.

A crise brasileira é parte da crise mundial: crise estrutural, crise do sistema, ou seja, crise das formas de vida hoje impostas mundialmente por uma minoria de beneficiários. A atual pandemia do coronavírus, unindo-se à fragilidade da economia global em perigo de desintegração, veio desnudar o ponto de inflexão no qual nos encontramos. A crise mundial exige soluções locais: a raiz das soluções globais está nas iniciativas de todos e cada um.

Uma sociedade não pode seguir por muito tempo em períodos críticos ignorando ou fingindo ignorar suas reais mazelas, tentando adiar as escolhas que a realidade exige sob pena de sofrimentos ainda maiores dos que os temidos conscientemente, os que se evidenciam em toda mudança. Aos novos isentos lembramos que a sua neutralidade imaginária é engajamento de fato na continuidade da crise. Ou escolhemos um caminho novo para todos, mais justo e racional, ou nos serão impostas formas de vida ainda mais excludentes que as atuais.

Os desafios, as dificuldades, as mudanças que a realidade impõe na vida de cada um e na vida das sociedades tem um custo proporcional à coragem das iniciativas de fato para enfrentá-las, para mudar a vida e nos transformarmos a nós mesmos – ao mesmo tempo condição para e resultado da transformação da realidade.

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Opinião

Sem argumento para se defender, Moro está sendo massacrado no Senado

Hoje, quarta-feira (19), Sergio Moro está neste momento sendo interrogado no Senado sobre os últimos acontecimentos que, de certa forma, começam a colocar a história política do Brasil, afanada por ele, em seu devido lugar, com muitos prejuízos, é certo, mas com a esperança de que a história volte a seguir o seu caminho natural, como antes do golpe de 2016 que tirou Dilma da cadeira da Presidência da República para colocar um biltre em seu lugar que resultou no desmando, no desgoverno.

Em função disso, O Brasil vive hoje uma de suas piores crises econômicas, sociais e, consequentemente, de credibilidade perante o mundo, tendo como presidente um tresloucado, resultado do golpe e das tramas armadas para que Bolsonaro se elegesse.

E a história seguiu de maneira torpe, vil, com o luxuoso auxílio da “operação Lava Jato”, hoje um pejorativo. Sergio Moro e os demais procuradores envolvidos nessa trama asquerosa que tirou da eleição o ex-presidente Lula, injustamente preso, agiram como se a mentira fosse suficientemente forte para se sobrepor à verdade. Não! Mais cedo ou mais tarde, ela viria. E veio, meio tarde? Talvez, mas não o suficiente que não permita que se retome o fio da meada, os rumos do bem.

Agora, neste exato momento, Sergio Moro está lá no Senado, feito um rato acuado, sendo massacrado e sem argumento para se defender. Uma vergonha de se ver! Não há argumento que o defenda depois do escândalo do vazamento das conversas entre ele e os procuradores da força-tarefa, sobretudo com Dallagnol. Ao contrário do ex-presidente Lula, preso sem provas, no caso de Moro, as provas estão aí escancaradas pelo site The Intercept Brasil.

E desta, caros amigos, Moro não sairá.