Herança de Bolsonaro: Hospitais lotados, doações e mortes, a situação ianomâmi uma semana após decreto de emergência

A herança maldita deixada por Bolsonaro.

Governo Lula se empenha o máximo para salvar os indígenas, mas o estrago feito por Bolsonaro é cruel. O governo ampliou atendimento à população e enviou Força Nacional do SUS para o território.

Uma semana após o decreto de emergência em saúde devido à crise humanitária na Terra Indígena Yanomâmi, em Roraima, o governo ampliou o atendimento à população que sofre com desnutrição e malária, mas não conseguiu evitar novas mortes.

Na sexta-feira, foram registradas as mortes de seis indígenas Ianomâmis, na comunidade de Surucucu e em Boa Vista, capital de Roraima, para onde haviam sido levados. Entre as vítimas, havia uma mulher e uma criança de 9 anos. As outras quatro vítimas eram homens, sendo um deles um líder da comunidade. A informação é do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Júnior Hekurari.

Identificada como Rodênia Yanomami, 33 anos, a mulher estava internada na UTI do Hospital Geral de Roraima, com um quadro grave de desnutrição. Já os corpos dos homens e da criança, até as últimas atualizações, ainda não tinham sido resgatados por estarem em local de difícil acesso em Surucucu, região a cerca de 270 km da capital.

No mesmo dia, exatamente uma semana após o governo federal decretar estado de emergência em saúde no território indígena, um hospital de campanha erguido pela Força Aérea Brasileira (FAB) começou a funcionar no pátio da Casa de Apoio ao Indígena (Casai), em Boa Vista.

Segundo os últimos dados atualizados do Ministério da Saúde, a nova unidade já atendeu 30 pacientes. A previsão é que o hospital faça 40 atendimentos por dia, podendo chegar a 300 caso haja necessidade. A estrutura improvisada é uma alternativa para desafogar a Casai, que até sexta-feira atendia 576 indígenas – o local, com capacidade máxima de 300 pessoas, chegou a suportar 777 há dez dias.

O hospital de campanha conta com cerca de 30 militares médicos nas especialidades de pediatria, ginecologia, clínica médica, ortopedia, neonatologia e radiologia, além de enfermeiros, farmacêuticos e técnicos de enfermagem. O local também tem aparelhos de raio-x e para a realização de ultrassonografias, junto a uma farmácia e a um laboratório com capacidade de realizar alguns exames laboratoriais.

Segundo a nova organização, os pacientes atendidos pela equipe da Força Nacional do SUS nas aldeias serão encaminhados ao hospital da FAB. Assim como a Casai, a estrutura consegue estabilizar o paciente, mas não internar. Neste caso, os indígenas em casos graves são enviados para o Hospital Geral de Roraima, e, no caso de crianças, ao Hospital Santo Antonio.

*Com informações de O Globo

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“Venezuela salvou muita gente”, diz Lula sobre doações de oxigênio

Em evento nesta quinta-feira (1º/9), o ex-presidente Lula também criticou os ataques de Bolsonaro ao país latino-americano.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira (1º/9) os ataques de Jair Bolsonaro (PL) contra a Venezuela e defendeu que o país latino-americano “salvou muita gente de morrer afogado fora d’água” com doações de oxigênio durante a pandemia da covid-19. O candidato defendeu ainda que, se eleito, será abolido o “complexo de vira-lata”.

“Esse genocida agora fica brigando com Cuba, com Paraguai, com Venezuela, com Nicarágua. Ele briga tanto com a Venezuela, que quando não teve oxigênio em Manaus, foi a Venezuela que salvou muita gente de morrer afogado fora d’água”, disse o candidato, referindo-se às doações feitas pelo país vizinho ao Brasil quando faltou oxigênio nos hospitais da capital amazonense em janeiro de 2021. “O Brasil não precisa disso, gente. O Brasil não precisa ser grosseiro”, completou.

O ex-presidente participou na manhã desta quinta de encontro com representantes do setor cultural no Teatro da Paz de Belém, no Pará. No final do dia Lula estará em ato público na cidade, previsto para 18h, no Espaço Náutico Marine Clube.

Em discurso, o candidato disse ainda que, se for eleito, será abolido o “complexo de vira-lata”, e que o Brasil terá uma relação civilizada com todos os países do mundo. O tema das relações internacionais é um dos abordados pela campanha do petista, relembrando sua atuação na área durante seus governos. Na segunda (29/8), Lula se reuniu com deputados da União Europeia.

*Com Correio Braziliense

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O estranho caso das doações espontâneas que somam R$ 500 mil na conta de Dallagnol supostamente ninguém sabia o número

Essa história, no mínimo, está mal contada. A indenização que Dallagnol tem que pagar a  Lula é de R$ 75 mil e, com juros, não chega a R$ 100 mil.

Segundo Dallagnol, as doações que ele recebeu chegaram a R$ 500 mil. E a pergunta é inevitável: por que ele esperou chegar a esse valor para dizer para as pessoas que não precisavam mais depositar. Por que não pediu para parar quando chegou em R$ 100 mil?

Isso ganha ainda mais ar sombrio quando se lembra que Dallagnol não só abriu a conta para receber o dinheiro do Departamento de Justiça Americano, R$ 2,5 bilhões, em nome da Lava Jato para criar uma suposta fundação de combate privado à corrupção, até que Dodge e Alexandre de Moraes cortassem as asinhas do esperto, já que esses recursos tinham como origem a Petrobras e, portanto, jamais poderia ser direcionado a uma empresa privada. Dallagnol chegou a pesquisar investimento em alguns bancos.

Fica difícil confiar nessa história dos depósitos que somaram R$ 500 mil na conta de Dallagnol em 36 horas, quando ele próprio diz que não fez campanha de arrecadação e que foi uma doação espontânea.

Ora, se foi espontânea, Dallagnol não publicou sua conta bancária em lugar nenhum, o que faz imaginar que o Ministério Público vai investigar essa coisa que está cheirando a chulé.

A conferir.

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Donos de mineradoras financiaram eleição de seis deputados do GT que quer alterar Código

Levantamento mostra que doações feitas por empresários do ramo em 2018 somam R$ 200 mil apenas entre membros do grupo.

É o que revela matéria de Paulo Motoryn, no Brasil de Fato.

Donos de empresas do setor da mineração doaram mais de R$ 200 mil a deputados federais que integram o Grupo de Trabalho que debate alterações no Código de Mineração na Câmara. A informação foi extraída da prestação de contas dos políticos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e cruzada com dados públicos da Receita Federal.

Dos 16 membros do GT, seis receberam doações de proprietários de empresa do ramo para financiamento da campanha eleitoral de 2018. Especialistas, movimentos populares e até o Ministério Público de Minas Gerais criticam duramente a tentativa de mudança na legislação.

Os valores das doações variam de R$ 10 mil a R$ 47,7 mil. A deputada Greyce Elias (Avante-MG), relatora da proposta, e o deputado Evandro Roman (Patriota-PR), coordenador do GT, estão entre os congressistas envolvidos no debate que receberam valores de empresários que atuam no setor.

O membro do GT recordista de arrecadação entre mineradores é João Carlos Bacelar (PL-BA). A reportagem identificou que ele recebeu duas doações, uma de R$ 42 mil e outra de R$ 30.000. Também receberam recursos os deputados Caroline de Toni (PSL-SC), Zé Silva (Solidariedade-MG) e Da Vitória (Cidadania-ES).

As doações

Os dados do TSE mostram que a relatora Greyce Elias (Avante-MG) recebeu R$ 10 mil de Tales Pena Machado, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (SindiRocha) e dono da Magban, empresa que está entre as 10 maiores exportadoras de mármore, granito e quartzito do país.

O coordenador do GT, Evandro Roman (Patriota-PR), teve doação de R$ 47,7 mil feita por Valdinei Antonio da Silva, sócio-administrador da Dimbo Mineradora, empresa sediada em Cascavel (PR), cidade natal do deputado. O congressista admitiu acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para acelerar a tramitação do texto.

Da Vitória (Cidadania-ES) ganhou R$ 20 mil de Giulio Malenza, sócio de duas grandes mineradoras do país, em sociedade com outros membros de sua família, a Corcovado Granitos e a Brasigran Granitos. O deputado atua como sub-relator de leilões de áreas no GT.

O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), que é sub-relator de barragens de rejeito, recebeu R$ 40 mil de José Roberto Segura, proprietário da empresa industrial Cerâmica Vila Cruz, sediada em Taiobeiras (MG). Caroline de Toni (PSL-SC) teve doação de R$ 10 mil de José Antonio Tessari, dono e presidente da Rotesma Artefatos de Cimento.

O recordista João Carlos Bacelar (PL-BA) foi agraciado por Itamar Nogueira da Costa, empresário do ramo de derivados de petróleo, com R$ 42 mil, e por Fábio Dias Costa, sócio-administrador da Serra Azul, empresa que presta serviços de apoio à extração de minerais.

Na última eleição em que foi permitido o financiamento privado de campanha, em 2014, dois outros atuais integrantes do GT da Câmara também ganharam dinheiro do setor, conformou apontou reportagem do Observatório da Mineração.

Na ocasião, Evair Vieira de Melo (PP-ES), que atua como sub-relator em rochas ornamentais, recebeu R$ 50 mil em doações da ArcelorMittal. O atual sub-relator de lavra garimpeira, Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR), teve R$ 100 mil da Cavalca Mineração naquele pleito.

Votação adiada

A sessão do GT da Câmara que votaria na manhã da última quarta-feira o relatório da deputada Greyce Elias foi cancelada. De acordo com o site da Casa, ainda não há nova data para realização da reunião.

Na semana passada, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Associação dos Observadores do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural de Minas Gerais afirmaram que o teor do relatório, que deve embasar o novo Código, se contrapõe a dispositivos elementares da Constituição de 1988 e cria conceitos jurídicos heterodoxos.

“Por exemplo, [o relatório] torna a mineração uma atividade de “utilidade pública” e “essencial à vida”, portanto, detentora de prerrogativas especiais, quando sua natureza é eminentemente privada, comercial e lucrativa.”

“O texto, todavia, é particularmente preocupante por suas repercussões nos dispositivos recém-criados pela nova Política Nacional de Segurança de Barragens. Soluções repisadas e catastróficas, como a autodeclaração e a fiscalização por amostragem, estão de volta à ordem do dia, como se as tragédias em Mariana e em Brumadinho não tivessem existido”, afirmaram.

Em nota, o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração centrou fogo contra a falta de participação da sociedade civil no Grupo de Trabalho: “Diferentemente da tramitação que houve entre 2013 e 2015, quando ainda houve alguma participação das organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos povos e territórios em conflito com a mineração e de grupos ambientais, a atual não os contemplou nos debates e tampouco aderiu às proposições advindas desse segmento da sociedade.”

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