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Fiocruz divulga nota sobre ameaças de morte, comandadas por Eduardo Bolsonaro, a pesquisadores de cloroquina

Enquanto outros países investem na ciência e consideram os pesquisadores, assim como os profissionais de saúde, heróis no front do combate à pandemia do novo coronavírus; no Brasil, os cientistas são alvo de uma avalanche de ataques e ameaças nas redes sociais de bolsonaristas comandados pelo gabinete do ódio de Eduardo Bolsonaro.

Equipe médica de Manaus chegou a receber escolta policial.

Eduardo Bolsonaro comandou o ataque e as ameaças de morte a pesquisadores da Fiocruz, como faz a milícia ligada ao clã.

Em sua nota, a fundação, que é ligada ao Ministério da Saúde, chamou de “inaceitáveis” as ameaças e disse apoiar incondicionalmente seu corpo de pesquisadores.

O estudo envolve mais de 70 pesquisadores, estudantes de pós-graduação e colaboradores da Fiocruz, da USP e da Universidade do Estado do Amazonas, entre outras instituições.

Análises preliminares da pesquisa indicaram que a letalidade do uso da cloroquina num grupo de pacientes com Covid-19 em estado grave foi de 13% .

Depois disso, o estudo foi atacado por bolsonaristas nas redes sociais – Eduardo Bolsonaro, por exemplo, escreveu no Twitter que “os responsáveis” eram do PT comandando as ameaças aos pesquisadores.

 

*Da redação

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Saúde

Há uma esperança: Mãe de donos da Prevent Senior é tratada com cloroquina

A notícia que a hidroxicloroquina e a cloroquina podem ser aliadas no tratamento da covid-19 rodou o mundo em pouco tempo. No Brasil, hospitais da rede Prevent Senior, Sírio Libânes e Albert Einstein anunciaram que vão avaliar como o iniciar protocolos e pesquisas para administrar a droga em pacientes com quadros graves causados pelo novo coronavírus.

Com 75 anos, a mãe dos diretores-fundadores da Prevent Senior, Fernando e Eduardo Parrilo, está internada em estado grave e é uma das primeiras pacientes a testar o tratamento com a cloroquina e a azitromicina (antibiótico usado para impedir infecções oportunistas), de acordo com Pedro Benedito Batista, cirurgião-geral e diretor-executivo da rede. A assessoria da rede afirma que são os primeiros a aplicar o remédio.

“Introduzimos a medicação de terça para quarta-feira e ela teve uma evolução grave até sexta-feira, com os exames mostrando piora severa. No sábado, a paciente apresentou melhora significativa, com um padrão de ventilação pulmonar extremamente avançado. Estamos muito esperançosos que isso tenha sido por causa da droga, já que ela estava muito mal até começar o uso”, aponta Batista.

De acordo com o diretor da rede, estudos apontam que o organismo do paciente começa a reagir à droga após cerca de cinco dias. “Ela está evoluindo bem, e se continuar assim, já teremos um parâmetro para passar para os outros pacientes e dar alento às famílias na mesma situação.”

“Esperança é maior que o risco”

Quando questionado sobre os riscos do tratamento, Batista explicou que a toxicidade da droga não é alta e está sendo usada em ambiente controlado. “Ela só está sendo administrada em pacientes em estado grave, nos quais consideramos que o risco do remédio é menor do que a esperança que ele oferece.”

Medicamento não deve ser usado em casa Apesar do bom prognóstico mostrado na paciente e em pesquisas, os médicos enfatizam que o uso da cloroquina não deve ser feito para prevenir a covid-19. Ressaltando, não funciona como profilaxia.

Além de não haver nenhuma evidência que isso poderia funcionar, a ingestão pode oferecer riscos como alterações na visão e cardiopatias. “Cada caso deve ser avaliado criteriosamente pela equipe médica —inclusive os internados em estado grave”, diz Bastista.

Hospital não revela casos de outros pacientes

A rede Prevent Senior não informa se outros pacientes já estão recebendo o protocolo de tratamento com a droga. De acordo com o diretor da rede, as famílias precisam autorizar.

Outros hospitais ainda não se pronunciaram

A reportagem entrou em contato com os outros hospitais de São Paulo que devem aplicar o tratamento.

Tanto o Albert Einstein quanto o Sírio Libanês não responderam aos pedidos de entrevista do VivaBem. Assim que tivermos o posicionamento de ambos, eles serão incluídos na reportagem.

Falta do remédio e intoxicações

A esperança de que a cloroquina possa curar sintomas da covid-19 levou ao esgotamento do remédio em diversas farmácias no Brasil. Pessoas com lúpus, que precisam do medicamento, relatam dificuldade em encontrar cloroquina. Isso levou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a enquadrar a substância como medicamento de controle especial.

Na Nigéria, há dois casos de intoxicação por cloroquina. Os episódios ocorreram na última sexta-feira (20), um dia depois de Donald Trump ter dito que a cloroquina, geralmente usada contra a malária e o lúpus, poderia ser o “remédio certo” contra a pandemia, gerando uma corrida às farmácias para comprar o medicamento.

“Já registramos dois casos de intoxicação, mas provavelmente teremos mais e mais nos próximos dias”, disse Ore Awokoya, assessora especial de saúde do governo de Lagos, à agência AFP na última sexta-feira (20).

 

 

*Giulia Granchi/Uol