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O que Bolsonaro tem para mostrar: ‘Caminhão de ossos’ no Rio é disputado por população faminta

A crise econômica pela péssima atuação do governo Bolsonaro durante a  pandemia trouxe de volta uma ameaça para parte dos brasileiros: a fome, a miséria. Com inflação e desemprego elevados, o país passou a registrar mais cenas de pessoas em busca de doações de alimentos e até de itens rejeitados por supermercados.

As cenas mais recentes a ganhar repercussão ocorreram na zona sul do Rio de Janeiro. Nesta quarta-feira (29), reportagem do jornal Extra mostrou que um caminhão com restos de carne e ossos, no bairro Glória, virou ponto de distribuição para moradores que têm fome e não têm dinheiro para comprar alimento.

Comerciantes da região relataram que essas cenas costumam ocorrer durante a manhã, em parte da semana. A reportagem tentou contato com os responsáveis pela distribuição, mas não obteve retorno. Ao Extra, o motorista do caminhão indicou que antes as pessoas buscavam os ossos para dar a cachorros, e hoje as sobras vão para consumo próprio.

Cenas como essa não são exclusividade do Rio. Durante a pandemia, cidades como Cuiabá (MT) também registraram filas de pessoas em busca de doações de restos de ossos de boi. Os resquícios de carne acabam virando prato principal na casa de quem sofre com dificuldades financeiras.

A organização social Viva Rio afirma que percebeu um aumento na fome com a chegada da pandemia. Por isso, ajudou a promover uma campanha de doações de alimentos, a SOS Favela, a partir da fase inicial da crise sanitária. Segundo a organização, 450 comunidades do estado do Rio chegaram a ser beneficiadas.

“O impacto da pandemia foi tremendo. O último a se recuperar é o mais pobre, que depende do trabalho nas ruas, por conta própria e informal. Ele é o primeiro a entrar na fila das perdas e o último a sair”, diz o antropólogo Rubem César Fernandes, fundador da Viva Rio.

“A situação ainda é dramática. A população de rua aumentou.”

No estado do Rio de Janeiro, 2,6 milhões de pessoas (o equivalente a 15,1% da população local) estavam em situação de extrema pobreza e viviam com até R$ 89 por mês no começo deste ano, segundo levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a partir de dados do Ministério da Cidadania.

Durante sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira, o senador Humberto Costa (PT-PE) comentou, com críticas ao governo Jair Bolsonaro, o caso de pessoas garimpando restos de carne entre ossos no Rio.

“Não sei se o senhor viu, na foto de um jornal, um bocado de carcaça de osso e umas pessoas querendo levar aquilo ali, que antigamente compravam pra dar para os cachorros, e hoje as pessoas compram para fazer sopa e comer o resto da carne”, disse, durante sua fala no depoimento do empresário bolsonarista Luciano Hang.

O senador disse que “é isto que este governo e esse projeto causaram ao nosso país: uma tragédia sanitária, econômica, social e política”.

*Com informações da Folha

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Bem antes do coronavírus, Bolsonaro devolveu o Brasil ao mapa da fome, fome que sempre negou

O mesmo Bolsonaro que negava a fome no Brasil há poucos meses, agora está “preocupado com a fome dos pobres que precisam trabalhar”

Que coisa mais tocante!

O relatório feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura indicou um grande retrocesso do Brasil sob o comando de Bolsonaro .

A curva de desnutrição, há muito descendente, passou a crescer muito.

Quando soube do relatório, Bolsonaro o “preocupado com a fome dos pobres”, hoje, agora, de maneira leviana, afirma que a fome no Brasil é uma mentira, assim como diz que a pandemia de coronavírus é uma histeria e que é apenas uma gripezinha.

Por que a fome, praticamente erradicada por Lula e Dilma, voltou com força total no governo Bolsonaro?

Pela ideologia do governo que se estabeleceu a redução de políticas sociais e programas de transferência de renda, o que resultou no aumento da subnutrição, assim como a prevalência de anemia em mulheres em idade reprodutiva.

A criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, criado por Lula a partir de 2003, dispensou uma maior atenção aos problemas do semiárido, com a construção de centros de capacitação e uma rede de cisternas.

Essas ações, fundamentais para a saída do Brasil do Mapa da Fome em 2014, perderam força com a reorganização e extinção de ministérios levada a cabo nos últimos anos, sobretudo no primeiro semestre de governo Bolsonaro, com a diminuição do orçamento de políticas agrárias e de redistribuição de terras e de renda, o que, sem dúvida, agravou e muito os índices sociais, aumentando significativamente o número de pessoas em situação de extrema pobreza – aquelas cuja renda mensal é inferior a R$ 230, trazendo o Brasil, mais um vez, para o Mapa da Fome.

Bolsonaro sempre trabalhou para que o Brasil, além de pobre, ficasse triste, assustado, violento e preconceituoso.

Em setembro de 2019, com oito meses de governo Bolsonaro, o Brasil já ostentava uma marca macabra contra a infância pobre. Seis em cada dez crianças brasileiras vivem na pobreza, fato constatado por um estudo inédito da Unicef.

Agora, Bolsonaro, em defesa da ganância do empresariado, quer colocar toda a população em risco exigindo o fim da quarentena com a justificativa de que os pobres passarão fome.

Ou seja, o cinismo sádico de Bolsonaro é doentio e não enxerga limites.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Extrema pobreza avança no Brasil e já atinge mais de 13 milhões de pessoas, diz IBGE

A extrema pobreza no Brasil bateu recorde em 2018 com mais de 13 milhões de pessoas vivendo com menos de 2 dólares ao dia, segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira.

O Brasil não tem uma linha explícita de extrema pobreza, mas o Banco Mundial convencionou o parâmetro de 1,90 dólar ao dia como referência. Pelos parâmetros do banco são consideradas pobres as pessoas que vivem com até 5,50 dólares.

Segundo a pesquisa do IBGE, o Brasil tinha cerca de 13,5 milhões de pessoas vivendo com menos de 1,90 dólar ao dia em 2018. O percentual de pessoas na extrema pobreza atingiu no ano passado 6,5% da população brasileira, maior patamar desde o início da pesquisa em 2012.

Em 2017, 6,4% dos brasileiros viviam na extrema pobreza e o menor patamar foi registrado em 2014, de 4,5%.

“Em 2018 tínhamos na extrema pobreza o equivalente a mais que as populações de países como Portugal, Grécia e Bolívia”, destacou o pesquisador do IBGE Leonardo Athias.

O IBGE lembrou ainda que o Bolsa Família, principal programa social do país, tem como foco famílias com renda per capita de até 89 reais ao mês, enquanto para o Banco Mundial uma pessoa se encontra em pobreza extrema com uma renda per capita de 145 reais ao mês.

“Quando ele (Bolsa Família) foi pensado lá atrás, era próximo da linha de extrema pobreza global. Mas não foi atualizado e criou esse gap de 89 para 145 reais”, disse Athias.

O aumento da extrema pobreza no país nos últimos anos, explicou o IBGE, está diretamente ligado à recessão no biênio 2015/2016, que provocou demissões em massa. Parte dessas pessoas só conseguiu retornar ao mercado de trabalho mais tarde, em condições menos favoráveis.

“A crise econômica puxou a pobreza. E para superar isso tem que haver políticas de combate à pobreza, medidas de estímulo ao mercado de trabalho, políticas distributivas para proteger as populações mais vulneráveis desses ciclos econômicas e estimular cada vez mais a educação”, avaliou o gerente do IBGE André Simões.

O maior percentual de população vivendo com menos de 5,50 dólares ao dia foi registrado no Maranhão, de 53%. Na outra ponta está Santa Catarina, onde apenas 8% das pessoas tinham um renda domiciliar inferior a esse valor.

EDUCAÇÃO

Segundo o IBGE, ao longo das últimas gerações houve um aumento considerável no nível de instrução da população brasileira, mas mesmo assim o país está distante do patamar internacional.

A pesquisa mostrou que em 2017 –dado comparável a outros países– 49% dos brasileiros com idade entre 25 e 64 anos não tinham concluído o ensino médio, mais que o dobro da média dos países da OCDE, cujo percentual era de 21,8%.

O Brasil aparece à frente de países como México, Turquia, Costa Rica e Portugal, mas atrás de diversos outros como Colômbia, Argentina, Chile, África do Sul e a maioria dos europeus, além de Nova Zelândia, Austrália e Japão.

“O aumento da escolaridade se deu de forma mais rápida nas gerações mais novas, que se beneficiaram do processo recente de expansão da educação básica e do ensino superior. Mas mesmo assim está abaixo da média da América Latina”, disse a pesquisadora do IBGE Betina Fresneda.

“Temos uma dívida educacional muito grande a ser pagar e uma inércia das nossas políticas públicas que ganharam mais força na década de 1990”, completou a pesquisadora.

No Brasil, apenas 19,7% das pessoas com idade entre 25 e 34 anos tinham ensino superior completo em 2017, ao passo que a média da OCDE era de 36,7%, segundo o IBGE.

Os dados da pesquisa revelaram ainda que o Brasil tinha em 2015 uma das maiores taxas de analfabetismo da América Latina, de 8% das pessoas com 15 anos ou mais. Esse percentual é igual ao da República Dominicana e menor apenas que El Salvador, Honduras e Guatemala.

Por outro lado, a taxa de analfabetismo era de 0,2% em Cuba, 0,8% na Argentina, 1,5% no Uruguai e 3,4% na Venezuela.

 

 

*Com informações do Uol