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Vídeo: Lula defende união de países para combater fome e desemprego no mundo e critica “extrema direita racista e xenófoba”

Presidente brasileiro discursou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, formada por 55 países.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as alternativas para fome e desemprego não virão da “extrema direita racista e xenófoba” ao discursar como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, formada por 55 países.

— A alternativa das mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode continuar sendo privilégio de poucos. Só um projeto social inclusivo nos permitirá ter sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas. Não haverá estabilidade e democracia com fome e desemprego. O momento é propício para resgatar as melhores tradições humanistas dos grandes líderes da descolonização africana — afirmou Lula.

Lula citou que ser humanista implica em condenar os ataques no conflito entre Israel e Hamas e defendeu que o fim do conflito passa pela criação de um Estado Palestino “livre e soberano”:

— Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a libertação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço a resposta desproporcional de Israel que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza, em sua ampla maioria, mulheres e crianças e provocou deslocamento forçado de mais de 80% da população. A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado Palestino livre e soberano, um Estado Palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.

O presidente reforçou importância de uma reaproximação com o continente africano e afirmou que por muito tempo o Brasil foi governado sem olhar para África:

— O Brasil sempre olhou o mundo sem enxergar o continente africano. O Brasil durante muitos séculos foi governado olhando para o Estados Unidos e olhando para a Europa, e o Brasil não via nem a América do Sul e muito menos via continente africano. Quando assumi a presidência em 2003, resolvi fazer com que o Brasil se aproximasse do continente africano. O oceano Atlântico não é um obstáculo para nossa aproximação, é uma dádiva de Deus para nossa aproximação.

Lula afirmou que já visitou 20 vezes o continente africano, que em seus mandatos foram abertos 19 embaixadas nos países africanos e voltou a falar da dívida histórica que o Brasil tem com o continente pelo período da escravidão

— Voltei a presidir o país, eu voltei e quero contribuir com o continente africano. Tudo, muito ou pouco, que o Brasil tem, quero compartilhar com o os países africanos, pois temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão que a única forma de pagar é com solidariedade e muito amor.

Veja no vídeo abaixo o discurso completo do presidente.

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Política

Lula recria Conselho Nacional de Segurança Alimentar e reafirma compromisso de combate à fome

Órgão desmontado por Bolsonaro volta aos trabalhos. Conselheiros foram reempossados no início desta tarde.

O presidente Lula (PT) anunciou nesta terça-feira (28), por meio da assinatura de dois decretos, a retomada do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o programa de formulação e monitoramento de políticas públicas que tirou o Brasil do Mapa da Fome em 2014.

“Nós criamos o Consea para que fosse um instrumento de pensamento, de construção e de execução de políticas públicas que pudessem cuidar do combate a fome e da miséria e, lamentavelmente, ele foi exterminado. Hoje está de volta“, declarou Lula, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, no início desta tarde.

“A verdade é que se nós produzimos alimento demais e tem gente com fome, significa que alguma coisa está errada. Significa que tem gente comendo mais do que deveria comer para que o outro pudesse comer pouco, significa que nós estamos desperdiçando alimento… e a coisa mais errada de todas é que as pessoas não tem dinheiro para comprar o que comer“, continou o presidente.

“Temos que manter a capacidade de nos indignarmos com as coisas que estão erradas, porque quando perdemos essa indignação, não temos forças para fazer as coisas que precisamos. E combater a fome é muito sério“, disse Lula, emocionado.

“O Brasil pode voltar a ser o país que sonhamos. Quando saí do governo, achei que nunca mais iria falar de fome, que o salário mínimo teria sempre aumento real. Anos depois, o país está pior. O tempo que temos agora é mais curto, mas nossa sabedoria é muito maior“, garantiu o petista.

Na ocasião foram reempossados os conselheiros e a presidente do Consea, a nutricionista Elisabetta Recine, que integravam o conselho quando ele foi desmontado no início da gestão do ex-líder do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), em janeiro de 2019.

“Ontem, quatro anos depois, voltamos pra rua comemorando. O Consea voltou, um prato cheio de justiça social. Uma ciranda maravilhosa que mistura gente, arte, cultura e comida boa. E não é só de militante raiz. É gente que entrou na roda pois sabe o lado bom da história“, disse Recine.

“Sem democracia não há soberania, não há fim da fome, não há vida. Anunciamos que não iríamos aceitar de forma passiva interrupção autoritária da construção participativa de políticas públicas, que geraram importantes resultados e inspiraram o mundo. Nós declaramos ontem, hoje e continuamos a declarar, nós defensoras e defensores do direito à alimentação estamos firmes, fortes, resilientes e não vamos nos render. Estamos presentes nas cidades, nos campos, nas florestas e nas águas, no espaço em que mobilizamos a sociedade em defesa da democracia e por direitos“, continuou a presidente.

“A erradicação da fome e a garantia da alimentação saudável requer o enfrentamento das desigualdades de gênero, de raça. Requer a produção de comida de verdade, produzida pela agricultura familiar, por povos indígenas, por quilombolas, por povos e comunidades tradicionais que respeite a cultura alimentar e a natureza“, completou a nutricionista.

Estrutura do Consea

O Consea, braço da participação e do controle sociais do Sistema Nacional de Segurança Alimentar (Sisan), faz parte da estrutura da Presidência da República, sob o comando da Secretaria-Geral da Presidência, que terá como secretário-geral o ministro Márcio Macedo, que também participou da solenidade.

Ao todo, o órgão conta com 57 conselheiros, além de 28 observadores convidados, que não recebem remuneração por participarem do colegiado.

Desde a campanha eleitoral, Lula tem reafirmado o “compromisso número um” de seu terceiro mandato no combate a fome no país. Segundo ele, o Consea é “essencial” para “restabelecer o direito à alimentação para nosso povo” e “novamente, vencer a fome” no Brasil.

O histórico de luta do Conselho

Importante dispositivo no combate à fome e à insegurança alimentar no Brasil, o Consea foi uma iniciativa do governo de Itamar Franco, em 1993. No entanto, ele foi desativado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e reativado por Lula em sua primeira gestão, em 2003, e extinto novamente por Bolsonaro em 2019.

Nos anos vigentes, o Consea foi um programa considerado fundamental na articulação e monitoramento de políticas públicas que promoveram a saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2014, ao reduzir em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação.

Após o desmonte do Consea, os dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) apontaram que Brasil voltou ao Mapa da Fome ainda em 2018, sob a gestão de Michel Temer (MDB), mas a situação piorou a partir de 2020, com a extinção autorizada pelo governo Bolsonaro.

Segundo o Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil, divulgada em junho de 2022, 33,1 milhões de brasileiros estão sob insegurança alimentar, o que corresponde a 15,5% da população.

De volta, o programa irá conduzir a participação social no diálogo com o governo na formulação de políticas para combater a fome; além de atuar sob a ótica da intersetorialidade, o que envolverá diversos setores do governo, liderados pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e levará as sugestões apresentadas pelo colegiado até o presidente Lula.

*Com GGN

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Canal Antropofagista – Lula foi premiado hoje, por osmose, ao Nobel da Paz

A equipe da ONU de combate à miséria que ganhou o prêmio Nobel da Paz, é a mesma que a mesma que premiou Lula como campeão mundial de combate à fome.

Assista:

 

*Da redação

 

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Bem antes do coronavírus, Bolsonaro devolveu o Brasil ao mapa da fome, fome que sempre negou

O mesmo Bolsonaro que negava a fome no Brasil há poucos meses, agora está “preocupado com a fome dos pobres que precisam trabalhar”

Que coisa mais tocante!

O relatório feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura indicou um grande retrocesso do Brasil sob o comando de Bolsonaro .

A curva de desnutrição, há muito descendente, passou a crescer muito.

Quando soube do relatório, Bolsonaro o “preocupado com a fome dos pobres”, hoje, agora, de maneira leviana, afirma que a fome no Brasil é uma mentira, assim como diz que a pandemia de coronavírus é uma histeria e que é apenas uma gripezinha.

Por que a fome, praticamente erradicada por Lula e Dilma, voltou com força total no governo Bolsonaro?

Pela ideologia do governo que se estabeleceu a redução de políticas sociais e programas de transferência de renda, o que resultou no aumento da subnutrição, assim como a prevalência de anemia em mulheres em idade reprodutiva.

A criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, criado por Lula a partir de 2003, dispensou uma maior atenção aos problemas do semiárido, com a construção de centros de capacitação e uma rede de cisternas.

Essas ações, fundamentais para a saída do Brasil do Mapa da Fome em 2014, perderam força com a reorganização e extinção de ministérios levada a cabo nos últimos anos, sobretudo no primeiro semestre de governo Bolsonaro, com a diminuição do orçamento de políticas agrárias e de redistribuição de terras e de renda, o que, sem dúvida, agravou e muito os índices sociais, aumentando significativamente o número de pessoas em situação de extrema pobreza – aquelas cuja renda mensal é inferior a R$ 230, trazendo o Brasil, mais um vez, para o Mapa da Fome.

Bolsonaro sempre trabalhou para que o Brasil, além de pobre, ficasse triste, assustado, violento e preconceituoso.

Em setembro de 2019, com oito meses de governo Bolsonaro, o Brasil já ostentava uma marca macabra contra a infância pobre. Seis em cada dez crianças brasileiras vivem na pobreza, fato constatado por um estudo inédito da Unicef.

Agora, Bolsonaro, em defesa da ganância do empresariado, quer colocar toda a população em risco exigindo o fim da quarentena com a justificativa de que os pobres passarão fome.

Ou seja, o cinismo sádico de Bolsonaro é doentio e não enxerga limites.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas