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Política

Bolsonaro finge não saber que quem quer lhe derrubar é a elite representada pela terceira via

É só olhar quem votou junto com Bolsonaro pela privatização dos Correios para entender que a elite, representada pela terceira via, quer a queda de Bolsonaro, mas também quer a continuidade do programa de desmonte do Estado que Guedes vem promovendo.

Nessa turma há uma ilusão de que a polarização entre Bolsonaro e Lula aumenta as chances de Lula, como se ele não tivesse saído do seu segundo mandato com 87% de aprovação pelo povo brasileiro, um recorde histórico jamais visto com nenhum outro presidente.

A elite já deixou claro que não quer a continuação de Bolsonaro, muito mais pelo esfarelamento das finanças, da destruição do mercado interno com um nível recorde de desemprego, assim como o endividamento das famílias, do que, por exemplo, com a responsabilidade do genocídio provocado pelo governo Bolsonaro que já chega a quase 600 brasileiros mortos.

Bolsonaro não é e nunca foi líder político sequer do baixo clero, que fará de um país com tamanha complexidade. A imagem do Brasil lá fora só se degrada, sem falar que, além de todo o prestígio internacional de Lula, reconhecido como uma das maiores lideranças políticas do planeta, a economia brasileira que hoje não está nem entre as 13 maiores do mundo, era, no período de Lula a que mais recebia investimentos internacionais.

O Brasil foi entregue a Lula por FHC na 14ª posição, sem um centavo de reserva e com uma enorme dívida com o FMI. Lula, por sua vez, entregou o país com baixo nível de desemprego, com valorização salarial, além de ser parte do seleto grupo das seis maiores economias mundiais. Lula quitou a dívida com o FMI e ainda, junto com Dilma, fez uma poupança em reservas internacionais de US$ 380 bilhões, o que ultrapassa R$ 2 trilhões.

Hoje, o Brasil tem o preço dos combustíveis que arranca o couro dos brasileiros, com a gasolina chegando a quase R$ 7,00, com a Petrobras dando lucros estupendos aos seus acionistas, o que acaba por estimular ainda mais a coceira da inflação e, por consequência, o aumento da taxa de juros.

O fato é que essa mesma elite que colocou Bolsonaro no poder e que já havia colocado Temer, absolutamente trágico para a economia brasileira, quer ver Bolsonaro pelas costas e não para de mandar recado aos militares comprados com mamatas e salários astronômicos para que sirvam de guarda pretoriana de seu clã para que não termine na cadeia.

Ainda assim, mesmo que não confesse, a elite financeira prefere Lula a Bolsonaro, mesmo acreditando numa vertigem chamada terceira via, porque antes mesmo da eleição de 2022, Bolsonaro destruirá o restante que sobrou do Brasil depois do golpe em Dilma e da prisão de Lula.

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STF enquadra Pazuello e amplia a corrosão na base da barragem militar de Bolsonaro

As fulminantes críticas da sociedade sobre a atuação dos militares no governo Bolsonaro são tão compactas, espessas e cerradas que mais se perecem uma rapadura que só se come raspando.

Está osso para a gandola se safar do que pesa sobre os ombros dos militares.

Bolsonaro modelou a imagem de seu governo dando forma tridimensional para dar sensação de relevo militar.

A fotografia de guarda pretoriana foi milimetricamente talhada de forma angulosa e grandiloquente.

Mas a papa desandou, azedou, a canoa fez água e entrou em convulsão.

O bate-cabeça tomou lugar da continência.

Ninguém mais se entende, ninguém quer mais sair na foto oficial, até porque a chacota com militares no site oficial das Forças Armadas, aonde aparecem soldados com máscaras pintadas digitalmente, ganhou as redes.

Não tinha momento pior para as Forças Armadas do que agora para Pazuello tomar um carão do Supremo.

As tagarelices do general da ativa, Eduardo Pazuello, atingem frontalmente o moral da tropa. É praticamente impossível separar as Forças Armadas da tragédia desesperadora ocorrida em Manaus por falta de oxigênio sem que se tenha uma plano mínimo para recuperar a credibilidade perdida.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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2019, o ano em que o bolsonarismo comeu ovo e arrotou picanha

Comecemos pelo começo. Moro resolveu bancar o engraçadinho, fazer piadinhas com a suposta queda dos índices de violência por conta e graça de seu marketing pessoal, achando que todos os brasileiros ficaram sem óculos na semana em que o sujeito, Eduardo Fauzi, com quinze processos, depois de atacar o estúdio do Porta dos Fundos, saiu do país pela porta da frente, pelo aeroporto internacional do Rio sem ser incomodado pela Polícia Federal que fareja até o chulé de quem passa no detector de metal.

A mesma guarda pretoriana de Moro, que se mostra uma donzela com milicianos, (sempre um miliciano) que, seguindo as luzes do chefe, impôs ao porteiro do condomínio de Bolsonaro uma versão ridícula para livrar a cara do seu Jair da casa 58 no caso de Marielle.

Provoca gargalhadas essa espécie de portal do Moro no twitter quando diz que está endireitando o país, estourando pontos de venda de drogas e outras xinfrinices mentais típicas de um provinciano, já que essa fera se colocou tão mansa quando o país foi abalado com a notícia que, no avião da FAB da comitiva da Presidência da República foram encontrados pela polícia espanhola quase 40kg de pasta de cocaína. Isso, sem falar no recibo de honestidade que Moro passou para Onix, Michelle e, consequentemente para Queiroz, no caso do cheque depositado pelo miliciano para a primeira-dama.

As mesmas comparações podem ser saboreadas nas outras áreas, economia, educação, saúde, infraestrutura, emprego, renda, cultura e etc., um desastre só de um governo balofo que não deu o ar da graça, não disse a que veio, além de apresentar um portfólio de desmonte do país e perda dos direitos dos trabalhadores, o fim da aposentadoria dos mais pobres e a completa falta de perspectiva de um projeto nacional de desenvolvimento.

Então, o negócio é seguir se comportando carvalhescamente como oposição sendo governo, utilizando a tática do delírio como coleira do bolsonarismo para sustentar a ideia de que, por si só, o fato do PT não estar governando já é o paraíso para a legião cada vez menor de minions emboscados pelo próprio cinismo, cabendo à mídia apenas o plágio dos próprios bolsonaristas para justificar o extenso fracasso de um governo que derrete e se esfarela, de forma natural, sem apresentar um único fruto que não seja podre.

Daí essa exibição de um halterofilista esquelético de alguém que come ovo e arrota alcatra.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas