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Brasil volta a ser destino de investimentos estrangeiros, diz consultoria: “temos visto interesse forte e renovado”

Após enfrentar um período de retração nos investimentos estrangeiros, o Brasil está retomando o interesse dos grandes investidores internacionais, de acordo com análise de Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore, consultoria brasileira especializada em fusões e aquisições. A melhora do ambiente econômico do país tem sido impulsionada pelas medidas econômicas e pelos sinais emitidos pelo governo Lula (PT), o que tem chamado a atenção de investidores globais em busca de oportunidades promissoras.

Nos últimos anos, o Brasil foi relegado ao status de um destino pouco atraente para investimentos, segundo afirmou Wainstein ao Estado de S. Paulo. “Havia uma mistura de discursos contra a preservação ambiental, com ataques às instituições democráticas que os investidores queriam evitar”. Além disso, as incertezas eleitorais e dúvidas em relação ao novo governo contribuíram para um cenário pouco favorável para o setor de fusões e aquisições. Em comparação ao mesmo período em 2021, as transações no primeiro semestre de 2023 somaram apenas US$ 7,6 bilhões, enquanto no ano retrasado alcançaram US$ 27,2 bilhões. No entanto, de acordo com Wainstein, as perspectivas têm apresentado mudanças significativas. “Até abril, estávamos lambendo as feridas”, afirma ele. “Agora, temos visto interesse forte e renovado tanto de grandes investidores financeiros como de estratégicos, sendo que diversos ainda não têm presença no Brasil”.

Essa mudança de cenário tem sido impulsionada pela visão mais favorável dos investidores internacionais em relação ao Brasil, que hoje apresenta “menos nuvens cinzas no céu”, conforme disse o especialista. Entre as empresas que têm demonstrado interesse no país estão a Evertec, com sede em Porto Rico, que adquiriu recentemente a brasileira Sinqia em um acordo estimado em R$ 2 bilhões, e o fundo de investimento norte-americano Dragoneer, juntamente com a General Atlantic, que têm negociado a compra da empresa de educação Arco. Essas transações estão entre os negócios nos quais a Sêneca Evercore esteve envolvida no primeiro semestre e juntos podem movimentar R$ 9,2 bilhões. 

Para Wainstein, o futuro se mostra promissor, com 35 negócios já em andamento, o que sugere que os próximos 12 meses serão marcados por um aumento significativo no fechamento de negócios e a retomada do patamar do primeiro semestre de 2021. “Várias negociações que estavam em andamento voltaram à mesa e novas começaram porque o lado comprador da equação – o investidor internacional financeiro ou estratégico – começou a querer participar do Brasil”, afirma.

A melhoria do cenário é atribuída às reformas recentes, à estabilidade econômica e política do país, bem como à potencial valorização do real. Embora ainda haja necessidade de definições importantes em relação à reforma tributária, os indícios até o momento têm sido positivos. Para Wainstein, o entrave tributário reduzia as perspectivas de sucesso para investidores estrangeiros no Brasil, mas as reformas em andamento têm contribuído para maior confiança do mercado.

As áreas que têm chamado a atenção dos investidores estrangeiros incluem tecnologia, prestação de serviços em geral e bens de consumo, com destaque para fintechs e serviços financeiros. Esses setores prometem ser catalisadores para uma consolidação e maior amadurecimento, considerando as rápidas mudanças pelas quais o mundo das finanças vem passando no país.

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Política

Na beira do abismo: Investimentos internacionais no Brasil de Bolsonaro desabaram 85% em agosto

De acordo com números divulgados pelo Banco Central, investimentos estrangeiros no Brasil somaram US$ 1,4 bilhão em agosto contra US$ 9,5 bilhões no mesmo período do ano passado, uma redução de 85%. Na ONU, Bolsonaro mentiu ao propagandear que país estaria atraindo investimentos.

Os investimentos de estrangeiros no Brasil despencaram 85% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2019. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Banco Central, as aplicações somaram US$ 1,4 bilhão, ante US$ 9,5 bilhões em agosto do ano passado. O número desmente Bolsonaro em seu discurso na ONU, na última terça-feira (22), quando ele alardeou que o Brasil estaria atraindo capital estrangeiro em larga escala.

Na comparação mensal, a redução foi de 48% nos investimentos entre os meses de julho (US$ 2,7 bilhões) e agosto.

Também no mês passado, as exportações foram de US$ 17,8 bilhões, queda de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações diminuíram 26,8%, para US$ 11,9 bilhões.

A baixa demanda é um dos fatores que explica a redução dos investimentos estrangeiros no Brasil. O País encerrou agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados, 2,9 milhões a mais que o registrado no começo de maio, um aumento de 27,6% no período, segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A postura de Bolsonaro na pandemia é outro motivo que explica a dúvida de estrangeiros para investir no Brasil. Na contramão do mundo, ele já amenizou os efeitos da Covid-19, ao classificá-la como uma “gripezinha”, em março, e perguntou “e daí?” ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.

O desmatamento também aumentou as ameaças de boicote dos estrangeiros ao Brasil. O desmatamento na Amazônia brasileira, por exemplo, registrou um recorde semestral de 3.070 km2 no primeiro semestre deste ano, segundo relatório com base nas observações de satélite do sistema DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Mesmo com recordes de desmatamento, Bolsonaro voltou a negar o problema. Durante pronunciamento (virtual) na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira (22), ele voltou a dizer que a Floresta Amazônica não pega fogo por ser úmida e culpou indígenas pelas queimadas. Também denunciou uma “campanha de desinformação” sobre a derrubada das florestas.

 

*Com informações do 247

 

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Bolsonaro e Guedes já torraram US$ 42 bilhões de reservas deixadas por Lula e Dilma e não vão parar

Banco Central anunciou novo leilão de moeda estrangeira para esta terça-feira, mas nada tem sido capaz de conter a desvalorização do real.

Sem investimento, produção e demanda, Bolsonaro empurra economia ao desastre

Em 2008, o Brasil enfrentou a mais brutal crise econômica desde 1929 superando as dificuldades e mantendo o crescimento do país.

O risco-país medido pelos contratos CDS (Credit Default Swap) chegou a 34%, o maior percentual desde 2002. A última crise ocorreu em 2017, quando bateu em 29% por conta do episódio envolvendo Joesley Batista. O CDS mede a percepção dos investidores sobre a capacidade de um país pagar suas dívidas. Em 2002, o percentual atingiu os mesmos 34%.

Outros indicadores também apontam para o fracasso da política econômica do governo. Em 2019, pela primeira vez, o Brasil sumiu do Índice Global de Confiança para Investimentos Estrangeiros, da consultoria americana Kearney, depois de estar no Top 5 até 2014. Em 46 dias, o Ibovespa perdeu todos os ganhos dos últimos 14 meses, segundo Ney Hayashi, jornalista da Bloomberg.

Incompetência e descompromisso

“É a fragilidade do Brasil, um país sem credibilidade, sem investimento, com pouca produção”, alerta a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Para a presidenta do PT, “a única coisa que ajuda são as reservas internacionais, deixadas por Lula, que Bolsonaro queima”.

Até agora, o governo já queimou cerca de US$ 42 bilhões das reservas deixadas por Lula e Dilma – que hoje somam em torno de U$ 350 bilhões. Apenas nesta segunda-feira, o BC vendeu mais US$ 3 bilhões para conter a alta do dólar.

As causas identificadas por Gleisi tem sintonia com a avaliação crescente entre os investidores, segundo matéria divulgada ontem pelo portal Globo.com. De acordo com especialistas, o maior entrave é a recessão e o baixo crescimento dos últimos anos.

Para os investidores, “isso reduz renda, diminui capacidade de consumo”, fato constatado pela desaceleração da economia. “É o cansaço da falta de crescimento”, explicam.

Com Lula, enfrentamos crise mundial

A crise no mercado do petróleo e a epidemia do coronavírus não são motivos para justificar a incompetência do governo.

Em 2008, o Brasil também enfrentou a mais brutal crise econômica desde 1929, superando as dificuldades e mantendo o crescimento do país. Na época, o ex-presidente Lula apostou no mercado interno, na produção nacional e no poder de compra dos brasileiros.

O inverso do que ocorre hoje com as políticas de arrocho fiscal do governo Bolsonaro.

Reformas e privatizações só pioram cenário

Diante do iminente desastre, investidores, setores empresariais internos e da mídia insistem com as teses das “reformas” e das “privatizações”.

As reformas previdenciária e trabalhista empobreceram ainda mais a população. As privatizações, por sua vez, em especial no setor petrolífero, são apenas transferência de ativos para o setor privado sem resultar em investimentos na economia.

Na verdade, em um cenário de queda das cotações do petróleo, as privatizações da Petrobras retiram caixa da empresa, favorecendo ainda mais a queda do investimento, que está´em nível baixíssimo.

“As bolsas despencaram após preço do barril de petróleo cair mais de 30%. O dólar bateu recorde. A situação é extremamente preocupante”, adverte o senador Paulo Paim, convocando a sociedade à mobilização para superar a crise atual.

 

 

*PT no Senado