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Lula sobe tom contra Israel porque EUA não conseguem parar Netanyahu, diz mídia brasileira

A diplomacia tem seus limites e vai usar as palavras que lhe são permitidas, mas Lula como líder político tem a chance de falar mais francamente, analisa jornalista brasileiro. Para presidente, o premiê israelense está “fora de controle” e nem mesmo Washington consegue controlá-lo, diz portal de notícias.

Em meio às tratativas para repatriação do grupo de 34 brasileiros que estavam na Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu algumas declarações sobre a guerra entre Israel e Hamas, no entanto, com um tom mais suave. Após a chegada dos brasileiros, o mandatário passou a dizer mais o que pensa.
Ontem (14), Lula disse que “é verdade que houve ataque terrorista do Hamas, mas o comportamento de Israel é igual ao terrorismo”.

“A atitude de Israel é igual terrorismo, não tem como dizer outra coisa. Israel, para atacar o monstro, está jogando bombas em crianças. Temos que matar o monstro sem matar as crianças”, afirmou o presidente durante o programa Conversa com o Presidente no qual é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa.

A campanha israelense está sendo apoiada pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais, não só na mídia, como através do envio de armas. Na visão do colunista do UOL, Kennedy Alencar, “Lula sobe o tom contra Israel porque os Estados Unidos não conseguem parar Netanyahu e isso só agrava o conflito”.

Para o jornalista, Benjamin Netanyahu não dá ouvidos aos democratas norte-americanos e pelo fato de o premiê não ouvir seu maior aliado, Lula pensa que a situação tende a piorar, uma vez que o líder israelense “está fora de controle”.

“Netanyahu não ouve [o presidente] Joe Biden, e o [secretário de Estado] Antony Blinken já pediu há alguns dias para Israel dar uma aliviada, mas o governo de Israel não alivia. Isso significa que o maior aliado de Israel não consegue interromper a escalada da guerra […] Netanyahu não está nem aí para os democratas […]”, afirmou o jornalista.

“A diplomacia tem os limites dela e o Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, vai usar as palavras que a diplomacia permite. Lula é um líder político e tem que ter uma posição política […]”, continuou.

Com esse contexto, o líder brasileiro acredita que a pressão internacional sobre Netanyahu deve aumentar, e por isso, tem elevado o tom sobre as declarações.

“Lula acha que há uma captura do governo pela extrema direita. Netanyahu é o Bolsonaro de Israel e ele falou Estado de Israel porque o Judiciário e o Legislativo não param o massacre que está acontecendo em Gaza. Então, Lula fez a mais grave e mais forte declaração sobre o conflito quando falou da equivalência entre o que o Hamas fez e o que Israel está fazendo”, escreve o colunista.

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Forças Armadas de Israel invadem maior hospital de Gaza a procura de combatentes do Hamas

Hospital Al-Shifa, que sofre com cortes de eletricidade e água, está abrigando além do corpo médico e feridos, nove mil pessoas que fogem dos bombardeios.

As Forças Armadas israelenses realizam nesta quarta-feira (15/11), 40° dia de guerra, uma operação no hospital Al-Shifa, no norte da Faixa de Gaza, onde se abrigam milhares de pessoas, entre doentes, corpo médico e moradores que fugiram dos bombardeios. Em um comunicado, Israel afirma que o objetivo é capturar membros do grupo Hamas que, segundo o exército israelense, estariam escondidos em um setor específico do hospital.

Testemunhas afirmam que dezenas de soldados israelenses entraram encapuzados e atirando para o alto no local, exigindo que todos os cidadãos acima de 16 anos se entregassem. Um jornalista da AFP indica que as pessoas no interior do Al-Shifa, entre pacientes, refugiados e integrantes da equipe médica, são interrogados até mesmo dentro do serviço de emergência do local.

Os hospitais do norte da Faixa de Gaza são palco de uma situação catastrófica, sem eletricidade, água e alimentos. Em entrevista à rádio Monte Carlo Doualiya, do mesmo grupo da RFI, Mostapha Khaalout, diretor do hospital pediátrico de Rantissi, a cerca de 2 quilômetros do Al-Shifa, revelou que o hospital onde trabalha também não funciona mais em plena capacidade e que “milhares de crianças” não podem continuar o tratamento delas: “Algumas sofrem de problemas cardíacos, outras têm câncer; há também casos de doenças renais”.

“Já no hospital Al-Shifa a situação é dramática. Ele está cercado pelas forças israelenses e mortos são empilhados nos corredores. Os corpos não podem ser enterrados porque quando se tenta sair do hospital, os soldados atiram contra as pessoas. Cachorros de rua estão comendo os cadáveres”, detalhou.

Al-Shifa: o maior hospital de Gaza
O Al-Shifa, que é o maior hospital de Gaza está localizado no distrito de Rimal, no oeste litorâneo da cidade. De acordo com o governo do Hamas, ele foi construído em 1946 durante o mandato britânico e, desde então, foi ampliado várias vezes.

Ainda na noite de terça-feira (14/11), o exército israelense lançou uma “operação direcionada” dentro do hospital. Uma porta-voz da OMS em Genebra disse que havia 400 equipes médicas no hospital e que 3 mil civis haviam se refugiado no local para se proteger dos bombardeios. O vice-ministro da Saúde do governo do Hamas disse à agência AFP no domingo (12/11) que um ataque aéreo israelense havia “destruído completamente” o prédio do departamento de cardiologia.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) disse no domingo que a “infraestrutura essencial”, incluindo tanques de água, equipamentos da maternidade e o centro de armazenamento de oxigênio médico, havia sido danificada desde o início da guerra, acrescentando que três enfermeiras haviam sido mortas.

Uma ambulância que saía do hospital foi o alvo de um ataque aéreo israelense que matou 15 pessoas no início de novembro. O exército israelense acusou o Hamas de “usar” esse veículo.

Hospital al-Rantissi
O hospital pediátrico al-Rantissi fica próximo ao hospital Al-Shifa, no oeste da cidade de Gaza. Na segunda-feira, o exército israelense entrou no hospital e disse que havia descoberto um porão seguro usado como um “centro de comando e controle do Hamas”. Ele acrescentou que havia encontrado várias armas.

O exército também suspeita que esse porão tenha sido usado para manter os reféns sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. O Hamas denunciou o ataque como “um evento encenado”.

No sábado, o exército israelense anunciou que havia matado Ahmed Siam, “um comandante do Hamas”, que, segundo ele, “mantinha cerca de mil habitantes de Gaza como reféns no hospital al-Rantissi”.

O diretor de hospitais na Faixa de Gaza, Mohammed Zaqout, falou de pacientes “nas ruas sem atendimento” após as “evacuações forçadas” de dois hospitais pediátricos, al-Nasr e al-Rantissi.

Em 2019, o hospital al-Rantissi foi equipado com um departamento de oncologia pediátrica – o único na Faixa de Gaza – parcialmente financiado por uma organização humanitária americana. Ele compartilha algumas de suas atividades com o outro hospital pediátrico de Gaza, o al-Nasr, localizado nas proximidades.

Hospital al-Quds
Inaugurado no início dos anos 2000, esse hospital tem cerca de cem leitos. De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, que o administra, ele parou de funcionar no domingo. As reservas de combustível, que são essenciais para o funcionamento dos geradores que produzem eletricidade, estavam esgotadas na ocasião.

Na noite de terça-feira, o Crescente Vermelho anunciou que havia evacuado o hospital, que estava “sob cerco há mais de dez dias”, publicando imagens de pacientes e médicos chegando à cidade de Khan Yunes, mais ao sul.

No início da semana, o exército israelense relatou trocas de tiros entre seus soldados e homens armados posicionados na entrada do hospital, afirmando que “21 terroristas foram mortos”. De acordo com o Ocha, desde o início da guerra, cerca de 14 mil pessoas se refugiaram no hospital.

O hospital foi atingido por ataques aéreos durante a ofensiva israelense em dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Seu departamento de emergência e outros foram reconstruídos, principalmente graças ao financiamento francês.

Hospital financiado pela Indonésia
Inaugurado em 2015, esse hospital, cuja construção foi financiada pela Indonésia, está localizado em Jabaliya, um enorme campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza, e tem capacidade para 110 leitos, de acordo com seu diretor Atef al-Kahlot, citado por vários meios de comunicação.

De acordo com o governo do Hamas, 30 pessoas foram mortas nesse hospital após os bombardeios israelenses. Em 28 e 29 de outubro, após avisos de evacuação do exército israelense, a área ao redor do hospital foi bombardeada, de acordo com o Ocha.

Em 5 de novembro, o exército israelense alegou que o hospital havia sido usado para esconder um centro de comando e controle subterrâneo do Hamas. O movimento islâmico palestino negou o fato.

*Opera Mundi

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Opinião

A origem e o destino da palavra terrorismo foi “patenteada” pelos EUA e Israel

O cômico podcast do canal Meio, liderado por Pedro Dória, colunista de O Globo, merece nota.

Na verdade, aquele é o último lugar para se informar sobre os meandros do genocídio que os terroristas de Israel seguem promovendo em Gaza, porque o Meio é absolutamente faccioso.

O problema começa aí, porque ele não consegue convencer os assinantes ou os internautas que lá comentam que ao menos uma frase, se comparada com a realidade, tem um lampejo, mesmo que de passagem, que se conecta com a realidade.

Então, o jeito é partir para o enrolation, é andar em círculos para dizer que Lula não deveria comparar Israel com o Hamas, e que este é terrorista e Israel comete crime de guerra.

Ou seja, essa comparação é como aquela antiga brincadeira de criança que dizia que, a diferença entre a rã e sapo, é que o sapo pula e a rã salta.

A tal mesa do Meio é uma espécie de recepção para as falas de Pedro Dória para defender as ações terroristas de Israel, dizendo que, tipo, Israel mata crianças, mas não pode ser chamado de terrorista.

Como Lula usou o termo terrorista ao se referir ao exército de Israel, termo que, pelo visto, já foi registrado e patenteado por EUA e Israel, para uso exclusivo dos dois, sobretudo para aqueles grupos que se insurgem no Oriente Médio contra invasões, roubo de terra e de petróleo.

Ou seja, a Comunidade Israelita no Brasil não concedeu a Lula o direito de usar o termo terrorista para designar as atrocidades que Israel promove em Gaza.

O Diretor Geral dos Hospitais de Gaza disse à Al Jazeera que as tropas israelenses abriram fogo contra aqueles que passaram por um corredor onde os militares anunciaram uma saída segura do Hospital Al Shifa. Mas, para os sionistas, não pode chamar Israel de ESTADO TERRORISTA!

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Política

Lula endureceu críticas contra Israel ao longo de quase 40 dias de ataques em Gaza; veja histórico de declarações

O discurso de Lula sobre a guerra entre Israel e o Hamas passou por mudanças ao longo de quase 40 dias de conflito. O presidente subiu o tom após concluir a repatriação dos cidadãos brasileiros e palestinos em processo de naturalização que solicitaram retorno ao país.

Ao receber o grupo de repatriados em Brasília, Lula voltou a classificar os ataques de Israel a Gaza como terroristas, equiparando à ofensiva do Hamas no dia 7 de outubro.

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra; ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra; ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças”, discursou Lula. “Não estão matando soldados, estão matando junto crianças”.

O número de mortos em Gaza superou os 11 mil, segundo informações do Ministério da Saúde em Gaza. Desse total, 5 mil são crianças. “Tem mais de 1,5 mil crianças desaparecidas que certamente estão no meio dos escombros”, destacou o presidente brasileiro.

Enquanto o avião voava em direção ao Brasil, Lula fez um discurso enfático sobre a maneira como os palestinos estão sendo tratados. Afirmou que Israel está “matando inocentes sem nenhum critério” e que as consequências dos ataques israelenses são tão graves quanto foi o ataque do Hamas no dia 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil israelenses mortos, 240 sequestrados e serviu de pretexto para o massacre que Israel vem protagonizando em Gaza.

Com duas semanas, Lula classifica ataques do Hamas de terrorismo e reação de Israel de ‘insana’

Cobrado por um posicionamento em relação aos ataques do Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, que resultaram na morte de cerca de 1.400 pessoas, o Ministério das Relações Exteriores se manifestou no dia 12 de outubro por meio de uma nota em que explicou a motivação do governo Lula para não adotar a classificação de grupo terrorista ao se referir ao Hamas.

“No tocante à qualificação de entidades como terroristas, o Brasil aplica as determinações feitas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão encarregado de velar pela paz e pela segurança internacionais, nos termos do Artigo 24 da Carta da ONU”, disse a pasta no comunicado.

Na véspera do comunicado, um requerimento assinado por 61 deputados bolsonaristas, entre representantes do PL, Podemos, MDB, PSD e Republicanos, cobraram que o governo Lula (PT), por meio do Itamaraty, reconhecesse o Hamas como uma “organização terrorista”.

Uma semana após a divulgação da nota, no dia 20 o presidente brasileiro classificou pela primeira vez os atos de Hamas como terrorismo e classificou a reação de Israel como “insana”.

Em discurso durante a cerimônia de 20 anos do Bolsa Família, Lula chamou a atenção para o número de crianças mortas no conflito pelos ataques israelenses. “Hoje, quando o programa completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matassem eles. Exatamente aqueles que não tem nada a ver com a guerra, que só querem viver, que querem brincar, que não tiveram direito de ser criança.”

Na terceira semana, presidente classifica guerra como ’genocídio’ e diz que Netanyahu quer ‘acabar com a Faixa de Gaza’
No dia 25 de outubro, Lula usou pela primeira vez o termo “genocídio” para classificar os ataques de Israel contra Gaza em uma endurecimento do discurso contra a reação desproporcional de Israel em relação aos ataques do Hamas.

“Não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, são vítimas dessa guerra. E sinceramente, eu não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças inocentes”, disse.

Naquele dia, Lula tinha uma conversa por telefone com o emir do Qatar como parte do esforço diplomático para a repatriação de brasileiros, diante do impasse entre as autoridades sobre a abertura da fronteira com o Egito. Naquele momento, o presidente brasileiro já havia conversado com líderes de diversos países, incluindo Israel, Autoridade Palestina, Egito, Irã, Turquia, França, Rússia e Emirados Árabes, com o objetivo de mediar uma solução para o conflito.

Naquele momento, o número de mortes em Gaza pelos ataques israelense já se aproximava de 5 mil pessoas. Dois dias depois, durante um café da manhã com jornalistas que cobrem a Presidência da República no Palácio do Planalto no dia 27, Lula endureceu novamente o discurso ao afirmar que o objetivo do primeiro-ministro de Israel seria “acabar com a Faixa de Gaza”.

“Agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disse. Na ocasião, o presidente brasileiro deixou claro que seu governo não considera o Hamas como um grupo terrorista, apesar de adotar essa classificação para o ataque do dia 7.

“Não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o comportamento do Brasil. Ele só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como uma organização terrorista, porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou. O que é que nós dissemos? Que o ato do Hamas foi terrorista”, disse Lula.

*Opera Mundi

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Política

“Israel joga bombas onde tem crianças e mata inocentes sem nenhum critério”, diz Lula

Presidente declarou que reação do governo israelense é tão grave quanto os ataques de 7 de outubro do Hamas, que ele classificou como atos terroristas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (13) que Israel bombardeia locais onde há crianças e mata inocentes sem critério algum.

“Eles estão matando inocentes sem critério nenhum. [Israel] joga bomba onde tem criança, onde tem hospital, a pretexto que um terrorista está lá. Não tem explicação”, declarou Lula durante evento em Brasília.

“A quantidade de mulheres e crianças que já morreram e a quantidade de crianças desaparecidas, a gente não tem conhecimento em outra guerra. Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo ato de terrorismo do Hamas, as consequências, as soluções de Israel, é tão grave quanto foi a do Hamas.”

A CNN procurou a Embaixada de Israel para comentar as declarações do presidente Lula e aguarda retorno.

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Mundo

Refugiados ucranianos em Israel voltam ao país natal por medo do conflito na Palestina: “hoje, a situação é mais tranquila em Kiev”

“Se tenho que morrer, pelo menos que seja no meu país”. Assim como Tetiana Kocheva, os ucranianos que encontraram refúgio em Israel após a invasão russa decidiram retornar para seu país, apesar da guerra, para fugir do conflito com o Hamas.

Quando as tropas russas invadiram a Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, Tetiana, de 39 anos, e seus três filhos, agora com 14, 10 e 3 anos, viviam em Kharkiv (nordeste), perto da fronteira com a Rússia.

Kharkiv foi um dos primeiros alvos do bombardeio russo na Ucrânia. Tetiana e seus filhos ficaram escondidos durante dez dias em um porão. Em julho de 2022, deixaram a Ucrânia para ir para Israel, onde o marido trabalhava.

— Achei que ficaríamos três meses e depois voltaríamos, mas a guerra não acabou — afirmou.

A família se estabeleceu em Ashkelon, uma cidade no sul de Israel, perto de Gaza.

Em 7 de outubro, dia do ataque do grupo palestino Hamas lançado de Gaza contra o território israelense, “minhas mãos começaram a tremer e tive a mesma sensação que senti no momento em que a guerra começou no meu país”, conta Tetiana.

Ela descreve o barulho “sem fim” das sirenes, “as explosões incessantes”, as noites nos abrigos com as crianças.

— Quando [o conflito] se intensificou […] entrei em pânico, tive medo e me dei conta de que precisava voltar para casa — explica a mulher.

A família foi levada para o centro de Israel, onde permaneceu alguns dias, antes de retornar para a Ucrânia, aonde chegou em 20 de outubro. Voltaram a se estabelecer em Kharkiv.

Kharkiv é, regularmente, alvo de bombardeios russos, mas há pouco menos de um ano já não está sob ameaça de ocupação. Desde 7 de outubro, cerca de quatro mil ucranianos fugiram de Israel, segundo números da embaixada ucraniana.

— É minha pátria, minha bandeira, não sei como expressar. Estou feliz por ter retornado — afirma Tetiana. — Se tiver que morrer, pelo menos que seja meu país.

A cerca de 400 quilômetros de distância, na capital do país, Kiev, Diana, de 8 anos, dança sobre folhas secas em um parque à beira do rio Dnieper. A menina e sua mãe, Anna Lyashko, 28 anos, retornaram de Israel em meados de outubro. Eles fugiram da Ucrânia em março de 2022, diz O Globo.

Naquele momento, eles viviam em uma cidade ocupada pelos russos perto de Kiev, “onde estavam sob bombas, sem eletricidade, sem água, sem comunicações”, enumera Anna.

“Minha filha ficou com muito medo e decidimos ir” para Israel, onde morava um primo seu, pensando que ficariam “um ou dois anos”. Em 7 de outubro, porém, “a guerra estourou lá também”.

“Os sentimentos eram os mesmos de 24 de fevereiro na Ucrânia […] Olhei para minha filha e vi medo em seus olhos”.

“Entendi que não poderíamos ficar lá”. Então, ela e a filha deixaram Tel Aviv em 14 de outubro, com a ajuda da embaixada ucraniana.

Do centro de Kiev, Oksana Sokolovska, de 39 anos, também diz estar “feliz por ter voltado para casa”, embora “seja difícil deixar uma guerra por outra”.

Ela havia partido da Ucrânia com seus três filhos em 16 de março de 2022 e escolheu Israel, porque “achava que era o país mais seguro do mundo”.

A família se estabeleceu em Rishon Le Tzion, perto de Tel Aviv. Quando o ataque do Hamas começou, “as sirenes de alerta aéreo soaram, os bombardeios maciços começaram”, e “ficamos o dia todo no abrigo antiaéreo com as crianças”, completa.

Ela rapidamente decidiu deixar Israel, “para não arriscar a vida dos meus filhos”, e eles embarcaram em um avião em 14 de outubro.

“Hoje, a situação é mais tranquila em Kiev e em sua região do que em Israel […] Esta é a única razão pela qual voltei”, admite.

 

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O mundo enfim descobriu que o Estado de Israel não existe, que existe é um preposto dos EUA no Oriente Médio

A história mentirosa da criação do Estado de Israel, caiu por terra nesse holocausto palestino promovido pelos mesmos sionistas que tem a senha do cofre ianque.

Na verdade, Israel age em nome dos EUA como se fosse uma empresa da organização imperialista. O negócio no Oriente médio, como todos sabem, é o petróleo e, a serviço desse negócio, o próprio EUA já cometeu as maiores barbaridades humanas para roubar e manter em mãos o petróleo daquela região, como se tivesse direito.

O candidato independente à presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy Jr. defendeu a importância estratégica de Israel para os interesses da geopolítica americana em uma recente entrevista.”

“Ele enfatizou o papel de Israel como um baluarte americano no Oriente Médio e caracterizou os chamados pelo fim do Estado sionista como uma ameaça aos interesses de segurança nacional dos EUA. Também indicou que a integração da Arábia Saudita ao grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) poderia redefinir o equilíbrio de poder no controle dos recursos petrolíferos globais.”

“Israel funciona como fortaleza dos EUA no Oriente Médio. Um porta-aviões no Oriente Médio, um aliado “incrível” em termos de tecnologia. O dinheiro vai para os Estados Unidos, mas agora o Irã é aliado da Rússia e da China. O Irã controla o petróleo da Venezuela, onde o Hezbollah está presente, apoiando o regime de Maduro. Com a Arábia Saudita entrando no BRICS, que vão controlar 90% do petróleo mundial se Israel desaparecer. Israel é nosso embaixador lá, nos dando inteligência e capacidade para influenciar os eventos. Isso seria uma catástrofe para a segurança nacional dos EUA”, disse Kennedy Jr., em entrevista ao canal The Rubin Report no último domingo (5).”

Isso é o bastante para entender por que a Inglaterra se absteve na proposta brasileira na ONU e o veto dos EUA, diante da aprovação de 12 países.

Ou seja, Israel foi colocado no Oriente Médio para conduzir os negócios da empresa EUA e representá-la também no belicismo fundamental para gerenciar os negócios que interessam à sociedade norte-americana.

Esse é o argumento real para que os EUA, antes mesmo de saber o motivo de qualquer furdunço naquela região, ele, na figura de Israel, por antecedência, dará razão a Israel, melhor dizendo, a ele próprio.

Trocando em miúdos, a sede oficial de Israel é a Casa Branca.

 

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Líderes de países árabes e muçulmanos acusam Israel de crimes contra palestinos, em cúpula na Arábia Saudita

Líderes rejeitaram o argumento israelense de ‘autodefesa’ na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares no local.

Os líderes árabes e o presidente iraniano estão reunidos em Riad, na Arábia Saudita, neste sábado (11/11) para uma cúpula conjunta que deve enfatizar a urgência de acabar com a guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, um conflito que ameaça engolir a região.

As reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) estão sendo realizadas em Riad, cinco semanas após o início da guerra desencadeada pelo ataque sangrento do movimento islâmico palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro.

Líderes de países árabes e muçulmanos rejeitaram no sábado o argumento israelense de “autodefesa” na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares israelenses no local. Eles pediram ao Conselho de Segurança da ONU que adotasse “uma resolução decisiva e obrigatória” para pôr fim à “agressão” israelense na Faixa de Gaza.

A declaração final da cúpula realizada na capital saudita diz que os membros da Liga Árabe e os países muçulmanos “se recusam a descrever essa guerra como legítima defesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto que seja” e acrescentaram que a abstenção de “uma resolução decisiva” das Nações Unidas “encoraja Israel a continuar sua agressão brutal que está matando pessoas inocentes (…) e reduzindo Gaza a escombros”.

Cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo lado israelense, a maioria civis no dia do ataque do Hamas, de acordo com as autoridades israelenses. E 239 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza, segundo as mesmas fontes.

Desde então, Israel tem bombardeado incessantemente o território palestino controlado pelo Hamas. Mais de 11 mil pessoas, incluindo pelo menos 4.500 crianças, foram mortas no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

“Crimes cometidos contra o povo palestino”
A Arábia Saudita “considera as autoridades de ocupação (israelenses) responsáveis pelos crimes cometidos contra o povo palestino”, declarou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salmane na abertura da cúpula.

“Estamos certos de que a única maneira de garantir a segurança, a paz e a estabilidade na região é pôr fim à ocupação [israelense], ao cerco e aos assentamentos”, acrescentou.

O presidente iraniano Ebrahim Raisi, que visita a Arábia Saudita pela primeira vez desde que os dois países estreitaram seus laços em março, conclamou os países islâmicos a classificar o exército israelense como uma “organização terrorista”.

Israel diz que quer destruir o Hamas e culpa o grupo pelo alto número de mortes, acusando-o de usar civis como escudos humanos, o que o Hamas nega.

Diferenças regionais
Inicialmente, a Liga Árabe e a OIC deveriam realizar suas reuniões separadamente, mas o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou na madrugada deste sábado que as duas cúpulas seriam realizadas em conjunto.

Dois diplomatas árabes disseram que a decisão foi tomada após divergências sobre uma declaração final para a cúpula árabe.

Rompimento dos laços com Israel?
Alguns países, principalmente a Argélia e o Líbano, propuseram o rompimento dos laços econômicos e diplomáticos com Israel e a interrupção do fornecimento de petróleo ao país e seus aliados, de acordo com os diplomatas. No entanto, pelo menos três países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que normalizaram as relações com Israel em 2020, rejeitaram essa proposta.

As organizações humanitárias internacionais redobraram seus apelos por um cessar-fogo em Gaza, onde a água potável e os medicamentos são extremamente escassos.

A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, no entanto, disse que não esperava “nada” da cúpula por meio de Mohammad al-Hindi, seu vice-secretário geral. Até o momento, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de cessar-fogo.

“É vergonhoso que os países ocidentais, que sempre falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio diante dos contínuos massacres na Palestina”, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, enfatizou que Washington tinha “a maior influência sobre Israel” e que “carrega [como resultado] a responsabilidade pela ausência de uma solução política” para o conflito.

O presidente sírio Bashar al-Assad considerou que a ausência de medidas punitivas contra Israel tornaria a cúpula “sem sentido” e defendeu o não envolvimento em um processo político com Israel até que um cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.

O Emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, cujo país está envolvido em esforços para garantir a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza, disse que “são necessárias medidas persuasivas para acabar com os crimes de guerra”.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, estão entre os participantes da cúpula. O Irã apoia o Hamas, mas também o movimento islâmico libanês Hezbollah e os rebeldes Houthi no Iêmen, que estão aumentando os temores de uma extensão do conflito.

Israel e o Hezbollah trocam tiros diariamente na fronteira entre Israel e Líbano, enquanto os houthis reivindicaram a responsabilidade por vários ataques com drones e mísseis no sul de Israel.

*Opera Mundi

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Irã pede a países muçulmanos que cortem relações com Israel

Presidente iraniano Ebrahim Raisi afirmou que situação em Gaza deve ser tratada como a principal preocupação da comunidade muçulmana na atualidade.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, fez um apelo aos países muçulmanos a cortarem relações econômicas e diplomáticas com Israel, como forma de pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a interromper a ofensiva militar contra o território palestino da Faixa de Gaza.

A declaração foi feita nesta sexta-feira (10/11), durante a cúpula da Organização de Cooperação Econômica (OCE), que acontece em Tashkent, capital do Uzbequistão.

Em seu discurso, Raisi defendeu o afastamento de Israel, argumentando que esta seria “uma medida de dissuasão eficaz, visando colocar um fim a essa ofensiva criminosa contra o povo palestiniano”.

O mandatário iraniano também alertou para a possibilidade de que o conflito possa ser expandido e afetar outros países da região.

Segundo Raisi, a proposta de afastamento de Tel Aviv quando a o risco de o conflito em Gaza se difundir pela região devem ser os temas prioritários da reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que acontecerá neste sábado (11/11), na Arábia Saudita.

Vale lembrar que o governo do Irã também foi o primeiro a defender a imposição de sanções econômicas a Israel. A primeira declaração nesse sentido foi feita pelo chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, no dia seguinte ao bombardeio do hospital Al-Ahli, que matou mais 500 pessoas.

“Depois do terrível crime do regime sionista, com o massacre de mulheres e crianças inocentes no hospital Al-Ahli, chegou a hora da comunidade global agir contra este falso regime e sua máquina de matar”, comentou Amirabdollahian naquela ocasião.

*Opera Mundi

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ONU pede apuração sobre armas de ‘alto impacto’ usadas por Israel; divergência EUA-Tel Aviv eleva

Segundo as Nações Unidas, uso de “armas de alto impacto” por Israel está produzindo “ataques desproporcionais a civis em Gaza”. No mesmo dia em que Netanyahu reafirma que pós-guerra será sob controle das FDI, EUA comentam que “palestinos demais estão morrendo”.

O secretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (10) uma investigação sobre o que chamou de uso por Israel de “armas explosivas de alto impacto” em Gaza, que ele disse estar causando destruição indiscriminada no enclave palestino sitiado.

Turk disse que Israel deve acabar com o uso de tais armas na área densamente povoada, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, metade dos quais foram deslocados pelos combates no último mês.

Segundo as Nações Unidas, uso de “armas de alto impacto” por Israel está produzindo “ataques desproporcionais a civis em Gaza”. No mesmo dia em que Netanyahu reafirma que pós-guerra será sob controle das FDI, EUA comentam que “palestinos demais estão morrendo”.

O secretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (10) uma investigação sobre o que chamou de uso por Israel de “armas explosivas de alto impacto” em Gaza, que ele disse estar causando destruição indiscriminada no enclave palestino sitiado.

Turk disse que Israel deve acabar com o uso de tais armas na área densamente povoada, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, metade dos quais foram deslocados pelos combates no último mês.

“O extenso bombardeio israelense sobre Gaza, incluindo o uso de armas explosivas de alto impacto em áreas densamente povoadas […] está claramente tendo um impacto humanitário e de direitos humanos devastador. Os ataques devem ser investigados […] temos sérias preocupações de que estes constituam ataques desproporcionais, em violação do direito humanitário internacional”, disse Turk em entrevista coletiva na Jordânia. No entanto, ele não especificou a quais armas ele estava se referindo, escreve a Reuters.

A autoridade das Nações Unidas ainda acrescentou que “qualquer uso por grupos armados palestinos de civis e objetos civis para se protegerem de ataques é uma violação das leis da guerra, mas tal conduta por parte dos grupos armados palestinos não isenta Israel da sua obrigação de garantir que os civis sejam poupados”.

*Sputnik