A carreata antiquarentena realizada por comerciantes e empresários na manhã deste sábado (28), em João Pessoa, desencadeou reações de indignação na população.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, algumas pessoas xingaram, vaiaram, fizeram panelaços de protesto e chegaram até a jogar ovos nos carros.
Ainda é pouco. Essa gente que desfila pela propagação do coronavírus, imitando os desfiles da alta sociedade carioca em carnavais antigos, enfrentou a primeira reação da população. Mas está longe de se limitar a ovadas e panelaços.
Caso aconteçam outras manifestações em favor do coronavírus, em nome dos interesses de comerciantes e empresários, a reação contrária terá a temperatura aumentada e de forma legítima, porque estão na rua em prol dos lucros e da ganância tentando sabotar a quarentena e a vida de milhares de pessoas.
Como disse Luis Fernando Veríssimo, o Brasil começa a reagir fortemente contra a bandalha fascista que é o governo Bolsonaro. No plano jornalístico, não é diferente. A capa da Folha neste sábado (7) é histórica, o livro que traz um casal gay se beijando, mostra a necessidade de reagir contra os coturnos de Bolsonaro e congêneres, como Crivella e Witzel e por que não dizer Dória, que segue a mesma trajetória fascista que os três exploram.
Há uma nova força política surgindo nas ruas sabendo da importância de seu papel, com gestos e palavras contra a onda fascista que varre o país.
Guga Chacra soube definir bem o governo de Bolsonaro que é horrível e está sendo repudiado nas ruas pelos brasileiros, “Um presidente que celebra ditaduras. Um ministro dá entrevista a supremacista branco. Outro repete presidente e insulta primeira-dama francesa. Governantes restringem liberdade de expressão ao não aceitar diversidade. Um país extremista e mal educado”.
Ato rolando em São Paulo! Os caras-pintadas estão de volta para mostrar que somos maiores que Bolsonaro, e que não vamos entregar nosso país para ser destruído pelo governo! #Dia7DePretoNaRuapic.twitter.com/sBYaIdrXH8
Em João Pessoa a manifestação pela educação e pela Amazônia está acontecendo agora. Amanhã é em todo o Brasil. Nosso recado será dado nas ruas. Pela independência do Brasil vamos de preto e com nossa cara pintada de verde e amarelo! pic.twitter.com/mlwo0SW1Gh
Em João Pessoa a manifestação pela educação e pela Amazônia está acontecendo agora. Amanhã é em todo o Brasil. Nosso recado será dado nas ruas. Pela independência do Brasil vamos de preto e com nossa cara pintada de verde e amarelo! pic.twitter.com/mlwo0SW1Gh
Em João Pessoa a manifestação pela educação e pela Amazônia está acontecendo agora. Amanhã é em todo o Brasil. Nosso recado será dado nas ruas. Pela independência do Brasil vamos de preto e com nossa cara pintada de verde e amarelo! pic.twitter.com/mlwo0SW1Gh
O vigor das manifestações desta quinta-feira (30) contra o corte nas verbas da Educação e em protesto pelos ataques do governo Bolsonaro às instituições de ensino já era, às 13h, muito maior que o das manifestações dos bolsonaristas do último domingo. Quem reconhece o fato é um dos principais veículos das Organizações Globo, o G1. As duas manifestações pela educação, nos dias 15 e 30 de maio são muito mais expressivas que as do domingo: a direita perdeu as ruas.
Segundo levantamento do G1, foram realizadas até 13h manifestações em 55 cidades de 18 Estados mais o Distrito Federal neste 30M; no domingo, os bolsonaristas tinham desfilado por 52 cidades de 12 Estados e mais o DF. E isso sem contar com as milionárias verbas que patrocinaram as mobilizações da extrema-direita.
A diferença dos números entre o domingo e esta quinta-feira deve aumentar e muito em até o começo da noite: enquanto as manifestações bolsonaristas concentraram-se no período da manhã no dias 26, as desta quinta acontecerão em sua maioria a partir do meio-fim da tarde. A maioria das manifestações, em especial nas capitais, está marcada para o meio-fim da tarde e início da noite. Assim é em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Fortaleza, Vitória, Goiânia, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Belém, João Pessoa, Curitiba, Recife, Natal, Aracaju e Palmas, entre centenas de outras.
O que o comparativo do G1 anotado pelo jornalista George Marques da Fórum indica é que a capilaridade dos protestos do 15M e do 30M é muito superior aos da extrema-direita no domingo passado. Os números de participantes deverão ser muito superiores.
Com isso, a perspectiva para a greve geral marcada para 14 de junho é muito melhor que as expectativas iniciais dos setores democráticos -e muito pior que o pior cenário imaginado pelo governo Bolsonaro.