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Lula presidente

Preocupado com a volta à normalidade, Lula põe seu time em campo

Preocupação com a volta à normalidade institucional está expressa nas escolhas.

Lula apresentou o coração de seu futuro governo com os nomes que irão ocupar Fazenda, Justiça, Defesa, Casa Civil e Relações Exteriores. Escolheu Fernando Haddad para tourear o jogo bruto do dito mercado e os poderosos lobbies de setores empresariais que não sabem fazer negócios sem uma benesse do Estado aqui e ali.

Haddad tem couro duro para administrar pressões. Fortaleceu-se e amadureceu nas três últimas eleições que disputou e perdeu. Em 2016 e em 2018, concorreu no pós-golpe contra Dilma, no auge da perseguição lava-jatista a Lula e ao PT e em meio à ascensão da insânia bolsonarista.

Em tais circunstâncias, ajudou o partido a manter a cabeça fora d’água e a recuperar o fôlego para 2022. Mesmo perdendo, agora, na campanha para governador, Haddad reforçou a votação de Lula no pedregoso território paulista. Grandes realizações nos cargos que ocupou, convicções e lealdade o trazem ao posto que poderá credenciá-lo para 2026.

A preocupação de Lula com a volta à normalidade institucional está expressa nas escolhas de Flávio Dino, para a Justiça, e de José Múcio, para a Defesa. Múcio tem dificuldades imediatas. Quebras de hierarquia e ameaças de insubordinação nas fileiras turvam a transição. Atos golpistas na porta dos quartéis são anomalia que não pode perdurar até a posse, sob pena de desmoralização.

A necessidade de desbolsonarizar a PRF, que adquiriu certa feição miliciana, e “consertar” a PF (como disse Lula) está entre os desafios de Flávio Dino. O futuro ministro já mostrou que tem tutano e habilidade política de sobra. É autor da façanha de derrotar o clã Sarney, no Maranhão.

Por fim, Rui Costa, na Casa Civil, realça a importância da Bahia na vitória de Lula. E Mauro Vieira tem as qualidades necessárias para restaurar a credibilidade do Brasil no exterior. A escalação não está completa, mas foi começo promissor. Lula bota seu time em campo. A seleção brasileira volta de Doha. É da vida. Vamos em frente.

*Cristina Serra/Folha

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Chanceler escolhido por Lula foi humilhado por Bolsonaro há 4 anos

Futuro chefe do Itamaraty, que já ocupou o posto durante a gestão de Dilma, recebeu ‘punição’ quando o atual presidente assumiu e nomeou o descabido e desnecessário Ernesto Araújo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (9) que o embaixador Mauro Vieira será o chanceler de seu governo, ou seja, o ministro das Relações Exteriores. Vieira é um dos mais experientes e respeitados integrantes da diplomacia brasileira em atividade e já foi chefe do Itamaraty durante o governo de Dilma Rousseff (PT), depois de ter ocupado os cargos mais importantes da carreira durante os governos do PT, o de embaixador nos EUA, nação mais poderosa do mundo, na Argentina, principal vizinho e parceiro econômico do Brasil na América Latina, e na ONU, o organismo internacional mais importante da Terra.

Quando Jair Bolsonaro (PL) chegou ao poder, em 1° de janeiro de 2019, uma reviravolta ocorreu na diplomacia do país até então visto como um dos mais influentes do mundo nesse campo. Ernesto Araújo, um “embaixador” que nunca ocupou uma embaixada e que era visto por todos como um lunático que defendia posições esdrúxulas e sem nexo, defensor de teorias da conspiração de radicais de extrema direita, foi nomeado para comandar o Itamaraty e toda a prestigiada máquina de relações internacionais do gigante continental.

A essa altura, Vieira sabia que não ocuparia cargos relevantes por razões óbvias, mas era, naquele momento, um dos profissionais mais habilidosos e reconhecidos do ramo. Um figurão digno de ocupar postos elevados num serviço que outrora fora realizado por mitos da diplomacia como o Barão do Rio Branco, Ruy Barbosa e Graça Aranha, para citar apenas alguns.

A intenção de então ex-chanceler era ir para uma embaixada europeia importante, mas de segunda linha nas Relações Exteriores. Ele sugeriu a Ernesto, naquele momento seu chefe, por mais que a situação hierárquica fosse sem sentido, que o colocassem na representação de Atenas, na Grécia. O pedido parecia simples e resolveria dois problemas: Vieira seguiria fazendo o que sabe e o novo governo ultrarreacionário não o colocaria em nenhum cargo importante, diante da paranoia comunista.

Só que Bolsonaro não aceitou a proposta até certo ponto simplista e insignificante e determinou que fosse levantada qual era a embaixada menos expressiva da Europa, com instalações mais precárias, para que então o ex-chanceler de Dilma fosse despachado para lá. A resposta à consulta foi Zagreb, na Croácia e foi pra lá que o presidente de extrema direita mandou o veterano e experiente diplomata.

Agora, de volta aos holofotes, Vieira terá uma tarefa irônica. Reconstruir as relações do Brasil com o mundo justamente demolidas pela mentalidade de Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro, que um dia o largaram num canto escuro do Velho Continente para humilhá-lo e puni-lo.

A essa altura, Vieira sabia que não ocuparia cargos relevantes por razões óbvias, mas era, naquele momento, um dos profissionais mais habilidosos e reconhecidos do ramo. Um figurão digno de ocupar postos elevados num serviço que outrora fora realizado por mitos da diplomacia como o Barão do Rio Branco, Ruy Barbosa e Graça Aranha, para citar apenas alguns.

Só que Bolsonaro não aceitou a proposta até certo ponto simplista e insignificante e determinou que fosse levantada qual era a embaixada menos expressiva da Europa, com instalações mais precárias, para que então o ex-chanceler de Dilma fosse despachado para lá. A resposta à consulta foi Zagreb, na Croácia e foi pra lá que o presidente de extrema direita mandou o veterano e experiente diplomata.

Agora, de volta aos holofotes, Vieira terá uma tarefa irônica. Reconstruir as relações do Brasil com o mundo justamente demolidas pela mentalidade de Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro, que um dia o largaram num canto escuro do Velho Continente para humilhá-lo e puni-lo.

*Com Forum

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Lula diz que Ibama vai suspender fiscalização por falta de verba

Em postagem no Twitter, Lula criticou a gestão Bolsonaro e disse que “só na primeira quinzena de novembro, o desmatamento aumentou 1.200%”

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (8/12), que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) irá suspender as atividades de fiscalização por falta de verbas nos últimos dias do ano.

Em publicação no Twitter, Lula ainda fez menção à escalada nos índices de desmatamento ocorrida no governo de Jair Bolsonaro (PL). “Em 4 anos, o atual governo permitiu o desmatamento de 45 mil km² do território brasileiro. Só na primeira quinzena de novembro, o desmatamento aumentou 1.200%.”

“Essa é a maior destruição dos últimos 15 anos. Os números mostram que teremos muito trabalho pela frente para combater a destruição ambiental e devolver o respeito e a soberania ao Brasil”, observou.

Entre as atribuições do Ibama, estão fiscalização ambiental e a aplicação de penalidades administrativas. Também cabe à autarquia o monitoramento ambiental, com enfoque no combate a desmatamentos, queimadas e incêndios florestais.

*Com Metrópoles

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Segurança é reforçada no hotel de Lula depois de manifestação de bolsonaristas

Protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram colocadas na entrada do local.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou a segurança no entorno do hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, na região central de Brasília. O protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram instaladas na entrada do hotel. Ontem, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que contestam o resultado das eleições fizeram uma manifestação na entrada do local.

Ao Globo, o secretário Julio Danilo, da Secretaria de Segurança Pública do DF, confirmou o isolamento da área a pedido da segurança do presidente Lula. Durante a manifestação de ontem, a Polícia Militar chegou a ser acionada para reforçar a segurança no local, feita pela Polícia Federal.

— Houve um incremento na segurança aproximada e um isolamento da área a pedido da Segurança do Presidente Lula. Ontem houve uma manifestação em frente ao hotel onde ele está hospedado e para garantir que não haja nenhum contratempo, foram adotadas essas providências — afirmou.

No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, também há PMs no entorno do local. A previsão, no entanto, é que Lula concentre suas agendas desta terça-feira no hotel, sem previsão de ida até o CCBB. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, no entanto, terá reuniões no local, assim como outros membros do gabinete de transição.

Em nota, a SSP-DF afirmou que realiza o monitoramento da área central e o policiamento nas imediações do hotel e do CCBB em conjunto com órgãos locais e federais e que monitorou as manifestações de ontem.

*Com O Globo

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Opinião

Roberto Amaral: Que margem terá Lula para pôr em prática itens da agenda progressista sem pressões e apoio das grandes massas?

O “mercado” está incomodado, ora com as declarações de Lula sobre seu programa de governo, tidas como pouco ortodoxas, ora com seu silêncio sobre as demandas da Faria Lima.

E porque o mercado anda assim nervoso, os diversos indicadores da economia – das bolsas ao câmbio – vivem sua ciclotimia artificial, que tanto alimenta a ciranda financeira e enriquece os especuladores.

O presidente, publicamente pressionado, designou o professor Haddad para falar aos banqueiros reunidos para convescote em bunker paulistano.

O auditório, porém, não gostou, principalmente porque não ouviu o que buscava, a capitulação de Lula.

Para a Folha de S. Paulo, “São preocupantes declarações recentes de Lula e de Fernando Haddad sobre o contexto econômico”, e o Estadão diz que o mercado, em nome de quem se expressa, “vê risco com a PEC e volta a elevar a inflação de 2023”.

Refletindo o amuo da Faria Lima, a bolsa caiu e o dólar, a moeda em que opera nosso capitalismo, subiu.

De outra parte, o chorume da política (que controla partidos e Congresso) tenta inviabilizar o novo governo, forçando-o desde logo a uma concordata, traficância que igualmente pleiteia a caserna, sequiosa de, mantendo os privilégios de casta, evitar a desmilitarização da república, sem o que jamais conheceremos, sequer, a plenitude da democracia liberal, experiência que o país tenta construir contra a histórica resistência dos militares e a contraofensiva da mais atrasada das classes dominantes.

O Globo, em editorial, dita qual deve ser o perfil do futuro ministro da fazenda, e no Valor a principal colunista do sistema exige “que o Congresso crie limites às ambições do presidente eleito”, e cobra-lhe um governo submetido a rigorosa “ortodoxia fiscal”, para o que indica a necessidade de uma equipe que repita o fiscalismo de Palocci, Meirelles e Joaquim Levi, seus escolhidos.

No que depender do “mercado” e seus procuradores, pouco restará para o arbítrio do novo presidente. Herdará do antecessor um país em frangalhos – em que miseráveis se acotovelam na fila do osso –, que deverá governar segundo a cartilha dos que perderam as eleições.

Na sequência, um ex-comandante do exército, golpista de carteirinha (aquele que pôs de cócoras um STF pouco afeito ao autorrespeito, sobretudo naquele então), expele novo “comunicado” anunciando, a um mês da posse de Lula, refrescadas possibilidades de intervenção militar, enquanto oficiais comandantes estimulam badernas subversivas na porta dos quartéis.

Assim se fecha o círculo de giz caucasiano em torno do presidente: mercado, Congresso (centrão), militares. A grande imprensa é porta-voz da tormenta.

Lula herda um Orçamento que é a negação da política aprovada pelo eleitorado no dia 30 de outubro.

Precisando governar, é obrigado a negociar com um Congresso terminal, dominado pela aliança da extrema-direita com o famigerado centrão, sob o comando do inexcedível Arthur Lira, o jagunço de paletó e gravata, que na pauta da traficância colocou a garantia, de pronto obtida, de sua lamentável recondução à presidência da Câmara dos Deputados.

Presidência sem a qual nenhum governo conhece estabilidade, como nos lembrou o meliante Eduardo Cunha.

Nada obstante as concessões conhecidas, o novo governo, minoritário no Congresso, e assim dependente dos votos de seus adversários, ainda não conseguiu, a um mês de sua posse, viabilizar a PEC do Bolsa Família, e, assim prover com um mínimo de oxigênio o primeiro ano de governo de um curto mandato de quatro anos, cuja viabilidade menos dependerá da conciliação pelo alto e muito mais dependerá do apoio que o Presidente souber conservar, e aprofundar, na sociedade, no diálogo direto com as grandes massas que acabam de o eleger para um terceiro mandato.

Apoio, contudo, que poderá faltar-lhe se o preço a ser pago for sua frustração. A história registra precedentes.

Frágil politicamente (minoritário no Congresso e ainda sem o “poder da caneta”, remédio para muitas crises), ameaçada a autonomia de sua politica econômica, aquela anunciada na campanha, com as exigências de um fiscalismo austericida, apartado de nossa realidade socioeconômica, Lula se vê diante daquele que ainda é seu maior desafio, a política de defesa nacional, da qual depende a estabilidade do regime (sempre ameaçado pelos quartéis), a funcionalidade do governo e a necessidade histórica de desmilitarização da república, o que implica, embora não a encerre, a despolitização e despartidarização da caserna, a retomada da disciplina e a subordinação das forças armadas ao império da Constituição – portanto, ao poder civil oriundo da soberania popular que procuram tutelar desde o golpe de 1889.

Lula tem difícil encontro marcado com suas circunstâncias.

Nessas de hoje assumirá o terceiro mandato presidencial após um dos mais lamentáveis e nocivos períodos da história militar brasileira, quando a caserna patrocinou o mais inepto e antinacional governo republicano, associando-se e comungando com seu projeto lesa-pátria, de irresponsabilidade generalizada e genocídio.

Os militares conduziram experiência extremamente corrupta, promoveram ações antirrepublicanas e forneceram as bases para as tratativas de golpe maquinadas pelo terceiro andar do palácio do planalto, onde tomaram assento.

Foram o braço armado que deu sustentação à emergência de uma extrema-direita ensandecida, que permanece às portas dos quartéis.

O quadro de nossos dias é, sem dúvida, muito mais grave do que aquele que o presidente eleito encontrou em 2003, e, ouso mesmo admitir, ainda mais grave do que aquele que sucedeu ao Pacto de 1988, quando uma ordem militar declinante (portanto, fragilizada) prometeu o retorno aos quartéis.

Hoje, trata-se de uma caserna insubordinada, ademais de majoritariamente reacionária, ciosa dos frutos e usufruto do poder.

O ministério da defesa, nestas condições, assume, no plano estratégico, político-governamental, importância crucial.

Ao final de seu governo, Lula não poderá mais apresentar como balanço favorável o fato de haver atendido (sem ponderar relevâncias estratégicas e projeto nacional) às reivindicações orçamentárias das forças armadas.

A escolha do novo ministro da defesa, necessariamente um civil, deverá ser precedida pela decisão sobre que forças armadas o Brasil precisa e deseja ter, invertendo a distorção de nossos tempos, quando as forças armadas – atribuindo-se uma autonomia sem prescrição republicana – nos ditam que sociedade precisamos ser.

O estudo da defesa nacional, nele incluído o papel das forças armadas, tem sido descurado pela sociedade como um todo, mas particularmente pela universidade.

No Congresso é tema tabu; no máximo, as questões militares, conduzidas por lobistas profissionais, se limitam à discussão das sempre crescentes reivindicações de verbas das forças, atendidas sem qualquer visão estratégica das necessidades do país.

Por regra, carentes de reflexão acumulada, os partidos, no governo, têm demonstrado pouco familiaridade com o desafio.

Talvez essa negligência explique o fato de a política de defesa nacional – por óbvio, estratégica – ser o único tema sem o prestígio de um grupo de trabalho na comissão de transição do PT.

Talvez igualmente explique a ausência mesmo de discussão sobre o tema e a pobreza das especulações em torno do futuro titular da pasta, desprovidas de qualquer subordinação à política de defesa do futuro governo.

Anuncia-se, por exemplo, supostamente em atendimento a demanda das fileiras, a futura escolha de postos de comando por antiguidade, e não em função da fidelidade à Constituição, dos compromissos do escolhido à política de defesa da nação, o que deixa o chefe supremo submetido às regras de promoção corporativa.

Inverte-se pois a hierarquia, e aprofunda-se a deplorável autarquia militar em face do Estado e da nação.

Tudo indica que o tão ansiado e necessário terceiro governo Lula, se as expectativas de hoje não forem superadas, poderá nascer aprisionado por três círculos: 1) o mercado financeiro; 2) a ordem política e 3) a atual hegemonia militar.

Será, claro, pressionado e chantageado por cada um segundo sua natureza. Dessa forma, que margem poderá ter para implementar itens de uma agenda progressista, de centro-esquerda, sem as pressões e o apoio das grandes massas?

Incumbe às forças progressistas organizá-las. Enquanto é tempo.

Escárnio – Aproveitando a comoção causada por tragédias que chocaram o país, tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei aparentemente inofensivo que “autoriza” (sic) o Poder Executivo a implementar uma política de monitoramento da violência nas escolas, visando à construção de “uma cultura de paz” – sem sequer uma linha sobre o indispensável e urgente controle das armas em circulação.

Para piorar, circula nos corredores da Casa a informação de que a relatoria caberá ao delinquente Daniel Silveira, ainda deputado, correligionário do pistoleiro Roberto Jefferson e aliado de Jair Bolsonaro.

Como a proposta deverá ser passivamente aprovada pelo colegiado, e nosso Congresso é useiro e vezeiro em absurdos inomináveis, resta imaginar a que prócer da extrema-direita caberá a relatoria da matéria no Senado: Sergio Moro? Hamilton Mourão? Façam suas apostas.

*Roberto Amaral foi presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula. Atualmente, é professor, cientista político e jornalista.

*Viomundo

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Mundo

Justiça persegue líderes como Lula e eu, diz Cristina Kirchner um dia antes de sentença que pode levá-la à prisão

Vice-presidente quebra silêncio de cinco anos e fala à Folha com exclusividade na véspera de julgamento por desvio de recursos, diz Mônica Bergamo.

Uma das figuras mais emblemáticas da América Latina e da política de seu país, a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, quebrou um silêncio de cinco anos sem conceder entrevistas e recebeu a Folha para uma conversa em Buenos Aires no Instituto Pátria, que fundou inspirada no instituto de Lula (PT) no Brasil.

É a primeira vez também que ela concede entrevista a uma publicação brasileira.

Aos 69 anos, Cristina, que já foi deputada, senadora, primeira-dama e presidente da Argentina por duas vezes, será julgada na terça (6) em um processo em que é acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas.

A Procuradoria pede que ela seja condenada a 12 anos de prisão. Os promotores dizem que Cristina chefiava uma associação ilícita que destinava verbas para 51 obras na província de Santa Cruz, da qual o ex-presidente Néstor Kirchner, seu marido, morto em 2010, foi governador.

Cristina diz que é vítima de um “pelotão de fuzilamento” e que as acusações são uma “falsidade absoluta”. Como Lula, ela seria vítima de “lawfare”, quando juízes perseguem investigados por razões políticas.

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Tchau querido: Paulo Guedes diz que vai deixar o Brasil quando Lula assumir

Nas conversas mais exaltadas que tem sobre o governo Lula, Paulo Guedes chega a mencionar que vai deixar o Brasil.

— Vou deixar isso aqui e quem vai ficar com o problema são vocês — já afirmou o ministro a diferentes interlocutores.

Nestas conversas, Guedes mostrou irritação, especialmente, por considerar que seu trabalho como ministro da Economia não teria o “reconhecimento que merece”. O ministro repete que teria “consertado” os erros da gestão petista e que, agora, o governo eleito precisa “trabalhar”.

Aliados próximos do ministro, no entanto, avaliam que, apesar de falar, em conversas mais tensas, que deixaria o Brasil, Guedes tende a permanecer no país.

O ministro tem afirmado a interlocutores que, depois de deixar o governo, quer “sossego” e “cicatrizar as feridas”.

*Bela Megale/O Globo

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Opinião

O problema dos militares não é Lula, mas o apoio irrestrito a uma figura nefasta como Bolsonaro

O que a história vai narrar sobre Bolsonaro é de um celerado que investiu pesadamente no vírus contra a população brasileira e, de várias formas, produziu percentualmente a maior quantidade de vítimas fatais por covid no mundo.

Esse tema não foi tão abordado durante a eleição, porque Bolsonaro no poder estampava nas redes, nos sites e na Jovem Pan uma série de falsas polêmicas para tirar esse genocídio do foco.

A ligação extra dos militares com o governo Bolsonaro cobrará uma fatura altíssima das Forças Armadas, mesmo que não sejam todos os militares que tenham aderido a uma cegueira bolsonarista de um personagem que, há 35 anos, foi escarrado dos quadros do exército, por ser considerado de altíssima periculosidade não só para as Forças Armas, mas também para o país.

Na verdade, esse assunto não é nem mencionado pelos militares, da ativa ou da reserva, porque não há o que contradizer ou atenuar a gravidade de um baderneiro terrorista, que mereceu do alto comando militar da época, a maior desonra que um soldado pode receber.

Assim, não há qualquer influência política na decisão do exército de tratar Bolsonaro como um delinquente, perigoso, um psicopata capaz de espalhar bombas dentro dos quartéis e dinamitar a estação do Guandu, no Rio de Janeiro.

Esse Bolsonaro, que pintou e bordou, no sentido mais psicopata que um cidadão pode protagonizar, hoje faz parte de um custo político que as Forças Armadas terão que amargar daqui por diante, sem qualquer necessidade de instalar uma comissão da verdade, tal a maneira escancarada com que Bolsonaro agiu contra a população sob o silêncio obsequioso dos militares.

O futuro aterrorizante para Bolsonaro, com a quebra de sigilo de 100 anos, mais os crimes de corrupção cometidos pela família, sobretudo os de formação de quadrilha e peculato, chamado de forma eufêmica de rachadinha, mesmo que o esquema tenha contado com criminosos comuns, como o miliciano, Fabrício Queiroz e toda a família de Adriano da Nóbrega, líder da milícia de Rio das Pedras e chefe do perigoso escritório do crime.

A coisa vai muito além de um esquema de fantasmas e laranjas, e isso tudo, depois do dia 31 de dezembro, começará a ser descortinado, porque nos quatro anos em que governou o país, Bolsonaro cometeu os maiores absurdos para abafar os escândalos que, sem dúvida, virão à tona.

Outros fatos, como a corrupção no ministério da Saúde na gestão Pazuello, a do ministério da Educação com os pastores lobistas, na gestão Milton Ribeiro, que frequentavam o gabinete do presidente da República de forma recorrente e o roubo de madeira no período Ricardo Salles e sua boiada no ministério do Meio Ambiente, já dão o final para Bolsonaro e seus filhos de uma história trágica que promete soterrá-los para sempre da vida pública.

Ou seja, as Forças Armadas não têm o que temer no futuro governo Lula, e sim no passado do governo Bolsonaro, já que milhares de militares foram parte de seu governo.

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Lula presidente

Militares emitem sinais de pacificação nas relações com Lula

Em reunião nesta semana, o Alto Comando do Exército concluiu que uma possível saída antecipada dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica prejudicaria ainda mais a relação dos militares com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará posse em janeiro. A informação é do Blog do Noblat, no Metrópoles.

Essa questão se tornou pauta da reunião pelo fato do brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Força Aérea Brasileira, ter dado a ideia de renunciar ao posto antes de Lula tomar posse para, dessa forma, mostrar seu desapreço pelo presidente que ganhou as eleições. Os comandantes do Exército e da Marinha emitiram sinais de que o acompanhariam no protesto.

O Alto Comando do Exército é formado por 16 generais. Sua decisão de não permitir que os comandantes saiam precocemente foi comunicada à Marinha e à Força Aérea Brasileira, de acordo com a Folha de S. Paulo. Ricardo Noblat escreve no seu blog que esse pode ser um sinal de que os militares querem pacificar suas relações com Lula.

José Múcio Monteiro Filho, ex-ministro de Lula e ex-presidente do Tribunal de Contas da União, é cotado pelo petista para ser o próximo ministro da Defesa.

*Com DCM

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Opinião

Sem o comando de Bolsonaro do Palácio do Planalto, manifestações golpistas em frente a quartéis acabam em 1º de janeiro

Independente de quem faça contato com o comando dos bolsonaristas acampados em frente a quartéis, o QG envidraçado não existirá mais para Bolsonaro, que terá seu despejo no dia 1º de janeiro.

Então, toda aquela paixão artificial, armada pelos estrategistas de Bolsonaro, indispensáveis para manter a chama do fascismo de pé, vai ao chão.

Acabando essa matéria prima, a energia do movimento golpista se esvairá na mesma proporção.

O próprio Bolsonaro, que já anda sumido, colocará a viola no saco e se recolherá na sua insignificância, enquanto Lula vai descascar o abacaxi da economia deixado por Bolsonaro.

Ou seja, essas pequenas zonas de “resistência” acabarão assim que acabar o milho, consequentemente, este não será um problema para Lula que, certamente, estará interessado em colocar em prática uma corrente de otimismo que tomará conta do país, mesmo que a luta de Lula seja gigantesca para manobrar os problemas atuais e devolver a soberania ao país diante do resto do mundo e, a partir de então, escrever cada capítulo do governo de quem tem com ele a velha sabedoria traquejadíssima e habilidade para conseguir não só cessar a guerra interna, como devolver o Brasil ao mundo.

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