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O porquê de Haddad ter sobrado em campo na Globo News

Haddad, diante de uma emissora que durante décadas, através da violência da informação manipulada, não teve limites para atrofiar a condução da consciência, postou-se de uma maneira magnífica, recusando-se a entrar no jogo individualista ou mesmo partidarista, sendo arrastado pelas normas privadas em detrimento das públicas, coisa que domina o debate político no país para satisfazer a democracia de mercado que o Brasil vive e que é tão elogiada pela Globo.

Bolsonaro está se refugiando numa eterna polarização política desde que assumiu a presidência da República. E assim será o tempo em que permanecer na cadeira.

Agindo assim, Bolsonaro perturba o ambiente político para que o grosso da sociedade não perceba que seu governo é um gigantesco fracasso por sua absoluta incompetência, resultando, sob todos os pontos de vista, em um governo pária.

Haddad, ao contrário do que a Globo exigiu dele, num ataque político nu e cru contra Bolsonaro, teve a paciência de um craque que joga no meio campo e sabe impor o ritmo do jogo, coisa de um Didi, de um Gerson, que sabiam, como ninguém, colocar a bola para rolar, abonados pela qualidade técnica.

Na noite de ontem, na Globo News, uma coisa ficou clara, numa série de ataques que as comentaristas, Cristiana Lobo e Natuza Nery, fizeram ao governo Bolsonaro, é que a situação dele é mais grave do que se imagina. A Globo não atacaria tão frontalmente Bolsonaro, senão por um único objetivo, o de seguir as ordens políticas da oligarquia, o que, trocando em miúdos, significa que esta não quer mais Bolsonaro governando o Brasil.

E se isso não é um consenso no mundo dos barões do capital, expressa que é o  sentimento da maioria deles.

A situação de Bolsonaro se agravou tanto nas últimas semanas que, obrigatoriamente, levou a Globo a mostrar a fala de Dilma e Lula, abandonados até então por ela como se não representassem a imensa maior parte do povo brasileiro.

Haddad, num lampejo de ironia, soube explorar muito bem a atuação pueril da Globo, na bola, como faz um craque, ampliando a condução do seu pensamento, substituindo as caneladas e a tourada políticas por uma sutil reflexão que bateu fundo na alma de quem assistiu ao programa.

Haddad driblou o jogo da competitividade política, pois que o momento é outro, é da racionalidade, da razão, da floração do pensamento, já que estes foram obstaculados pela própria Globo nas últimas duas décadas, embalando ódio e a fúria dos ex-aecistas que, hoje, bolsonaristas, atacam o PT, ou seja, o povo, sem ter que elaborar qualquer crítica minimamente racional.

Defendeu Dilma da tentativa de assassinato de sua gestão quando Natuza Nery quis retomar a ideia de que ela teria produzido uma crise econômica e, por isso, foi derrubada. Haddad não deixou a bola quicar e, num sem pulo preciso, devolveu-a, por cobertura, direto para as redes da frangueira, dizendo, de forma objetiva, que Dilma foi sabotada pelas pautas bombas que Cunha e PSDB impuseram ao seu governo, lembrando de maneira didática a autocrítica feita por Tasso Jereissati que confessou a atitude criminosa dos tucanos para derrubar o governo de Dilma.

Com isso, Haddad corta qualquer sentido de debate eleitoral num ambiente que reina a aceitação de que o que passou é passado e que o que interessa é o que vem por aí.

Em hora nenhuma Haddad deixou isso acontecer diante do palavrório vazio do deputado Major Vitor Hugo. O professor se afastou das ideias e valores da fala do deputado e, como um perfeito pensador, usou-a para fazer o que a esquerda deve fazer nesse momento, política, no sentido nobre da palavra, em substituição à eterna disputa eleitoral que Bolsonaro imprime, afastando qualquer pensamento crítico da hecatombe promovida por seu governo.

Haddad foi conciso, falou o suficiente, sem bancar o escravo de uma pauta que interessa somente à Globo contra Bolsonaro e, com isso, eximiu-se de qualquer responsabilidade do caos a que o Brasil chegou, em nome de uma falsa moralidade que produziu um ornitorrinco chamado Bolsonaro.

O petista soube, com elegância de um grande intelectual, sem aliviar a participação da Globo nesse ambiente conflituoso em que vive o país, exercer um papel nobre de um discurso de oposição, não simplesmente ao governo, mas ao abandono dos princípios de uma democracia que é a única que permitirá, no plano do debate, a realização da tarefa essencial da construção de movimentos práticos e plurais da sociedade, fazer o Brasil sair desse inferno que a direita o colocou.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Rodrigo Maia rompe com líder do governo na Câmara e não negocia mais

“Vitor Hugo está excluído da minha relação porque ele compartilhou no grupo de deputados que negociar é entrar na Câmara com um saco de dinheiro”, justificou o presidente da Casa.

As reviravoltas sobre o relacionamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com os representantes do governo de Jair Bolsonaro tiveram mais um desdobramento. Após uma tensa reunião do Colégio de Líderes da Câmara, nesta terça-feira (21), Maia anunciou que não negocia mais com o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que, inclusive, estava no encontro.

“Vitor Hugo está excluído da minha relação porque ele compartilhou no grupo de deputados que negociar é entrar na Câmara com um saco de dinheiro”, justificou Maia.

O líder do governo tentou argumentar, dizendo que se empenhou no sentido de criar uma relação com o presidente da Câmara.

“Tentei de todas as maneiras e o Maia fugiu. Fugiu de ter uma relação. Ele só me atende depois de fazer tudo que tem que fazer. Ele não pode determinar quem entra ou não na residência oficial da Presidência da Câmara. A residência oficial é da Câmara e não dele, isso não é democrático”, disse o deputado do PSL.

Depois disso, sem que Vitor Hugo tivesse terminado, Maia o interrompeu e encerrou a reunião.

 

 

 

 

*Com informações da Forum