Marcos Coimbra: “Há uma onda pró-Lula entre os eleitores mais ricos e de maior escolaridade”

Presidente do Vox Populi diz que todas as pesquisas apontam para a vitória do ex-presidente Lula neste domingo.

O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do instituto Vox Populi, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que todas as pesquisas estão convergindo e apontando para a mesma direção: a vitória de Lula. “Bolsonaro está perdendo eleitores de mais escolaridade”, diz ele. “O eleitor de escolaridade mais alta está virando para Lula, que está obtendo apoio quase unânime nos setores mais civilizados da direita brasileira. Escolha no domingo é entre civilização e falta de educação”, acrescenta.

Coimbra também falou sobre o episódio do bandido bolsonarista que tentou assassinar policiais federais e recebeu tratamento privilegiado do governo de Jair Bolsonaro. “Roberto Jefferson pode levar mais votos a Lula. Pode ter sido a gota d’água. Quem atira na polícia tem que ser preso. E a reação do Bolsonaro foi muito complicada”, aponta Coimbra, que também diz que Bolsonaro se transformou numa ameaça óbvia à independência entre os poderes.

Na entrevista, ele também disse que Simone Tebet está conseguindo uma proeza, ao converter seus votos para Lula, e criticou a omissão de Ciro Gomes. “Como é que Ciro acha que pode sumir numa hora dessas?”, questiona.

Sobre a disputa paulista, ele disse que é visível em São Paulo o fenômeno de reavaliação do voto. “Uma parcela dos eleitores que votou na direita está virando. O episódio da pedofilia e a frase do ‘pintou um clima’ foram desastrosos para Bolsonaro. Há um medo também da milicianização de São Paulo. Este momento favorável para Lula contribui para o crescimento de Fernando Haddad”, afirmou.

Sobre a reta final da disputa, ele disse que o bolsonarismo vai apelar novamente para as fake news, mas está enfraquecido e desmoralizado. “As condições são completamente diferentes. Bolsonaro vai tumultuar, mas não acredito numa transição delicada. Ele não vai cumprimentar o Lula, não vai passar a faixa, mas ainda assim Lula tomará posse e as instituições vão ignorar Bolsonaro”, afirmou.

*Com 247

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Marcos Coimbra: ‘probabilidade­ de vitória de Lula no 1º turno tem aumentado consistentemente’

Presidente do Vox Populi diz que o ‘eleitorado não precisa de mais tempo para escolher. Para a grande maioria, quanto menos tempo tivermos de Bolsonaro, melhor’.

O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, especializado em pesquisas de opinião, afirma em artigo publicado na Carta Capital nesta sexta-feira (17) que a ‘probabilidade­ de vitória de Lula no 1º turno tem aumentado consistentemente desde o início do ano’.

O especialista explica as razões: “em primeiro lugar, porque as intenções de voto em Lula estão em crescimento. Em segundo lugar, o conjunto das pesquisas mostra que Bolsonaro não consegue crescer por nada que faça”.

Coimbra cita também o esvaziamento da ‘terceira via’. “A soma dos votos em outros nomes (sem considerar Ciro Gomes) foi de 15% para 5% dos válidos, entre janeiro e junho. O capitão melhorou 6 pontos porcentuais, de 28% para 34%, Ciro ficou igual e os demais foram para Lula. Resultado: Bolsonaro, que precisava ter um crescimento espetacular, reduziu a diferença para Lula em apenas 2 pontos. Ciro, que teria de subir estratosfericamente, não se moveu. Com isso, Lula se aproximou de uma vitória no primeiro turno, chance que aumentaria se a metade dos simpatizantes de Ciro, que pretende votar no petista no segundo turno, optar por fazê-lo já no dia 2 de outubro”.

O presidente do Vox Populi ainda relata que “pesquisas qualitativas em andamento sugerem que parcelas crescentes do eleitorado sentem que não precisam de mais tempo para escolher entre Lula e Bolsonaro, não se mostram interessadas em conhecer ‘novidades’ de última hora e não veem Ciro Gomes como opção. Para a grande maioria do povo, quanto menos tempo tivermos desse capitão, melhor”.

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Lula está subindo e pode chegar a 60% no primeiro turno, diz Marcos Coimbra

Marcos Coimbra, do Vox Populi diz à TV Fórum que primeiro turno em 2 de outubro mais e mais se parece com um segundo turno, disse a Forum.

O sociólogo Marcos Coimbra, fundador do Instituto Vox Populi, afirmou no Fórum Café desta sexta-feira (3) que o ex-presidente Lula pode chegar a 60% dos votos válidos no primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. Ele apresentou mais uma rodada da agregação das pesquisas, realizada semanalmente pelo Vox Populi -veja o estudo ao final.

Na agregação das pesquisas presenciais, Lula chegou a 53% das intenções de voto nas pesquisas de maio, dois pontos acima do registrado em março e abril. Coimbra explicou que a margem de erro das pesquisas presenciais agregadas é menor que a de cada pesquisa (em geral, 3 pontos percentuais): “Enquanto cada pesquisa presencial entrevista ao redor de duas mil pessoas, a soma delas é muito superior, 10, 20 mil pessoas, o que reduz muito a margem de erro”. Bolsonaro, por seu turno, está com 31%, que é, depois de “esgotado o manancial de votos do Moro”, seu patamar.

Ciro tem 8% dos votos e os demais candidatos somados, 8%. Coimbra disse que, na medida em que a eleição se aproxima, o primeiro turno vai adquirindo feição de segundo turno, o que faz com que a qualidade da escolha do eleitorado vá mudando. Por isso, ele disse que é cada vez maior a chance de os eleitores dos demais candidatos, que não Lula e Bolsonaro, abandonarem seus escolhidos. “Metade do eleitorado de Ciro, cerca de 4%, não tem definição consolidada e afirmam voto no segundo turno em Lula. Se o primeiro turno antecipar o segundo turno, devem migrar para Lula e empurrá-lo para 60%”.

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Marcos Coimbra diz que “para 80%, eleição já está decidida e e Lula será o novo presidente

Para o sociólogo, eleitorado já decidiu antecipar o segundo turno para 2 de outubro.

O sociólogo Marcos Coimbra, fundador do Instituto Vox Populi, afirmou no Fórum Café desta sexta-feira que para 80% do eleitorado, “eleição já está decidida e Lula só perde se ela for cancelada”. O fato deve-se à consolidação da intenção de voto no ex-presidente Lula e em Jair Bolsonaro – quase 80% dos eleitores de ambos afirmaram que não mudarão de voto até outubro.

Essa consolidação traz uma mensagem e pauta o processo eleitoral, segundo Coimbra: “Eleitor já indicou que só há 2 candidatos e fez sua escolha entre Lula e Bolsonaro”. A vantagem de Lula é tão grande, “e estável desde o início do ano passado”, afirma o sociólogo, que é possível afirmar que o pleito está praticamente decidido. Segundo o Datafolha, Lula tem 54% das intenções de votos válidos. No agregado de todas as pesquisas presenciais realizado pelo Vox Populi e apresentado por Coimbra, esse número é de 53%.

Para ele, há uma consistência grande no resultado da imensa maioria das pesquisas presenciais, que confere segurança e credibilidade às análises e projeções para outubro. “Pode parecer que falta muito, mas a eleição está próxima, estamos a pouco mais de quatro meses do pleito com números de pesquisas com enorme estabilidade”.

Segundo ele, o movimento de acomodação do eleitorado morista já aconteceu, com sua migração para Bolsonaro, e o movimento mais recente é o da crescente adesão a Lula ou Bolsonaro dos eleitores “alienados” (uma categoria usada pelos pesquisadores), que são a soma dos que manifestam intenção de voto nulo, branco ou abstenção. “A queda de quatro pontos percentuais nesse universo de eleitores (de 14% para 10%) foi a novidade das últimas semana; e a fonte ‘morista’ para Bolsonaro já secou”.

Veja a agregação das pesquisas feita pelo Vox Populi

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Ibope é frustrante para Bolsonaro e aprovação dificilmente se sustentará, afirma Marcos Coimbra

O aumento da popularidade do governo de Jair Bolsonaro indicado por pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira 24 se deve, basicamente, ao auxílio emergencial de 600 reais. É o que constata o sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi e colunista de CartaCapital. “É um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais. É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco”, afirmou Coimbra em contato com a reportagem de Carta Capital.

O levantamento aponta que subiu a aprovação do governo na comparação com a última pesquisa CNI/Ibope, realizada em dezembro de 2019. 40% dos entrevistados classificam a gestão como ótima ou boa, ante 29% da última pesquisa. Segundo o levantamento, a avaliação da gestão Bolsonaro cresceu principalmente entre os entrevistados que têm renda familiar de até um salário mínimo.

“Eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento”, analisa Coimbra.

Leia a seguir os principais pontos da entrevista com Marcos Coimbra realizada nesta sexta-feira 25:

Marcos Coimbra: Provavelmente a principal, se não for a única razão dessa melhora do Bolsonaro, é o auxílio emergencial. É uma melhora de 10 pontos, se compararmos a situação da pesquisa anterior com essa nova. 10 pontos são muito, mas também são pouco, considerando o que aconteceu nesses meses entre a pesquisa anterior e esta.

CC: É um aumento sustentável?

MC: Tudo indica que o aumento desses 10 pontos é fruto do auxílio emergencial. Afinal de contas, do ponto de vista do governo, é talvez a única coisa boa que tivemos desde o início do ano – boa para quem recebeu e objetivamente precisava. Então, sim, é o resultado dos seis meses de auxílio emergencial, e é um resultado que dificilmente se sustenta nos próximos meses.

CC: Entre as áreas que mostram melhora na avaliação ante os resultados da pesquisa de dezembro, estão o combate à fome e à pobreza (de 40% para 48%) e a Saúde (de 36% para 43%). Como explicar isso diante do cenário de catástrofe que o Brasil enfrenta?

MC: Para a maioria das pessoas, avaliar o governo é sempre algo que tem a ver com um conjunto de ações. E quando existe uma ação que chama mais a atenção das pessoas, é essa que puxa o conjunto da avaliação das outras áreas. E é isso que eu acho que aconteceu na comparação da pesquisa anterior com essa. Houve algo que foi muito visível e foi bem avaliado [o auxílio emergencial] e esse algo faz com que as outras coisas tenham menos importância.

CC: Bolsonaro surfa, portanto, no auxílio emergencial de 600 reais, que a rigor é uma conquista da oposição no Congresso Nacional. A oposição falha ao permitir que predomine a narrativa de Jair Bolsonaro?

MC: Não considero que a paternidade do auxílio emergencial no Bolsonaro seja um sinal de incompetência ou incapacidade da oposição de tomar posse do que genuinamente é dela. Para as pessoas comuns, o que vem do governo é fundamentalmente uma decisão do governo federal, mesmo que tenha nascido de uma proposta no Congresso e que no Congresso essa proposta tenha sido formulada originalmente pela oposição. Então, para as pessoas, quem concede o auxílio é o governo, e a origem da iniciativa legislativa é pouco importante.

CC: Esse aumento de popularidade deve fazer Bolsonaro participar mais ativamente das eleições municipais?

MC: Difícil dizer. Bolsonaro preferiu não se expor na eleição municipal, sabendo que tem poucos candidatos que têm perspectiva eleitoral real nas principais cidades e nas capitais, para que ele possa depois dizer que ganhou a eleição. O melhor resultado para ele, na eleição municipal deste ano, é não ficar com cara de quem perdeu, porque a cara de quem ganhou ele sabe que não vai ter.

CC: Esses dados mexem no tabuleiro das projeções sobre 2022?

MC: A eleição de 2022 está longe, e é muito pouco provável que essa melhora de 10 pontos que ele experimentou este ano se sustente ao longo dos próximos dois, a menos que ele tenha dinheiro para continuar a fazer o que fez. Afinal de contas, estamos falando de uma melhora que vem como resultado de uma despesa da ordem de 50 bilhões de reais ao mês. Já foram 250 bilhões diretos no auxílio emergencial, mais 50 [bilhões] nos programas de sustentação de emprego e salários e ainda tem mais 75 bilhões até o final do ano.

É difícil imaginar que ele tenha outros 300 bilhões para gastar por ano daqui até 2022. O cenário para Bolsonaro é complicado porque ele não tem condições de manter essa imensa despesa pública. Não estou questionando se devia ou não devia fazer, porque era óbvio que a população precisava de um auxílio emergencial durante o período em que o país estava parado. Agora, a questão é a continuidade disso. E é um resultado muito ruim para o Bolsonaro ter melhorado 10 pontos depois de gastar 300 bilhões de reais.

É como se cada ponto representasse uma despesa de 30 bilhões. É muito pouco. É um sinal de que a imagem dele tem pouca capacidade de crescimento, a não ser que ele continue a gastar trilhões, tirando esses trilhões do bolso da sociedade – porque, em última instância, quem pagou esse auxílio emergencial não foi ele, foi a sociedade, e dificilmente esse custo é sustentável.

Portanto, eu acho que essa pesquisa, no fundo, é frustrante para o Bolsonaro, porque era para ter melhorado muito mais se a imagem dele tivesse, de fato, potencial de crescimento.

 

*Com informações da Carta Capital