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Líder do Psol na Câmara, viúva de Marielle Franco recebe ameaça de ‘estupro corretivo terapêutico’

A líder do Psol na Câmara Municipal do Rio, vereadora Monica Benício, viúva de Marielle Franco, foi vítima de ameaças de “estupro corretivo”. A parlamentar, lésbica, recebeu um e-mail em que o autor sugere o crime para curá-la de sua sexualidade. Amanhã ela vai registrar queixa-crime na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio, segundo O Globo.

O suspeito se identifica como “doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard”. Na mensagem enviada à Monica, ele afirma: “O lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa”, e considera a orientação sexual dela como “aberração”. No texto ele descreve, com requintes de crueldade, uma série de violências sexuais contra mulheres, ensinando como os homens devem proceder para que elas “voltem à heterossexualidade”.

Em parte da mensagem, o autor explica: “Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração”.

Na ameaça, o criminoso diz saber o endereço de Monica e se oferece para ir até a casa dela fazer uma “demonstração sem compromisso”. O homem finaliza dizendo que tem uma proposta de projeto de lei para legalizar o Estupro Corretivo Terapêutico e sua adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de pedir o apoio da vereadora.

– O que estamos vendo é consequência direta da escalada da violência política de gênero contra mulheres parlamentares que ousam reivindicar seus direitos e lutar por equidade. O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas – ressalta Mônica.

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Psol e viúva de Marielle cobram Moro por morte de miliciano

Monica Benício questiona Moro e partido afirma que Adriano da Nóbrega ‘era peça chave para revelar os mandantes do assassinato’ da vereadora.

A Executiva Nacional do Psol vai pedir uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia para cobrar esclarecimentos sobre a morte de Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como chefe da milícia ‘Escritório do Crime’, suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018.

Foragido há 14 meses, Nóbrega foi morto na manhã desde domingo, após trocar tiros com policiais, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Segundo o Psol, é importante saber as circunstâncias da morte de Nóbrega porque ele “era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson”. O partido avalia medidas que envolvam também autoridades federais.

Também na manhã deste domingo, a viúva de Marielle, a arquiteta Mônica Benício cobrou providências do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. Ao compartilhar a notícia da morte de Nóbrega, ela escreveu “Moro, cadê o Queiroz”, em referência a Fabrício Queiroz, amigo de Nóbrega e ex-assessor parlamentar de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

A ex-mulher e a mãe de Nóbrega trabalharam no gabinete de Flávio na Alerj. Além de empregar as parentes do miliciano, o filho do presidente Jair Bolsonaro já o homenageou com a Medalha Tiradentes, honraria mais alta do Legislativo do Rio, em 2005, quando o então policial estava preso acusado de homicídio. Adriano foi expulso da Polícia Militar por causa de envolvimento com a contravenção.

 

 

*Com informações do Terra

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Polícia diz que perdeu imagens dos assassinos de Marielle no dia do atentado

Policiais da DH da Capital (Delegacia de Homicídios do Rio) perderam “imagens relevantes” que possibilitariam a identificação dos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, registradas cerca de três horas antes do atentado ocorrido em 14 de março de 2018.

A informação foi confirmada por fontes ligadas à investigação conduzida pelo órgão da Polícia Civil do Rio.

De acordo com denúncia do MP-RJ (Ministério Público de Rio de Janeiro) aceita pela Justiça, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz usaram um Cobalt prata com placa clonada para cometer o duplo homicídio no bairro de Estácio, no centro do Rio. Contudo, ainda não há nenhuma prova contundente de que os dois estavam no veículo. As defesas dos réus negam que eles tenham cometido o crime.

No relatório produzido pela DH da Capital, a respeito do trajeto percorrido pelas vítimas e os assassinos, a primeira imagem obtida do carro com placa clonada é registrada às 17h34 daquele dia, na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Cerca de 40 minutos depois, às 18h16, as câmeras de um estabelecimento comercial flagraram o mesmo carro na Tijuca, bairro da zona norte do Rio, onde Marielle residia com a companheira Mônica Benício. A próxima imagem do veículo surge às 18h44, já nas proximidades da rua dos Inválidos, na Lapa, onde a vereadora participou de um debate antes de ser assassinada.

O UOL apurou que os agentes da DH da Capital obtiveram outras “imagens relevantes” gravadas neste intervalo de 28 minutos e que foram registradas pelas câmeras desse estabelecimento na Tijuca. O material possibilitaria a identificação dos ocupantes do Cobalt prata.

Os policiais foram ao local logo após o atentado, salvaram as imagens em um pendrive e retornaram cerca de 15 dias depois sob alegação de que tinham perdido o material. Porém, nesta ocasião não foi possível recuperar as imagens.

Marielle e Anderson foram assassinados pouco depois das 21h, no cruzamento entre as ruas João Paulo I e Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, centro do Rio.

Há uma semana, o UOL revelou que, em depoimento à Justiça, o delegado Giniton Lages, primeiro a chefiar as investigações sobre duplo homicídio, admitiu que houve falhas na busca pelas imagens do trajeto percorrido pelos assassinos no dia do atentado, 14 de março de 2018.

Um dos erros relatados pelo delegado foi que os agentes pegavam as imagens de casas comerciais instaladas no trajeto e salvavam em pendrives. Porém, ao chegar no setor da DH responsável por analisar as imagens, o arquivo não podia ser acessado, pois fora salvo em “formato errado”. Os agentes voltavam aos locais, mas nem sempre conseguiram recuperar as imagens. Foi exatamente o que ocorreu no caso da loja da Tijuca.

“Os erros e acertos observados na investigação estão contextualizados e, em toda investigação, representam oportunidades de afirmação ou revisão de protocolos estabelecidos pela Polícia Civil para investigações complexas”, afirmou ao UOL, sem comentar o teor de seu depoimento.

Procurada, a Polícia Civil do Rio afirmou apenas que o “caso está sob sigilo”.

 

 

*Com informações do Uol