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Presidente do Equador é dono de empresa sócia de exportadora ligada a narcotráfico

Claudia Jardim – A Pública  O atual presidente do Equador e candidato à reeleição, Daniel Noboa, é dono da empresa que é sócia majoritária de uma exportadora flagrada em um escândalo de tráfico de cocaína para Europa, apontam documentos. A droga era enviada em embalagens de banana e foi alvo de três interceptações da polícia nacional equatoriana.

De acordo com papeis vazados pelo Pandora Papers, investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês), Noboa e um de seus irmãos, John Noboa, aparecem como sócios-proprietários da Lanfranco Holdings S.A, empresa offshore com base no Panamá, um paraíso fiscal.

Por sua vez, a Lanfranco é a acionista majoritária, com 51% das ações, da Noboa Trading Co, empresa flagrada por traficar cocaína para a Europa ao menos três vezes.

A conexão entre essas empresas reveladas agora pela Agência Pública com exclusividade colocam Noboa – que busca sua reeleição em um segundo turno acirrado no dia 13 de abril – no centro da denúncia de tráfico de drogas, reveladas inicialmente pela Revista Raya.

  • A família de Noboa é dona de um dos maiores grupos empresariais do país, atuando na exportação de bananas e no controle de portos.
  • Daniel Noboa é o presidente mais novo da história recente do Equador, filho de Álvaro Noboa Pontón, empresário e político equatoriano.

“Exportou bananas misturadas com drogas”, acusou adversária política
Durante o debate presidencial de 23 de março, em Quito, Noboa foi questionado por sua adversária no segundo turno, Luisa González, sobre uma acusação de que a empresa Noboa Trading, controlada pela sua família, “exportou bananas misturadas com drogas”. O CEO da Noboa Trading é Roberto Ponce Noboa, primo do presidente.

O presidente não negou a acusação, mas tentou se eximir de qualquer responsabilidade no crime. “Eu não sou o dono, mas membros da minha família estão envolvidos nessa empresa. A Noboa Trading cooperou em cada um dos casos, e isso foi esclarecido perante o Ministério Público. Isso, portanto, absolve qualquer funcionário da Noboa Trading de qualquer irregularidade.” No entanto, documentos revelam que não é bem assim.

As supostas irregularidades que envolvem o mandato de Noboa se arrastam desde sua eleição em 2023. Noboa foi eleito sem ter declarado que é sócio de uma empresa, no caso a Lanfranco, em paraíso fiscal, o que é proibido por lei no país. Agora, os dados mostram que a Lanfranco é sócia majoritária da Noboa Trading, offshore com sede no Panamá.

De acordo com a Superintendência de Companhias, Valores e Seguros do Equador, a Lanfranco detém 51% das ações da Noboa Trading. E ainda de acordo com documentos vazados pelo Pandora Papers, Noboa e seu irmão, John, seriam os verdadeiros donos da Lanfranco.

“Confirmamos que os beneficiários finais da sociedade acima referida são meus filhos Daniel Roy Gilchristi Noboa Azin e John Sebastian Maximilian Noboa Azin, já que estou deixando a sociedade para eles, sem que eles tenham conhecimento expresso disso no momento”, diz um dos documentos com data de 10 de junho de 2015, endereçado por Álvaro Noboa Ponton ao escritório de advogados Alemán, Cordero, Galindo & Lee (Alcogal), com sede no Panamá.

Esse vínculo de Noboa e um de seus irmãos com a Lanfranco Holdings S.A foi revelado com exclusividade na Folha de S.Paulo, às vésperas da eleição de 2023.

Em outra série de documentos do Pandora Papers aos que a Pública teve acesso para esta reportagem, aparece a cópia dos passaportes de Daniel Noboa e seus dois irmãos, cartas bancárias certificando o vínculo deles na instituição financeira e um documento assinado por eles certificando a empresa ALCOGAL como sua representante legal.

Documento obtido pelo Pandora Papers, investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês)
A Pública solicitou uma entrevista com o presidente equatoriano, tanto aos assessores da Secretaria de Comunicação, quanto diretamente à vice-presidente Cynthia Gellibert. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não obtivemos respostas.

Os documentos do Pandora Papers são de 2015. Não há registros na base de dados coletada em 2021 pelo ICIJ que indiquem que o presidente deixou de ser o proprietário da Lanfranco antes de assumir a presidência do país. Sendo assim, a posse de uma  empresa em paraíso fiscal seria ilegal perante a lei equatoriana, o que poderia colocar em questão a legalidade de seu mandato presidencial.

Documento obtido pelo Pandora Papers, investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês)
A Lanfranco também detém a maioria das ações das principais empresas que compõem o conglomerado Noboa no Equador. São elas: são: a Companhia Agrícola Rio Ventanas S.A. (Carivesa), Agrimont S.A., Honorasa S.A., Industrial Bananera Álamos S.A., Agrícola La Julia S.A., Bananera Las Mercedes S.A., Manufacturas de Cartón, Companhia Agrícola Angela Maria S.A. e Companhia Agrícola Loma Larga Sociedad Anónima.

Juntas, essas empresas geram uma receita de 450 milhões de dólares, segundo a Superintendência de Companhias, Valores e Seguros do Equador, valor que integraria o patrimônio do atual presidente e de seu irmão, mas que não foram declarados quando ele se candidatou à presidência por ser ilegal manter empresas em paraísos fiscais.

No Equador, segundo a Receita Federal local, metade do capital dos principais contribuintes provém de outros países. Deste total, 70% são transferidos através de operações realizadas em paraísos fiscais. O império bananeiro construído pelo pai do presidente, Álvaro Noboa, deve aos cofres públicos mais de 93 milhões de dólares em impostos.

A trama da cocaína traficada para a Itália
O escândalo envolvendo os Noboa com o narcotráfico – antecipado durante o debate presidencial – veio à tona após a publicação de uma investigação da Revista Raya, dia 26 de março. Na reportagem, o jornalista Andrés Durán afirma que a Noboa Trading foi flagrada em um esquema de tráfico de cocaína que tinha como destino a Croácia e a Itália.

No total, de acordo com a reportagem, foram apreendidos quase 600 quilos de cocaína no Equador nos contêineres da Noboa Trading. A primeira apreensão foi em 2020, em meio à pandemia de covid-19. Uma operação da Polícia Nacional equatoriana e da Unidade de Inteligência Aeroportuária (UIPA) apreendeu cerca de 160 quilos de cocaína escondidos em sacos de bananas que tinham como destino final a Croácia.

Em 2022, o esquema foi mais sofisticado: cerca de 320 quilos da droga foram encontradas no sistema de refrigeração do container, uma operação que implicou a implantação da droga por meio da abertura do sistema de refrigeração da estrutura criada para que as bananas não apodreçam durante o transporte até o destino final.  De acordo com reportagem da Revista Raya, o supervisor do carregamento das exportações da Noboa Trading era José Luis Rivera Baquerizo.

Ainda de acordo com a reportagem, o funcionário foi preso e logo foi libertado após a intervenção do advogado Edgar Lama Von Buchwald, que no momento era assessor de Noboa, então deputado. De lá pra cá, a relação entre Von Buchwald e Noboa se fortaleceu. O então assessor e advogado se tornou ministro de Saúde no governo de Noboa.

Em 2024, já durante a presidência de Noboa, a Polícia Nacional voltou a interceptar carregamento de droga nos contêineres da Noboa Trading. Dessa vez, foram apreendidos cerca de 76 quilos de cocaína escondidas no teto do container que seria enviado à Europa.

Outro ponto importante: o conglomerado Noboa tem controle da cadeia de produção, não utilizam agentes terceirizados. A família Noboa é dona da fazenda produtora,  controla a produção e colheita da banana, o transporte — cada veículo é monitorado por GPS — até a entrega às autoridades portuárias. Até as caixas de papelão para o transporte da banana pertencem à família presidencial. E parte dos portos do país – que são privatizados – são controlados também pelos Noboa.

Fernando Carrión, especialista em segurança e narcotráfico, acredita, no entanto, que narcotraficantes teriam contaminado as exportações da família Noboa. “Pela prática que tem o narcotráfico de contaminação das exportações, seria difícil dizer que a família do presidente esteja vinculada diretamente com o trânsito da droga. A contaminação pode acontecer em qualquer etapa”, afirma.

Tráfico & bananas
O tráfico de drogas em contêineres de bananas do Equador não é uma novidade. Mais da metade de toda a cocaína apreendida na Europa é encontrada em containers da fruta. De acordo com um relatório da Comissão Europeia, 57% dos contêineres de bananas exportados pelo Equador para a Europa chegam contaminados com cocaína. E mais da metade da cocaína apreendida no Equador também é transportada em carregamento de bananas.

Uma resposta óbvia seria um maior rigor na fiscalização, mas na avaliação do analista político Franklin Ramirez, professor de sociologia da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) em Quito, desde a presidência de Guillermo Lasso, antecessor de Noboa, há uma estrutura de conivência, agora herdada pelo atual governo, entre o crime organizado e o Estado equatoriano. “Não há vontade nem do Executivo, nem da Fiscalía (Procuradoria Geral da República) de ativar o dispositivo institucional para investigar a triangulação entre o crime organizado, lavagem de dinheiro e instituições financeiras tanto do Equador como nos paraísos fiscais”, afirma Ramirez. “É evidente que a lavagem de dinheiro está vinculada com o narcotráfico”, acrescenta.

Para Fernando Carrión, a explicação está no desmonte do Estado equatoriano. “Desde 2017, com a saída do presidente Rafael Correa, prevaleceu a lógica do Estado mínimo. O aparato estatal foi reduzido, e o orçamento destinado à segurança e ao combate ao narcotráfico foi drasticamente diminuído”, afirmou Carrión.

Reportagens apontam que o Equador se transformou em um centro de distribuição de drogas para a Europa. Esse novo protagonismo do crime organizado equatoriano coincide com a assinatura dos acordos de paz na Colômbia, em 2016. Com a dissolução das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a pressão sobre os grupos paramilitares, que também controlam o tráfico de cocaína, e o deslocamento das dissidências da guerrilha para novas zonas de conflito desorganizaram a rota de tráfico estabelecida até então.

O país também se tornou o mais violento da região. Entre 2015 e 2019, a taxa era de 5,8 homicídios por 100 mil habitantes. No entanto, a partir de 2020, houve um aumento exponencial da violência, com o índice quase quintuplicando e alcançando 38,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2024, segundo a organização Insight Crime. Em comparação com o Brasil, a violência no país vizinho é mais do que o dobro da observada aqui: em 2024, o Brasil registrou 18,21 homicídios por 100 mil habitantes.

Direita latinoamericana
Noboa faz parte dos governos de direita da América Latina que mantêm, ou pretendem, consolidar uma relação estreita de alinhamento político com Donald Trump nos Estados Unidos. A poucos dias da eleição presidencial, a CNN revelou um suposto plano de Noboa para militarizar o Equador com a instalação de uma base militar que permitiria o livre fluxo de tropas dos Estados Unidos para combater a criminalidade.

Em encontro com Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, no dia 29 de março, Noboa diz que conversaram sobre “cooperação em segurança”.

Se concretizado o plano, não será a primeira vez que militares dos Estados Unidos recebem carta branca para operar no território equatoriano. Em 1999, durante o governo do então presidente Bill Clinton, Washington instalou uma base militar na província de Manta, no Pacífico equatoriano. Mas a empreitada não durou muito tempo. A base militar foi desmantelada em 2009, durante o governo do presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017), que se opunha à presença militar dos EUA em seu território. A presença de militares estrangeiros era, e continua sendo, ilegal de acordo com a nova Constituição aprovada durante o governo Correa.

O segundo turno da eleição presidencial está previsto para o domingo, 13 de abril. A disputa será entre Noboa, candidato à reeleição, e Luisa González, herdeira política de Correa, do Movimento Revolução Cidadã.

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Números da PM de Goiás mostram que Caiado mentiu ao associar MST ao narcotráfico

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em maio na condição de convidado. Em uma sessão marcada por discussões ríspidas, ele afirmou, sem meias palavras, que assentamentos do movimento no estado eram usados para o tráfico de drogas.

“As pessoas que faziam tráfico de droga se resguardavam nesses falsos assentamentos”, disse Caiado. O governador chegou a prometer à comissão os dados que comprovariam suas afirmações, o que nunca aconteceu.

Os dados oficiais sobre apreensões de entorpecentes ilegais em Goiás, no entanto, são taxativos: Caiado mentiu ao afirmar que há tráfico de drogas em assentamentos do MST. O Brasil de Fato obteve, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), dados de todas as apreensões de drogas realizadas em Goiás entre janeiro de 2019 e março de 2023. Nenhuma grande apreensão de drogas aconteceu no estado em áreas relacionadas ao movimento.

Em pouco mais de cinco anos e 23 operações em assentamentos, foram encontrados pouco mais de 300 gramas de drogas – a maior parte de maconha. As quantidades são ínfimas e, em todos os casos, se enquadram no que especialistas classificam como quantidade para uso pessoal. Em comparação, o estado apreendeu quase 200 toneladas de entorpecentes em outros locais no mesmo período.

O depoimento

No final da tarde do dia 31 de maio, a principal notícia de alguns dos maiores veículos de comunicação do país era a de que o MST havia sido acusado de se associar ao narcotráfico em Goiás. A afirmação foi por Caiado na CPI do MST, onde afirmou que foram feitas “várias apreensões de drogas” em assentamentos goianos.

“As invasões foram usadas em muitos estados, primeiro, para ser ali ponto onde nem a polícia podia entrar (…) onde as pessoas que faziam tráfico de droga se resguardavam nesses falsos assentamentos de ocupações que eram feitas para dali levar adiante aquilo que era o tráfico de drogas”, afirmou Caiado aos deputados federais que integram a comissão. O governador insistiu na tese.

“O que eu coloquei eu repito: várias apreensões de drogas no meu estado de Goiás foram feitas quando eu cheguei ao governo em acampamentos que existiam do MST. Deixando bem claro o assunto: várias prisões de drogas foram feitas em acampamentos do MST, certo? Essa é a verdade que está nua e crua”, sentenciou Caiado.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), integrante da CPI, chegou a comemorar o fato de que Caiado prometeu enviar à comissão dados sobre apreensão de drogas em assentamentos do MST. “Vamos mostrar que há, sim, não só consumo, mas tráfico de drogas dentro desses ambientes, porque se torna um Estado paralelo, que não permite que a polícia entre”, afirmou Gayer.

Até o fechamento desta matéria, mais de dois meses após o depoimento, Caiado não havia enviado os dados à CPI.

Toneladas x gramas

O Brasil de Fato obteve os dados de apreensão de drogas em Goiás do início da gestão de Caiado, em 1º de janeiro de 2019, até dia 1º de março deste ano. Os números escancaram uma discrepância entre o que narrou o governador na CPI e a realidade exposta pelas operações policiais goianas.

No período, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) registrou 23 operações em assentamentos do MST, sendo oito em 2019, três em 2020, uma em 2021, oito em 2022 e três em 2023.

Ao todo, Goiás apreendeu 16,5 toneladas de cocaína, durante a gestão de Caiado. No mesmo período, em áreas do MST, foram apenas encontradas apenas 23,04 gramas da substância. As forças policiais encontraram a quantidade em quatro operações, realizadas em três assentamentos.

De acordo com a SSP-GO, as polícias do estado encontraram 1,5 tonelada de crack no estado no mesmo período. Em áreas do MST, em quase cinco anos, apenas 87,68 gramas, apreendidas em quatro operações, nos assentamentos.

No governo Caiado, Goiás apreendeu 181 toneladas de maconha em todo o estado. Dessa quantidade, apenas 191,5 gramas em áreas do movimento, divididas em quatorze operações, em onze assentamentos.

“Caiado deveria ser investigado por calúnia”

A legislação brasileira não estabelece parâmetros para a distinção entre usuário de droga e traficante. O Instituto Igarapé produziu, em 2015, a nota técnica Critérios objetivos de distinção entre usuários e traficantes de drogas – cenários para o Brasil, assinada por advogados, juízes, professores, psicanalistas e defensores públicos, que se tornou a referência sobre o tema.

No documento, o instituto explica que a Lei de Drogas (nº 11.343), “em seu art. 28, § 2º, ela elenca oito critérios legais de distinção entre o porte para uso próprio e o tráfico de drogas: a quantidade e a natureza da substância apreendida; o local e as condições da ação; e as circunstâncias sociais e pessoais, a conduta e os antecedentes do agente. Juntos, formam um conjunto de critérios em sua maioria subjetivos”.

Esta subjetividade, explica o Igarapé, cooperou para o encarceramento em massa no país. Para cooperar com a distinção entre usuário e traficante, o instituto propôs uma tabela de medidas, baseada em legislações internacionais e nos padrões nacionais de consumo.

Na tabela do Igarapé, há três cenários. Para maconha, as quantidades per capita, que caracterizariam consumo próprio, são 25 gramas, 40 gramas e 100 gramas, respectivamente. No caso da cocaína e do crack, 10 gramas, 12 gramas e 15 gramas.

“Indicamos que o mais adequado para a realidade brasileira é uma quantidade de referência fixa entre os cenários 2 e 3. Alguns signatários da nota, inclusive, rejeitam o primeiro cenário, pois temem que o seu efeito seja negativo. É preciso ser realista e responsável na apreciação dos cenários: alertamos o perigo da adoção de critérios muito baixos, incompatíveis com os padrões de uso brasileiros, que resultariam no efeito oposto ao pretendido. Critérios objetivos muito baixos aumentam o encarceramento e agravam a crise do sistema penitenciário”, justifica o instituto.

Emílio Figueiredo, advogado especializado em legislação sobre cannabis no Brasil e Lei de Drogas, condenou a tentativa de Caiado de criminalizar o MST. “Isso é uma apreensão muito pequena, muito baixa, é passível de ser considerado consumo próprio. Não tem chances de isso ser configurado tráfico de drogas, não tem como configurar finalidade de difusão ilícita. O governador deveria ser investigado por calúnia, pois sua acusação não tem qualquer base na realidade dos dados das apreensões”, afirmou.

Integrante da CPI do MST, o deputado federal Nilton Tatto (PT-SP) também criticou o governador goiano. “Caiado, como sempre fez, está a serviço dos latifundiários grileiros. Ele mentiu na CPI sobre combate ao narcotráfico em Goiás e ainda tentou criminalizar o MST. Lastimável que ele tenha ido a CPI para produzir fake news. Para esse tipo de político tudo vale para impedir a reforma agrária e apoio à agricultura familiar.”

*Brasil de Fato

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Na comitiva presidencial de Bolsonaro foram encontrados 39kg de cocaína, e é Lula que teve ligação com o narcotráfico?

Um episódio até hoje não explicado que, aliás, não foi sequer comentado por Bolsonaro ou por qualquer um do clã. É como se a polícia espanhola não tivesse encontrado os 39 kg de pasta de cocaína no avião da FAB, na comitiva presidencial de Bolsonaro a caminho do Japão.

Ninguém do governo Bolsonaro deu um pio sobre o fato. É um daqueles grandes mistérios do tipo de Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e vizinho de Bolsonaro. O sujeito morava na mesma rua, a 50 metros da casa dele e era um dos maiores traficantes de fuzis do país, além de ser amigo de Adriano da Nóbrega, do escritório do crime, aquele que foi morto na Bahia porque supostamente teria reagido. Mas Bolsonaro disse que nunca ouviu falar de Ronnie Lessa, mesmo que ele tenha mandado Flávio condecorar o seu amigo Adriano da Nóbrega dentro da cadeia, que era chamado de patrãozão em Rio das Pedras.

Sem falar da história do porteiro do Vivendas da Barra que, em depoimento à Polícia Civil e Ministério Público do Rio, disse que a ordem dada para a entrada de Élcio de Queiroz, comparsa de Lessa, no dia do crime de Marielle, partiu do Seu Jair da famosa casa 58, e mais à frente, o então ministro Sergio Moro foi lá e arrancou outro depoimento do porteiro contradizendo o primeiro.

Dá até vontade de gargalhar quando Bolsonaro acusa Lula de envolvimento com o narcotráfico. Não demora, vai dizer que Lula forjou uma facada para vencer a eleição de 2002.

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Gleisi cobra STF após Bolsonaro dizer à imprensa italiana que Lula era ligado ao narcotráfico

A presidenta nacional do PT condenou as declarações mentirosas de Bolsonaro contra Lula em TV italiana.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu neste domingo (31) à entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro difundiu fake news contra o ex-presidente Lula, associando-o ao narcotráfico. A parlamentar cobrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) atue contra o mandatário.

“Isolado, sem preparo e desesperado com aumento de desaprovação popular, Bolsonaro ataca Lula com fake news em entrevista na Italia”, disse Gleisi no Twitter.

“Muito grave. Esse homem não pode continuar mentindo livremente por aí. O STF deve resolver isso no inquérito das Fake News. É urgente!”, completou a parlamentar.

Durante entrevista à rede de TV italiana Sky TG24, Bolsonaro disse que “o chefe do Serviço Secreto da Venezuela, preso faz pouco tempo, disse que Lula recebia dinheiro, e todas as autoridades de esquerda recebiam financiamentos do narcotráfico, fundos enviados também à Espanha”.

A declaração se baseia em um documento anódino, sem qualquer prova, difundido por um jornal de extrema-direita da Espanha que acusa diversas lideranças progressistas internacionais de receber dinheiro do governo da Venezuela.

Desertor do regime chavista e residente na Espanha, Hugo Carvajal – apelidado de “El Pollo” – se juntou à extrema-direita e apoiou publicamente a “autoproclamação” de Juan Guaidó. A carta difundida por ele surgiu como uma forma de evitar extradição para os Estados Unidos, onde poderia enfrentar prisão perpétua. Essa estratégia deu certo e Carvajal seguirá em solo espanhol, após a suspensão da extradição em 22 de outubro.

Nenhuma prova foi apresentada sobre esses supostos financiamentos, mas isso tem sido usado como arma de ultradireitistas para atacar progressistas. Além de Lula, estariam na lista de financiamento Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo, (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya, (Honduras), Gustavo Petro, (Colômbia) e Movimento 5 estrelas (Itália)… Uma ação que parece orquestrada por Steve Bannon.

*Com informações da Forum

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