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CPI: Caso Prevent pode chegar ao governo e gabinete paralelo volta ao foco

Nova frente de investigação leva senadores a cogitarem encerrar trabalhos apenas no fim de outubro.

Os senadores do grupo majoritário da CPI da Covid já trabalham internamente com a possibilidade de adiar por mais tempo a conclusão das atividades da comissão, em previsões que variam do meio ao fim de outubro. O principal motivo é a evolução da apuração envolvendo a operadora Prevent Senior.

Integrantes da CPI dizem acreditar que merece atenção a possível relação da Prevent com o governo Jair Bolsonaro, principalmente pela suspeita de o Ministério da Saúde ter usado um protocolo da operadora para incentivar a utilização do chamado “kit Covid”, com remédios ineficazes contra a doença.

Também afirmam que os novos fatos trazem mais uma vez para o foco a atuação do gabinete paralelo da pasta, grupo de médicos que assessorava informalmente o presidente da República a favor de tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.

O ponto de ligação entre a Prevent e o gabinete paralelo estaria principalmente nos médicos Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto.

Nesta quinta-feira (23), foram aprovados requerimentos para a convocação da advogada Bruna Morato, representante dos médicos da Prevent que realizaram denúncias contra a empresa, e do empresário bolsonarista Luciano Hang, cuja mãe, Regina Hang, morreu após ser vítima da Covid —o prontuário dela feito em unidade da operadora omitiu a menção à doença.

Bruna e Hang irão depor, respectivamente, na terça (28) e na quarta-feira (29) da semana que vem.

A convocação de Hang não foi consenso nos bastidores do grupo majoritário da CPI. Alguns parlamentares avaliam que o empresário tem pouco a acrescentar na apuração e que a sessão pode virar só um palco para que ele defenda o que chama de tratamento precoce.

Por outro lado, há a percepção de que os depoimentos da próxima semana voltarão a colocar em evidência o gabinete paralelo, estrutura de aconselhamento para temas da pandemia do presidente Jair Bolsonaro, fora da estrutura do Ministério da Saúde.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, os depoimentos serão decisivos para entender a participação do grupo e da relação da Prevent com o governo Bolsonaro.

Senadores governistas minimizam os achados da comissão na reta final dos trabalhos e dizem que os fatos sobre a Prevent estariam requentados, por isso não atingiriam mais o presidente.

*Com informações da Folha

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Vídeos mostram “ministério paralelo” orientando Bolsonaro contra vacinas

Imagens trazem o virologista Paolo Zanoto, a imunologista Nise Yamaguchi e o deputado federal Osmar Terra em reunião com o presidente.

Imagens obtidas pelo Metrópoles mostram o aconselhamento do chamado “ministério paralelo” sendo feito diretamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – com trechos explícitos de ressalvas à aplicação de vacinas. Trechos de uma reunião, ocorrida em 8 de setembro, também confirmam que Arthur Weintraub intermediava os contatos entre o grupo e o Palácio do Planalto.

Entre os participantes do encontro, estão a imunologista Nise Yamaguchi, o deputado Osmar Terra, o virologista Paolo Zanoto e outros médicos de diversas especialidades. Confinados em uma sala de reuniões do Planalto, nenhum dos profissionais usa máscara.

As imagens também apontam Osmar Terra como o cacique intelectual do grupo. “Uma honra trabalhar com o senhor neste período” afirmou Nise Yamaguchi ao deputado. Na CPI da Covid, ela negou a existência de um gabinete paralelo, e disse que prestava apenas “aconselhamento”.

Tratado com deferência especial, o virologista Paolo Zanoto parece ter intimidade com Bolsonaro. O presidente faz questão de que ele saia da plateia e se sente ao seu lado. Para cumprimentá-lo, o presidente da República bate continência.

Na ocasião, Zanoto aconselha Bolsonaro a tomar “extremo cuidado” com as vacinas contra a Covid-19. “Não tem condição de qualquer vacina estar realisticamente na fase 3”, diz. Na data do encontro, e-mails da Pfizer estavam sem resposta nos computadores do Ministério da Saúde.

A orientação antivacina prossegue. “Com todo respeito, eu acho que a gente tem que ter vacina, ou talvez não”, afirma o virologista, enquanto uma médica balança a cabeça de forma negativa. Ele baseia sua argumentação em um suposto problema dos coronavírus no desenvolvimento vacinal, sem apresentar qualquer evidência.

Confira:

*Do Terra

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O pronunciamento de um moribundo desesperado

Perdoem-me os que cultuam a ideia de que Bolsonaro é tão forte politicamente quanto Lula, não, não é! E o processo de derretimento de sua imagem se amplia a cada dia e não há preço possível que se possa pagar para impedir a difusão de críticas que já estão na quase totalidade do povo brasileiro.

Bolsonaro, nesta quarta-feira, em seu discurso ornamental, só deu oportunidade ao povo de mostrar que ele existe e que, se uma parte da sociedade estava tolhida de se manifestar por conta da pandemia, ontem,  a população sapecou as panelas até mesmo em redutos mais elitistas na hora em que Bolsonaro arrotou aquele monte de mentiras em mais um vexame.

A capacidade de reinventar lambanças parece não ter fim. O sujeito escolheu fazer um pronunciamento em rede nacional justo no dia em que a médica Luana Araújo descascou e engoliu cada senador bolsonarista da CPI, desancando o próprio Bolsonaro um dia após a Dra. Nise Yamaguchi resumir em sua fala a tragédia proporcionada pelo gabinete paralelo que trata das questões da saúde brasileira em função da escolha criminosa do presidente de produzir a tal imunidade de rebanho através da contaminação generalizada.

Aliás, devemos incluir nessa nova realidade que coloca Bolsonaro na boca do inferno que, em nenhum momento qualquer senador bolsonarista na CPI condenou as acusações dos senadores oposicionistas de mentirem ou acusarem sem provas o fato macabro de que Bolsonaro efetivamente trabalhou para que centenas de milhares de brasileiros morressem, como estão morrendo, para se chegar ao nível de contaminação que nos levasse, de forma odiosa, à suposta imunidade de rebanho.

Por isso, seu discurso ontem, que desconsiderou a morte de praticamente meio milhão de brasileiros, por culpa exclusiva sua, ele sentiu imediatamente a fúria da sociedade e ampliação da revolta repercutida através das panelas e gritos de “fora Bolsonaro!”, mostrando que não só a oposição forte do Brasil ao seu governo é duradoura e cresce de maneira exponencial, sobretudo depois do início da CPI da Covid.

O iluminismo às avessas que representa o terraplanismo dos bolsonaristas está em convulsão, daí qualquer palavra vinda da boca de Bolsonaro é, no mínimo, desconsiderada, mas na maioria das vezes, achincalhada e cada vez menos acatada pelo povo.

Do outro lado, seus apoios atrofiam tanto nas redes quanto nas ruas, e a sociedade expressa cada vez mais seu repúdio a um governo que, desde o primeiro dia de gestão, agrava crises ampliando um fenômeno inédito na história do país de quem vive produzindo crises para tentar encobrir a crise do dia anterior.

Pode-se tranquilamente afirmar que o governo Bolsonaro está diante de um caos suficiente para cair de podre sem dar tempo de sua chegada a 2022.

Bolsonaro foi atingido em cheio, no meio, e não há ajuste político que reverta esse quadro ou ao menos lhe dê qualquer esperança que permita, diante de tal isolamento, produzir o estancamento da sua hecatombe política.

Aquilo que Bolsonaro produziu ontem foi sua auto extrema-unção

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Nise Yamaguchi entrega personagem central da trama da cloroquina

Depoente desta terça-feira na CPI da Covid, a médica Nise Yamaguchi trouxe elementos que jogam luzes sobre um personagem central na trama da cloroquina: o tenente-médico Luciano Dias Azevedo, que tentou empurrar o remédio ineficaz contra a covid-19 à toda a população brasileira, por meio da rede pública de saúde. “Oi Luciano este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”, disse Nise Yamaguchi, no documento levado à CPI. Luciano foi o autor da minuta do decreto que mudaria a bula da cloroquina.

Por Ricardo Brito (Reuters) – A médica Nise Yamaguchi apresentou nesta terça-feira à CPI da Covid do Senado a minuta de um decreto discutido pelo governo que permitiria o uso em toda a rede pública da cloroquina e outras medicações sem eficácia comprovada contra a Covid-19, segundo cópia do documento entregue por ela à CPI e visto pela Reuters.

No documento que teve sua autenticidade reconhecida em um Cartório de Notas, Nise reproduz toda a minuta e faz um alerta sobre a sua eventual divulgação, que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.

“Oi Luciano este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”, alertou.

A discussão sobre a confecção pelo governo de um decreto que poderia liberar um uso em massa da cloroquina e outras medicações sem eficácia comprovada contra Covid-19 foi revelada em depoimentos anteriores na CPI, como do presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.

Na minuta de decreto entregue à CPI, consta que a “adesão ao tratamento medicamentoso ora em estudo da Covid” deverá ser acordado entre médico e paciente, sendo que este último deveria assinar um termo de livre consentimento.

No depoimento à CPI, Nise continuou a defender o uso da cloroquina e outras medicações do chamado tratamento precoce. No entanto, a médica negou que tenha havido uma minuta de decreto para mudar a bula da cloroquina para incluir o medicamento no tratamento contra a doença.

Ela também negou ter feito parte de um gabinete paralelo que tomaria decisões sobre o enfrentamento da pandemia à revelia de orientações dadas pelo Ministério da Saúde, mas admitiu ter atuado como uma espécie de “consultora eventual” do governo.

A médica chegou a receber diárias do governo por esse último trabalho e, na documentação que entregou à CPI, fez uma devolução de 224,20 reais em diárias que disse ter recebido a mais para desempenhar o seu trabalho.

*Com informações do 247/Reuters

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Nise sobre minuta de decreto para cloroquina: Exporia muito o presidente

Médica entregou à CPI da Pandemia uma ata notarial com o registro de uma troca de mensagens pelo aplicativo WhatsApp.

A médica Nise Yamaguchi entregou à CPI da Pandemia uma ata notarial com o registro de uma troca de mensagens pelo aplicativo WhatsApp entre ela e um contato identificado como Luciano Dias Azevedo, médico, no dia 6 de abril de 2020. Na mensagem, Nise recebe uma minuta de decreto que trata da distribuição de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina a “toda rede de saúde”.

Ao fim da mensagem, a médica questiona: “Oi, Luciano. Este decreto não pode ser feito assim, porque não é assim que regulamenta a pesquisa clínica. Tem normas próprias. Exporia muito o Presidente”.

Médico e paciente, segundo o texto, decidiriam pela “adesão ao uso experimental das medicações descritas na doença Covid-19 no intuito de tratar e iniciar protocolos de pesquisas clínicas”. O acompanhamento clínico do paciente seria de forma obrigatória e seguindo “protocolos de tratamento estabelecidos na atualidade”.

Mensagens de Nise Yamaguchi entregues à CPI da Pandemia

Mensagens de Nise Yamaguchi entregues à CPI da Pandemia
Foto: Reprodução

A minuta do decreto prevê ainda que “a adesão ao tratamento medicamentoso ora em estudo da Covid-19 deverá ser acordado entre médico e paciente que desejarem voluntariamente e de livre e espontânea vontade com obrigatoriedade de assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TLCE)”. As informações deveriam ser encaminhadas “compulsoriamente” ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária pelo site da Anvisa.

Entre as justificativas para a disponibilização dos medicamentos apresentadas no decreto está a “a meta de assegurar medicamentos essenciais para o tratamento dos agravos com maior incidência na população, mediante redução de seu custo para pacientes”.

O texto considera ainda o “dever do Estado de garantir os meios indispensáveis à prevenção, à promoção e à recuperação da saúde”, “a necessidade de oferecer alternativas de acesso à assistência farmacêutica, com vistas ao fortalecimento da integralidade do atendimento à saúde” e “a necessidade de Plano de Contingência no Brasil diante da pandemia de COVID-19 e plano de ação diante de dados da mesma doença com novas evidências clínicas”.

À CPI, a médica Nise Yamaguchi disse desconhecer quem escreveu a minuta do decreto.

Bula da cloroquina

O documento entregue, segundo a médica, é ao qual se referiu o presidente da Anvisa em depoimento à CPI. Antônio Barra Torres, no entanto, falou que se tratava de uma proposta de mudar a bula da cloroquina, acrescentando a Covid-19 na lista de doenças.

“Esse documento foi comentado pela doutora Nise, o que provocou uma reação até um pouco deseducada ou deselegante minha, muito imediata, de dizer que aquilo não poderia ser – talvez não seja do conhecimento de vossas excelências, mas só quem pode modificar a bula de um medicamento registrado é a agência reguladora daquele país, mas desde que solicitada pelo detentor do registro”, explicou Barra Torres aos senadores.

Diante do conflito de versões, o presidente da CPI propôs à médica uma acareação entre ela e o presidente da Anvisa. A oncologista concordou.

*Por Daniel Adjuto/CNN

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Assista ao depoimento da médica Nise Yamaguchi na CPI da Covid

Nise Yamaguchi mente e Omar Aziz se irrita: “Não acreditem nela, tem que vacinar”.

Diante das contradições e mentiras, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu o fim da sessão e convocação de Nise Yamaguchi – para que ela possa ser presa, caso minta

O presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com as omissões, contradições e mentiras ditas pela médica Nise Yamaguchi que foi convidada – e por isso não está comprometida a dizer a verdade – para a oitiva. Diante da insistência da médica em não responder as perguntas, Aziz disse que vai pedir a convocação, quando ela poderá ser presa caso não fale a verdade.

“Infelizmente, doutora Nise, o que o seus colegas me falaram eu retiro completamente, eles estão completamente equivocados em relação a ela. A senhora está omitindo muita coisa aqui”.

Omar Aziz voltou a se irritar após o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) exibir um vídeo em que a médica defende o tratamento precoce e a “vacinação aleatória” da população.

“A senhora disse em vacinar aleatoriamente. Tem que vacinar todos os brasileiros, doutora Nise. Pela amor de Deus, doutora Nise”, afirmou. “A senhora me desculpe. Para quem está ouvindo ela, não acreditem nela, tem que vacinar. A vacina salva, tratamento precoce não salva”.

Assista:

https://youtu.be/IEUI0N8X0mE

*Com informações da Forum

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CPI vai descobrindo quem mandou e quem obedeceu nos crimes da pandemia

Pazuello vai ter de decidir se conta o que sabe ou acaba como bode expiatório.

Segundo Celso Rocha de Barros, na Folha, a CPI da Covid está descobrindo evidências de um assassinato em massa. Segundo o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Bolsonaro desprezou várias ofertas de vacinas da empresa. Na estimativa do epidemiologista Pedro Hallal, só essa decisão de Bolsonaro causou entre 5.000 e 25 mil mortes.

Só essa decisão: não estamos levando em conta os ataques de Bolsonaro à Coronavac, que é responsável por cerca de 80% das vacinas do Brasil; nem da adesão tardia e parcial ao consórcio Covax Facility (entramos comprando 10% de nossas necessidades, poderíamos ter pedido até 50%); nem das vacinas já aplicadas que podem perder eficácia porque o governo federal mandou estados e municípios gastarem as reservas de Coronavac que guardavam para a segunda dose, inflando assim o número de vacinados; nem de toda a sequência de crimes documentados de Bolsonaro durante a pandemia que não se relacionam a vacinas.

A verdade é que, não fossem os adversários, reais (Doria) ou imaginários (China), de Bolsonaro, o número de brasileiros vacinados seria próximo de zero. A OMS, organizadora do consórcio Covax, também foi alvo constante de ataques bolsonaristas.

Os depoimentos à CPI também vêm reforçando a impressão de que o negacionismo bolsonarista no combate à pandemia teve base ideológica. Segundo os depoimentos, extremistas como Carlos Bolsonaro e Filipe Martins participavam das reuniões com vendedores de vacina sem terem qualquer qualificação na área médica, em suas próprias especialidades ou em qualquer outro ramo da aventura humana. Se estavam ali, era para garantir a aposta na imunidade de rebanho, na guerra contra a China e contra os “globalistas” da OMS.

E além dos capangas e soldados rasos do “Consultório do Crime”, começam a aparecer os suspeitos de serem as fontes de dinheiro e assessoria técnica. O ex-ministro Mandetta já havia declarado que Bolsonaro parecia ignorar os conselhos da área técnica porque tinha um aconselhamento paralelo.

As atenções da CPI agora se viram para o empresário Carlos Wizard, que pode ter sido o chefe dessa rede, e para a médica Nise Yamaguchi. Segundo o depoimento do presidente da Anvisa, o almirante Barra Torres, Yamaguchi defendeu a proposta de mudar a bula de remédios para mentir que eles curavam Covid-19.

É bom lembrar: Bolsonaro mandou os trabalhadores para a morte com a ilusão de que os remédios falsos os manteriam seguros. Nunca acreditou, de fato, na eficácia da cloroquina. Em suas memórias, o ex-ministro Mandetta diz que “nunca houve na cabeça dele a preocupação da cloroquina como um caminho de saúde. A preocupação dele era sempre ‘vamos dar esse remédio porque com essa caixinha de cloroquina na mão os trabalhadores voltarão a produzir’”. (p.133).

A próxima grande atração da CPI será o general Pazuello, ministro da Saúde durante a maior parte da mortandade. Pazuello ficou famoso por cancelar uma compra de Coronavac a mando de Bolsonaro, dizendo que “um manda e o outro obedece”.

Agora vai ter que decidir se acaba como bode expiatório da pandemia ou se conta para os senadores quem lhe deu ordem para deixar que centenas de milhares de brasileiros morressem sem vacina.
E aí, Pazuello, vai ser homem?

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CPI encontra primeiro crime de responsabilidade de Bolsonaro

“Confirmando o que já se dizia nos bastidores ontem, depois do depoimento do diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, Renan usou a palavra “fraude” para se referir à tentativa do Planalto de mudar a bula dos remédios à base de cloroquina para incluir a Covid”.

Ao abrir nesta manhã o depoimento do ex-secretário da Secom Fabio Wajngarten na CPI da Covid, o relator Renan Calheiros já deu a primeira pista sobre um dos crimes de responsabilidade pelos quais será acusado o presidente Jair Bolsonaro. Confirmando o que já se dizia nos bastidores ontem, depois do depoimento do diretor presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, Renan usou a palavra “fraude” para se referir à tentativa do Planalto de mudar a bula dos remédios à base de cloroquina para incluir a Covid.

Integrantes oposicionistas da CPI ficaram muito animados com o depoimento de Barra Tores, que consideram, de forma inesperada, o mais importante até agora. Ao mencionar uma reunião convocada pelo então ministro chefe do Gabinete Civil, Braga Netto, para tratar do assunto, Barra Torres começou a desenrolar um nova meada na investigação, e há poucas dúvidas de que virá por aí uma acusação por crime de responsabilidade. É provável até que a CPI chegue a outros, mas esse já está certo.

Talvez por isso os governistas tenham chegado nervosos nesta manhã à sessão da CPI, esbravejando contra a lerdeza do colegiado em aprovar convocações de governadores, como o do Amazonas, para prestar depoimento e desviar as atenções do governo federal. Até o momento, a CPI não avançou um centímetro sequer nesse caminho, e nada indica que o fará.

A comissão deve continuar seguindo a cloroquina, caminho que está dando resultados e pode trazer novas revelações em depoimentos que estão sendo propostos, como o do ministro Braga Netto, agora na Defesa, e da médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina que já mandou dizer que está à disposição da CPI. Mais estrago à vista.

*Helena Chagas/247

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