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Foragido, Allan dos Santos dá palestra com Ernesto Araújo em universidade nos EUA

Foragido pela Justiça brasileira, Allan dos Santos participou de uma palestra ao lado de… Ernesto Araújo na Florida International University, em Miami. O blogueiro e o ex-chanceler discursaram em um painel sobre um conhecido delírio bolsonarista: a “crescente” repressão às liberdades civis no Brasil.

A dupla esteve entre os debatedores do Firt Carvalho U.S – Latin America Dialogue, evento conservador em homenagem a Olavo de Carvalho. Também estiveram presentes figuras como a senadora colombiana Maria Fernanda Cabal e o jornalista Matthew Tyrmand, que foi membro do Projeto Veritas, ligado à extrema-direita americana.

Nas falas, mais do mesmo. Ernesto Araújo abordou supostos laços do Brasil com regimes autoritários, enquanto Allan dos Santos voltou a se autointitular perseguido político pelo STF.

O blogueiro bolsonarista segue sua vida normalmente na Flórida. À espera de cooperação internacional, sua extradição está parada há seis meses, como mostrou “O Globo”. Allan teve sua prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes em outubro de 2021.

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Política

Garimpeiro acusado de crimes ambientais vai dar palestra sobre Amazônia em instituto bolsonarista

O Instituto General Villas Bôas, que se tornou um think tank informal do bolsonarismo, convidou dois representantes de garimpeiros para palestrar sobre mineração e “extrativismo sustentável” num simpósio virtual sobre “saúde e tecnologia como ferramentas de desenvolvimento na Amazônia”, informa a coluna de Malu Gaspar, O Globo.

Os palestrantes são o ex-deputado Antonio da Justa Feijão, que responde a processos por dez crimes, entre eles organização criminosa, usurpação de bens da União, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, em decorrência de uma operação da Polícia Federal chamada Garimpeiros da Propina, e Marcelo Norkey, que se apresenta como “garimpeiro e conselheiro de unidades de conservação no Pará”.

as redes sociais, Norkey costuma ironizar movimentos como o dos sem-terra e replicar publicações do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e do presidente Bolsonaro.

Os dois discutirão no próximo dia 5 de julho a mineração na floresta em webinar com a presença de Villas Bôas, que já foi comandante do Exército e assessor especial do presidente da República.

A palestra de Feijão é intitulada “Mineração na Amazônia e os inimigos invisíveis”. A de Norkey, “A Amazônia que os satélites não conseguem ver: o extrativismo mineral sustentável, um sonho possível”. A sessão será mediada pelo jornalista Alexandre Garcia.

O evento ocorre em meio à comoção pelo assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na Amazônia.

Pereira foi exonerado do cargo de coordenador da área de índios isolados e de recente contato da Funai após coordenar uma operação bem-sucedida contra o garimpo no Javari, em 2019, e desde então trabalhava para a Unijava, organização de defesa dos povos indígenas.

Ex-deputado federal pelo Amapá, Feijão foi chefe do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), atual Agência Nacional de Mineração (ANM) do governo federal. Segundo a acusação do MPF, Feijão chefiava uma organização criminosa que recebia propinas de mineradores em troca de anuência a atividades ilegais de garimpos no Amapá entre 2012 e 2018, nas gestões Dilma Rousseff e Michel Temer.

Os valores variavam de R$ 10 mil a R$ 100 mil, sem contar a fatia de 30% sobre a produção bruta do garimpo ilícito, cujas cifras eram milionárias. Ironicamente, ele está escalado para discutir a “mineração na Amazônia e seus inimigos invisíveis”.

Sua prisão preventiva foi revogada em primeira instância em julho de 2018, mas o ex-deputado continua respondendo pelos dez crimes apontados pelo MPF, que juntos ultrapassam 70 anos de detenção e multa.

Já Marcelo Norkey, que discutirá o “sonho possível” de um “extrativismo mineral sustentável” na “Amazônia que os satélites não conseguem ver”, foi condenado duas vezes pelo Ministério do Meio Ambiente a pagar multas por infrações ambientais em Altamira (PA). As infrações contra a flora e o controle ambiental somam quase R$ 800 mil.

A Finama, entidade fundada por Feijão em 1993 e a qual o ex-deputado e Norkey estão ligados, funciona como uma entidade de fachada em defesa dos interesses de garimpeiros em Brasília. Com sede em Macapá, mas sem site oficial, a fundação já foi representada por ambos em audiências públicas sobre mineração na Amazônia na Câmara dos Deputados.

As palestras de Feijão e Norkey farão parte de uma série de painéis que começam a partir do dia 28 com expoentes da base de Jair Bolsonaro, incluindo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que presidiu a Comissão de Meio Ambiente da Casa.

Segundo o site do instituto, os eventos fazem parte da celebração do bicentenário da independência do Brasil.

A equipe do blog questionou a entidade a respeito dos crimes e infrações atribuídos pelo Ministério do Meio Ambiente e o MPF aos convidados para o webinar, mas não recebeu retorno até o fechamento da reportagem.

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Vazamento Intercept: Moro omite palestra e valor recebido em evento no Rio Grande do Sul

A nova denúncia da Vaza Jato revela que o ex-juiz Sergio Moro omitiu da sociedade uma palestra remunerada para um grupo empresarial em 2016. Procurado, o atual ministro da Justiça disse que isso pode ter ocorrido por “puro lapso”. No evento, ele foi questionado sobre a prisão do ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político desde abril do ano passado.

Sendo assim, o ex-juiz burlou resolução do CNJ que determina prestação de contas de contas de qualquer atividade externa exercida por juízes, incluindo palestras e homenagens, sendo remuneradas ou não Ex-juiz burla resolução do CNJ que determina prestação de contas de contas de qualquer atividade externa exercida por juízes, incluindo palestras e homenagens, sendo remuneradas ou não.

O novo alvo da Vaza Jato é o ex-juiz Sergio Moro, que omitiu das autoridades uma palestra remunerada em 2016, segundo revela reportagem da Folha de S. Paulo, em parceria com o Intercept. “O ministro da Justiça, Sergio Moro, omitiu uma palestra remunerada que deu em setembro de 2016 ao prestar contas de suas atividades quando era o juiz responsável pelas ações da Operação Lava Jato em Curitiba. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, responsável pela revisão dos processos da primeira instância do Paraná, informou à Folha que Moro declarou ter participado de 16 eventos externos em 2016, incluindo 9 palestras, 3 homenagens e 2 audiências no Congresso Nacional. Mas a relação de eventos não inclui uma palestra mencionada numa mensagem que ele enviou ao procurador Deltan Dallagnol pelo aplicativo Telegram em 2017, que faz parte do pacote obtido pelo site The Intercept Brasil”, aponta o texto de Paula Sperb, Ricardo Balthazar e Amanda Audi.

“No dia 22 de de maio de 2017, Moro disse a Deltan que um executivo do grupo de comunicação Sinos queria seu contato para fazer um convite. ‘Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga’, escreveu o juiz. ‘Passa sim!’, respondeu Deltan, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça em junho de 2016 tornou obrigatório para juízes de todas as instâncias o registro de informações sobre palestras e outros eventos”, lembra a reportagem.

Em resposta, Moro afirmou que a omissão da palestra em suas prestações de contas pode ter ocorrido por “puro lapso”. “Houve tempo para perguntas da plateia, e um dos espectadores quis saber quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria preso – o que aconteceu em abril de 2018, para que ele fosse impedido de disputar as eleições presidenciais, que venceria em primeiro turno.

Os diálogos:

22.mai.2017

Sergio Moro19:25:02 […] do Grupo Sinos, lá de Novo Hamburgo, pediu seu contato. Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga.

Deltan Dallagnol 22:58:10 Passa sim! Abraços

Em 2018, Deltan foi a Novo Hamburgo fazer uma palestra no mesmo teatro em que Moro esteve em 2016 e contou à sua mulher que reduzira o cachê.

15.mar.2018

Deltan 19:59:10 […], baixei meu valor aqui pra 10k espontaneamente porque, embora ele não tenha comentado nada, perguntei se estava sendo deficitário e estava. Embora ele tenha dito que risco era deles, rádio ganha em imagem etc, preferi fazer essa concessão, até porque nosso objetivo não é financeiro.

[…]

22:39:40 Tudo bem […]. Lotação “baixa” de umas 400 ou 500 pessoas acho, mas no tamanho do teatro somem… de qq modo, foi ótimo. Ficaram vidrados, aplaudiram no meio e de pé ao fim. Engajados.

Informações de natureza pessoal e mensagens sobre outros assuntos foram suprimidas nos pontos indicados com o sinal […]

A transcrição das mensagens manteve a grafia original dos arquivos obtidos pelo The Intercept Brasil

 

*Com informações da Forum e 247

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Unimed comprou Dallagnol para não incomodar convênios

“A Ética nos negócios em um mundo sob pressão”.

Sim, acredite se quiser, é este o de uma palestra que Dallagnol ministrará uma palestra, como uma das atrações em um evento sobre empreendedorismo no Paraná em 30 de outubro, logicamente será pago para tal.

Aí vem a pergunta: O que Dallagnol dirá sobre ética em um evento no centro de eventos Expo Unimed?

Dallagnol é palestrante costumeiro da Unimed. A força-tarefa chefiada por ele esbarrou em fatos sobre convênios, mas nunca atacou-os como fez com as empreiteiras. Haveria relação entre a mansidão da força-tarefa com o setor e as palestras do chefe da equipe?

Considerando-se a visão acadêmica e filosófica de Dallagnol de que indícios circunstanciais valem como prova, surge outra dúvida: ele e a Unimed estabeleceram uma parceria baseada em dinheiro e interesses comuns assim como as empreiteiras fizeram com políticos caçados pela Lava Jato?

Na eleição de 2014, a última com doações empresariais legalizadas, a Unimed deu pouco dinheiro ao PT. Preferiu os adversários. No caso da disputa presidencial, repassou 620 mil a Aécio Neves, do PSDB, e 500 mil ao PSB, que tinha candidatura própria. Dilma Rousseff, que concorria à reeleição, não recebeu nada.

“As entidades médicas foram sócias do impeachment e a Unimed, a despeito de ser uma marca nacional, era o braço econômico dos grupos médicos e tinha interesses ideológicos em bancar a Lava Jato”, afirma uma ex-autoridade do setor de saúde.

Por meio da assessoria de imprensa, a Unimed diz que, na eleição de 2014, “priorizou o apoio a candidatos alinhados às causas cooperativistas, em diversos níveis hierárquicos, independentemente da legenda a qual eram afiliados, sempre em conformidade com a legislação vigente”.

Depois de 2014, o patrocínio do convênio a Dallagnol tem sido frequente. Em 21 de fevereiro deste ano, ele palestrou na unidade da Unimed em Presidente Prudente (SP). Em 2 de agosto de 2018, na de Porto Alegre (RS). Em março de 2017, na de Assis (SP). Em 22 de julho de 2016, na de Vitória (ES).

Uma semana antes de ir a Vitória, Dallagnol havia escrito a seguinte mensagem à colega procuradora Thamea Danelon, conforme revelado recentemente pelo Intercept: “Vc podia até fazer palestra sobre esse caso mais tarde em unimeds. Eles fazem palestras remuneradas até”.

Procurado via assessoria, Dallagnol não respondeu sobre sua relação financeira e eventual afinidade política com a Unimed. Esta justificou a contratação das palestras do procurador assim: “É inegável a importância que o combate à corrupção adquiriu nos últimos anos, alavancando o interesse não só dos cooperados, como da sociedade, em geral, pelo assunto e seus partícipes”.

Na época da mensagem de Dallagnol à colega Thamea, a incentivá-la a palestrar na Unimed, os planos de saúde amedrontavam-se. Seriam atingidos pela Lava Jato?

 

*Com informações da Carta Capital