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Economia

Pensões de militares pioram contas, e União acumula passivo recorde de R$ 4,4 trilhões

Pandemia e incorporação de benefícios para integrantes das Forças Armadas afetam números.

A União registrou um patrimônio líquido negativo de R$ 4,4 trilhões no fim de 2020. O resultado é recorde e foi influenciado pela atualização de despesas projetadas com benefícios de militares e pela pandemia de Covid-19. ​

O patrimônio líquido da União representa a diferença entre os ativos e direitos do país (como dinheiro em caixa, receitas a receber, ações de estatais e imóveis) menos as contas que precisa pagar (como dívidas, aposentadorias e passivos de decisões judiciais).

O patrimônio líquido fica negativo quando há mais obrigações do que bens e direitos (quando é chamado também de passivo a descoberto). Isso ocorreu pela primeira vez em 2015, após o Tesouro Nacional começar sua adesão a normas internacionais de contabilidade, e a situação vem se agravando desde então.

Em 2020, o tamanho do patrimônio líquido negativo cresceu 49% em relação a 2019. O valor representa 59,4% do PIB (Produto Interno Bruto).

“É um valor muito forte e significa que temos uma dívida em montante muito superior aos ativos. Isso implica uma necessidade de correção com as reformas que estão pautadas [pelo Ministério da Economia] para reverter essa tendência”, diz Heriberto Vilela do Nascimento, coordenador-geral de contabilidade da União.

Ele afirma que diversos países acompanhados pelo Tesouro têm patrimônio líquido negativo, mas que o caso brasileiro chama atenção. “Todos os países têm patrimônio líquido negativo, é normal. Mas o nosso, proporcionalmente ao PIB, é muito forte”, disse.

Em 2020, um dos principais fatores para a piora foi a conta de R$ 703 bilhões em despesas projetadas com benefícios e pensões de militares (R$ 563 bilhões acima do registrado em 2019).

Esse é o montante projetado a ser destinado por 70 anos, a partir de 2020, pelo Tesouro aos integrantes das Forças Armadas e seus familiares, mesmo após eles passarem para a reserva.

Nascimento diz que a diferença em relação ao balanço de 2019 foi significativa porque as despesas com integrantes das Forças Armadas não eram interpretadas como passivos anteriormente.

Segundo ele, a mudança ocorreu no balanço de 2020 devido a uma adaptação aos padrões internacionais de contabilidade. “Não tínhamos esse passivo e passamos a ter. Isso impactou bastante”, afirmou.

“Não sei se posso dizer que foi um erro [não considerar despesas com militares um passivo até 2019]. Estamos em um processo de convergência às normas internacionais, a cada ano incorporando ativos e passivos que não eram reconhecidos”, disse.

Ele afirma que o processo de adaptação deve ser concluído no ano que vem e que as diferenças remanescentes devem ser pequenas de agora em diante.

Outro fator para o crescimento do patrimônio negativo foram os mais de R$ 520 bilhões em despesas destinadas a combater a pandemia de Covid-19 e seus efeitos sociais e econômicos.

O valor levou a um déficit nas contas públicas que aumentou a necessidade de endividamento —e, portanto, gerou mais deveres financeiros a serem quitados pela União ao longo dos anos.

O Tesouro também elevou provisões para perdas com dívidas não pagas por estados e municípios. Como a União figura como garantidora em boa parte dos empréstimos de bancos aos entes, é obrigada a honrar os pagamentos em caso de inadimplência.

Ainda assim, o Tesouro pode recuperar os valores por meio da execução de contragarantias (como receitas tributárias a que os entes teriam direito). Mas governadores e prefeitos têm obtido decisões judiciais que, na prática, têm deixado o prejuízo para a União.

Marilu Cardoso da Silva, gerente de demonstrações contábeis da União, afirma que o Tesouro fez uma mudança contábil também nesse caso e passou a considerar em sua metodologia para perdas a capacidade de pagamento (a Capag) do estado ou município (em vez do tempo de inadimplência, como era antes).

Com as mudanças, o ajuste para perdas subiu de R$ 39 bilhões em 2019 para R$ 350 bilhões em 2020. Paralelamente, como mostrou a Folha, o Tesouro tem reavaliado regras para conceder novas garantias a estados e municípios como forma de conter parte dos prejuízos observados hoje.

*Com informações da Folha

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chefe da Eurasia Group: Brasil saiu dos trilhos e Bolsonaro pode ser afastado

Por Ian Bremmer, na Time – Em meio a uma pandemia global, é difícil determinar qual país está se saindo pior. Mas qualquer lista curta neste momento deve incluir o Brasil.

Na segunda-feira, o exaltado presidente brasileiro Jair Bolsonaro tomou a decisão de derrubar seu gabinete, substituindo seis ministros. Algumas das saídas não foram surpreendentes, como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, um aliado próximo de Bolsonaro, cuja abordagem combativa aos assuntos internacionais despertou fogo devido às lutas do Brasil para obter vacinas no exterior. Mas outras demissões pegaram muitos desprevenidos, principalmente a do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Bolsonaro, um ex-capitão do Exército que falou com carinho sobre a ditadura militar anterior do país (bem como sobre líderes autoritários em geral), recrutou muitos generais ativos e aposentados para ingressar em seu governo. Azevedo foi um deles.

Mas desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, a preocupação tem crescido entre os chefes militares de que as ações de Bolsonaro podem corroer a independência militar da política além dos limites aceitáveis, um sentimento compartilhado pelo deposto Azevedo. Na terça-feira, os chefes da Marinha, do Exército e da Força Aérea foram demitidos pelo presidente depois de ameaçarem demitir-se em protesto contra a pressão de Bolsonaro para que as Forças Armadas defendessem politicamente sua administração. Para os detratores militares de Bolsonaro, o conforto crescente de Bolsonaro com os militares não é apenas uma ameaça à capacidade do país de funcionar como uma democracia adequada, mas à própria posição dos militares. A preocupação é que ele acabe com a reputação dos militares, uma reputação que eles passaram décadas reconstruindo desde o fim da junta militar em 1985.

O cenário do juízo final para a liderança militar?

Bolsonaro perde a próxima eleição presidencial em 2022 ou enfrenta o impeachment nesse ínterim, o condena como ilegítimo e tenta forçar os militares a apoiá-lo em suas reivindicações. A boa notícia desta semana é que os principais líderes militares enviaram a ele uma mensagem forte: eles escolherão a democracia em vez de defender seu governo a todo custo.

Infelizmente para o Brasil, há muito mais. Em meio à pior crise financeira do Brasil em décadas, Bolsonaro também tem jogado jogos econômicos. A última gira em torno do orçamento de 2021 que o Congresso brasileiro conseguiu aprovar na semana passada. Para ultrapassar a linha final e ainda permanecer abaixo do limite de gastos, os legisladores reservaram bilhões a mais para gastos discricionários, esvaziando artificialmente despesas “obrigatórias” como previdência social e desemprego para que pudessem direcionar mais fundos para seus projetos preferidos. Há meses, Bolsonaro acolhe propostas pouco ortodoxas para financiar diversos tipos de projetos de infraestrutura de seus assessores, assim como do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Esta foi sua última tentativa de fazer isso, e provavelmente veio com a bênção não oficial de Bolsonaro.

Menos entretidos com essas propostas estão os membros tecnocráticos da equipe econômica do Bolsonaro, liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Embora a legislação aprovada cumpra formalmente o limite de gastos, a realidade é que o crescimento das despesas obrigatórias em meio a uma pandemia fará com que os gastos totais disparem além dos limites estabelecidos pela constituição. E de acordo com a legislação brasileira, esses consultores econômicos seriam legalmente responsáveis ​​se isso acontecesse e eles assinassem. Isso levou a rumores de que membros de sua equipe econômica estavam se preparando para usar a ameaça de um fechamento do governo, e até mesmo sua renúncia, para garantir que Bolsonaro não daria luz verde às medidas sem mudanças significativas.

Uma paralisação do governo ou a aprovação de um orçamento falso é improvável neste momento – deixando de lado o drama político recente, Bolsonaro é politicamente responsável caso esta legislação seja aprovada como está. Sua antecessora, Dilma Rousseff, foi cassada por não cumprir as leis de responsabilidade fiscal, e Bolsonaro se abre para o mesmo destino ao aprovar a legislação. É improvável que Bolsonaro ou sua equipe interna tenham entendido isso antes que a equipe econômica começasse a reagir, e um projeto de lei suplementar provavelmente viesse para desfazer o pior dos danos. Mas a decisão de Bolsonaro de segunda-feira de nomear uma legisladora centrista com laços estreitos com o presidente da Câmara como seu ministro do governo (a pessoa que gerencia as relações do governo federal com os legisladores) mostra que ele reconhece sua necessidade de mais aliados no Congresso para evitar o pior.

E o pior está chegando. A taxa de mortalidade diária da Covid-19 no Brasil é agora a maior do mundo, com mais de 3.100 (com base em uma média de sete dias) e o país acaba de ultrapassar 325.000 vítimas da Covid no total. De acordo com a Reuters, a capacidade da UTI atingiu 90% ou mais em 15 estados do Brasil (de um total de 26). Tudo isso seria trágico o suficiente, mas a tragédia é agravada pela minimização consistente de Bolsonaro da Covid-19 e exortações anteriores de que o povo brasileiro “pare de choramingar”. Em vez de lutar para proteger a saúde da população brasileira, ele demonstrou mais interesse em lutar contra os governadores que anunciaram novas medidas de bloqueio à medida que seus sistemas de saúde pública entram em colapso. Só recentemente Bolsonaro adotou um programa de vacinação em massa.

*Com informações do 247

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Congresso dá uma turbinada no orçamento de órgãos controlados pelo Centrão

O mesmo Congresso que subestimou despesas obrigatórias com Previdência e seguro-desemprego no Orçamento de 2021 foi responsável por turbinar verbas de órgãos chefiados pelo Centrão – em um deles, o salto foi de 224%. A ampliação das verbas para instituições dirigidas por indicados políticos do bloco foi feita por meio de emendas parlamentares, recursos indicados por deputados e senadores para seus redutos eleitorais.

As verbas repassadas para a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), controlada pelo DEM e com a diretoria dividida com os partidos do Centrão, mais do que triplicaram em relação ao projeto enviado inicialmente pelo Executivo. Dos R$ 845,2 milhões iniciais, passaram para R$ 2,7 bilhões.

Os parlamentares também aumentaram o orçamento do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), ocupado pelo Progressistas; do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra Secas), presidido por um indicado do PL; e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), comandado pelo PSD.

Durante a votação do texto, o relator do Orçamento de 2021, senador Marcio Bittar (MDB-AC), defendeu o aumento das verbas para obras e projetos de interesse eleitoral, apesar dos efeitos da pandemia na economia. Como justificativa, disse que, sem isso, os ministérios passariam por paralisação e teriam de escolher quais obras interromper. O argumento usado por congressistas é que “obra é saúde e gera emprego”.

“Era preciso aprovar um Orçamento que tivesse um pouco mais de robustez e não corrêssemos o risco de que obras fundamentais, no Norte, no Nordeste, no Centro-Oeste, nas regiões mais atrasadas e pobres do Brasil, ficassem paralisadas”, disse ele, durante a sessão do plenário que aprovou os recursos.

Procurado ontem para falar sobre esses repasses, Bittar não quis se pronunciar. Ele anunciou publicamente que concordou em cortar R$ 10 bilhões de emendas parlamentares para recompor despesas obrigatórias, mas não apontou quais verbas serão alvo dessa redução – o que terá de ser negociado com o governo e com as cúpulas da Câmara e do Senado. A proposta foi enviada para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem até o dia 22 de abril para dar aval ao Orçamento e fazer vetos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que o Orçamento, da forma como foi aprovado, é “inexequível”. Também houve reação na oposição. “Essa Lei Orçamentária é irrealizável. Olha, se a ex-presidente Dilma foi ‘impitimada’ por uma pedalada fiscal, como argumentam, essa Lei Orçamentária é um passeio ciclístico completo”, afirmou o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

*Com informações do Estadão

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Política

Bolsonaro gastou mais de R$ 2 milhões nas férias durante a pandemia

As férias do presidente Jair Bolsonaro em Santa Catarina e Guarujá, do dia 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro deste ano, custaram aos cofres públicos R$2.452.586,11. Os dados foram levantados pelo deputado federal Elias Vaz (PSB), que divulgou os números nesta 5ª feira (1º.abr.2021).

Foram R$ 1.053.889,50 com locomoção

Mais de R$ 1 milhão no cartão corporativo

Gastos do presidente, família e convidados

Dados do deputado Elias Vaz (PSB)

Os valores foram obtidos após o congressista enviar à Secretaria-Geral da Presidência da República e ao Gabinete de Segurança Institucional requerimentos de informação. Leia a íntegra aqui (9 MB) e aqui (2 MB).

Os dados foram encaminhados ao congressista quase 3 meses depois. O ofício n° 57/2021/SE/GSI/GSI/PR, do Gabinete de Segurança Institucional, estima o custo R$ 1.053.889,50 com manutenção e combustível dos aviões. Esse tipo de gasto é computado em dólares, que somaram U$ 185 mil. A conversão foi feita pela equipe do deputado.

Estão inclusos nessa rubrica a locomoção terrestre, aquática e aérea do presidente, da sua família, de convidados e da equipe de profissionais que os acompanhou. Já o gasto com diárias da equipe de segurança ficou em R$202.538,21.

“É um tapa na cara do brasileiro. Em plena pandemia, quando o Brasil registrava quase 200 mil mortes, o presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise”, disse o deputado. Eis os gastos:

O ofício n° 152/2021/SG/PR/SG/PR, da Secretaria Especial de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, informa que a despesa com cartão corporativo nas férias de Bolsonaro foi de R$1.196.158,40.

Os gastos nesse campo podem incluir desde hospedagem e alimentação até a contratação de profissionais ou empresas terceirizadas para prestação de serviços.

“Justamente em dezembro, quando o presidente cortou o auxílio emergencial alegando falta de recursos, teve um gasto milionário com férias. O valor total, mais de R$2,4 milhões, daria para pagar o benefício de R$300 para cerca de 8 mil pessoas. Mas a prioridade de Bolsonaro não é socorrer os mais atingidos pela crise”, concluiu Elias Vaz.

O deputado informou ao Poder360 que vai encaminhar os dados ao TCU. “Aparentemente, há exageros. Impossível gastar isso tudo em tão pouco tempo”, avaliou.

*Com informações do Poder360

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Política

Bolsonaro tira o Brasil da iniciativa de pacto internacional contra pandemia

Mais de 25 líderes de algumas das maiores economias do mundo se unem para lançar a ideia de um tratado internacional que possa permitir uma cooperação real entre governos para lidar com futuras pandemias. O Brasil, porém, não faz parte da iniciativa. O Itamaraty sequer tem hoje uma representante definitiva junto aos organismos internacionais, diante do caos político vivido pelo país.

Entre os principais objetivos do pacto está um acordo permanente para garantir acesso às vacinas e tratamentos, além da troca automática de informação. A guerra por doses tem sido um dos aspectos mais críticos da resposta à pandemia.

Transparência e compromissos de governos em reagir à crise também estarão no tratado.

De acordo com Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, da mesma forma que o mundo ergueu a ONU e reformulou o direito internacional ao depois do Holocausto, a comunidade internacional precisa agir para construir um novo pacto pós pandemia.

No próximo passo, governos terão de debater o acordo e isso envolverá o Brasil e todos os demais governos. A OMS, porém, deixou claro que a adesão ao chamado inicial desta terça-feira estava aberta a todos os países.

Líderes regionais ainda foram deliberadamente convidados pela agência para assinar a carta.

Ao longo dos últimos meses, o Itamaraty hesitou em participar das iniciativas globais para lidar com a crise. Também se ausentou de reuniões ministeriais e fez questão de atacar qualquer projeto que conferisse maiores poderes para a OMS. O governo apenas aderiu ao mecanismo de vacinas depois de forte pressão, inclusive do Senado. Mas optou por comprar o menor número de doses possível.

Lançada nesta terça-feira, a nova iniciativa conta com Alemanha, França, Itália e Reino Unido, além da UE. Mas o projeto também com representantes como o presidente do Chile, Sebastian Piñera, o governo da Costa Rica, além da Coreia do Sul, Indonésia e África do Sul.

A OMS também deu sua chancela ao projeto que visa, acima de tudo, garantir que o mundo não tenha de passar pela mesma crise quando uma nova pandemia eclodir.

O objetivo da iniciativa é trabalhar”para um novo tratado internacional de preparação e resposta a pandemias” para construir uma arquitetura de saúde global mais robusta que protegerá as gerações futura.

“Haverá outras pandemias e outras grandes emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral pode enfrentar esta ameaça sozinho”, dizem os líderes.

“Juntos, devemos estar melhor preparados para prever, prevenir, detectar, avaliar e responder efetivamente às pandemias de uma forma altamente coordenada”, alertaram.

“A pandemia da COVID-19 tem sido um recado duro e doloroso de que ninguém está seguro até que todos estejam seguros”, disseram.

O principal objetivo de um novo tratado internacional de preparação e resposta a pandemias seria promover uma abordagem abrangente e multissetorial para fortalecer as capacidades nacionais, regionais e globais e a resiliência a futuras pandemias. “Esta é uma oportunidade para o mundo se reunir como uma comunidade global para uma cooperação pacífica que se estenda além desta crise”, afirmou o grupo.

De acordo com a proposta, o tratado “estaria enraizado na constituição da Organização Mundial da Saúde, atraindo outras organizações relevantes chave para este esforço, em apoio ao princípio da saúde para todos”.

*Jamil Chade/Uol

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Política

Após uma gestão temerosa, Ernesto Araújo, forçado, pede demissão

Decisão ocorre após pressão de parlamentares e críticas sobre política externa durante a pandemia de Covid-19 e nas negociações para compra de vacinas.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira (29).

A informação ainda não foi confirmada pelo governo oficialmente. A TV Globo apurou que Ernesto avisou a decisão a seus assessores próximos.

O pedido ocorre após pressão de parlamentares, inclusive dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O ministro já era alvo de críticas pela condução da política externa brasileira, marcada pelo estreitamento nas relações com o EUA durante a presidência de Donald Trump e embates com importantes parceiros comerciais, como a China.

A insatisfação com Araújo, entretanto, aumentou nos últimos meses após o país enfrentar demora e atraso na entrega de vacinas e de insumos para a produção de imunizantes contra a Covid-19 produzidos justamente pela China, além da Índia.

A questão política foi apontada como entrave para a liberação mais ágil das vacinas e dos insumos. O agora ex-ministro negou, em janeiro, que essa tivesse sido a causa do problema.

Sem ambiente

Na quinta (25), o próprio líder do governo do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) disse que “Ernesto Araújo não tem ambiente” para negociar ajuda internacional ao Brasil para acelerar a chegada de vacinas.

O comentário ocorreu pouco depois de Araújo se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), fora da agenda, e, em seguida, com o presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o blog da Andreia Sadi, Araújo tentou reverter uma possível demissão no encontro com Lira, pois não tinha mais apoio nem dentro do governo – apenas a ala ideológica, como o assessor Filipe Martins e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, gostariam de sua permanência no cargo.

O encontro com Lira e Bolsonaro ocorreu um dia depois de senadores, durante audiência pública com a participação de Araújo, pedirem que ele deixasse o ministério.

Ele respondeu aos congressistas que dorme “com a consciência tranquila” e que “é preciso reconhecer as qualidades” do governo.

*Com informações do G1

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Nem pandemia, nem economia, o que vigora é a incompetência do governo Bolsonaro

Sejamos bastante razoáveis, todos sabem que o problema de Bolsonaro é ganhar o máximo de tempo possível para instrumentalizar as instituições que podem colocar na cadeia todo o clã por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.

Isso somente com o rombo que o clã faz no erário. Se puxar a fieira da milícia, esse texto não terá fim.

Dito isso, Bolsonaro, que acorda e dorme de olho na sua aprovação, por motivos óbvios, sabe perfeitamente bem que está sangrando em praça pública e esse processo acelerou ainda mais com a elegibilidade de Lula. Ou seja, Lula entrou em campo, e não sem motivos, Bolsonaro amarelou.

Bolsonaro tentou usar Kassio Nunes, ministro que ele colocou no STF, para impedir a volta do maior fenômeno político da história do Brasil, Lula, que saiu do governo com recorde de 87% de aprovação e, agora, volta à disputa com uma militância ainda mais aguerrida porque está mordida com todo o esquema que foi montado, principalmente por Moro, para condenar e prender a maior liderança política do Brasil.

Bolsonaro tem informações de que os líderes mundiais que se posicionaram a favor da vida de seu povo, antes da preocupação econômica, gozam de alta popularidade.

Então, pergunta-se, por que Bolsonaro escolheu o caminho oposto sabendo que lhe custaria um desgaste tão árduo já que precisa tanto permanecer no poder?

A resposta é uma só, incompetência.

Bolsonaro é um incompetente que se cercou de incompetentes para dar a eles  ordens que são devidamente obedecidas.

Pazuello, neste caso, é a figura proeminente do desastre administrativo desse governo. Chegou fardado como general da ativa, apresentando-se como craque da logística, e deu no que deu, uma tragédia e, como isso, provou que foi formado pela mesma escola dos desastrados militares que fizeram do Brasil terra arrasada em 21 anos de ditadura.

Os militares endividaram o Brasil no FMI, enfiaram na direção das grandes estatais uma horda de incompetentes e, para encurtar o assunto, levaram o país à bancarrota, expandindo e muito o favelamento, a pobreza, a miséria e a fome, com uma hiperinflação que deixaram de herança como a principal marca de uma tragédia administrativa nunca antes vista.

Bolsonaro tem escola e seus principais ministros, que são militares, não fogem aos seus, nem combateu a pandemia por não saber administrar o SUS, o maior Sistema Público de Saúde do mundo e, muito menos, daria no coro diante de um desafio econômico da monta do Brasil se nem nos tempos de paz os ineptos conseguiram mostrar qualquer traço de competência nas políticas econômicas, assim como aconteceu em todos os setores e todas as pastas desse governo.

Somente isso explica um sujeito, que precisa manter e aumentar a sua popularidade, optar pelo caminho que lhe joga no inferno político, com consequências imediatas e irreversíveis na sua cada vez mais distante reeleição.

Bolsonaro age assim, porque é um psicopata que, diante de uma situação de estresse, uniu-se ao vírus contra o povo brasileiro com a justificativa de preocupação com a economia que é outra tragédia.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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A ruína do governo Bolsonaro e a derrocada do golpe

Não há crise no governo Bolsonaro, o que há é o desmoronamento do golpe.

Todo aquele material que deu liga ao golpe em Dilma a partir da Lava jato, perdeu unidade e, muitas vezes, entrou em guerra, somando-se a uma crise econômica já existente que ganhou dramaticidade com a pandemia, porque se as lambanças de Guedes já eram evidentes e os resultados do PIB sofríveis, sua atuação na lida com a pandemia foi apimentada por uma série de medidas que otimizaram o quadro trágico que foi instalado no ambiente econômico brasileiro já a partir do governo Temer.

O motivo é a velha receita neoliberal que carrega dois pilares em seus mantras. O primeiro, é o “destruindo que se constrói” e, o segundo, “é verticalizando que se divide”.

Afinal, Guedes é o próprio tecnocrata que repete dogmas de um sistema que trabalha frontalmente contra qualquer conceito de economia, repetindo a mesma receita do governo FHC, utilizando lero lero retórico, imaginando que o que foi trágico no passado seria virtuoso no futuro.

Esse era o centro nervoso do golpe, mas faliu, não há volta, não há crédito, sobretudo para uma mídia que vendeu a badalhoca neoliberal pela milésima vez como novo horizonte.

Nenhum ser minimamente pensante vai achar que a carta dos banqueiros e economistas para Bolsonaro tenha algo a ver com a pandemia. O mote pode ser esse, mas o real motivo é a debilidade total e absoluta da economia, não a partir da tragédia humana que se abate sobre o Brasil, até porque eles sempre darão um jeito para, se for o caso, comprar a vacina com autorização judicial, afinal, para que serve o judiciário brasileiro senão para permitir que a elite se comporte como uma corte dos bem nascidos?

É certo que eles estão preocupados com a paralisação da economia pela falta de vacinas e, por isso, aproveitaram o ensejo para dizer a Bolsonaro que o amor acabou e ele que se vire com seu bando.

A mudança de voto de Cármen Lúcia é o reflexo claro disso.

Moro, o principal operador do golpe em Dilma e Lula, transformou-se num trapo. Agora, ele não é juiz e nem ministro e ainda periga a sua participação na sociedade da empresa americana, Alvarez & Marsal, que trabalha na recuperação fiscal das empresas que a Lava Jato quebrou.

Não há ninguém da suposta direita para substituir um presidente de uma suposta direita extremista porque são todos farinha do mesmo saco, ou melhor, saco da mesma farinha.

O Brasil tem um presidente que sequer tem partido e segue sem ministro da Saúde, porque, na verdade, o que está no ministério da Saúde é uma caricatura de Pazuello e, de lambuja, Bolsonaro tem um animador de crepúsculo econômico chamado Paulo Guedes que, nitidamente está com seu repertório de conversa fiada vencido.

Arthur Lira é um bom termômetro da temperatura do Congresso em relação ao governo Bolsonaro.

Uma coisa é certa, se essa escória que derrubou Dilma, prendeu Lula, elegeu um genocida e tratou Moro como herói, não sabe que caminho tomar, sabe que o seu governo acabou, assim como o seu clã cada dia mais enrolado com a justiça, transformando-se numa incômoda massa falida.

Para qualquer canto que se olha, o caminho de Bolsonaro está fechado. Com o chão mole, se ficar parado, afunda, mas se andar, também afunda.

A direita golpista brasileira é só desolação e agonia.

Fome, genocídio, hiperinflação, recessão, dólar lá na casa do car…, fuga de investidores, corrupção e muito mais.

Bem vindo ao golpe!

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Política

Ou se coloca focinheira no cachorro louco agora ou todos sentirão a fúria de seus ataques

Se Bolsonaro, depois de matar 300 mil brasileiros, continuar impune, o psicopata vai achar, e com razão, que pode muito mais.

Se o assassinato de 300 mil brasileiros não for motivo para arrancar Bolsonaro da presidência, sua impunidade será um passaporte para coisas muito piores.

Se Bolsonaro não for arrancado da presidência agora, uma coisa já dá pra cravar: o genocida sairá dessa bem pior e muito mais perigoso.

Se ele continuar impune, não sobrará instituição no Brasil. Será a certeza de que o Brasil não tem instituições e que ele pode tudo.

A pandemia do coronavírus vai parecer coisa de criança, se o verme continuar no poder depois de dizimar 300 mil vidas incentivando a disseminação da covid, como faz desde o início.

Alimentar o psicopata com impunidade, é pedir para o Brasil entrar de cabeça nos piores tormentos do inferno de uma outra ditadura.

Se Bolsonaro continuar no comando do país e do genocídio que assistimos, infelizmente, a fotografia que se avizinha é assustadora, aterradora.

É doloroso pensar isso. Mas se ele não for cassado imediatamente, seremos obrigados a conviver com os quintos.

Traumas bem maiores vão varrer o Brasil se o genocida se sentir impune e livre, como está, para barbarizar mais do que já está barbarizando.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: Não era uma escolha difícil, era uma escolha óbvia

Miguel Nicolelis

Refugiados em suas casas, nas ruas, e em hospitais e cemitérios abarrotados, os brasileiros exigem que algum – qualquer um – poder da República cumpra o seu dever constitucional de proteger e amparar o povo brasileiro nesta guerra de extermínio, antes que seja tarde demais.

Covas abrindo infinitas covas para enterrar o produto trágico de toda a carência abjeta de ações decisivas no manejo da pandemia na cidade de SP.
Abrir covas é a única ação do prefeito da maior cidade do hemisfério sul.
Covas, o Abre Covas!

Façamos justiça: a César o que é de César

Nem abrir novos leitos de UTI , nem cavar novas covas, será suficiente para deter a explosão exponencial de casos e mortes por COVID19 no Brasil.
Todos que se omitirem, por covardia, opção ou incompetência, serão cúmplices deste crime hediondo.
#AcordoSalvaçãoNacional

Assista:

Do twitter de Miguel Nicolelis

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