Bolsonaro se recusa a falar da morte do miliciano e expõe seu clã e todos os cidadãos de bem que também se calaram

Nada como um dia após o outro, ou melhor, um ano após o outro. Aonde está aquela gente que se diz “povo”, mas que era na verdade eleitora ferida de Aécio, que foi para as ruas e avalizou o pedido de impeachment de Dilma elaborado por janaína Paschoal, a pedido e pago por Aécio Neves?

Ora, essa gente que ficou envergonhada depois da olimpíada da mala de dinheiro entre os assessores, primo de Aécio e Loures, de Temer, filmada, gravada, carimbada e com firma reconhecida, migrou para o bolsonarismo.

E o que é o bolsonarismo? É a “nova política”. Mas o que é essa “nova política”?

É aquela que diz que Bolsonaro, o maior parasita da história do Congresso, que ficou três décadas sem ter um único projeto aprovado, montando esquemas junto com Queiroz, de assalto aos cofres públicos com suas buchas de canhão que alguns chamam carinhosamente de “rachadinha”, quando, na verdade, o nome é esquemão, que envolveu, por exemplo, durante uma década, a família do miliciano Adriano da Nóbrega, o caveira, morto no domingo (9), o mais temido dos temidos milicianos do Rio de Janeiro e, certamente, do Brasil, já que, além de ser um pistoleiro de aluguel, era um empreendedor do terror, da emboscada, da morte por encomenda com nota fiscal em três vias em que uma delas, certamente, ia parar nas mãos do clã, este que conta com, nada mais, nada menos, com os três filhos que Bolsonaro enxertou na política para abarcar no esquema do rachadão quatro vezes o valor que o pai arrecadava junto com seu PC Farias, o Fabrício Queiroz, mais conhecido pela população como “cadê o Queiroz?”.

Esse insulto à inteligência brasileira de um sujeito como esse estar livre, leve e solto, é a régua que baliza que as nossas instituições não estão falidas, elas inexistem, quando não são parte de um esquema criminosamente fascista que envolve não só a contravenção, como o próprio desmonte da República. Nada do que já se teve notícia na história da bandidagem brasileira.

É bom lembrar que a milícia nasceu no Brasil no período da ditadura militar com o esquadrão da morte e criou metástase pelo país inteiro, mas principalmente no Rio de Janeiro, fazendo populações inteiras suas reféns, porque lá é o QG do principal fã do maior criminoso, assassino, torturador, estuprador da ditadura militar, Brilhante Ustra, a quem Bolsonaro, na votação do golpe do impeachment contra Dilma, bancado por Aécio, em parceria com Cunha e Temer, fez questão de exaltar, junto com um dos seus filhos delinquentes, Eduardo Bolsonaro.

Pois bem, depois da morte de Adriano da Nóbrega, o miliciano sócio de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro no Vivendas da Barra, com o olhar parcimonioso do super, hiper, magnânimo, semideus Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não há mais o que explicar. Ou quem sustenta, nas entranhas do poder se fantasiando de palhaço verde e amarelo nas ruas, ergue uma estátua patriarca com todas as luzes e holofotes voltados a ela, como o herói da patifaria tropical, mostrando a afinidade de índole entre ele e essa gente ou fim de linha para Bolsonaro ou, pior, decreta-se a falência múltipla dos órgãos da República.

Toda essa gente não podia imaginar que os brasileiros ficariam apopléticos diante de uma situação em que Bolsonaro se transformou em um espantalho do mercado, sustentando-se no poder por transferir bilionárias cifras dos pobres para os ricos, como se soube hoje do novo lucro recorde do Itaú de R$ 28,4 bilhões somente com as contas correntes. Lucro este, diga-se de passagem, nominal, porque o efetivo, praticamente dobra.

Não se pode esquecer também dos militares do governo que fazem um cordão de isolamento no mandato mafioso de Bolsonaro. A notícia, veiculada nesta terça-feira pela mídia em geral, dá conta que os militares se negam a apresentar a infinita lista de filhas de militares que se beneficiam das pensões parasitas do Estado brasileiro que, além de desobedecer a uma ordem do TCU, mostra que essa ponta do iceberg esconde em seu corpo privilégios e mamatas do mundo verde oliva que até Deus duvida, num país em que, na gestão Bolsonaro, aumentou enormemente o número de pobres, miseráveis, moradores sem teto que perambulam pelas ruas sem ter para onde ir e nem como sobreviver.

É sobre isso que falamos, desse lado podre do país, escancarado em praça pública em pleno sol do meio dia, produzindo um odor insuportável.

Que silêncio Bolsonaro e seus devotos vão conseguir manter diante desse mar de lama que já explodiu todas as barragens?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

Vídeo: Marcelo Freixo escancara a ambição de Moro no combate às milícias

Freixo foi ao ponto, Moro, quando coloca no mesmo balaio tráfico e milícia, quer dar a entender à sociedade que, quando prende traficantes, está prendendo milicianos, quando a realidade é bem outra.

Na verdade, Moro usa a publicidade de combate ao tráfico de drogas para fugir do tema e, consequentemente fugir da ação, pois, do contrário, seria obrigado a desembocar qualquer investigação sobre milícia no condomínio Vivendas da Barra. Isso é tudo o que Moro não quer, vide a pressão que exerceu sobre o porteiro do condomínio para que mudasse a versão.

Por isso também Moro quis federalizar o caso Marielle, mas não quer federalizar o caso do miliciano Queiroz/Flávio Bolsonaro. Se estivesse mesmo interessado em combater a milícia e não jogando aleatoriamente no balaio do tráfico para se esquivar de sua escancarada omissão sobre esse tipo particular de crime, o primeiro caso que ele deveria atuar, é o de Queiroz, miliciano que opera até hoje como uma espécie de PC Farias da família Bolsonaro.

Marcelo Freixo coloca os pingos nos Is e não deixa dúvidas sobre o padrão Moro de “combate à milícia”

“É evidente que milícias e o tráfico de drogas são organizações criminosas, mas o ministro da Justiça Sergio Moro dizer que são as mesma coisa e apenas “muda um pouco o perfil” é um erro elementar. As milícias transformam o domínio territorial em domínio eleitoral, elegem um monte de gente, vereadores, deputados, senadores, como o ministro bem sabe, isso é mero detalhe? As milícias têm projeto de poder, frequentam palácios, isso é detalhe?

O que Moro trata como detalhe revela o tamanho de seu desconhecimento sobre Segurança Pública. Há mais de um mês entreguei uma cópia do relatório da CPI das Milícias ao ministro, parece que ele não leu o documento”. (Marcelo Freixo)

https://www.facebook.com/MarceloFreixoPsol/videos/408667859933409/?t=47

 

*Da redação